quarta-feira, julho 06, 2011

TUTTY VASQUES - Assim falou Hugo Chávez


Assim falou Hugo Chávez
TUTTY VASQUES
O ESTADÃO - 06/07/11

Ernesto Che Guevara foi o primeiro a dar os pêsames a Friedrich Nietzsche (1844- 1900). O filósofo juntou-se ao líder guerrilheiro na galeria de figuras históricas evocadas nos delírios de Hugo Chávez. Em seu "eterno retorno" de Cuba, o presidente venezuelano elegeu o poema-manifesto Assim Falou Zaratustra seu novo gibi bolivariano de cabeceira. Anda citando a obra do pensador alemão como se fosse um puxadinho de suas próprias ideias.

Na reinterpretação literária de Chávez, todos os seus revolucionários de estimação - aí incluídos Guevara, José Martí, Simon Bolívar e Fidel Castro - são a mais completa tradução do "super-homem" nietzschiano.

Não cabe aqui explicar que diabos o filósofo quis dizer com sua tese sobre o ser humano em transição para algo melhor na cadeia evolutiva, basta por enquanto entender que isso nada tem a ver com o discurso convalescente de Hugo Chávez.

Não é a primeira vez que tal conceito é alvo de apropriação indébita: a Alemanha do início do século 20 também pegou carona na ideia do "novo homem" de Nietzsche para fundamentar o nazismo. No caso de Chávez, convenhamos, nem é tão preocupante assim. Relaxa, vai!

Que Pola é essa?!
Nove entre dez intelectuais brasileiros na Flip vão torcer pela Argentina na próxima rodada da Copa América. Alguns já até circulam por Paraty com a camisa azul e branca do Messi tentando chamar atenção da escritora Pola Olaixarac, a coisa mais fofa da literatura mundial, procedente de
Bariloche. Periga ela roubar a cena de Oswald de Andrade logo mais na abertura da festa. Merece!

Partidão
Com o novo salário de R$ 24 mil na Prefeitura, Gilberto Kassab virou aquilo que no PSD chamam de "bom partido". A solteirice do prefeito pode estar com os dias contados.

Ô, raça!

Dominique Strauss-Kahn quer processar escritora francesa que o chamou de "chimpanzé no cio". Ou será que o fato de o ex-diretor-gerente do FMI ser branco descaracteriza a intenção de racismo?

Ideia fixa

A desculpa da ação de hackers colou, mas não foi na primeira vez que a FoxNews matou o presidente dos EUA neste ano. Em maio, a rede de televisão americana foi uma das que trocaram Osama por Obama em seus letreiros para anunciar a morte do terrorista. É o tipo da notícia que, se um dia vier a se confirmar, ninguém acreditará na informação da emissora!

Pechincha divina

Se é mesmo verdade que Neymar paga R$ 13 mil por mês de dízimo para a Igreja Batista Peniel, perto do que a Renascer levava do Kaká, francamente, tá barato pra caramba!

Escreveu, não leu...

Sérgio Cabral criou ontem um código de conduta e dois conselhos de ética para si mesmo. Se, ainda assim, o governador não se comportar, o jeito vai ser apreender o jatinho do Eike Batista.

JOSÉ SIMÃO - Ueba! Neymarta pra Seleção!


Ueba! Neymarta pra Seleção!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SP - 06/07/11

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Pensamento do Twitter: "Deus fez o Céu e a Terra e o resto foi feito na China". Rarará!
E adorei a charge do Amorim sobre a fusão Carrefúcar. A caixa: "A senhora vai pagar em dinheiro ou cartão?". "Aceita BNDES?" Rarará!
Atenção! Fusão no futebol! Eu tenho a solução para a seleção. A fusão Neymar-Marta! NEYMARTA! Neymarta pra seleção. Junta a crina de moicano com o rabo de cavalo!
Como diz o patrocinador da seleção: eu quero ver é Gol. Senão vamos ter de chamar a zaga do time de Guanhães, Minas: Nem Cu de Frango, Zóio, Bafo e 3 Peidim!
E como disse um leitor: "O Galvão deveria transmitir o Apocalipse!". Com Pato e Ganso, a seleção está sendo chamada de seleção quack!
BUM! Mais quatro bueiros-bomba explodem no Rio. E sabe como é o nome do motorista que escapou do bueiro-bomba? Rodrigo Façanha! Eu já disse que o Rio vai ter de mudar de nome pra BUEIROS AIRES! E Copacabana vira Copacabomba. E Leblon, Leblomba!
E o Eramos6 diz que antes corríamos o risco de bala perdida, agora corremos o risco de bueiro perdido! Quatro bueiros-bomba explodindo. Parece trailer das "Tartarugas Ninjas"! São João fora de época! A Nasa vai lançar foguete a partir dos bueiros do Rio.
E esta: "Ministério dos Transportes elevou verba de 11 obras sob suspeita". Então é Transporte de Valores! Rarará! E tem um suspeito em cobrança de propinas que se chama: Pagot! PAGOT?! Pagot e levou. Não Pagot, não levou! Rarará! E a empresa sócia do Carrefour que se chama CASINO? Jogue na roleta e ganhe dois pacotes de Doritos! É mole? É mole, mas sobe!
E mais uma predestinada. Especialista em recursos humanos, o famoso RH: Alessandra DEMITE! Rarará! E, quando ela nasceu: "Minha filha, você vai se chamar Alessandra Demite e vai mandar todo mundo passar no RH".
E, em Limeira, um casal requereu a retificação do seu registro de casamento. Para que fosse adicionado o sobrenome do marido Pinto ao nome da mulher.
Sentença do juiz: "Determino ao sr. escrivão que insira o Pinto no assento da requerente, já que o marido não o fez em tempo hábil". Se o marido não fez em tempo hábil, chama o Ricardão. Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar meu colírio alucinógeno!

ANCELMO GÓIS - Milton para sempre

Milton para sempre
ANCELMO GÓIS
O GLOBO - 06/07/11

Depois de Chico Buarque, agora é Milton Nascimento que terá toda a sua obra e o seu acervo pessoal digitalizados pelo Instituto Antonio Carlos Jobim. O trabalho será patrocinado pela Vale. O instituto, além do de Chico, já guarda os acervos de Tom, claro, e Dorival Caymmi. 

‘O astro’

A TV Globo pôs ontem na internet, para badalar a reedição da novela “O astro”, um aplicativo que promete fazer sucesso. Nele, Francisco Cuoco narra para as mulheres as características de cada signo (o texto é de um astrólogo de verdade, Alexey Dodswoeth). Confira só em http://especial.mandaladoamor. redeglobo.globo.com/. 

Isto era Itamar I

Certa vez, numa solenidade no Planalto, Itamar Franco, conhecido galanteador, virouse para o amigo Henrique Hargreaves e apontou:
— Está vendo aquela mulher ali? Não tira os olhos de mim. E Hargreaves: “Claro, presidente. Ela é da sua segurança.” 

Isto era Itamar II 
Itamar também gostava de se gabar que enganava o serviço de segurança, que deveria acompanhá- lo 24 horas. Pegava um carro no Rio e ia para Juiz de Fora. O Gabinete Militar sabia de tudo. Mas os agentes eram instruídos a manter distância para não irritar o presidente.

No mais...

O elogio mais comum a Itamar é que era honesto. Hoje, está aí uma tragédia. Honesto, agora, é exceção e não regra. Virou diferencial.

A vida como ela é
A família Rodrigues, do velho Nelson, o “anjo pornográfico”, chega à sua terceira geração literária. Mário Vítor Rodrigues, neto de Nelson e filho de Joffre, publica este mês, pela Nova Fronteira, o romance “Absolvidos”.

Piratas do mundo
A “Piauí” traz longo perfil de Ricardo Teixeira, feito pela coleguinha Daniela Pinheiro. Teixeira saiu atirando na imprensa e nos “piratas do mundo”, como ele chama os ingleses por causa de um ex-cartola britânico que o acusou de querer vender seu voto na escolha da sede da Copa de 2018. 

Aliás...
Sobre o goleiro Bruno, acusado de mandar matar a namorada, Teixeira acha que há pelo menos cinco jogadores de renome que o futebol salvou:
— Eles teriam sido mortos antes dos 15 anos, por terem índole de criminosos. 

Abertura em BH...

Também à “Piauí”, João Havelange apostou que a abertura da Copa será em Belo Horizonte: 
— O Ricardo é o quê? Mineiro, não é? Aécio é amigo dele, não é? Onde você acha que vai ser a abertura da Copa?

Crime e castigo

O Órgão Especial do Ministério Público do Rio manteve ontem a advertência contra a promotora Elisa Pittaro. Em agosto de 2010, ela pediu o arquivamento das investigações de maus-tratos contra Joanna Marcenal, de 5 anos, que morreu no mesmo mês.

Portela na Bahia
O enredo da Portela em 2012 será sobre as festas da Bahia. 

Defesa do maestro
Quinta, no Municipal do Rio, o pianista João Carlos Martins fez uma pausa para registrar a presença do maestro Roberto Minczuck. A plateia aplaudiu. Martins critica a forma como Minczuck conduziu a demissão de 34 músicos da OSB, mas voltou a dizer que ele foi “o único maestro brasileiro, depois de Eleazar de Carvalho, a reger algumas das principais orquestras do mundo”.

Tartaruga
A obra do estaleiro de Eike Sempre Ele Batista no Porto do Açu ficará parada até setembro. É que a OSX, de Eike, lançou ao mar 44 mil tartarugas, como compensação, mas 20 morreram. As autoridades ambientais exigiram que, até a desova, em setembro, a obra espere. 

Saturnino, o escritor
Saturnino Braga, o ex-senador e ex-prefeito do Rio que completa 80 anos em setembro, depois da vida inteira dedicada à política, entregou-se à rotina de escritor de ficção. Chega às livrarias dia 21 deste mês seu primeiro romance, “Cartas do Rio”, sobre o dia a dia de um casamento. 

ILIMAR FRANCO - Desandando

Desandando
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 06/07/11

A tentativa de acordo entre os estados produtores e não produtores de petróleo, sobre a nova distribuição dos royalties, está por um fio. O governo federal não está disposto a bancar a fórmula que mantém o quinhão dos produtores e destina parte da receita aos demais. Ontem, para senadores, o secretário- executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, detonou a ideia de que a União anteciparia aos estados receitas futuras de royalties.

Alfredo Nascimento na berlinda
Mesmo mantido no cargo, é crítica a situação do ministro Alfredo Nascimento (Transportes). Ele perdeu o controle de seu destino, e sua sobrevivência depende do não surgimento de fatos novos e de seu desempenho nos depoimentos no Congresso, previstos para a próxima semana. O ministro resistiu o quanto pôde a prestar esses esclarecimentos aos parlamentares. Os aliados não querem jogá-lo às feras, mas estão constrangidos para fazer sua defesa. Não sentem segurança. Alguns começam a entender por que o PR decidiu expulsar o ex-líder Sandro Mabel (GO), quando este se lançou candidato a presidir a Câmara.

"Não tenho nada com isso. O problema é o modelo que obriga a gente a engolir indicações” — Alfredo Nascimento, ministro dos Transportes, perante aliados, reclamando das nomeações feitas pelo PR

À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS. A cena aconteceu no gabinete do líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR). José Serra, na foto, entra na sala e aborda o presidente mineiro dos tucanos, deputado Marcus Pestana. Serra atacou: “Nós somos amigos! Você fica falando mal de mim! Você vai sossegar agora.” Pestana reagiu: “Você tá doido!” O bate-boca não parou aí. Foi preciso que a turma do deixa-disso entrasse em campo para abafar o acalorado embate. Na plateia, uns 20 parlamentares tucanos.

Está fora
Apesar de estar recebendo apoio, inclusive de parlamentares da oposição, o diretorgeral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, que entrou de férias depois de ter sido afastado, não voltará para o cargo. Seu destino foi selado pelo Planalto.

Surfando na crise
Para a oposição, o ministro Alfredo Nascimento (Transportes) só não foi demitido ainda por causa dos 40 votos do PR na Câmara. Ela aposta no recrudescimento da crise. No governo FH, o então PL não tinha cargo no primeiro escalão.

Um novo PSDB vem aí
Os tucanos encomendaram uma ampla pesquisa nacional de opinião pública para sondar os desejos e os sonhos dos brasileiros, sobretudo da classe média recémsaída da pobreza. O cientista político Antonio Lavareda está no comando do trabalho de campo. Depois de saber o que a população quer, os políticos e intelectuais do partido vão se debruçar na elaboração de um novo programa e de novos projetos de ação. 

Na lupa

Os ministros do Grupo Executivo da Copa vão criar uma equipe para acompanhar semanalmente o andamento das obras nos estádios. Eles também vão monitorar as intervenções das pastas da Justiça e da Defesa na área de segurança. 

Costura
O ministro Alexandre Padilha (Saúde) jantou ontem com senadores. Conversaram sobre a emenda 29. O governo quer votá-la, mas teme que o Senado resgate o texto original do ex-senador Tião Viana, que aumenta as despesas da União.
 GENTE de peso no PSDB está defendendo que o exsenador Arthur Virgílio (AM) transfira seu título para o Rio e dispute a prefeitura no ano que vem. 
 INFORME recebido pela direção nacional do PSDB: o secretário de Energia do governo paulista, José Anibal, venceria uma convenção para definir o candidato do partido à prefeitura de São Paulo.
● PARA MUDAR o nome do aeroporto de Salvador para Dois de Julho, data da expulsão dos portugueses da Bahia, o governador Jaques Wagner terá que aprovar lei federal. O nome atual, Luiz Eduardo Magalhães, foi votado no Congresso.

ZUENIR VENTURA - Um modelo para Dilma


Um modelo para Dilma
ZUENIR VENTURA
O GLOBO - 06/07/11

Há pelo menos um ponto em comum entre Dilma Rousseff e Itamar Franco. Ambos chegaram à Presidência meio por acaso. Ele, pelo impeachment de Collor, e ela, por obra e graça de Lula. Os dois superaram a expectativa. Itamar foi uma surpresa. Tratado inicialmente como um político provinciano, o chefe da "República do pão de queijo" acabou implantando o projeto econômico mais importante do Brasil moderno, o Plano Real, cuja autoria nem sempre lhe foi atribuída, e ele morreu com essa mágoa, acreditando que, se não fosse ele, "FHC seria hoje um professor universitário". O seu governo foi exemplar do ponto de vista ético e político, pois manteve a ordem democrática e restabeleceu a confiança institucional em um país saído de uma grave crise. Marcado pela honestidade, o maior escândalo de sua administração talvez tenha sido a foto com a namorada sem calcinha no carnaval carioca - o que é até engraçado, se considerarmos a onda de corrupção que pontuou os governos seguintes, principalmente o do PT.

Diante de tudo isso, Dilma poderia eleger Itamar como modelo e inspiração. Aliás, se já tivesse seguido o seu exemplo, ela teria evitado a crise causada por Palocci, que tanto desgastou o seu governo. O ex-presidente ensinou como se comportar nessas situações. Quando seu amigo e chefe da Casa Civil, Henrique Hargreaves, foi acusado por um jornal de tráfico de influência, ele o chamou ao palácio e o demitiu. Que ele se defendesse na justiça. Se inocentado, reassumiria o cargo. Justificou-se dizendo que não era a ele que as explicações deveriam ser dadas. Depois de inocentado, Hargreaves voltou às suas funções. Por que não fazer o mesmo agora com o ministro dos Transportes, em vez de mantê-lo sob suspeição?

Embora sem resistir às pressões da base, como conseguiu no começo de seu governo - ela cedeu depois em alguns casos e tergiversou em episódios como o do sigilo eterno - Dilma surpreendeu por alguns gestos de coragem e também de independência, como o que inaugurou a distensão política. Ao cumprimentar FHC pelos seus 80 anos, exaltando virtudes que a política tem por hábito só conceder aos adversários pós-morte, ela deu a seus pares uma lição de civilidade, principalmente aos que não acreditam no princípio democrático de que pode haver divergência com cordialidade, desacordo sem rancor ou hostilidade.

Antonio Candido faz hoje a conferência de abertura da Flip, o que me traz à lembrança um de meus trabalhos mais prazerosos: participar como entrevistador do documentário de Dodô Brandão, "3 Antônios e 1 Jobim" (com Candido, Houaiss, Callado e Tom). Guardo do grande mestre, entre outras, a sábia lição: "O riso é profilático. O riso limpa. Quando você começa a se levar a sério demais, está perdido."

Capital de empresa de filho de ministro cresce 86.500%

Capital de empresa de filho de ministro cresce 86.500% 

MP INVESTIGA FILHO DE MINISTRO
Jailton de Carvalho
O Globo - 06/07/2011

OMinistério Público Federal Federal está investigando suposto enriquecimento ilícito de Gustavo Morais Pereira, arquiteto de 27 anos, filho do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Dois anos após ser criada com um capital social de R$60 mil, a Forma Construções, uma das empresas de Gustavo, amealhou um patrimônio de mais de R$50 milhões, um crescimento de 86.500%. As investigações podem complicar ainda mais a situação do ministro, que, desde sábado, tem sido obrigado a se explicar sobre o suposto envolvimento de seus principais assessores com corrupção.

As investigações começaram ano passado, a partir de um nebuloso negócio entre Pereira e a SC Carvalho Transportes e Construções, empresa beneficiária de recursos do Ministério dos Transportes. Em 2007, a SC Transportes repassou R$450 mil ao filho do ministro, conforme documentos em poder da Procuradoria da República do Amazonas. Nesse mesmo ano, a empresa recebeu R$3 milhões do Fundo da Marinha Mercante, administrado pelo Ministério dos Transportes para incentivar a renovação da frota do país. Em 2008, a empresa ganhou mais R$4,2 milhões.

Os repasses do ministério à empresa estão registrados no Portal da Transparência, do governo federal. O Ministério Público abriu investigação para apurar se houve conflito de interesse nas decisões do ministério chefiado por Nascimento e os benefícios pagos à empresa que negociou com o filho do ministro:

- O que nos causou estranheza foi o fato de uma empresa de um dos amigos do ministro receber grandes valores (do ministério) e depois fazer negócio com o filho do ministro - disse ao GLOBO um dos investigadores do caso.

MP ainda decide se ministro deve depor

A SC Transportes está em nome de Marcílio Carvalho e Claudomiro Picanço Carvalho. Em 2006, um ano antes da SC receber R$3 milhões do Ministério dos Transportes, Picanço doou R$100 mil à campanha de Nascimento ao Senado, como registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O empresário foi o principal doador da campanha do ministro. Picanço também doou R$12 mil ao PR, então chamado de PL. Marcílio é marido de Auxiliadora Carvalho, nomeada pelo ministro para chefiar o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Amazonas e em Roraima.

O Ministério Público ouviu Gustavo. Ele disse que o dinheiro recebido da SC Transporte é fruto da venda de um imóvel. As explicações não convenceram. O Ministério Público estranhou o crescimento patrimonial do arquiteto. Em 2005, aos 21 anos, ele e dois sócios fundaram a Forma Construções. Em 2007, a empresa declarou patrimônio de R$52,3 milhões em documentos da Receita Federal. Um ano antes, os ativos somavam R$17,7 milhões.

Em grande ofensiva no mercado imobiliário do Amazonas, a empresa construiu em curto período um conjunto de 86 casas de alto padrão e um prédio comercial de 20 andares, num bairro nobre de Manaus. A investigação, ainda não concluída, aponta indícios de patrimônio incompatível com a renda declarada por Gustavo. O Ministério Público ainda estuda se chamará Nascimento para depor.

O ministro confirmou o negócio do filho com a SC Transportes, mas negou irregularidades na transação e informou que "o depósito a que O GLOBO se refere decorre da venda de imóvel, transação registrada na declaração de Imposto de Renda", disse por e-mail. Negou ainda ter ligações com os donos da SC Transportes.

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Bandeira branca
SONIA RACY
O ESTADÃO - 06/07/11

Luiz Flávio D"Urso e Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, que brigaram feito cão e gato nas últimas três eleições para conseguir a presidência da OAB-SP, agora buscam a paz. Negociam entre si consenso para lançar chapa única na disputa do ano que vem.

Terão, entretanto, que desatar a ira das suas respectivas bases. E explicar que o caminho deve ser único.

Óvni

O plano do governo Dilma em usar aviões não tripulados para monitorar o tráfico de drogas nos centros urbanos pode esbarrar em um detalhe: o único lugar no mundo que essas aeronaves têm autorização para sobrevoar áreas habitadas, sem restrição, é no... Afeganistão.

Caso saia do papel, o projeto deve consumir US$ 400 milhões em dez anos.

Saúde financeira

Dentro da série de encontros proposto pelo governo Dilma para ouvir experiências de prefeitos e governadores no cuidado de dependentes de drogas, Kassab e seu secretário Januário Martone vão além.

Na reunião hoje com Alexandre Padilha, levam sugestão para que o SUS cuide também desses doentes.

Saúde 2

Paulo Renato deixou encaminhado um trabalho escamondado pelo Einstein.

Que prevê expansão, dentro do ensino focado, para a ciência da saúde. Segundo Claudio Lottenberg, isso significa reciclagem de profissionais, incorporação tecnológica, entre outros.

Expertise
Raquel Arnaud foi a Paris para confirmar autenticidade de relevo de Sergio Camargo. Burburinho na capital das artes... e vitória brasileira. A obra, de 1967, passou a valer 520 mil euros.

Questão de honra

E não é que a reforma do estádio do Morumbi pode ficar pronta para a Copa das Confederações?

A direção do São Paulo está empenhada em provar que poderia ter recebido o torneio.

Está nos finalmentes a negociação do naming rights e assim que fecharem, começam obra com prazo estimado em 18 meses.

Mais popular


O PSDB decidiu fazer prévias para escolher seu candidato a prefeito. Discute-se entre tucanos um novo modelo para tanto.

Os alckmistas, entretanto, somente desejam uma prévia caso Serra não saia como candidato.

A conferir


Tem acionista da Light desconfiando que a troca, há alguns meses, do uso de GLP (gás liquefeito de petróleo) pelo uso gás natural pode estar contribuindo para as explosões de bueiros no Rio.

Prioridades

Por conta da crise provocada pelas denúncias de corrupção no Ministério do Transportes, Dilma escolheu cancelar sua ida à festa de abertura da Flip hoje.

Entretanto, optou por manter ontem sua ida a Porto Velho e inaugura amanhã um teleférico no Morro do Alemão, no Rio.

Começar pelo começo

Depois de ficar sabendo que Marieta Severo não vai interpretar Dilma nos cinemas, Antonio de Assis, deu meio volta.

O produtor do longa partiu para a região serrana do Rio para começar pesquisas... do roteiro.

Católicos avante

A TV católica Canção Nova será a primeira emissora em todo o Brasil a ser transmitida ao vivo pelo... Facebook.

Olha eu aqui

Bandeira da CUT foi flagrada na manhã de ontem na torre de visualização do aeroporto de Brasília.

Indagada pela coluna, a Infraero informa que manifestações que invadam a área restrita do aeroporto são proibidas. São setores onde só funcionários autorizados têm acesso. Avisada, a estatal mandou retirá-la. A flâmula estava ali havia dois dias e foi colocada pelo Sindicato dos Aeroportuários em apoio ao "Dia Nacional de Mobilização". Proposto pela central sindical, está sendo comemorado hoje.

Entre as reivindicações da CUT, o veto ao atual modelo de concessão de aeroportos.

Na frente

Shuki Weiss, produtor do show de Roberto Carlos em Jerusalém, desembarca em Sampa no fim de semana. Vem para acertar detalhes sobre a construção do cenário e da gravação do especial da Globo.

Philip Larratt-Smith, Eliane Robert Moraes e Cecilia Almeida Salles participam de debate em torno da mostra de Louise Bourgeois que será aberta amanhã. No Instituto Tomie Ohtake, na sexta.

Com palestra de Kusum Modak, mestra indiana, Alda Martinelli lança o livro Yoga Massagem Ayrvédica . Amanhã, na Livraria da Vila da Fradique.

A exposição Coisa Livre de Coisa, de Claudio Cretti, tem abertura hoje. Na Galeria Marilia Razuk.

Ana Maria Machado e Bartolomeu Campos de Queirós participam amanhã da Flip. Mais precisamente, na Casa da Cultura.

O ex-Laurent e ex-Fasano, o chef Airys Kury resolveu inovar. No lugar de um restaurante aberto, ele recebe clientes na sua própria casa em Pinheiros. Nome? Chez Airys.

A mostra de Caravaggio trará para SP oito das 40 obras do renascentista existentes. Além das relíquias, obras dos discípulos contemporâneos. Ano que vem, no Masp.

ANTONIO PRATA - O sustinho

O sustinho
ANTONIO PRATA
FOLHA DE SP - 06/07/11 

O sustinho está por todo lado; brota, às vezes, da necessidade que a pessoa tem de ser chata


DENTRE AS inúmeras manifestações da hipocrisia, a que mais me irrita é o sustinho. Trata-se daquele falso assombro interrogativo com que certas pessoas nos encaram ao ouvir uma pergunta que, embora tenham entendido, não foi feita de maneira precisa.

Um exemplo: você está no supermercado, chega pro funcionário da área de verduras e pergunta: "amigo, por favor, sabe se aqui vende aqueles tomatinhos?". Claro que o nome oficial do produto não é "tomatinho", é tomate cereja, mas você se esqueceu da palavra e não achou que fosse necessário revirar os rincões da memória atrás dela: afinal, se o sufixo "inho", em nosso idioma, caracteriza o diminutivo, e os tomates cereja são a menor variedade do rubro fruto, não é preciso ser nenhum gênio para concluir que tomate + inho = tomate cereja. O funcionário do mercado, contudo, é um adepto deste pequeno jogo de dissimulação, o sustinho, e não perde a chance de praticá-lo, soltando um "Ãhm?!" estarrecido, como se você houvesse pedido elefantinhos, pergaminhos ou uma massagem tailandesa.

Ciente de que o sujeito entendeu e só está querendo implicar, te ocorre a ideia de não se render: bater o pé no chão e dizer "tomatinhos, sim senhor! E tire essa expressão de asco do rosto, impostor, pois sabe exatamente do que estou falando! Se não parar com essa palhaçada já, te acertarei com uma abóbora japonesa!".

Pensando melhor, no entanto, você decide evitar a discussão, fugir da briga. Aceita o jogo do verdugo verdureiro e reformula a pergunta, contrito: "aqueles tomates pequenos, redondos, assim, ó, que vêm numa caixinha de plástico, sabe?". Percebendo que você se submeteu e fez seu mea culpa, o falsário simula um alumbramento: "ahhhhhhhhhh! Tomate cereja! Por que não disse antes?! Ali, ó, embaixo das berinjelas".

O sustinho, meus caros, está por todo lado. Nem sempre, aliás, brota de uma pergunta malfeita. Às vezes é só uma necessidade que a pessoa tem de ser chata. Você para o carro próximo à guia e pergunta: "por favor, como eu chego na Rubem Berta?". Todo assombrado, o pedestre rebate, "Rubem Berta?!", e por um instante você acha que está do outro lado da cidade. Mas, assim que ele te explica o caminho, você vê que está perto, é logo ali, era só sustinho, mesmo.

Infelizes daqueles que têm chefes chegados num sustinho. Não importa o que você pergunte ou sugira, ele sempre responde de bate pronto, com um "Ãhm?!" preventivo. Não é que não tenha ouvido ou não tenha gostado, ele apenas quer mostrar que manda ali e, portanto, tem direito a essa farpa de sadismo. Há pessoas que, de tanto usarem o sustinho, acabam viciadas, não conseguem ouvir um "que horas são?" sem arregaçar os beiços e emitir seu "Ãhm?!" mini-horrorizado.

Muito triste, meus amigos, o sustinho: não só por tratar-se de uma pequena agressão, um peteleco no lóbulo de nossa fé na humanidade, mas sobretudo porque usa as roupas e a maquiagem do verdadeiro espanto, da surpresa genuína, que mesmo em pequenas doses são sinal de saúde da alma e abertura do espírito -bem diferentes dessa falsa careta de incompreensão que infelizes esculpem em seus rostos com o único intuito de dividir conosco um pouco de suas amarguras.

MARCELO COELHO - Crinas, carecas e perucas

Crinas, carecas e perucas
MARCELO COELHO 
FOLHA DE SP - 06/07/11

O careca é um indiferente. Sabe que seu charme com as mulheres não depende de cabelos encaracolados



ANTIGAMENTE, ELES não eram tantos. No cinema, apenas Yul Brynner (1920-1985) exibia, com voluntarismo quase obsceno, o brilho branco de uma careca que parecia combinar com a intensidade feroz, sensual e tártara dos seus olhos escuros.

De uma hora para outra, os carecas surgiram em toda parte. Compreendo o motivo. Homens relativamente moços, sem rugas, não se conformaram com o avanço das entradas na testa, com a devastação atômica no epicentro do cocuruto. Optaram, então, por raspar tudo. Por que disfarçar a calvície com meias perucas ou os penteados tipo "coberturas zetaflex, a solução para quem não tem garagem"?

Melhor radicalizar; esquecer o problema; desprezar o cabelo que, afinal de contas, já não se tem. Há um ganho de masculinidade nisso, não apenas porque o exemplo de Yul Brynner volta novamente à nossa cabeça (epa!).

Mas também porque, na cabeça nua, parecem desaparecer o medo às convenções, o cuidado com a própria aparência, o recurso ao disfarce. O careca é um indiferente. Sabe que seu charme com as mulheres não depende de cabelos encaracolados, de franjinhas, de penteados e ares adolescentes; seu charme está, na verdade, alhures.

Com certeza, todo o raciocínio não sobrevive a uma análise mais detida. O careca não está sendo mais natural e despojado ao abandonar seus últimos fios de cabelo.

Há que raspá-los periodicamente. Há ainda (suprema humilhação) que passar filtros solares na epiderme, infantilmente frágil, que receberá os raios perpendiculares do sol.

O desdém pelo rosto talvez comporte, ademais, uma ambiguidade. "Sou tão bonito e tão jovem que, mesmo com o cabelo raspado, não saio perdendo."

Passo por cima (mais um epa!) de outras contradições, como por exemplo o uso de uma boina preta de banda ou de um chapéu à la Humphrey Bogart (1899-1957), que a rigor não se concilia com a defesa sem concessões da nudez occipital.

Em seu recente livro de memórias, intitulado "A Lebre da Patagônia", o jornalista e cineasta Claude Lanzmann também implica com a moda do cabelo raspado.

O autor do clássico "Shoah", que é um dos convidados da Flip deste ano, faz elogios ao soldados do Exército israelense e aos pilotos ingleses da Segunda Guerra Mundial, pelo fato de usarem cabelos compridos. O corte militar, à escovinha, vá lá. Mas a carequice completa ele abomina.

"A soldadesca globalizada, profissionalizada, mercenarizada", diz Lanzmann, "raspa o crânio, traz a cabeça a zero para significar a força e a virilidade, a morte do medo e do sentimento, para se tornar assustadora".

Continua: "Cada um parece ser, assim, o clone do outro e a cabeça raspada a zero é sem dúvida o denominador mais comum dessa polícia internacional". Desumanização, vale lembrar, também imposta às vítimas dos nazistas nos campos de extermínio.

Dos mercenários, a moda passou a Bruce Willis e daí aos campos de futebol, onde parece convir menos ao simpático Ronaldo Fenômeno do que ao matador Zinedine Zidane, capaz, como se viu, de cabeçadas implacáveis.

Não foi o único sinal de uma militarização geral dos gostos e costumes. Carros imitaram jipes de combate, o velho mocassim foi abandonado em favor dos coturnos e das botas de expedicionário alpino, "overcoats" pesadíssimos, com alças nos ombros, revivem o cerco de Stalingrado e a polícia dos campos da Sibéria.

A moda, entretanto, aos poucos vai passando. Fico feliz, por exemplo, ao ver que os novos "sonhos de consumo" do motorista brasileiro são os minis, como o Smart, o Morris e o Cooper. Alguns modelos, pelo que sei, custam caríssimo.

Seu estilo, entretanto, é mais amigável e ecológico.

Não há necessidade de virar careca para se tornar bom jogador de futebol. Um dos benefícios trazidos por Neymar ao presente estado de coisas está no fato de inaugurar a moda, sempre flexível a muitas variações, comprimentos, cores e texturas, do penacho capilar.

Seria errado qualificar esse tipo de cabelo como "moicano" simplesmente. Seria ainda bélico demais se se resumisse a isso. É uma espécie de crina, de estandarte flamejante e livre, conciliando os parietais raspados da moda anterior com algo de potro, de tauromáquico, de aimoré. No quadro atual, já vale por um avanço civilizatório.

Espero que a moda pegue. Temo, naturalmente, que venha a dar início a uma indústria de implantes para quem tiver o couro cabeludo infértil. Mas aí será ocasião para outro artigo.

EDUARDO CAMPOS - São os derivativos que definem preço do dólar

São os derivativos que definem preço do dólar 
EDUARDO CAMPOS 
 Valor Econômico - 06/07/2011

Não durou muito o silêncio do Ministério da Fazenda quanto ao recente comportamento da moeda brasileira.

Ontem, de Londres, o ministro Guido Mantega, mandou seu recado: o governo pode tomar medidas nos mercados de derivativos e futuros para conter a apreciação do real.

A ameaça de intervenção não causa surpresa, afinal de contas, todas as vezes que o real apresentou firme movimento de alta, o governo veio dar seus pitacos.

O que causou alguma estranheza desta vez é que a resposta não foi imediata, tendo em vista que o dólar veio sem parada de R$ 1,604 para R$ 1,553, menor preço desde 1999 em seis dias.

Na terça-feira, essa sequência de queda foi interrompida. O dólar comercial fechou em alta de 0,70%, a R$ 1,564. No mercado futuro, o dólar para agosto ganhava 0,83%, a R$ 1,574, antes do ajuste final de posições.

Mas esse movimento de valorização não pode ser atribuído exclusivamente à postura do ministro.

Além do claro espaço para um ajuste técnico, o dólar subiu de forma generalizada em função da piora de humor com relação ao financiamento da dívida grega, evento que se somou ao rebaixamento da nota soberana de Portugal pela agência de classificação de risco Moody's.

Ilustrando essa demanda por dólares, o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, subiu 0,50% para 74,65 pontos.

Quanto à fala do ministro, o que chama atenção foi o recado mais direcionado, apontando para os "derivativos e futuros".

Parece que o governo pretende atacar a real fonte de apreciação da moeda brasileira e não mais tentar limitar o fluxo, que tem pouca relação com a valorização do real, tendo em vista que o Banco Central (BC) compra todo o excedente de dólares que entra no país e mais um pouco.

Os dados sobre fluxo cambial que serão apresentados hoje podem respaldar ainda mais essa avaliação. Salvo uma firme reversão de tendência, junho caminhava para ser o primeiro mês do ano com fluxo cambial negativo. E, mesmo assim, a moeda americana perdeu valor para o real.

Conforme já discutido nesse espaço, o viés de baixa na moeda tem grande relação com as posições no mercado futuro, onde os estrangeiros mantêm posição vendida (aquela que ganha com a queda do dólar) superior a US$ 23 bilhões.

Fora isso, os bancos locais, apesar de comprados no mercado futuro, têm quase US$ 14 bilhões vendidos no mercado à vista de câmbio. Cabe lembrar que não é possível saber qual a exposição líquida dos bancos, pois eles têm outras formas de atuar no mercado cambial.

Mas, se consideramos o expressivo aumento de endividamento externo tanto de bancos como de empresas nos últimos anos, há de se imaginar que esses agentes não tenham muito interesse em uma disparada na cotação da moeda americana. Todos lembram das empresas que tombaram depois da arrancada de preço do dólar durante a crise de 2008.

Outro importante vetor de baixa são as operações via NDF (non-deliverable forward, contrato a termo de moeda sem entrega física), que permitem a arbitragem de taxa de juros sem que o investidor saiba a cor de um cédula de real.

Há fatores fundamentais também e o principal deles é a taxa de juros, que oferece um rendimento que deixa o investidor estrangeiro salivando. Por isso, por mais que se criem dificuldades, os arbitradores sempre buscam formas de ganhar esse "dinheiro fácil" - daí a importância dos derivativos e das NDFs.

Outro ponto considerado em algumas análises são os ganhos nos termos de troca. O preço do que o país exportou nos últimos anos subiu muito mais do que o valor dos bens que importou. O que explica isso são as commodities, já que cerca de 70% das vendas externas brasileiras podem ser colocadas nessa categoria de produto.

Aqui a avaliação é um pouco mais complexa, pois mesmo que o preço das matérias-primas perca força, seja por menor crescimento da China ou outro motivo, o valor das importações ainda apresentaria viés de baixa, reflexo de um mundo desenvolvido que briga por demanda externa para tentar sair de um período de baixo crescimento no qual não pode contar com o próprio mercado doméstico, já que esse ainda está se desalavancando depois de anos de gastança e pouca previdência.

O cenário se embaraça ainda mais se levarmos em conta que a China pode desacelerar mas nem tanto, e que, caso os EUA não engatem recuperação, mais ajuda pode ser liberada. Algo que manteria o preço das commodities em patamar elevado.

CELSO MING - Ficou mais difícil

Ficou mais difícil 
Celso Ming 
O Estado de S.Paulo - 06/07/2011

Mesmo sabendo que não tem muito o que fazer para domesticar a cotação do dólar, o ministro Guido Mantega insiste em que tem lá à disposição um arsenal de medidas que, a qualquer momento, poderiam ser acionadas para provocar a desvalorização do real (alta das cotações da moeda estrangeira). Mas há fatores novos agindo em direção oposta ao que pretende o ministro.

O discurso de que vem mais ação para segurar o câmbio vem se repetindo há pelo menos dois anos. O governo já tomou inúmeras providências para evitar a perda de competitividade da indústria causada pelo dólar barato demais: segue comprando moeda estrangeira, tanto no mercado à vista como no mercado futuro, a ponto de ostentar reservas superiores a US$ 330 bilhões; permitiu (ou estimulou) a exportadores e grandes empresas deixar capitais no exterior, para evitar pressões adicionais sobre o câmbio; e taxou com IOF a entrada de capitais. Mas o dólar não para de cair (veja o gráfico, no Confira).

Diferentemente do que fazia há meses, quando apontava os juros altos aqui dentro como o principal fator de atração de moeda estrangeira para o País e, portanto, de valorização do real, Mantega passou a fazer pontaria na "guerra cambial" ou, mais particularmente, na política do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos) de seguir emitindo dólares e, com eles, recomprar títulos do Tesouro americano, com o objetivo de despejar liquidez para ajudar a recuperação economica. O resultado é a avalanche de moeda estrangeira sobre os mercados - inclusive sobre o câmbio do Brasil.

Num eventual reforço da política de tentar conter a valorização cambial, começam a pesar outros objetivos. Um deles é a necessidade de não prejudicar a política de controle da inflação.

Nos próximos meses, espera-se que a inflação no Brasil medida em 12 meses recue ainda mais. Contudo, passado esse período de retração, deverá retornar fortalecida. Parece iminente, por exemplo, nova recuperação dos preços das commodities. Ficou inevitável nova disparada dos preços do etanol, provavelmente ainda mais acentuada do que no início deste ano. E há o impacto do aumento da massa salarial, que está criando renda acima da capacidade de oferta da economia.

Se for bem sucedida, uma política de desvalorização do real encareceria as commodities de consumo interno (petróleo mais derivados, fertilizantes e alimentos) e os demais produtos importados, cujos preços são regidos pela cotação do dólar. Ou seja, essa política, por si só, acentuaria a inflação.

Mas ainda há outro fator para ser levado em conta: a trajetória de valorização do real empurrou o setor produtivo (especialmente a agricultura e a indústria) ao suprimento externo. Neste momento, está tremendamente dependente dos suprimentos externos - de máquinas, de matérias-primas, de componentes e de peças. Isso significa que qualquer puxada no câmbio terá impacto imediato sobre os preços relativos no mercado interno.

Ou seja, mesmo se houvesse o que fazer para conter o dólar, o governo federal (aí incluído o Banco Central) começa a ficar tolhido na execução de uma política desse tipo, na medida em que contraria a política de combate à inflação, prioritária no governo Dilma.

Confira

Volta complicada

Ontem, o Financial Times, de Londres, publicou artigo em que defende a ideia de que a Grécia só poderá encontrar a salvação se sair da área do euro. Mas, se assim o fizer, a Grécia encontrará problemas possivelmente maiores do que tem como membro do bloco. Se tiver de sair do grupo, terá de voltar à dracma - fortemente desvalorizada em relação ao euro. Assim, ficaria ainda mais difícil pagar sua dívida (160% do PIB) em euros. E o calote, tido como inevitável, viria ainda mais rapidamente. A Grécia poderá se salvar. Porém como ficarão os bancos que hoje carregam a dívida?

MERVAL PEREIRA - O passado condena

O passado condena
MERVAL PEREIRA 
O Globo - 06/07/2011


A influência do deputado Valdemar Costa Neto nos governos petistas vem desde 2002, quando ainda era o líder do Partido Liberal (PL), partido que formou a chapa com Lula na eleição de 2002 depois de uma tenebrosa transação que resultou em R$ 10 milhões pagos com dinheiro do caixa dois.

Ficou célebre a descrição da cena que permitiu anunciar, na undécima hora, a escolha de José Alencar para vice de Lula.

Os dois ficaram conversando na sala de um apartamento enquanto no quarto Valdemar Costa Neto e José Dirceu acertavam os últimos “detalhes” do acordo. Depois de toda a crise política desencadeada pelas denúncias do ex-deputado Roberto Jefferson em 2005, que revelaram a existência de um mensalão que pagava os votos da base aliada, o partido decidiu com alarido ir para a oposição, comandado pelo seu presidente, o inefável Valdemar Costa Neto, que, envolvido até o pescoço com o mensalão, teve que renunciar para não perder o mandato pela cassação em plenário.

O vice-presidente José Alencar saiu do partido para poder continuar fiel ao governo do presidente Lula, mas o PL voltou à base do governo com mais poder do que antes, agora transformado em PR, uma nova sigla com os mesmos velhos hábitos políticos. Alfredo Nascimento está no Ministério dos Transportes desde 2004, primeiro pelo PL, depois pelo PR, sempre a convite pessoal do presidente Lula, que foi quem o indicou para o Ministério de Dilma.

Vai agora ficar sangrando publicamente, sem que a presidente Dilma tenha condições políticas de demiti-lo, mas exposto à opinião pública até cair de podre. É claro que várias denúncias novas devem surgir no rastro desses escândalos iniciais. Pelo menos esse parece ser o desejo oculto da presidente, que, como chefe da Casa Civil, já tivera vários desentendimentos com o ministro Alfredo Nascimento justamente por questões ligadas a superfaturamento de obras.

A própria presidente teria dito que o Ministério dos Transportes está “descontrolado” e cobrou explicações. E por que faltam poderes políticos a Dilma para demitir Nascimento? Primeiro porque seu partido tem uma bancada de 40 deputados federais e cinco senadores, sendo, portanto, parte importante da base aliada. E, depois, há uma razão mais prosaica, digamos assim. O suplente do ministro Nascimento é o petista João Pedro, amigo de pescaria de Lula.

Não fossem esses detalhes tão pequenos, Alfredo Nascimento já estaria no olho da rua, pois não é crível que um ministro esteja há sete anos no mesmo ministério e não saiba o que lá acontece. Todo o seu primeiro escalão foi demitido, envolvido em denúncias de corrupção, superfaturamento de obras, cobrança de comissões para o caixa dois do partido que domina o ministério.

A falta de noção do que seja a função pública é tão arraigada que o deputado Valdemar Costa Neto se permitiu soltar uma nota oficial em que admite que os políticos do PR se reúnem com os técnicos do Ministério dos Transportes para definir quais são os interesses de suas bases eleitorais, tudo sob a coordenação dele, que é o secretário- geral do partido.

Em determinado trecho da nota oficial Valdemar Costa Neto explica o que considera “republicano”: “As relações mantidas com Órgãos da Administração Pública Federal, incluindo o Ministério dos Transportes, são públicas e quase sempre consumadas em despachos e reuniões de trabalho organizadas pelos servidores das respectivas pastas. “Sempre transparentes, estas reuniões buscam garantir benfeitorias federais para as regiões representadas por lideranças políticas do PR.

“Estas relações, notadamente institucionais, são regulares, decorrem do desempenho das funções de Secretário Geral da legenda partidária, e dizem respeito ao acompanhamento das demandas por benfeitorias federais de interesse das regiões onde o partido tem representação política (vereadores, prefeitos, deputados estaduais, deputados federais e senadores).”

Não tem sentido que, depois que toda a cúpula do ministério foi demitida, o próprio Ministério dos Transportes seja o responsável pelas investigações, mas foi Nascimento quem anunciou que abriu uma sindicância investigativa para apurar “supostas” irregularidades, que será integrada por dois membros da Advocacia Geral da União (AGU) e um assessor especial. É uma decisão que enfraquece a boa atuação do governo na demissão dos funcionários envolvidos nas denúncias de corrupção.

Trata-se apenas de uma questão política, aliás muito perigosa: se a presidente não tem força para resistir a uma chantagem política de um partido aliado, o governo não tem autonomia para decidir. Vai depender sempre desse ou daquele aliado que usar sua bancada para chantageá-lo.

Menos mal que parece que os envolvidos nas denúncias, que haviam sido apenas afastados dos cargos até que os fatos fossem apurados, acabarão demitidos mesmo. Luiz Antonio Pagot, o diretor- geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o presidente da Valec, José Francisco Neves, e outros dois assessores de Nascimento, além do próprio ministro, foram também “convidados” a depor em várias comissões do Senado, numa manobra governista para tentar evitar uma convocação que a oposição estava armando.

Provavelmente não terão explicações convincentes para as irregularidades no Ministério dos Transportes, e só mesmo se a oposição for muito incompetente e desinformada é que sairão ilesos desses interrogatórios.

Mas continuaremos com um governo que tem de fazer malabarismos para conter a corrupção dentro de sua base aliada, uma situação que vem se repetindo de maneira recorrente sem que se vislumbre uma solução definitiva.

FERNANDO DE BARROS E SILVA - Negócio de criminalistas


Negócio de criminalistas
FERNANDO DE BARROS E SILVA
FOLHA DE SP - 06/07/11

SÃO PAULO - Márcio Thomaz Bastos defende Abilio Diniz e o Grupo Pão de Açúcar. José Carlos Dias, o Grupo Casino, presidido pelo francês Jean-Charles Naouri. Cada parte tem, é claro, um pequeno exército de advogados (especializados em direito societário, arbitragem e mumunhas mais). Mas as estrelas da batalha judicial que se inicia são dois criminalistas. O que é bizarro, ou revelador, já que a disputa se dá, em tese, na esfera comercial.
A despeito dos currículos notáveis (ou por causa deles), a escolha dos medalhões da advocacia criminal depõe contra os próprios clientes. O fato de que tenham sido ministros da Justiça -um de Lula, o outro de FHC- é um ingrediente a mais deste enredo que mistura negócios privados e dinheiro público.
Seria o caso de perguntar: e quem vai defender o BNDES? Diante da repercussão negativa dos termos da fusão -que José Simão batizou de "Carrefurto" ("o pão é francês, mas a rosca é brasileira")-, o banco estatal pôs o pé no freio e entrou em compasso de espera.
Guido Mantega ontem disse, em Londres, que essa não é uma questão de governo e que o eventual negócio não terá recursos públicos. Há poucos dias, o BNDES dizia que a operação seria lucrativa e o ministro Fernando Pimentel (Indústria e Comércio), entusiasta da injeção de R$ 4,5 bilhões do banco na transação, pedia que a imprensa não fizesse "tsunami em copo d'água".
A operação comporta muitas versões, mas a este leigo sem nenhum faro comercial parece que Abilio Diniz está querendo vender a mesma mercadoria duas vezes.
Já vendeu em 2006, quando o grupo francês ficou com 36,9% da empresa e o compromisso de que assumiria seu controle em 2012.
Quer agora dar um perdido no sócio, fundindo-se a outro grupo francês, mas patrocinado pelo dinheiro do BNDES. Thomaz Bastos e Carlos Dias têm um longo e caro embate pela frente. Cabe ao governo apenas deixar o BNDES bem distante desse duelo de criminalistas.

ELIO GASPARI - A faxina ferroviária deve continuar


A faxina ferroviária deve continuar
ELIO GASPARI
O Globo - 06/07/2011

A boa notícia é que o palácio do Planalto acordou para a faxina no setor de transportes do governo. Agora, a má: acordou tarde e faz de conta que não vê a floresta. Se a doutora Dilma perder cinco minutos pensando no estrago que a obsessão do trem-bala poderá fazer no seu governo, ela fecha a quitanda desse projeto.

Na degola do mensalão do PR, a lâmina pegou o presidente da Valec, José Francisco das Neves, o "Doutor Juquinha" ou simplesmente "Juquinha". Ele foi nomeado em 2003 para a direção da estatal ferroviária. Veio da presidência da Companhia Energética de Goiás e das redes políticas do Estado. Foi do PMDB, migrou para o PR e tem amigos no PSDB local. Até 2007, o estudo do trem-bala ficou por conta da Valec.

Em maio daquele ano, o Ministério dos Transportes (já nas mãos do doutor Alfredo Nascimento), informou que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, viajaria à Italia para conhecer uma das propostas. Seria uma iniciativa 100% privada e, segundo "Juquinha", custaria R$19 bilhões. O trem faria o percurso Rio-São Paulo em 85 minutos com uma tarifa de R$127. Melhor negócio não poderia haver.

Tudo muito bonito, mas o bicho tinha um pescoço enorme, pois a linha não teria paradas intermediárias. Parecia uma girafa. O trem não iria a Campinas, a girafa tinha asas. O Tribunal de Contas duvidou de uma planilha com a expectativa de demanda estimada em 40,7 milhões de passageiros/ano. Pediu esclarecimentos e veio um novo número: 4,5 milhões de passageiros/ano. O empresario italiano que patrocinava o projeto informou que não foi ele quem apresentou a planilha dos 40,7 milhões de passageiros. A girafa alada tinha tromba.

Meses depois, o trem-bala fez sua primeira viagem. Saiu da Valec, foi para o BNDES e os italianos viram-se desembarcados. A companheira Dilma sabia perfeitamente por que. Infelizmente, isso foi feito com aquele nível de discrição que inibe o malfeito, mas não expõe o malfeitor. Mostrada ao público, a girafa teria recomendado a faxina.

Passaram-se quatro anos, o diretor financeiro da Valec, Bernardo Figueiredo, foi para a presidência da Agencia Nacional de Transportes Terrestres e levou consigo o trem. O projeto privado sumiu e a iniciativa baldeou-se para uma estatal, a ETAV. O custo foi para R$35 bilhões (pode me chamar de R$50 bilhões) e a demanda continua envolta em mistério, mas será garantida pela Viúva. A tarifa está em R$205 e o eventual concessionário receberá alguns mimos fiscais. O edital que fixará a data do leilão para a escolha do consórcio da obra já foi adiado sete vezes.

O governo está encurralado pelos fornecedores de equipamentos (que querem vender logo) e os empreiteiros que não querem botar a mão numa obra que escavará 103 quilometros de túneis (três vezes a extensão do Chunnel, sob o Canal da Mancha) sem blindar o negócio.

Capturada pela própria máquina de propaganda, a doutora Dilma está reescrevendo uma velha piada, segundo a qual o empreiteiro é aquele sujeito que convenceu o faraó a empilhar pedras no deserto. Agora é o faraó quem quer convencer o empreiteiro. Diversas mulheres governaram o Egito, nenhuma construiu pirâmide.

MÔNICA BERGAMO - MALAS PRONTAS

MALAS PRONTAS
MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 06/07/11

Cada vez mais brasileiros se animam para viajar. Pesquisa realizada em sete cidades brasileiras pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) mostra que 36% dos entrevistados manifestaram o desejo de arrumar as malas e passear nos próximos seis meses. Em 2010, eram 24%. Destes, 66,5% querem rodar o Brasil; 29,5% programam viagens internacionais, contra 24% do ano passado.

ÁGUA DE COCO
A sondagem, realizada a pedido do Ministério do Turismo, mostra também que o Nordeste é o destino preferido de 48%, seguido de Sul e Sudeste, ambos com 17,9%.

ASAS
As viagens aéreas continuam ganhando prestígio: 63% querem realizar seu passeio de avião, contra 55,9% de 2010. O percentual de pessoas que pretendem usar automóvel caiu de 27%, em 2010, para 20,8% neste ano.

ORDEM UNIDA
Uma empresa pode impedir seus funcionários de usarem barba? A pergunta deve ser respondida hoje pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da Bahia, numa ação em que o Bradesco sustenta que é direito da empresa determinar a indumentária e a forma de apresentação de seus empregados. O banco quer reverter sentença de 2010 que o condenou a pagar R$ 100 mil a funcionário que dizia ter pele sensível à lâmina.

SUCESSO
O juiz que condenou o banco citou Charles Darwin, Jesus Cristo e o ex-presidente Lula como exemplo de pessoas que, com barba, foram muito bem-sucedidas .

ESPELHO
Empresas aéreas também costumam exigir que alguns de seus funcionários façam a barba. A Gol, por exemplo, diz que estabelece a regra para a tripulação de voos comerciais. Por lidarem com alimentos, eles precisariam se apresentar em melhores condições de higiene. Bigodes são permitidos.

TODOS JUNTOS

Marta Suplicy também foi convidada por Lula para embarcar, com o ministro Aloizio Mercadante, no jato particular que o ex-presidente providenciou para ir ao velório de Itamar Franco, em Juiz de Fora. Derrubada por uma forte gripe, teve que declinar.

TEM CILADA NO CINEMA...
Bruno Mazzeo protagoniza o filme "Cilada.com", que teve pré-estreia no shopping Iguatemi anteontem. Gianne Albertoni foi assistir à comédia, em que também trabalham as atrizes Fernanda Paes Leme e Carol Castro, entre outros.

...E PEIXE NO PALCO
A peça de teatro "Peixonauta", baseada no desenho da TV, teve sessão de férias. Foram ao Teatro das Artes Anderson e Maythe Birman, com seus filhos Augusto e André. Mariana Kupfer levou sua filha, Victória.

MACACO NA JAULA
A diretora de uma escola pública de SP foi condenada a um ano de prisão -convertido no pagamento de um salário mínimo- por ter chamado uma professora negra de "macaca". Francisca Teixeira disse, ao receber Neusa Marcondes em sua sala: "Entra aqui, macaca, venha assinar esse documento". A defesa da diretora alegou que ela se referia à "hiperatividade" da professora, que estaria pulando e fazendo brincadeiras com as colegas. A Justiça não aceitou o argumento.

ORIGEM DAS ESPÉCIES
O advogado da diretora, Alexandre Barduzzi Vieira, vai recorrer. "Ela foi infeliz de usar essa palavra, que por si só não pode ter carga suficiente para caracterizar um crime", diz. "Vamos chegar ao ponto de não poder usar mais nenhuma expressão. Não poderíamos ensinar a teoria de Darwin, que se refere ao homem como descendente do macaco."

REVERSO
Vaiado em abril no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o maestro Roberto Minczuk retornou a ele no fim de semana. Discreto na plateia, ele foi anunciado por João Carlos Martins, que comandava a Bachiana, como um dos poucos brasileiros que já haviam "regido as melhores orquestras do mundo no exterior". Foi aplaudido.

RUMO À COPA 2014
A maioria dos 300 passageiros do voo TAM JJ8085, Londres-SP, de domingo, esperou por mais de uma hora por suas malas. Na maior parte do tempo, só um funcionário descarregava os conteineres. Dois dias antes, passageiros do mesmo voo tiveram o mesmo problema.

CURTO-CIRCUITO


Lobão apresentará o show "Elétrico 2011" nos dias 15 e 16, às 21h, no Auditório Ibirapuera. Classificação: livre.

O espetáculo "O Conto do Anjo Caído" estreia no dia 16, às 20h, na Funarte de São Paulo. Classificação: 12 anos.

O curador da exposição "Louise Bourgeois: O Retorno do Desejo Proibido", Philip Larratt-Smith, fará hoje uma visita guiada à mostra, para convidados, no Instituto Tomie Ohtake.

A americana Gwen Cassidy fará o roteiro do documentário de Eduardo Fischer sobre sustentabilidade e o festival SWU.

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA, THAIS BILENKY e CHICO FELITTI