sexta-feira, março 09, 2012

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 09/03/12
Estrangeiro 'desafoga' BNDES em infraestrutura
O papel do BNDES como grande financiador de obras de infraestrutura começa a ser atenuado, segundo a Abdib (associação de infraestrutura e indústria de base).

A instituição permanece como principal, mas a tendência de alívio deve se acentuar no longo prazo. Como alternativa, os recursos estrangeiros que vieram em 2011 atingiram níveis recordes, segundo estudo da associação.

A participação da infraestrutura na recepção de recursos estrangeiros brutos pelo Brasil subiu de 5,7% em 2007 para 26,1% em 2011.

O fluxo representou, em valores brutos em 2011, US$ 18 bilhões (cerca de R$ 32 bilhões) em projetos de petróleo, energia, saneamento, construção, transporte, holdings não financeiras e telecomunicação. Algumas operações correspondem a compra de participação acionária.

Pelo BNDES, sem contar a área de petróleo, foram aproximadamente R$ 68 bilhões.

Além do estrangeiro, ajudam a atrair recursos as recentes ações do governo na regulamentação de condições para aprovar projetos de investimento privado no setor, como a lei que reduz tributação de debêntures e títulos mobiliários.

"Há algumas frentes para desafogar o BNDES, uma delas é o mercado de crédito, com a emissão de debêntures que, neste ano, pode ganhar tratamento tributário diferente", diz Paulo Godoy, presidente da Abdib.

A atração de estrangeiros cresceu com a evolução dos projetos, segundo Fernando Puga, superintendente do BNDES. "O BNDES é ator chave, mas é importante que entrem outros. O Brasil saiu um pouco dos projetos que só modernizavam fábricas. Agora são esforços para mudar a matriz energética, logística."

O RICO QUE PROJETA CATEDRAIS
"Se eu tenho o dom de construir catedrais, qual o problema de o Brasil me usar? O país merece ter mais brasileiros nesta lista. Além de ter o maior jogador de futebol do mundo, a melhor modelo... melhores em todos os rankings", disse Eike Batista sobre estar em sétimo lugar entre os homens mais ricos do mundo no ranking da Forbes.

Ele segue sendo o brasileiro dono da maior fortuna, com US$ 30 bilhões.

"Essa é a fotografia de 2012. Entrei em 160 e tantos, fui depois para a 80ª posição. Às vezes, você fica que nem uma jiboia engolindo um boi e depois dá um salto."

O próximo avanço tem data marcada. Entre 2015 e 2016, ele pretende se tornar o homem mais rico do mundo e ultrapassar o mexicano Carlos Slim, líder da lista. Em 2011, Eike era o oitavo.

A lista da Bloomberg, porém, o coloca em décimo lugar, com fortuna um pouco menor, de US$ 29,7 bilhões, segundo o empresário porque não consideraram ativos dele que não estão listados em Bolsa.

"Reclamei com eles: para o americano vocês usam um critério e para mim, outro? Mas isso vai mudar." Eike, que tem cidadania alemã, também é o mais rico da Alemanha. Os US$ 30 bilhões que tinha em 2011 se mantiveram. Ele subiu de posição, pois o indiano Lakshmi Mittal, do setor siderúrgico, caiu.

Por incentivo a LAN houses, setor quer driblar Congresso
A demora para a tramitação no Congresso do projeto que prevê incentivos fiscais às LAN houses fez a associação do setor buscar alternativas para agilizar o processo.

A Abcid (Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital) mantém contato com deputados para que o tema seja tratado antes nos legislativos estaduais.

Há cinco projetos desse tipo em andamento e outros dois devem ser protocolados até o fim deste semestre.

O projeto federal, de 2004, foi aprovado em abril do ano passado pela Câmara e espera votação no Senado.

Para o presidente da associação, Mário Brandão, a lei seria importante para aumentar o número de LAN houses no país. Muitos desses estabelecimentos estão sendo fechados devido à alta de acessos domiciliares e móveis.

"Quando há envio de vírus, os centros pagam multas se não conseguem dizer qual usuário é responsável, o que não ocorre com operadoras de celular, no caso de trotes, ou com os Correios."

O deputado que sugeriu o projeto em São Paulo, Dilmo dos Santos (PV), espera que a lei passe a valer neste ano.

"A principal meta é fazer parcerias com o Estado para aproximar os jovens das LAN houses, sem que as mães se preocupem com isso."

NÚMEROS
6,5 anos foi o tempo necessário para aprovação do projeto na Câmara
5 Estados já têm projetos de leis que preveem incentivos às LAN houses (SP, RN, AL, AM e RJ)
2 Estados devem discutir propostas semelhantes até o final deste semestre (MG e RS)

MONOPÓLIO DA MINERAÇÃO
O setor de mineração deve receber 60% do total dos investimentos particulares destinados para Minas Gerias até o final do ano que vem.

Levantamento do Sebrae-MG aponta que aportes que somam R$ 47,9 bilhões estão planejados para o Estado (cerca de R$ 24 bilhões só para a mineração).

Os valores são de negócios anunciados até janeiro. "Os investimentos estão ligados ao processo de verticalização da indústria mineradora", diz o analista de inteligência empresarial do Sebrae-MG, Ricardo Leopoldo.
A expectativa do Sebrae é que essa concentração diminua. Setores como químico, hoteleiro, energético e de fertilizantes estão em expansão.

MODELO BRASILEIRO
A Accor repetirá a estratégia que já realiza no Brasil e buscará investidores para começar a abrir franquias de sua marca Ibis no México.

Com a medida, a rede pretende atrair investimentos de US$ 80 milhões e inaugurar 25 unidades até 2015. "Nosso foco são cidades com 100 mil a 300 mil habitantes", diz Steven Daines, diretor da bandeira na América Latina. A empresa tem 12 unidades no México, sendo dez deles Ibis. No Brasil, são 152 hotéis, com 63 Ibis.

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