terça-feira, maio 29, 2012

Gilmar na ofensiva - ILIMAR FRANCO


O GLOBO - 29/05

O ministro Gilmar Mendes (STF) reafirmou o teor e o tom da reportagem da revista "Veja" numa conversa com o senador Pedro Taques (PDT-MT), no sábado (26). Gilmar se declarou "chocado" com a atitude do ex-presidente Lula, de pressioná-lo pelo adiamento do julgamento do mensalão, e que, por isso, decidiu torná-la pública. Gilmar já tinha se queixado de Lula com o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), em encontro casual num restaurante em Brasília, na quarta-feira (23).

A opinião pública empurra a CPI
A bancada do PT na CPI do Cachoeira deve apoiar hoje a quebra do sigilo bancário e fiscal da Delta nacional. A postura defensiva dos petistas nesse caso tem sido alvo de duros questionamentos internos. O líder no Senado, Walter Pinheiro (BA), é um dos críticos dessa conduta, pois ela sugere à opinião pública que o partido tem o rabo preso com o esquema Cachoeira. Os petistas também refletem sobre a oportunidade de convocar ou não o governador Marconi Perillo (PSDB-GO) para depor. Alguns petistas defendem que, antes, é preciso quebrar o sigilo bancário de Perillo, pois ele recebeu cheques de um sobrinho de Cachoeira.

"Enquanto isso, a presidente Dilma passa ao largo disso tudo. Ela está só se fortalecendo” — Humberto Costa, senador (PT-PE), sobre as escaramuças na CPI do Cachoeira e no julgamento do mensalão pelo STF

NOVO CAPÍTULO. Pressionado por uns a se declarar impedido no julgamento do mensalão e, por outros a participar, o ministro do José Antônio Dias Toffoli (STF) está inclinado a votar, mesmo que sofra desgaste e sua isenção seja questionada. Hoje, ele se torna membro efetivo do TSE e, em 2014, presidirá a disputa na reeleição da presidente Dilma.Toffoli quer enfrentar os críticos agora para evitar que eles voltem à cena daqui a dois anos.

Paralelos
Integrantes da ala independente da CPI não querem misturar o caso Cachoeira com o julgamento do mensalão. Acham que são temas paralelos e que está em curso nova tentativa de desviar o foco para enterrar a investigação.

Alta ansiedade
Experiente em CPIs, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), diz que "é muito cedo para declarar a morte da CPI". Ele explica que o trabalho vai acelerar quando a comissão receber os dados das quebras de sigilos bancário e fiscal.

Uma manobra ousada
Advogados dos réus do processo do mensalão vão começar a pedir "arguição de impedimento", relacionada a ministros do STF que tiveram o nome envolvido pelo ex-presidente Lula na conversa com Gilmar Mendes. Estão na lista das defesas o próprio Mendes, José Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski. A manobra não atrasa o julgamento, mas a intenção é causar constrangimento aos ministros.

Cadê os bombeiros
Perplexos com a postura dos ministros do STF, no episódio Lula-Gilmar Mendes, políticos experientes perguntavam ontem quem iria apartar uma briga da qual até ministros do Supremo se comportavam como incendiários?

Olha o Rio aí...
Amanhã, no Planalto, homenagem às organizações que atuam para atingir as Metas do Milênio. Serão agraciadas no Rio: prefeitura de Silva Jardim, Associação Redes da Maré, Instituto Ciência Hoje e Movimento Morhan (hanseníase).

A PROCURADORIA-GERAL da República até ontem não decidiu tornar público o contracheque de seus funcionários, ao contrário do que já fizeram o Poder Executivo, o STF e o Congresso.

O PRESIDENTE do Conselho de Ética, Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), permitirá que todos os senadores façam perguntas a Demóstenes Torres.

O EX-PRESIDENTE Lula está sendo muito criticado por sua abordagem sobre o ministro Gilmar Mendes, mas um parlamentar-advogado perguntava ontem: Como pode um ministro do STF ir ao encontro de um público e notório defensor dos réus do mensalão?

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