domingo, abril 01, 2012

Flexão no Código - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 01/04/12


Depois de bater pé pela aprovação do texto do Código Florestal do Senado, a presidente Dilma foi convencida, por alguns ministros, a reabrir a negociação com os ruralistas da base do governo. A presidente está disposta a fazer concessões para os setores moderados, representados pelo ministro Mendes Ribeiro (Agricultura). Mas há divisão no governo, por causa dos ambientalistas mais radicais, liderados pela ex-ministra Marina Silva.

Velha briga
O novo ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, defende a atualização dos índices de produtividade, utilizados como parâmetro para desapropriação de terras para a reforma agrária. Eles são os mesmos desde 1975 e sua atualização foi uma promessa de campanha do ex-presidente Lula. “A atualização dos índices tem que ser feita por razões econômicas, e não ideológicas. É uma discussão técnica. Não vai criar um caos na agricultura nem inviabiliza o agronegócio”, afirma Vargas. As tentativas de atualização feitas no governo Lula foram barradas pela bancada ruralista. No governo Dilma será diferente?

"O projeto do Eduardo (Campos) é a presidência da República. Quando, as condições objetivas vão dizer. Não vamos brigar com a realidade"
— Roberto Amaral, vice-presidente do PSB

ALINHADOS. A despeito das divergências no PSDB paulista, os serristas acreditam que tucanos e aliados marcharão unidos em torno da candidatura de José Serra à prefeitura de São Paulo. E justificam: o governador Geraldo Alckmin perde força para a reeleição se o partido perder a prefeitura de São Paulo, e o prefeito Gilberto Kassab (PSD) foi rejeitado por Fernando Haddad (PT) e agora precisa dos tucanos para disputar o Senado.

O retorno
O ex-presidente Lula marcou para 25 de abril sua primeira ida a Brasília depois da cura do câncer na laringe. Ele irá para a estreia do documentário sobre a posse da presidente Dilma, “Pela Primeira Vez”, de autoria de Ricardo Stuckert.

Congestionamento
Os senadores do PMDB travam guerra silenciosa pela presidência do Senado. São candidatos: Renan Calheiros (AL), Edison Lobão (MA), Garibaldi Alves (RN), Eunício Oliveira (CE) e Vital do Rêgo (PB). Muito cacique para pouco índio.

Aposta na opinião pública
As centrais sindicais querem isentar do Imposto de Renda a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) das empresas. A Fazenda resiste, alegando que isso significará prejuízo de R$5 bi aos cofres públicos. Mas, pelo cálculo do Dieese, o impacto seria de R$1,8 bi. Presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) diz que, se o governo não ceder, a isenção será incluída na medida provisória 556, em tramitação. “Ou vai fazer por bem, ou vai ter que vetar”, disse ele, apostando no desgaste da presidente Dilma.

Inadministrável
O governo não aceita excetuar produtos no projeto de unificação do ICMS sobre produtos importados, como quer o governador Renato Casagrande (ES), porque teme uma guerra de emendas no Senado, atendendo lobbies diversos.

Intromissão
Os senadores não gostaram nada de o STF ter fixado prazo, até o final deste ano, para o Congresso redefinir os critérios de distribuição dos recursos do Fundo de Participação dos Estados. Alegam que os Poderes são independentes.

NA PONTA DO LÁPIS. Além das capitais, Roberto Amaral (PSB) e Paulo Frateschi (PT) discutirão, nesta semana, os palanques em cidades como Mossoró (RN), Campinas (SP), e no Crato (CE).

CONDIÇÕES. A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) não descarta disputar a prefeitura de São Paulo, mas diz que para isso precisa ampliar o tempo de TV. “Não vou sair para marcar posição”, argumenta.

A PRESIDENTE Dilma está só esperando a poeira baixar para mudar o comando do Banco do Brasil.

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