quarta-feira, agosto 08, 2012

CLAUDIO HUMBERTO

“Tinha que ser em carro-forte mesmo, e era ordem do patrão”
Leonardo Yarochewsky, advogado, sobre o transporte da dinheirama do mensalão

THOMAZ BASTOS INVENTOU TESE DO ‘CAIXA 2’ EM 2005

A ideia de admitir “caixa 2” para negar a existência do “mensalão” – dinheiro usado para comprar votos de parlamentares para aprovar projetos de interesse do governo – foi criada por Márcio Thomaz Bastos em 2005, à época ministro da Justiça do governo Lula. Segundo parlamentares que participaram da CPI dos Correios, o ex-ministro foi quem “segurou as pontas” no governo quando estourou o escândalo. 

TESE MAROTA

O crime de “caixa 2” já prescreveu, daí a tese adotada pela defesa de Delúbio Soares e Marcos Valério, no julgamento no STF.

SACANAGEM

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) critica a “banalização” do caixa 2: “Querem fazer parecer uma ‘sacanagenzinha’ menor”. 

DESCONFORTÁVEL 

Gerou desconforto ao vice-presidente Michel Temer a citação de seu nome por advogados de mensaleiros, no julgamento no Supremo.

MALHAÇÃO

Para Dilma, acompanhar o mensalão pode “prejudicar o trabalho dos ministros”. Pelo que mostraram até agora, Sessão da Tarde pode.

CONDENADA E SEM DIREITOS POLÍTICOS, MARTA RECORRE 

O Tribunal de Justiça de São Paulo julga, na próxima semana, o recurso da senadora Marta Suplicy (PT-SP) e do empresário Valdemir Garreta, seu ex-secretário de Comunicação na prefeitura paulistana. A dupla foi condenada por improbidade administrativa e teve seus direitos políticos suspensos por três anos. Ex-secretário de Marta, Garreta é, hoje, sócio de três empresas de comunicação e de uma de negócios imobiliários.

DEVOLUÇÃO

O Ministério Público também recorre: quer de volta R$ 148,2 milhões gastos em promoção pessoal de Marta, em ônibus e veículos oficiais. 

PROPINA

Em outra ação, o Ministério Público acusa Valdemir Garreta de receber quase R$ 800 mil em propinas de fornecedores de merenda escolar.

SIGILOS QUEBRADOS

Em dezembro passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo chegou a determinar a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Valdemir Garreta.

ROUBADA

No julgamento do mensalão, todo cuidado é pouco com um verbo que pode valer mais que mil imagens: “Delúbio [Soares] é um homem que não se furta a responder pelo que fez”, afirmou seu advogado. 

AFE, PALAVRA!

Para inocentá-la no mensalão, o advogado da publicitária Geiza Dias chamou-a de “mequetrefe”, que pode significar “João-ninguém” e traste, mas também mentiroso ou canalha.

VAPT-VUPT

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio extinguiu em meia hora o processo de fraude no concurso para juiz, em 2008, reconhecida pelo Conselho Nacional de Justiça: o subprocurador alegou “ilegitimidade”. 

OUTRA DO DELÚBIO

O Ministério Público de Goiás abriu inquérito contra o governador Marconi Perillo (PMDB) por improbidade administrativa, pela demora para demitir o professor ausente Delúbio Soares. 

LEIS ANULADAS

Para Luís Olímpio Ferraz Melo, advogado de Fortaleza, a condenação no mensalão abrirá caminho para anular, no Supremo, tudo o que tiver sido aprovado no Congresso. É a “Teoria americana dos frutos da árvore envenenada”: “contaminadas”, tais leis seriam ilegítimas. 

PRELIMINARES

O relator da CPI mista do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG) vai fazer relatórios preliminares para falar da organização criminosa, do dinheiro movimentado pelo esquema do bicheiro e dos políticos envolvidos.

ENTRE ABUTRES

Sem saber que o microfone estava ligado, o presidente da CPI do Cachoeira, Vital do Rêgo (PMDB-PB), desabafou ontem a Odair Cunha (PT-SP): “Esses são uns abutres!”. Vital não revela a quem se referia. 

ANTECIPAÇÃO DE VOTO

O jurista Erick Wilson Pereira explicou que, para antecipar seu voto no julgamento do mensalão antes de 3 de setembro, quando completa 70 anos e cai na “expulsória”, o ministro Cezar Peluso precisa esperar que o relator, Joaquim Barbosa, apresente o seu. Antes, nem pensar.

PENSANDO BEM...

...quando se trata de mensalão, muitos mentem e ninguém tem razão. 

PODER SEM PUDOR

MINISTRO NO JANTAR

ACM sempre viveu às turras com alguém. Era ministro do governo José Sarney e, claro, brigava com outros ministros. Um deles era o da Previdência, Renato Archer. Carta vez, os dois se encontraram na antessala do presidente, no Planalto, e ACM puxou conversa:

- Esta coisa de vida pública é difícil. Ainda outra dia tive que desmentir um jornal que publicou, imagine, que eu teria dito que naquele dia você não jantaria ministro. Imagine que eu ia dizer uma coisa desta!

Sempre calmo, Archer apenas sorriu e ironizou:

- Não se preocupe. Em qualquer hipótese eu não deixaria de jantar.

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