sexta-feira, janeiro 13, 2012

CLAUDIO HUMBERTO

“Pernambuco merece, mas as outras regiões também”
Senador Álvaro Dias (PSDB-PR), sobre as denúncias contra o ministro da Integração

CNJ: LICITAÇÃO PULOU DE R$ 5 PARA R$ 68 MILHÕES

Órgão de controle externo do Judiciário, o Conselho Nacional de Justiça pode, inclusive, investigar denúncias contra magistrados, mas e quem fiscaliza o próprio CNJ? A resposta a esta pergunta será decisiva na apuração da curiosa concorrência aberta e concluída no prazo recorde de nove dias, e cujos valores, estimados em R$ 5 milhões, saltaram depois para impressionantes R$ 68,6 milhões. O CNJ nega direcionamento da licitação, que seria lastreada em pareceres técnicos.

PROJETO BASE

A área de Informática fez o projeto de expansão da base de dados do CNJ, mas prevaleceu a proposta 14 vezes mais cara de uma empresa.

QUANTA GENTILEZA

Muito boazinha, a empresa CDS/NTC, parceira da multinacional Oracle, reduziu depois sua proposta ao CNJ para R$ 68,6 milhões.

PUNIÇÃO INJUSTA

Diretor de Informática do CNJ, Declieux Dantas advertiu que eram supérfluos os equipamentos ofertados pela CDS/NTC. Foi demitido.

MERECE O GUINESS

O processo de licitação, que dura ao menos 60 dias, começou no CNJ no dia 10 e acabou em 19 de novembro. Nove dias, recorde espanto-so.

NEGROMONTE ACHA QUE NÃO CAI, NEM FORTES VOLTA

O ministro Mario Negromonte (Cidades) garante ter o apoio de 38 parlamentares do seu partido, o PP, e que a presidente Dilma assegurou sua permanência. Marcio Fortes foi demitido porque perdeu apoio do partido, por isso não acredita no retorno do ex-ministro. Negromonte ganhou confiança após interromper as férias para lançar, com Dilma, 370 mil unidades do Programa Minha Casa, Minha Vida.

SÓLIDA MAIORIA

O PP de Mário Negromonte tem 39 deputados e cinco senadores. O apoio de 38 deles representa 86% do total.

ORÁCULO

Dilma se reuniu por três horas com Lula ontem. Até os buracos que proliferam em Brasília sabem o tema da conversa: reforma ministerial.

À MODA DILMA

O ministro Fernando Bezerra (Integração) usou ontem apresentação em Power Point para tentar demonstrar que não fez o que de fato 

fez.

DESMAMADO

O “fogo amigo” do PT contra o governador Eduardo Campos (PSB) “queimou” o aliado dele, ministro Fernando Bezerra (Integração), no Senado: poucos petistas apareceram para defendê-lo das denúncias.

NA COLA

O deputado João Paulo (PT) não saiu da cola do senador Armando Monteiro (PTB), ontem, durante o depoimento de Fernando Bezerra. Ameaçou lançar candidato se JP não disputar a Prefeitura de Recife.

PRIMEIRO OS MEUS

A diretoria de Empreendimentos da Infraero é reservada a engenheiros porque fiscaliza, por exemplo, obras em aeroportos. Mas o presidente da estatal, Gustavo do Vale, preferiu no cargo um amigo bancário.

OBRA PARALISADA

A estatal Valec aplicou o calote no consórcio de três empresas da obra da ferrovia Oeste-Leste, cujo percurso acaba no Sul da Bahia, por isso os salários atrasaram e os trabalhadores entraram em greve.

VOANDO ALTO

O Brasil pagou R$ 1,9 milhão por “piloto” treinado para o Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant), que não decola para vigiar a Tríplice Fronteira. A formação de piloto de caça F-18 Hornet (EUA) custa US$ 2 milhões. Avião espião pode ser treinado em simulador de voo.

AMIGO DA ONÇA

A Ceade, estatal de águas do Rio, dá cano há meses na empreiteira Delta, para pagar antiga dívida judicial de R$ 1,9 bilhão. A Delta fatura cerca de R$ 140 milhões mensais na Cedae.

OI FUTURO

A Oi vai comemorar os 10 anos de seu instituto de responsabilidade social, o Oi Futuro, com o lançamento de um cartão telefônico, que virou item de colecionadores. A tiragem será de 100 mil exemplares.

CIRURGIÕES

Armando Oliveira e Silva assume nesta sexta a presidência do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Sua meta é agregar os Estados que ainda estão fora da entidade. No Norte, só o Pará é representado.

PENSANDO BEM...

...O ministro Fernando Bezerra (Integração) tirou vários Coelhos da cartola ontem, no Senado. 

PODER SEM PUDOR

‘DEMOCRACIA’ GARANTIDA

Nos anos 40, apesar do fim da ditadura Vargas, o poder político era definido segundo a vontade dos “coronéis”, no interior. Era o caso de São Caetano, no Agreste pernambucano. Lá, mandava o “coronel” João Guilherme. Na primeira eleição após o Estado Novo, ele destacou uns cabras para o trabalho, digamos assim, de “boca de urna”: ficavam nas proximidades dos locais de votação perguntando aos eleitores se eles votariam no candidato do coronel. Se a resposta fosse “não”, os eleitores ouviam a “sugestão”:

– Acho melhor o senhor não votar, não. É para não atrapalhar a democracia.

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