sábado, janeiro 21, 2012

Campanha em SP parece “Mulheres Ricas” - JORGE BASTOS MORENO - Nhenhenhém

O GLOBO - 21/01/12


Como em Brasília não tem eleição para prefeito; no Rio, ainda não apareceu oficialmente nenhum candidato para concorrer com Eduardo Paes; em Belo Horizonte, PT e PSDB vão acabar se unindo de novo para reeleger Márcio Lacerda, e, em Porto Alegre, só dá Manuela D’Ávila, as emoções todas estarão concentradas em São Paulo.

Esta semana, por exemplo, em reunião do grã-tucanato, Serra ameaçou processar quem insistir em colocá-lo como candidato à sucessão de Kassab:

— Para que serve isso? Só para saírem pesquisas falando da minha rejeição!

Está certo o José Serra!

Como está certo o seu arquiinimigo Chalita, candidato do PMDB, ao não aceitar minhas provocações. Veja:

— Walter Feldman, que passou 2011 todo em Londres como observador das Olimpíadas 2012 — fazendo o quê, não sei —, chega te chamando de nojento. Meu amigo Andrea Matarazzo te chama de elitista que não sabe onde fica a cracolândia, como se ele também conhecesse. Qual a sua resposta?

— Os dois não passam de bocas de aluguel do Serra. E eu não perco tempo com eles. Quero é debater com Serra, não com seus marionetes.

Nota triste
Como há gente ruim no mundo!

É a inveja, só pode, que está tirando a ministra Ana de Hollanda da Cultura.

Para mim, já era assunto resolvido.

Eis que, esta semana, a presidente Dilma confidenciou a uma amiga minha que as pressões políticas são muito fortes para que ela dispense Aninha do cargo.

Dias contados
Dilma, infelizmente, vai deixar passar alguns dias para fazê-lo.

Logo agora que a ministra começa a conhecer melhor os problemas do setor.

Máfia
Mas eu não vou aceitar isso calado!

Vou dar aqui nomes de todos os petistas que estão conspirando contra a ministra Ana de Hollanda.

São os mesmos que conspiraram contra Juca Ferreira.

Nota alegre
E esta outra notícia eu dou sem a menor tristeza.
A presidente não se esqueceu coisa nenhuma do Negromonte.

Deixe ele pensar que sim!

Seu nome está marcado no calendário da reforma gradual e segura do Ministério.

A indispensável
Marta Suplicy, a, para Dilma, “indispensável” no Senado, caminha a passos largos para deixar de sê-lo!

Numa conversa com companheiros, Lula previu que se a senadora for para o Ministério, ela vai abraçar com entusiasmo a candidatura de Fernando Haddad.

Obsessão
Lula, por sinal, tem sido samba de uma nota só.

Só aceita conversar sobre a eleição na capital de SP.

A vitória de Haddad passou a ser uma questão de honra para o ex-presidente.

Que coisa! Assassinos!
Indignado, o ministro Padilha me contou que, além da omissão de socorro, houve crime de “racismo institucional”, no caso da morte do secretário Duvanier Paiva Ferreira, do Ministério do Planejamento.

— Duvanier e sua mulher foram barrados no hospital porque eram negros! — disse-me o ministro.

Investigações, processos e a urgente regulação dos hospitais privados — são as primeiras das providências tomadas pelo governo, sob a orientação direta da presidente Dilma.

Particularmente, nunca pensei que um dia experimentaria este sentimento: o de ter vergonha de, como negro, viver num país em que se deixa morrer gente por discriminação racial.

Aconteceu com um negro que exercia cargo de autoridade.

Fechamento do hospital é pouco!

Cadeia, já!

É o mínimo! Critério
Dilma Rousseff, no intervalo de uma das reuniões setoriais de anteontem, comenta:

— Vocês viram a repercussão positiva para o governo por eu ter nomeado uma pessoa altamente qualificada para o Ministério da Ciência e Tecnologia, em vez de colocar um político?

E ameaçou:

— Estou pensando em fazer isso daqui para frente, a começar pelo Ministério do Trabalho.

Triste realidade
Eu tinha muitas notas engraçadas para colocar aqui, mas confesso que, depois da minha conversa com o ministro da Saúde sobre o crime praticado pelo hospital Santa Luzia, aqui de Brasília, passei a ter uma crise nervosa de náusea e pânico.

Só vamos acabar com racismo no dia em que reconhecermos sua existência.

Há racismo, sim, no Brasil! É necessário punição. Nada de teorias: cadeia!

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