segunda-feira, janeiro 23, 2012

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 23/01/12



Indústria do cinema passa a fazer trailer para o Brasil

Ao se tornar o maior mercado de cinema da América Latina, com 135 milhões de espectadores em 2011, o Brasil começa a atrair a atenção da indústria cinematográfica mundial, que passou a encomendar a produção de trailers exclusivamente para o público do país.

O mercado americano costuma produzir, para cada filme, um trailer a ser distribuído no mercado interno e outro para ser exibido no exterior.

Três produções recentes (uma espanhola e duas americanas), porém, mostram o início de uma mudança.

"A Pele que Habito", "The Runaways - Garotas do Rock" e "Jogos Vorazes" ganharam trailers feitos só para o Brasil. "Mas é um mercado ainda muito incipiente se comparado com o dos EUA", diz Marcos Horácio Azevedo, sócio da produtora Tatuí, que produziu os três trailers, além de comerciais para oito filmes estrangeiros -entre eles, o do megasucesso "Crepúsculo".

Antes, diz Horácio, o material vinha pronto. Aqui era feita apenas a dublagem.

Azevedo conta que sua produtora vem trabalhando com encomendas feitas pela distribuidora brasileira Paris Filmes, mas afirma que multinacionais já começam a se interessar em produzir peças locais e a procurar a empresa.

Cada trailer de dois minutos e meio pode custar R$ 50 mil. Por enquanto, poucas empresas no Brasil fazem esse tipo de trabalho. Nos EUA, há em torno de 30 companhias especializadas.

Superavit entre os maiores

O Brasil teve superavit de US$ 2,1 bilhões com os seus 25 principais parceiros comerciais em 2011.

O intercâmbio de produtos do Brasil com cada um desses países representou ao menos US$ 4 bilhões. Somadas, o valor total das 25 relações comerciais brasileiras mais volumosas no ano passado chegou a US$ 380,1 bilhões.

A China foi responsável pela corrente de comércio bilateral mais elevada e pelo maior superavit brasileiro em 2011, de US$ 11,5 bilhões.

"Mesmo com esse resultado e a crescente demanda por produtos brasileiros, a China tem uma posição confortável ante o Brasil por exportar produtos industrializados, de valor menos vulnerável", diz Kjeld Jakobsen, presidente do Instituto para o Desenvolvimento da Cooperação e Relações Internacionais e mestre no assunto pela USP.

Apesar de acumular superavit de US$ 2,1 bilhões no saldo total com seus principais parceiros, o intercâmbio foi deficitário em 14 dos 25 casos.

Entre os quatro países da América do Sul que foram analisados, apenas a Bolívia leva vantagem sobre o Brasil.

"A capacidade boliviana para importar os produtos industrializados brasileiros é muito reduzida, então não conseguimos nos impor como aos outros vizinhos continentais", afirma o professor do Insper Régis Braga.

Na Europa, há equilíbrio: o Brasil tem deficit com quatro países e superavit, com cinco. "Já temos tecnologia para produzir o que antes importávamos de lá", diz Braga.

Gestão no supermercado

O Grupo Pão de Açúcar, pela primeira vez, vai realizar uma parceria com o Sebrae-SP para capacitar os clientes comerciantes de seu atacarejo Assaí.

A nova unidade da marca, que será inaugurada nos próximos dias, terá uma equipe para ajudar pequenos empresários de pizzarias, padarias e outros a abrir negócio e formalizar ou melhorar a gestão de seus empreendimentos.

A companhia inaugura amanhã, em Mogi das Cruzes (SP) sua primeira loja neste ano, com a bandeira Assaí.

O investimento, de R$ 17 milhões, é superior ao praticado nas unidades anteriores, de cerca de R$ 10 milhões. A previsão é que sejam abertas 60 lojas até 2014.

Iorgute sul-americano

Os sorvetes de iogurte da Yogoberry chegarão a países vizinhos ainda neste ano. A empresa pretende abrir franquias em Buenos Aires e Assunção. Para o Brasil, a previsão é inaugurar mais 30 unidades até dezembro.

Desde julho de 2011, a rede já tem uma franquia fora do país. Um empresário iraniano esteva de férias no Brasil em 2010 e decidiu levar a marca para o Oriente. Também há negociações com americanos e europeus.

"Mas operacionalmente é mais fácil começarmos a expansão pela América Latina", diz Marcelo Bae, fundador da marca.

A rede tem hoje 107 unidades em 14 Estados e faturamento de R$ 80 milhões.

Futebol... A SPR Franquias, que tem três redes de lojas ligadas a Corinthians, Vasco e São Paulo, abrirá 90 unidades por ano até 2014. Hoje a companhia já tem 156 franquias em nove Estados e, neste ano, entrará em mais cinco.

....mercadológico
A SPR, que entrou nesse negócio em 2008, diz negociar a abertura de lojas com mais quatro clubes para passar a operar em todos os Estados brasileiros. O preço médio de abertura por franquia é de R$ 200 mil.

Sobremesa A Ofner abrirá duas unidades em São Paulo até o final do primeiro trimestre deste ano. Para o restante de 2012 estão previstas outras duas inaugurações. A rede prevê crescimento de cerca de 4% para este ano.

com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

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