domingo, março 25, 2012

12 meses - JOSUÉ GOMES DA SILVA


FOLHA DE SP - 25/03/12

Em março de 2011, o tsunami no Japão abalou o mundo, e o cinema perdeu Elizabeth Taylor. Nos EUA, realizava-se o primeiro transplante de rosto da história da medicina, enquanto o presidente Obama mostrava sua face ao nosso povo, na primeira visita ao Brasil. De "cara para o gol", Rogério Ceni, do São Paulo, marcou o seu centésimo, tornando-se o maior goleiro artilheiro de todos os tempos.

Em abril, a agência Fitch elevou a nota do Brasil. Na Europa, a crise não impediu a pompa do casamento do príncipe William e de Kate Middleton, em Londres.

Em maio, Osama bin Laden foi morto por forças norte-americanas no Paquistão, enquanto a sonda Gravity Probe B confirmava a teoria da relatividade, de Albert Einstein. No Brasil, o STF reconheceu a união homossexual estável.

O papa Bento 16 aderiu ao Twitter em junho, enquanto, em nosso país, hackers usavam a internet para atacar sites do governo. O Santos ganhou o tricampeonato da Libertadores da América.

Em julho, a ONU anunciou que 67 milhões de crianças não têm acesso a educação. Em Londres, morria a cantora britânica Amy Winehouse.

Agosto escancarou a ousadia do crime: em Niterói, grupo de extermínio executou a juíza Patrícia Acioli, de São Gonçalo. Os EUA foram rebaixados pelas agências de classificação de risco, mas nossa Bolsa de Valores teve a maior alta desde 2009.

Os dez anos dos atentados contra as torres gêmeas, em Nova York, foram lembrados com tristeza em 11 de setembro. No Brasil, o governo aumentava o IPI de carros importados. Na Primavera Árabe, o ditador Gaddafi foi morto na Líbia. Na primavera da América do Sul, Cristina Kirchner foi reeleita presidente da República Argentina e os brasileiros comemoraram o recorde de medalhas na natação, no Pan de Guadalajara. Morria o gênio Steve Jobs, mas a vida pulsava no anúncio de que o número de habitantes da Terra chegava a sete bilhões.

Novembro começou com a decisão do Banco Central Europeu de reduzir os juros diante do agravamento da crise no velho continente. O ano velho terminou com o Corinthians campeão brasileiro e o triste adeus do seu ídolo Sócrates.

Em janeiro último, o governo Dilma fez seu primeiro aniversário. Entre catástrofes da natureza, como as enchentes no Norte do Brasil, e avanços da humanidade, como a descoberta de droga contra o câncer de útero, o planeta segue o curso inexorável do tempo.

Nos últimos 12 meses, pensei muito sobre isso. Tudo passa! Ficam os ensinamentos, a memória, o exemplo e a saudade dos que nos deixaram, como o vice-presidente José Alencar, meu pai, que se despediu em 29 de março de 2011. Tudo que sei aprendi com ele, exceto os erros que cometi.

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