O GLOBO - 26/04/12
Resistências técnicas
A redução dos juros determinada pela presidente Dilma não foi adotada sem resistências pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal. Os técnicos das duas instituições têm dúvidas sobre a sustentabilidade da decisão. Eles se perguntam de onde virão os fundos para garantir tal alavancagem de crédito. E estão prevendo que ela vai levar a perdas no resultado de ambos no final deste exercício. Num deles, a previsão é de uma queda nos lucros de R$ 3 bilhões. No caso do financiamento da casa própria, a queda dos juros vai reduzir drasticamente a margem da Caixa. Mesmo assim, fizeram o que a presidente mandou.
"Esta CPI está mais para uma CPI dos Anões do Orçamento” — Miro Teixeira, deputado federal (PDT-RJ), sobre os desdobramentos da CPI do Carlos Cachoeira
SOLIDARIEDADE. O presidente do PT, Rui Falcão, no encontro com o goverrnador Agnelo Queiroz (DF), na foto, garantiu que ele não será abandonado. Sobre a Delta em Brasília, Agnelo relatou que a empresa opera na cidade por decisão judicial e que o governo paga cerca de 50% abaixo do preço médio da coleta de lixo e 10% menos no caso da varrição. Falcão esteve com o governador para simbolizar publicamente que ele não está só.
Leitura
Para o PT, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, agiu em autodefesa ao abrir inquérito contra o governador Agnelo Queiroz. Ele demorou dois anos para tomar providências no caso do senador Demóstenes Torres (GO).
É sempre assim...
Até a eclosão do escândalo do contraventor Carlos Cachoeira, e a criação da CPI, a agenda política do governo era de temas relacionados ao pacto federativo. Agora, a investigação vai ditar o ritmo e amarrar o trabalho no Congresso.
Lula e os medos de Dilma
Durante o encontro, ontem no Alvorada, o ex-presidente Lula voltou a demonstrar que está despreocupado com a CPI. Mas a presidente Dilma continuou batendo na tecla de que ela pode ser desastrosa para seu governo. Seus temores são dois: a CPI pode levar o escândalo para dentro do governo via Ministério dos Transportes; e pode paralisar o Congresso, atrapalhando a calendário de votações.
PMDB 1 x 0 PT
O PMDB liderou o bloco de partidos que aprovou o novo Código Florestal. O PT, que queria manter o texto do Senado em detrimento do relatório do deputado Paulo Piau (PMDB-MG), ficou no canto do ringue, alinhado ao PSOL e ao PV.
Governo x governo
Os governistas que derrotaram a posição da presidente Dilma na votação do Código Florestal reagem contra a afirmação de que o governo perdeu. "Perdeu como? Eu sou governo e ganhei", diz o líder do PMDB, Henrique Alves (RN).
OS SENADORES Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Pedro Taques (PDT-MT) e o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) fecharam posição comum ontem durante almoço. Serão contrários às tentativas de usar a CPI para promover acertos de contas políticos e regionais.
POLIGLOTA. O ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) fez ontem uma intervenção em inglês na reunião da União Africana. Como o português é uma das línguas de trabalho da organização, os países lusófonos estranharam a sua escolha.
O PSB, o PDT e o PCdoB racharam na votação do Código Florestal. O PT ficou só.
Nenhum comentário:
Postar um comentário