sexta-feira, março 09, 2012

Corte e costura - SONIA RACY

O ESTADÃO - 09/03/12


O Ministério Público do Trabalho propôs ação civil pública de R$ 5 milhões contra a Casas Pernambucanas. Pede indenização por suposto uso de trabalho análogo ao escravo, em sua maioria o de bolivianos.

A investigação começou em 2010, e a empresa recebeu 41 autos de infração, entre eles degradação do ambiente, jornada exaustiva de trabalho e servidão por dívida.

Segundo o MPT, a empresa não reconhece responsabilidade pelo[TEXTO]s trabalhadores. Alega que apenas compra as peças de fornecedores.

Pró-mulher
A obrigatoriedade de os serviços de saúde notificarem todo e qualquer caso de violência completou aniversário esta semana. E a exigência fez com que o índice aumentasse 35%.

Entre as mulheres, segundo dados do Ministério da Saúde, a agressão mais comum é física (65,4%), seguida pela psicológica (29,8%) e sexual (18,3%).

Fogo amigo
Registrado por um petista: quem defendeu a aliança com Kassab está sendo escanteado na campanha de Haddad.

Eco do futuro
Vestido de ciclista, José Police Neto foi barrado, segunda, por seguranças à porta do WTC, onde tinha reunião. Argumento? O presidente da Câmara paulistana jamais andaria de bike.

Para resolver a questão, o oficial da PM que sempre o acompanha (também de bicicleta) teve de se identificar.

Eco 2
Dia seguinte, na avenida 23 de Maio, Police Neto foi “fechado” por um carro. Seu segurança acelerou a bike, parou o infrator e… discursou-lhe parte do Código de Trânsito.

Assustado, o motorista jurou mudar de atitude.

Tensão no ar
Servidores da Fundação Casa (antiga Febem) estão com argumentos na ponta da língua para propor greve hoje na assembleia geral da categoria.

Além de redução da jornada, equiparação salarial e fim da superlotação, há pedidos mais simples, como água potável, café de qualidade, canetas que escrevam, fim do banheiro unissex…

Tudo meu
As franquias Armani no Brasil estão sendo canceladas. Não, as grifes Giorgio Armani e Emporio Armani não deixarão o País. Trata-se do fim dos intermediários.

A marca decidiu assumir a operação. O que deve resultar em redução de preços. Deve…

Fora de foco
Manifestantes desistiram de protestar em frente ao Ministério do Meio Ambiente – na mobilização de quarta, em Brasília, contra o Código Florestal.

Fora de foco 2
Ao tentar reuni-los,Mario Mantovani, do SOS Mata Atlântica, convenceu-se da inutilidade da manifestação. “Defendendo o projeto do Senado, o ministério mostra ser realmente do ‘Meio’. Quer meia APP, meia anistia, meia recuperação de reserva legal. Ou seja: tudo meia-boca.”

Batalha solo
Tripoli trabalha, no Congresso, para mudar o voto dos tucanos que tendem a aprovar o Código – seguindo o governo e os ruralistas.

A arte dos bons negócios
A Tefaf, uma das maiores feiras de arte e antiguidades do mundo, completa 25 anos. Em conversa por telefone com a coluna, de Londres, Ben Janssens adiantou alguns flashes do evento que acontece, a partir do dia 15, em Maastricht, na Holanda.

Haverá surpresas este ano?

Planejamos uma espécie de retrospectiva, uma exposição com 25 amostras do que trouxemos a Maastricht nesses anos todos. Também lançaremos um livro especial para a data. A grande novidade, entretanto, é a criação de um fundo para restauração de obras. Os grandes museus poderão pleitear restauro de algum trabalho ou pintura – e os custos serão arcados pela própria Tefaf.

Já há inscritos?

Sim, temos vinte inscrições. E selecionamos duas, que virão a público logo, logo.

No começo de 2011, o senhor afirmou que a crise não atingiria o mercado de arte. Isso realmente aconteceu?

Tivemos alguns reveses no ano passado, mas me sinto muito otimista sobre a feira. Principalmente no que se refere ao mercado de arte moderna. Tem muita gente aproveitando a oportunidade para investir em arte. Compram não apenas porque gostam, mas porque enxergam ali um nicho importante de valorização do ativo. Trata-se de uma alternativa ao ouro e ao mercado financeiro, que andam extremamente instáveis.

A China tem sido a grande alavancadora de preços?

Sim, os chineses tem sido compradores muito vorazes. Eles gostam de colecionar arte. Nesses últimos anos, temos feito muitas coisas com os asiáticos e fiquei impressionado com o interesse deles pela feira. Por outro lado, existe grande desenvolvimento e valorização da arte chinesa – especialmente no que diz respeito a antiguidades.

O senhor pensa em replicar a feira em outros lugares? Na China, talvez?

A cidade de Maastricht é tão única. Preferimos nos concentrar lá. Talvez, no futuro, pensemos em outro lugar. Nosso foco, por enquanto, é fazer as pessoas virem a Maastricht viver essa experiência.

Qual o segredo para manter-se no topo da pirâmide de arte durante 25 anos?

Muito trabalho (risos). A verdade é que manter o nível da feira depende também da qualidade dos visitantes e expositores. E mais: ela só existe se houver negócios. Esperamos muitos brasileiros por lá.

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