sexta-feira, junho 10, 2011

MARCELO COUTINHO - Tipos de democracia


Tipos de democracia
MARCELO COUTINHO
O Globo - 10/06/2011

Em política, os atores calculam sempre perdas e ganhos futuros, mas suas expectativas começam a ser forjadas no passado. Isso explica por que uma Fujimori chegou perto de reconquistar o poder no Peru, mas não conseguiu. O que vincula diferentes tempos políticos são as memórias institucionais, mais do que o desempenho da economia ou as instituições estabelecidas. Tais memórias originam-se na política do que Prigogine chamou na física de flutuações e bifurcações em sistemas auto-organizáveis. Para o Nobel de Química, o tempo é irreversível, porém criativo.

Em tese de doutorado, defendida em 2005 no Iuperj, diferenciei as trajetórias políticas do Brasil e do vizinho andino. O objetivo era entender processos cujas diferenças em termos de resultados não poderiam ser explicadas pela intencionalidade dos atores ou determinação estrutural. Embora tenhamos instituições semelhantes (forte presidencialismo multipartidário) e a economia peruana tenha crescido bem mais do que a brasileira, inclusive diminuindo a pobreza, percorremos caminhos políticos opostos desde as crises de 1992 porque desenvolvemos memórias distintas a partir de então.

O comportamento político peruana de polarização ainda é refém do autogolpe do ex-presidente Alberto Fujimori. É justamente a memória da descoordenação que tem guiado a democracia peruana, bastante instável. As eleições deste ano deram outra prova disso, já que o governo sequer apresentou candidatura e houve uma divisão das forças do centro político, que juntas teriam vencido com facilidade.

Sem coordenação pelo centro, abriu-se espaço para duas frentes extremas chegarem ao segundo turno, incluindo o nacionalista Ollanta Humala, a quem também se atribuiu pouco apreço às instituições democráticas. Nada disso foi por acaso, fruto de ações atomizadas ou de novas microestruturas, para usar os termos do cientista Prigogine, mas antes resultado de memórias institucionais não cooperativas que balizam o jogo político naquele país.

Já o Brasil experimenta desde 1992 uma virtuosa institucionalização da democracia, a partir de novos padrões de comportamento cooperativos, apreendidos com a queda de Collor e as grandes coalizões nacionais que passaram então a virar rotina na nossa República. Isso se deu menos pela tradição no país do que pelo cálculo que se faz no meio político, sobretudo por quem atuou no impeachment, quanto ao bem da distribuição e coordenação do poder.

Ao contrário do Peru, a política brasileira é disputada pelo centro e para o centro. Não à toa, é notável a continuidade do presidencialismo de coalizão entre Itamar, FHC, Lula e Dilma. Representam até aqui um só período histórico, com coalizões crescentes. Se a memória de 1992 trouxe inédita convergência e estabilidade ao país, também reduziu o Congresso e os partidos políticos a quase um único papel: garantir que o Poder Executivo não se distancie da diversidade de forças existentes na nação.

Ao contrário do que imaginava Marx em "Dezoito brumário", não é a tradição de todas as gerações dos mortos, mas a memória dos vivos que oprime os seus próprios cérebros, e nem sempre como pesadelo. Por isso, a História não se repete como farsa, mas como resultado daquilo que os indivíduos aprendem ao longo da sua existência. Brasil e Peru são casos recentes onde o capitalismo mais prospera na região (Chile à frente), em que pesem as discrepantes soluções políticas encontradas que produziram variedades de democracia.

Embora seja difícil, como novo presidente eleito Humala deve antes de tudo buscar a conciliação de um país dividido, interrompendo um longo ciclo de fragmentação. As memórias institucionais são perecíveis e geram após algum tempo retornos decrescentes, onde mudanças podem ocorrer. Quase vinte anos depois das crises de 1992, é tempo de reformas políticas que façam aumentar a inclusão cooperativa no governo peruano e melhorar a qualidade da representação parlamentar brasileira.

TUTTY VASQUES - É muito tudo!


É muito tudo!
TUTTY VASQUES
O ESTADÃO - 10/06/11

Gilberto Kassab ainda não se pronunciou sobre o fim do mundo de ontem em São Paulo, mas já tem uma explicação bem plausível para os transtornos de terça-feira provocados por um ciclone extratropical: "Ventou demais da conta, ué!" Pelos cálculos do prefeito, rajadas de até 128 km/h concentraram em um só dia o total de ventos previstos para todo o mês de junho. Mal comparando, a cidade teve mais ruas bloqueadas por queda de árvores do que pontos de alagamento em dias de grandes enchentes.

Os números do vendaval são de dar inveja a temporal: 33 vias obstruídas, 47 sem luz, 180 árvores tombadas sobre a fiação suspensa, 10 cidades da Grande São Paulo sem água, 39 sinais de trânsito danificados, aeroportos fechados... "Ventou muito", não há dúvidas a respeito.
A lógica do prefeito serve para quase tudo que atazana a vida do paulistano. "É muito carro", pode-se dizer sobre os engarrafamentos. "É muita gente" no metrô, "muito menor abandonado" nos sinais de trânsito, "muito homofóbico" na região da Paulista, "muitos voos" em Congonhas, "muito arrastão" nos Jardins, e por aí vai.
De vez em quando, como ontem, acontece um pouco de tudo e, aí, não tem explicação.
Tempo de partida
Pelo depoimento de um guarda penitenciário que a tudo assistiu, o bota-fora de Cesare Battisti na Papuda foi tão comovente quanto a despedida de Palocci na Casa Civil. O ex-ativista italiano também foi aplaudido de pé pelos seus pares!
Bomba-relógio
Não falha: dia sim, dia não a Otan bombardeia a residência de Kadafi em Trípoli. O ditador aproveita as terças, quintas e sábados para ir em casa trocar de bata.
Começa assim
Imagina o drama dos casais que programaram lua de mel para esses dias em Bariloche. Dá vontade de cancelar o casamento, né?! Quem sabe não é um aviso, sei lá!
Pé na estrada
A volta olímpica de Ollanta Humala após sua vitória no Peru passou pelo Brasil e já está no Paraguai, de malas prontas para cruzar o Uruguai, a Argentina e o Chile. Se continuar nessa batida, o presidente eleito vai esbarrar muito por aí com o governador Sérgio Cabral.
Só dá ela!
O Coritiba perdeu a Copa do Brasil para o Vasco, mas essa não foi, como diz a oposição, a primeira grande decepção de Gleisi Hoffmann depois da posse. Pelo contrário, a ministra torce pelo Atlético Paranaense. Está, mais que nunca, feliz da vida!
Direitos individuais
Parada Gay de SP terá neste ano banheiros químicos separados para lésbicas, gays, bissexuais e travestis, identificados pelas iniciais LGBT.
O último socialista
A se confirmar o convite para dirigir a seleção cubana de futebol, o "doutor" Sócrates já decidiu: quer ganhar salário de trabalhador cubano. A que ponto chegou a democracia corintiana, né não? 

LUIZ GARCIA - Cuidar da casa


Cuidar da casa
LUIZ GARCIA
O GLOBO - 10/06/11

A presidente Dilma Rousseff sobreviveu relativamente incólume à descoberta dramática de que fizera uma escolha de alto risco ao nomear Antonio Palocci para chefe da Casa Civil.
Incólume, principalmente, porque não deu ao ex-ministro a colher de chá de lhe permitir, pelo menos, fingir que estava saindo por conta própria. É uma gentileza costumeira " mas, no caso, seria obviamente perigosa. Palocci foi posto no olho da rua debaixo dos elogios de praxe aos seus "inestimáveis serviços", sem referência específica a qualquer um deles. Um enterro de terceira classe, que não parece imerecido.
Dilma, depois de alguma hesitação, optou por ignorar até mesmo apelos do expresidente Lula, que oscilou entre defender a permanência do ministro e propor a saída formalmente honrosa de dar a Palocci a colher de chá de ser dele a decisão de ir para casa. A presidente fez bem: não apenas se livrou de um auxiliar com prestígio político abaixo de zero como deu os primeiros sinais claros de que o prestígio de Lula no Palácio do Planalto é menor do que pensava muita gente. A começar pelo próprio ex-presidente.
Agora, sozinho no temporal e sem guarda-chuva, Palocci poderá ter investigada a sua considerável fortuna. O procurador-geral da República arquivou uma tentativa de apuração das acusações de que Palocci enriqueceu praticando o feio crime do tráfico de influência, mas a Procuradoria da República no Distrito Federal está trabalhando no assunto. Interessa-se, por exemplo, pelo que pode se mostrar um manancial precioso de informações sobre como Palocci enricou: são, como informou o site Congresso em Foco, os originais das suas contas telefônicas entre 2007 e 2010.
No Congresso, o governo Dilma não tem nem sombra do prestígio de seu antecessor (pelo menos até o escândalo do mensalão). E a substituta de Palocci, Senadora Gleisi Hoffmann, tem como missão anunciada cuidar dos programas do governo. Ou seja, dedicar-se à gestão e não à política.
Sempre se pode dizer que não há melhor maneira de fazer política do que mostrando eficiência na gerência da administração. O futuro próximo mostrará até que ponto as bancadas do PT e seus aliados no Senado e na Câmara concordam com essa afirmação. Desde, é claro, que o gineceu instalado no Palácio do Planalto mostre que pode tomar conta da casa tão bem ou melhor do que muitos dos machos que já passaram por lá. Inclusive os mais recentes.

BARBARA GANCIA - Bolor


Bolor
BARBARA GANCIA
FOLHA DE SÃO PAULO - 10/06/11

A Justiça italiana não é Berlusconi e a Itália não pode ser reduzida a um tarado que está de passagem

QUANDO LI a notícia sobre a libertação do italiano senti a espinha gelar. Imaginava que viria, mas isso não diminui o impacto da ofensa.
"Onde você está? Volta para casa agora, seu tio Vittorio foi sequestrado, estou na outra linha com seu pai, onde você está que não volta para casa?"
Interrompi a leitura da matéria de capa da Folha de ontem para voltar ao dia 4 de junho de 1975.
"Estou na rua Laerte Assunção, mãe, aqui no Jardim Paulistano, parei para telefonar da casa da Carolyn. Aconteceu um probleminha com o carro, juro que não tive culpa", tentei explicar.
Em 1975, a Carolyn era minha colega de classe. Viria a ser minha comadre, fui madrinha de seu casamento e batizei seu primogênito.
Comunicada a base, voltei a lidar com a fumaça branca que insistia em sair pelo capô da alfinha Giulia que eu pegara "emprestada" da minha mãe. O dano parecia sério. Havia óleo esparramado por toda parte, um cárter caído no chão e, ao lado da peça avariada, um bueiro que brotava do asfalto feito um cogumelo. A Lella Lombardi aqui tinha passado, a toda, em cima de uma boca de lobo no meio da rua e degolado o cárter do carro da mãe.
Alguém falou em sequestro? Melhor voltar para casa. "Carolyn, pede pra sua mãe me levar, vai?"
Minha mãe só foi conhecer os detalhes do ocorrido pela TV. Para fazer caixa, os terroristas das Brigadas Vermelhas resolveram sequestrar meu tio, empresário da região do Piemonte sem vínculos políticos.
Vale lembrar que a Itália era e continua sendo uma democracia. Não havia motivo para que pegassem em armas para livrar o país de um regime de alguma forma opressivo ou ditatorial.
Lula ofende a história recente de um país inteiro quando, no último dia de trabalho, para não ter de se explicar, vai lá e assina documento negando a extradição de um fugitivo julgado e condenado.
O ex-presidente deu mesmo foi uma bofetada na cara da Itália. Justamente no país que sua mulher escolheu para adotar. E por que? Apenas para marcar posição antitudo o que o premiê italiano simboliza.
Só que a Justiça italiana não é Berlusconi e a Itália não pode ser reduzida a um tarado que está lá de passagem desfrutando da oportunidade. Não chegam a 30% os italianos que votaram em Berlusconi (voto não obrigatório, lembra-se?), mas Lula preferiu dar guarida a um criminoso e reforçar a imagem do Brasil como hospedaria do rebotalho do mundo.
Em vez do consenso que diz estar buscando, a diplomacia do PT radicaliza e aliena. A repercussão do caso foi um desastre. Lula sabia que isso viria, por que teria deixado a decisão para o último dia?
E não ousem dizer que a deliberação esteve nas mãos do Supremo. A sorte já estava decidida bem antes, mas foi assinada ali, na descida da rampa do Planalto, uma coisa indigna, mas que diz muito sobre a índole de quem empunhou a caneta. Com isso, Lula desrespeitou os conterrâneos de dona Marisa e quem preza o Estado de Direito.
Já a sucessora do presidente aproveitou para desrespeitar as mulheres e os direitos civis ao esnobar a Nobel da Paz iraniana Shirin Ebadi. Semana triste para a diplomacia tapuia, porém instrutiva, em que se constatou que o espírito de Tarso Genro continua brilhando na política externa brasileira.

RUY CASTRO - Pressa em liberar


Pressa em liberar
RUY CASTRO
FOLHA DE SÃO PAULO - 10/06/11

RIO DE JANEIRO - Nos últimos tempos, não se abre um jornal, revista, portal, blog ou embalagem de pizza no Brasil que não contenha um artigo em defesa da liberação da maconha. A causa é defendida por criminalistas, sociólogos, economistas, historiadores e por um ex-presidente sem agenda e em disponibilidade -o mesmo que, em oito anos no emprego, dedicou pouca ou nenhuma atenção ao tema, contra ou a favor.
Não se veem muitos médicos, terapeutas, assistentes sociais, profissionais da saúde pública e estudiosos da dependência química em geral abraçando a causa. Talvez seja mais fácil defender a liberação a partir de tabelas e dados estatísticos, não da realidade das clínicas de dependência -e da realidade ainda mais dura da grande maioria, que não chega a se beneficiar dessas clínicas e morre na rua, depois de devastar a vida de suas famílias.
A pressa em liberar parece ignorar que uma das consequências seria o ingresso a jato de milhares de jovens no universo de outras drogas. Uma amostra disso é a recente e fulminante penetração do crack, inclusive em cidades em que, até há pouco, a droga mais mortífera era o quentão nas festas juninas.
Para prevenir tal tragédia, devem estar contando com a criação maciça, pelo Ministério da Saúde, de centros de recuperação em todo o país, com capacidade de atendimento condizente com o súbito volume de emergências. Mas, pelos resultados pífios que o Brasil vem mostrando no combate, por exemplo, à dengue, não há razão para acreditar que, de uma penada, o país possa absorver e tratar as legiões de novos usuários -recuperá-los, então, já é outra história.
Os defensores da liberação fariam melhor se se dedicassem a uma campanha nacional de esclarecimento sobre as consequências da dependência química. Mas, para isso, primeiro, precisariam aprender como esta se dá.

ALON FEUERWERKE - Síntese de uma derrota


Síntese de uma derrota
ALON FEUERWERKE
Correio Braziliense - 10/06/2011

Por ironia da História, o governo brasileiro que impediu Battisti de apodrecer até o fim dos dias num cárcere italiano é produto exatamente da estratégia contra a qual o italiano pegou em armas quando jovem

A recusa final do Brasil a extraditar Cesare Battisti foi, em linguagem de bilhar, uma bola cantada. Este governo brasileiro, povoado por remanescentes da guerrilha urbana, não iria mesmo incorporar ao currículo a pecha de ter entregue à Justiça de outro país um sujeito autodeclarado de esquerda, e por crimes cometidos num contexto político de luta armada.

É só isso. Escrevo "num contexto político" para não resvalar na penosa e inútil discussão sobre a classificação dos crimes imputados a Battisti. Que se debata o tema até o final dos tempos. Ou até cansar. Ou até perder a importância. Se é que já não perdeu.

Teses pinçadas apenas para adornar propósitos. O governo brasileiro não queria entregar Battisti à Itália e construiu uma argumentação que desse tinturas jurídicas ao ato de vontade. Ficou meio tosco, mas no final prevaleceu a força do poder e a premissa — razoável — de que quem faz política externa é o chefe do Executivo.

É também razoável a observação, dos acusadores de Battisti, de que as atividades do italiano a partir de uma certa hora escorregaram para o puro e simples banditismo. Mas esse tampouco é um fenômeno incomum em situações guerrilheiras.

Nem é preciso ir longe. Temos ao lado o nada edificante exemplo das Farc.

Na faina para acolher Battisti, o governo brasileiro enveredou por atalhos conceituais bizarros. O mais de todos foi colocar em dúvida o estado de direito democrático italiano.

A Itália era uma democracia quando Battisti e seus "Proletários Armados para o Comunismo" aderiram à ação política violenta. Continuava sendo uma democracia quando o italiano foi ali julgado pelos crimes a ele atribuídos. E continua sendo uma democracia agora que pede a extradição.

Battisti também deu sorte de o primeiro-ministro da Itália chamar-se Silvio Berlusconi. A resistência à extradição pôde ganhar uma aura militante, contra o burlesco chanceler.

Só que aí tem um problema: quem mais lutou e luta lá para que Battisti seja extraditado não é a direita berlusconiana. É a esquerda. Ou melhor, a centro-esquerda herdeira do Partido Comunista Italiano (PCI).

Num plano intelectual, os movimentos armados de então na Itália apresentavam-se como alternativa à política dos comunistas, que tinham decidido buscar alianças com os conservadores para chegar ao poder por meio de eleições e realizar reformas progressistas no capitalismo.

Hoje a estratégia universalizou-se, e talvez o exemplo mais vistoso seja o PT. Mas na época o reformismo era um pecado capital aos olhos do revolucionarismo radical, então bem na moda.

Na prática, a luta armada italiana serviu apenas de instrumento da direita para atrasar a chegada da esquerda ao poder, algo que ali só se realizaria após o fim da União Soviética e da Guerra Fria.

Não à toa o episódio emblemático daquela guerrilha foram o sequestro e assassinato de Aldo Moro, exatamente o líder conservador mais propenso a formar um governo em aliança com a esquerda.

A História e suas ironias. O governo brasileiro que impediu Battisti de apodrecer até o fim dos dias num cárcere italiano é produto exatamente da estratégia contra a qual Battisti pegou em armas quando jovem.

Ele pôde viver para assistir a essa síntese do fracasso político dele próprio. Pena que as vítimas não puderam.

Murismo
O Brasil absteve-se na votação da Agência Internacional de Energia Atômica que denunciou a Síria ao Conselho de Segurança da ONU por atividades nucleares clandestinas.

De abstenção em abstenção, vamos construindo um sólido protagonismo no ponto mais alto.

Do muro.

Trombada
Nas aparências a relação entre o PMDB e Dilma Rousseff não vai bem. Na vida real ela vai um pouco pior.
No episódio da troca na Casa Civil o peemedebismo concluiu que a presidente anda muito disposta a escanteá-lo.
E até as agora novas paredes do Palácio do Planalto sabem que Dilma está incomodadíssima com a eventualidade de precisar administrar uma relação difícil com o PMDB ao longo de todo o governo.

O PMDB desejava ser tratado como sócio e acha que não vem sendo.

Dilma queria o PMDB como aliado incondicional e acha que ele não está sendo.

JOSÉ SERRA - A miséria do ‘Brasil Sem Miséria’


A miséria do ‘Brasil Sem Miséria’
JOSÉ SERRA
O Globo - 10/06/2011

Algumas pessoas não se desfazem da roupa que saiu de moda; guardam-na até que um dia ela entre na moda de novo. Parece que algo assim aconteceu com o programa Fome Zero. Ele foi lançado com grande foguetório no começo do governo Lula, como se fosse a salvação da população pobre do Brasil e até do mundo. Mas não emplacou, sem que ninguém fosse informado por quê. Oito anos depois, eis que ressurge do esquecimento com um novo nome, "Brasil Sem Miséria", num relançamento que também deveria ter sido retumbante. Mas não foi, ou porque o tema já não está tão na moda ou porque o "programa" é só um improviso — ou as duas coisas. Foi tirado da cartola para desviar a atenção da crise que envolvia o então ministro Antonio Palocci.

Nada contra, tudo a favor, o reuso e reciclagem de resíduos sólidos. Mas, em se tratando de políticas públicas, a boa prática está em avaliar e ajustar programas. Com o Fome Zero, não houve nem uma coisa nem outra porque, acima de tudo, faltou execução. Ficou só no nome, que fez sucesso no Brasil e, principalmente, no exterior. É o programa que foi aplaudido sem nunca ter existido. Suas múltiplas ações e metas, divididas em quatro eixos — acesso a alimentos; fortalecimento da agricultura familiar; geração de renda e articulação, mobilização e controle social —, pouco saíram do papel. Agora, no "Brasil Sem Miséria", aqueles quatro eixos viraram três, com outros nomes: renda, inclusão produtiva e serviços públicos. As ações e metas, no entanto, são semelhantes.

Vejamos o caso das famosas cisternas. Do um milhão prometido pelo Fome Zero, foram construídas 350 mil em o i t o a n o s — p o u c o mais de um terço. O "Brasil Sem Miséria" promete construir as 750 mil que ficaram faltando da promessa de 2003! Diga-se de passagem, essas cisternas são, além de virtuais, itinerantes: também já fizeram parte das metas do PAC.

Onde não reusa promessas esquecidas, o novo programa, à moda do PAC, recicla com nova embalagem de marketing ações em andamento. Muitas delas não foram nem sequer iniciadas no governo do PT. É o caso do programa de apoio à agricultura familiar (Pronaf), do programa de microcrédito com assistência técnica (Proger) e do próprio Bolsa Família, que foi a unificação dos programas de transferência de renda criados pelo governo Fernando Henrique Cardoso.

A propósito: seria importante que o "novo" programa de combate à miséria dissesse algo sobre o fato de as condicionalidades previstas na lei de 2004, que criou o Bolsa Família, não terem sido levadas a sério. Alguém sabe, como requer a lei, se a frequência dos alunos à escola está sendo verificada, se as futuras mães estão fazendo acompanhamento pré-natal e se as crianças estão sendo vacinadas? Estão sendo cumpridos o monitoramento, a avaliação e a articulação do Bolsa Família com as demais políticas sociais do governo federal, como cursos de formação profissional? Essas são exigências legais inegociáveis.

Cabe registrar, para ser justo, duas novas medidas anunciadas agora, supondo que saiam do papel: a concessão da Bolsa Verde e o aumento do número de filhos com direito ao benefício do Bolsa-Família, cujo limite passa de três para cinco. O governo federal fica devendo, porém, dentre muitas promessas de campanha, a coisa mais importante: o atendimento a todas as famílias com renda per capita inferior a 25% do salário mínimo, o que corresponde ao dobro do valor estabelecido pelo "Brasil Sem Miséria". Afinal, depois de oito anos do governo Lula, há mais de 16 milhões de brasileiros que vivem em situação de miséria extrema.

No cômputo final, descontado o oba-oba publicitário de praxe, convenhamos: o novo programa, que não é novo, é pouco para reanimar um começo de governo cuja principal marca é a hesitação. Ou, se quiserem, é não saber o que quer nem para onde vai.

MERVAL PEREIRA - As amazonas petistas


As amazonas petistas 

MERVAL PEREIRA

 O Globo - 10/06/2011


A simples informação de que a presidente Dilma Rousseff pensa em colocar na articulação política a ex-senadora Ideli Salvatti, atualmente no Ministério da Pesca como compensação pela derrota que teve na disputa do Senado em Santa Catarina, mostra qual o perfil que ela pensa para um governo que tenha “a sua cara”.

A confirmação da escolha trará duas informações importantes: a presidente está resistindo a grupos de pressão do PT e do PMDB e está montando uma assessoria direta de mulheres que têm como característica marcante a rispidez no trato, à sua imagem e semelhança.

Se vai dar certo, só o tempo dirá, mas teremos dias bastante movimentados no Planalto Central do país e muitas histórias de bastidores sobre a atuação das “amazonas” petistas.

A imprevisibilidade das escolhas pessoais da presidente Dilma é tão grande que o PMDB tentou inicialmente jogar na permanência do ainda ministro Luiz Sérgio nas Relações Institucionais, temendo justamente o surgimento de um nome como o da ex-senadora Ideli.

Mas a presença dele no cargo está inviabilizada pela facilidade com que a especulação de sua saída provocou uma corrida a seu posto dentro do próprio PT, o que indica que ele é considerado uma carta fora do baralho nesse jogo de reorganização do primeiro escalão do governo Dilma.

A disputa dentro do próprio PT e a tentativa do PMDB de se colocar como um player a ser consultado, quando não pronto para assumir as funções mostram como será difícil para o futuro ministro das Relações Institucionais organizar os dois principais sócios dessa imensa aliança partidária que dá suporte ao governo Dilm

O PT está dividido na indicação, com o grupo ligado ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e ao líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), querendo o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia, enquanto o líder do governo, Cândido Vaccarezza, está buscando apoio fora de seu partido no PMDB, no PSB, no PCdoB e no PDT.

Também o grupo de senadores do PMDB que gravita em torno do presidente do Senado, José Sarney, e do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, apoia a escolha de Vaccarezza, considerado de bom trânsito entre os aliados.

Um nome do PMDB, a esta altura dos acontecimentos, parece inviável, e tudo indica que a reformulação do primeiro escalão do governo Dilma vai provocar uma nova confrontação entre PMDB e PT.

Mesmo que alguns gestos tenham indicado que o vice- presidente Michel Temer terá maiores responsabilidades dentro do governo, prossegue o clima de desconfiança e insatisfação.

O que se teme é que, com um trio desses a centralizar as negociações políticas e administrativas do governo, seja impossível chegar-se a um acordo político que ponha a máquina governamental para funcionar minimamente.

A presidente Dilma Rousseff parece estar convencida de que, ao montar uma base aliada com cerca de 70% do Parlamento, tudo estaria resolvido, sem necessidade de negociações pontuais.

Age como se a predominância do Executivo sobre o Congresso fosse um fato da vida.

Por isso teria escolhido pessoas de estilo, digamos, agressivo de trabalhar, no pressuposto de que só tocando a base desse jeito vai se chegar a algum lugar.

O trio não estaria preparado para assimilar as manhas e idiossincrasias dos políticos, e por isso o PMDB e demais partidos preferem o líder Vaccarezza para o cargo de ministro das Relações Institucionais, um político petista mais flexível na relação com a base aliada.

Mas Vaccarezza não tem força dentro do seu próprio partido, tendo sido derrotado na escolha da presidência da Câmara pelo deputado Marco Maia, que hoje trabalha a favor de Arlindo Chinaglia.

Como se vê, o que poderia ser o recomeço do governo Dilma, com a presidente assumindo o controle das escolhas de seu primeiro escalão, pode se transformar no começo de uma crise institucional que confirmará a previsão do ex-presidente Lula, que disse que, se tirasse Palocci, o governo de Dilma se arrastaria até seu final sem condições operacionais.

Aconteceria com Dilma ao perder o suporte de Palocci o contrário do que aconteceu com Lula ao perder José Dirceu e Palocci.

Enquanto ele se fortaleceu ao assumir pessoalmente a coordenação política e apelar ao relacionamento direto com a população, Dilma explicitaria suas deficiências, exacerbando seu estilo agressivo de comandar

Essa maneira de encarar a gestão administrativa, sem levar em conta as sutilezas do relacionamento político no Congresso, pode paralisar o governo e ocasionar crises políticas em série.

Ainda mais quando o governo tem pela frente uma votação difícil como a do Código Florestal, em que já foi derrotado na Câmara.

A ministra Ellen Gracie definiu bem, do meu ponto de vista, a questão da soberania colocada como ponto central do debate do Supremo Tribunal Federal na definição da extradição ou não do ex-terrorista italiano Cesare Battisti.

O advogado de defesa Luís Roberto Barroso explorou bem um sentimento de brasilidade ao denunciar o que seria, no seu modo de ver, uma ingerência indevida do governo italiano em definições de política externa brasileira.

Vários ministros aderiram a essa defesa de nossa soberania, enquanto a ministra Ellen Gracie ponderou: defendemos nossa soberania quando cumprimos os tratados internacionais que firmamos.

Foi o que não aconteceu no caso Battisti, quando o ex-presidente Lula se baseou em conjecturas e nenhum fato para impedir a extradição do italiano, fugindo ao tratado que está em vigor com o Estado democrático italiano, que impõe limites à ação presidencial.

Por isso o caso vai parar na Corte Internacional de Haia.

MÍRIAM LEITÃO - Barulho ao fundo


Barulho ao fundo 
MIRIAM LEITÃO

O Globo - 10/06/2011

O Banco Central tenta perseguir seus vários objetivos: tem que levar a inflação para o centro da meta, não pode derrubar demais o crescimento econômico, tem que evitar uma bolha de crédito. O mundo não facilita. Incerto e mutante, o cenário internacional diariamente agrega mais um problema que afeta o Brasil de alguma forma.

As bolsas americanas caíram por seis pregões seguidos até quarta-feira. Isso não acontecia desde fevereiro de 2009. Ontem, subiram um pouco. A Alemanha propôs oficialmente o calote grego, com alongamento da dívida do país por sete anos. A França e o Banco Central Europeu continuam contrários a essa reestruturação. Alegam que é pelos riscos ao sistema bancário, mas a Alemanha acha que é porque o BCE é credor de grande parte da dívida grega e está defendendo os próprios interesses. A Moody’s ameaçou a Inglaterra de rebaixamento de rating - nunca antes na história daquele ex-império - caso o país não diminua o déficit público. A S&P e a Fitch ameaçaram os EUA do primeiro rebaixamento em mais de 70 anos. A cotação do petróleo, que estava cedendo no último mês, voltou a subir depois que a Opep decidiu não aumentar a produção.

Os juros cobrados do governo português para rolar suas dívidas atingiram novo recorde histórico: 10,29%. Os da Grécia também subiram, para 16,66%; assim como os da Irlanda, para 11,08%. Já são três os países da Zona do Euro pagando juros de dois dígitos. Na outra ponta, estão Alemanha, rolando papéis ao custo de 3,04%, e França, pagando 3,39%. As contradições dentro da Zona do Euro aumentam diariamente. Como países tão desiguais podem estar na mesma união monetária? A Grécia ontem anunciou - mais uma vez - medidas de austeridade, incluindo privatizações.

Na análise do Livro Bege, com a avaliação oficial da economia americana, o presidente do Fed, Ben Bernanke, sugeriu que os juros permanecerão zerados, mas não fez referência à nova rodada de estímulo monetário, que seria a terceira. Esse aumento do dólar em circulação é executado com a recompra pelo BC de títulos do Tesouro americano. Inunda o mercado para estimular a economia, derruba o dólar e nos afeta indiretamente. O dólar chegou a valer esta semana R$ 1,576. Nada mais barato.

Bernanke mantém os juros zerados há mais de dois anos e já recomprou mais de US$ 2 trilhões de títulos do Tesouro para incentivar a recuperação. Ainda assim, a economia não decola. O desemprego aumentou para 9,1% em maio, com a criação de apenas 54 mil postos de trabalho, contra expectativa de 160 mil. São 13,9 milhões de americanos fora do mercado de trabalho, pressionando os custos do seguro desemprego e piorando a popularidade do presidente Barack Obama, que em um ano e meio estará enfrentando as urnas.

No final do mês, acaba o segundo estímulo monetário, que despejou US$ 600 bi na economia. O problema é que a inflação está em alta, saiu de uma taxa acumulada em 12 meses de 1,6% em janeiro para 3,2% em abril. Isso dificulta qualquer socorro por essa via. Pelo lado fiscal, o déficit público deve fechar 2011 em 11% do PIB, e Obama está engessado pelo teto de endividamento do governo. Até agora não conseguiu apoio no Congresso para aumentar esse limite.

A alta da inflação, principalmente dos combustíveis, consome a renda dos americanos, reduz o consumo e diminui o crescimento. As bolsas do país, que vinham sendo destaque, mudaram de rumo. O índice S&P 500, que chegou a subir 8,9% desde janeiro, agora registra 2%. A Nasdaq tem ganho ainda menor, de 1,2%; enquanto o Dow Jones mantém 4,7%, mas depois de ter subido 10,7%.

O site americano CNN Money já fala em década perdida para o país - longo período de baixo crescimento - a exemplo do que aconteceu com o Japão nos anos 90. O endividamento dos estados é enorme. A dívida privada, contanto empresas e consumidores, está em 234% do PIB. É menor do que o pico de 283%, de 2008, mas a queda mostra que as famílias e as empresas estão adiando gastos para pagar dívidas. Isso enfraquece a recuperação.

O mercado imobiliário enfrenta um segundo mergulho no preço das residências, que voltou aos níveis de 2002. No primeiro trimestre, a queda foi de 5,2% no índice S&P/Case-Shiller em relação ao mesmo período de 2010. Foi a terceira queda trimestral seguida. Isso significa que quem carrega dívida imobiliária ficou mais endividado porque o valor de seus imóveis diminuiu. Para os bancos, também significa redução dos seus ativos, que afeta os balanços. Na avaliação que fez do relatório do Livro Bege, o economista do Royal Bank of Canada, David Onyett Jeffries, viu alguns sinais da economia recuperando, mas com redução do ritmo em várias regiões do país. Por aqui, a consultoria Tendências revisou para baixo a previsão do PIB dos EUA, de 3,5% para 2,5%.

A economia do mundo que iria se recuperar este ano enfrentou três choques: o agravamento europeu, o tsunamidesastre nuclear no Japão e a incerteza geopolítica do Norte da África. Sentiu o golpe. Este é o pano de fundo no qual o BC brasileiro tem que ancorar expectativas para levar a inflação de volta ao ponto em 2012.

NELSON MOTTA - Lição de pornopolítica


Lição de pornopolítica
NELSON MOTTA

O GLOBO - 10/06/11

Quando atacam um companheiro nosso, temos que defendê-lo. Nem que depois a gente o chame num canto e diga que ele está errado."

A frase poderia ser de um chefão mafioso para a quadrilha, ou de um lobo para a matilha, mas é a mais perfeita expressão do conceito lulista de ética, que se aplica tanto a Delúbio e Zé Dirceu como a Sarney, Renan e Severino.

Claro que depois Lula os chamou num canto e disse que eles estavam errados, nós sabemos como Lula é rigoroso. Na ética companheira o mais importante não é fazer errado, é não ser flagrado. Falar com a língua presa não é nada, o problema é ter preso o rabo.

Assim como os livros do MEC ensinam que 10 - 7 = 4, e que falar errado é só um preconceito linguístico, o lulismo trouxe conceitos éticos inovadores, como o que aceita o roubo e a corrupção, desde que seja para o partido. Mas se for em causa própria, basta chamar o partido para defender o companheiro e salvá-lo da cadeia. Depois será chamado de lado para ouvir que estava errado.

No Brasil pós-Lula ninguém se envergonha de ser eleito para defender os interesses do país e dos seus eleitores - e tambem dar consultas para empresas privadas que só têm interesse em seus lucros.

Mas não é ilegal, gritam. É apenas imoral. Em países sérios seria, mas aqui nunca será, porque os deputados jamais vão legislar contra seus próprios interesses. É só uma afronta a homens e mulheres honestos que lutam para ganhar a vida e pagar impostos para sustentar essa gentalha. O traficante de influência é pior do que o de drogas, porque vende o que não lhe pertence.

Mesmo assim eles não conseguem viver com o salário de 25 mil - maior do que o de parlamentares americanos e japoneses - e por isso precisam manter outro emprego, como Palocci e outros "consultores". São deputados part time, que servem mais a seus clientes do que ao país.

Com todo respeito pela minoria que ainda resiste, atualmente a deputança parece apenas uma boquinha meio período, um trampolim para subir na vida e nivelar por baixo. Como diz a velha piada, mais atual do que nunca, eles estão fazendo na vida pública o que fazem na privada.

ANCELMO GÓIS - Recomeçar no Rio


Recomeçar no Rio
ANCELMO GÓIS
O GLOBO - 10/06/11

Amigos sugeriram que ele partisse para Venezuela ou Cuba. Mas o ex-ativista italiano Cesare Battisti, 55 anos, depois de quatro anos preso em Brasília, pretende morar no Rio. O plano é continuar escrevendo livros de ficção, mas bem longe de qualquer burburinho político. 

O vulcão e Guido

As cinzas do vulcão Puyehue, no Chile, também atrapalharam Guido Mantega. O ministro da Fazenda participaria, ontem e hoje, na Argentina, de reuniões do Conselho de Ministros da Economia da Unasul.

Só uma reunião

Antonio Palocci já não vai participar, sexta da semana que vem, da reunião do Conselho da Petrobras que decidirá os cortes de uns R$ 30 bilhões do Plano de Negócios da estatal de 2011 a 2015. O ex-ministro, nomeado em maio, só teve tempo de participar de uma reunião. 

Quem falta
 
Desde o fim do regime militar, é a primeira vez que não há, no Palácio do Planalto, ninguém com vivência parlamentar ou experiência política. Não se trata mais de constatar que falta hoje a Dilma do Lula. O pior é que falta o Lula da Dilma. 

Aliás... 
O técnico da seleção brasileira, Mano Menezes, é hoje uma espécie de Dilma. Acabou a lua de mel. É hora de mostrar serviço.

Mais um dia de rock
A produção do Rock in Rio decidiu incluir mais um dia na programação do festival: 29 de setembro, quinta. Roberto Medina atendeu a
um pedido do prefeito Eduardo Paes, diante do esgotamento dos ingressos.

Inflação da saliência

Estudo para o Dia dos Namorados que a FGV divulga hoje revela que a variação do preço médio do período de nheconheco nos motéis brasileiros foi duas vezes maior que a inflação total nos últimos 12 meses. Enquanto a alta geral foi de 6,37%, a inflação nesses templos da saliência chegou a 12,68%. 

Segue...

Se antes da saliência, o namorado quiser levar a namorada para jantar, prepare-se. Segundo a FGV, a inflação nos restaurantes foi de 9,45%. 

No estaleiro 
Um ano e um mês depois do batismo feito por Lula, continua no estaleiro o navio João Cândido, o primeiro produzido pelo Atlântico Sul, em Pernambuco. A Petrobras esperava recebê- lo em agosto do ano passado. Ficou a ver navios.

Explosão de mochila 
Terça, a polícia francesa, acredite, explodiu no Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, a mochila da coleguinha Letícia Coimbra, assessora do vereador Brizola Neto, do Rio. A brasileira a havia esquecido na área de desembarque da esteira do voo AF 1735 (Berlim-Paris). 

E mais... 
Até tomar a decisão de explodir a mochila, a polícia isolou a área por uma hora. A suspeita era de uma bomba. Letícia perdeu o iPad e a câmera fotográfica. Funcionários a aconselharam a não reclamar, pois se fosse identificada teria de pagar multa de 750 euros. 

Light 2016
Terça-feira, no encontro de Eduardo Paes com a equipe de inspeção do Comitê Olímpico, faltou energia duas vezes. 

Pé na estrada
O Grupo JCA (Viação Macaense, Cometa, Catarinense e 1001), que fatura coisa de R$ 1,2 bi por ano, está comprando 230 novos ônibus para rodar na Região dos Lagos. 

Bença, vô Ziraldo
Nasceu em São Paulo Tião (Sebastião para os não íntimos), filho dos músicos Antônio Pinto e Fernanda Cardoso. É o oitavo neto de Ziraldo. 

Retratos da vida 

Um vereador carioca estava terça num chamego com sua secretária num boteco da Cinelândia, quando, opa!, apareceu a mulher dele, que encaçapou os pombinhos.

ANNA RAMALHO - O padrinho


O padrinho
ANNA RAMALHO

JORNAL DO BRASIL - 10/06/11

Esta fusão da Gama Filho e UniverCidade com o Grupo Gallileo, de São Paulo, tem um padrinho ilustre: ele mesmo, José Dirceu. 

Audiovisual


O jornalista Jesus Chediack, do Conselho da ABI , está montando um vídeo sobre Pedro Aleixo, o político mineiro que foi referência de probidade e ética. Pedro Aleixo foi jurista, jornalista , deputado federal por seis legislaturas, membro da Academia Mineira de Letras, ministro da Educação com Castelo Branco e vice-presidente com Costa e Silva.

Merece


O vídeo deveria ser distribuído gratuitamente no Congresso Nacional, né, não?

Cara na porta

Depois de não conseguir ser recebida pela presidente Dilma no Planalto, a ativista iraniana Shirin Ebadi, Nobel da Paz em 2003, esteve no Senado para visitar os senadores da Comissão de Relações Exteriores. Lá também não obteve sucesso. As Excelências estavam em reunião.

A ira do senador


Depois do discurso da nova ministra Gleisi Hoffmann, anteontem no Senado, que atrasou, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) esbravejava no plenário:

– Não é possível que o Senado deixe de votar coisas tão importantes por causa de uma simples posse!

Coisa rara


Tudo bem. E quantas vezes a Casa fica abandonada sem nenhum parlamentar para votar coisa alguma? Pelo menos dois dias na semana: segundas e sextas.

Esquerda festiva


Eduardo Suplicy não para de festejar a libertação de seu grande amigo Cesare Battisti. O senador foi um dos maiores defensores do italiano esse tempo todo.

É fogo! 

Ontem, na barulhenta carreata do Vasco que infernizou a cidade até altas horas, um detalhe chamava a atenção: todas as viaturas da PM que acompanhavam o séquito tinham fitas vermelhas amarradas nos retrovisores. 

Destemido

O blogueiro Ricardo Gama – aquele que sofreu um atentado em março por fazer fortes críticas ao governo – mandou mais uma. Divulgou em seu blog o nome dos deputados que não assinaram a manifestação, que rolou anteontem, na Alerj, a favor dos bombeiros militares do Rio.

São eles

Paulo Melo (PMDB), presidente da Alerj, deputado André Corrêa (PPS), líder do governo Cabral, e deputado Iranildo Campos (PR).

A favor


Entre os que assinaram estão Gilberto Palmares (PT), Marcelo Freixo (PSOL), Clarissa Garotinho (PR) e Flavio Bolsonaro (PP).

Raspadinhas

O craque Felipe e o garoto Fellipe Bastos, integrantes do vitorioso elenco do Vasco da Gama, campeão da Copa do Brasil, enchem de orgulho a unidade Bonsucesso do Colégio Santa Mônica, onde estudaram.

Marcio Thomaz Bastos participa hoje, do seminário O Estado Brasileiro e o Crime Organizado, no Instituto Innovare.

O Fashion Mall faz domingo, no terraço do shopping, o Arraial dos Namorados.

Márcio Tadeu, coordenador do projeto Só Alegria Vai Contagiar, faz campanha de prevenção a Aids no Dia dos Namorados, no Morro dos Macacos.

O poeta Jorge Salomão recebe, amanhã, um seleto grupo de amigos para um happy hour. Depois a turma segue para o Arraiá da Esquina, em Santa Teresa. 

O The Bakers lança cesta afrodisíaca para o Dia dos Namorados.

JOSÉ SIMÃO - Troco Battisti por dois tênis Prada!


Troco Battisti por dois tênis Prada! 
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 10/06/11

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!
Alerta aos leitores! Olha esta faixa da Universal: "Deus te ama! Mas se tens tatuagem, irás para o inferno". Rarará!
E uma amiga que foi atropelada por um carro com o adesivo "Jesus é joia, o resto é bijuteria". Ela devia ser o resto. Rarará!.
E esta piada pronta: "Barco batizado de Titanic 2 afunda na Inglaterra". E esta: "Juíza do RS manda o Estado pagar Viagra para homem com disfunção erétil". Como é o nome da juíza? Inajá BIGOLIN!
E o Battisti? Eu sei porque o Battisti foi solto. Porque ele pertencia a um grupo de esquerda chamado Proletários Armados pelo Comunismo, PAC!
E o Berlusconi, o nosso Maluf pornô, tá indignado! Ele é insaciável. Já entregamos aquele mafioso Buscetta duas vezes. E ele ainda quer mais? Já entregamos o que ele mais gosta: Buscetta! Rarará!
E avisa pro Berlusconi que eu troco o Battisti por dois tênis da Prada! Rarará!
E o único italiano que virou herói no Brasil foi o Baggio. Que errou o pênalti e a gente ganhou o tetra. E querem extradição? Então vamos extraditar o Sarney. Pra ver se o Berlusconi aguenta. Rarará! E já tem placa de protesto: "Battisti, GO ROMA!".
E o site Futurinhas revela a frase de despedida do Palofi: "Obrigado por tudo. Por tudo o que juntei na minha conta". Rarará! E o Eramos6: "Saiu a gripe Palocci: com ela, você cai duas vezes".
E a nova ministra Barbie Eliana? A Gleisi Hoffmann. Já tão chamando de Gleisi BOTOFFMAN! De tanto botox. Rarará!
E terça-feira foi o Dia das Despedidas dos Gordos: Ronalducho e Faloffi! Só que com o Ronaldo foi despedida. E o Palofi foi despedido! Rarará! O Ronalducho saiu pela porta da frente. E o Palofi saiu pelas portas do fundo.
E sabe por que o Ronalducho perdeu três gols? Porque atrás da barriga não dava pra ver nada. E pior que aquele jogo da seleção só mesmo o Galvão chorando porque não consegue mais gritar "Roooonaldo". Tá mais rouco que a foca da Disney! Também, passou 20 anos gritando "Rooonaldo e Ruuuubinho!".
E agora o predestinado dos predestinados. É que o prefeito de Campinas tá pra entrar numa CPI! E sabe como se chama o advogado que está defendendo o prefeito de Campinas? Alberto ROLLO! Todo advogado devia se chamar Rollo. Ele devia abrir franquia! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

WASHINGTON NOVAES - Panorama inquietante. E caminhos para mudar


Panorama inquietante. E caminhos para mudar
WASHINGTON NOVAES
O Estado de S.Paulo - 10/06/11

Muitos eventos assinalam a Semana do Meio Ambiente e levam a balanços no País e no mundo. Talvez o dado mais otimista seja o inegável avanço da consciência social quanto à gravidade das questões ditas ambientais e à necessidade urgente de políticas públicas adequadas.

Pode-se começar pela Amazônia, um bioma com mais de 5 milhões de quilômetros quadrados, mais de 70% da água superficial do País, 45% da água subterrânea potável do planeta, reservas valiosíssimas de carbono estocadas na floresta e no solo (mais que as primeiras), 209 milhões de hectares de florestas públicas cadastradas. Mas há poucas semanas o governo federal teve de criar uma "força-tarefa" na tentativa de refrear ali novo aumento do desmatamento (cresceu 27% de agosto de 2010 a abril de 2011) e o abate de árvores (cresceu 2% de agosto de 2010 a abril último, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Serão 900 servidores de vários órgãos. Mas logo de saída se deixou claro que não haverá condições sequer de proteger a vida de mais de uma centena de pessoas ameaçadas de morte por desmatadores ilegais, que estariam aumentando suas atividades por temerem que sobrevenha legislação que os coíba - como admitiu o ex-governador de Mato Grosso Blairo Maggi.

Talvez um caminho eficiente para impedir a ilegalidade seja o da regularização de terras ocupadas. Há até um programa federal criado para isso. Mas em um ano e oito meses somente 554 títulos foram reconhecidos em nove Estados (Folha de S.Paulo, 28/2), pouco mais de 1% da meta de chegar a 54 mil até o final de 2010. Dificilmente se avançará se o Ministério do Meio Ambiente continuar a ter menos de 1% do Orçamento federal. Como fará o Ibama, se não consegue sequer receber as multas que aplica (recebeu menos 1% de R$ 1 bilhão, pelo último balanço divulgado)? E se bancos oficiais continuarem a financiar ali atividades degradadoras, como se tem noticiado (Estado, 24/10/2010)?

Para complicar mais ainda as questões, surge a notícia da licença do Ibama para a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, um projeto que nem ao menos se sabe quanto custará, tantas vezes mudou o valor (começou com menos de R$ 10 bilhões, chegou a R$ 30 bilhões, voltou a R$ 24 bilhões, está em R$ 27,5 bilhões). Uma iniciativa que já se transforma em caso internacional em instituições preocupadas com a proteção de direitos humanos, em geral, e de índios, em particular. E levanta críticas do Ministério Público e de 17 instituições brasileiras, entre elas a Academia Brasileira de Ciências e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Mas Belo Monte parece ser a primeira de outras polêmicas que se seguirão com as decisões de implantar hidrelétricas nos Rios Teles Pires e Tapajós, afetando áreas de preservação permanente e reservas indígenas. Tudo sem que sequer se saiba como se fará para instalar os "linhões" de transmissão de energia de Belo Monte, das usinas do Madeira e Jirau, por milhares de quilômetros. Ou que se discuta a real necessidade de novas unidades geradoras, contrariando estudos de instituições científicas.

No final das contas, como tem lembrado a ex-ministra Marina Silva, já perdemos quase 20% da Floresta Amazônica, 93% da Mata Atlântica, metade do Cerrado e da Caatinga - e continuamos a desmatar, embora tenhamos 60 milhões de hectares de terras agrícolas degradadas e abandonadas (Folha de S.Paulo, 1.º/5). E se divulgue estudo mostrando que 20% do território de Minas Gerais caminha para a desertificação.

Tudo isso certamente nos será cobrado no ano que vem, quando se realizar aqui a Rio + 20. E até antes, já que se torna cada vez mais patente que o País não consegue (ou não quer) formular uma estratégia adequada para os tempos modernos, em que se preveem situações cada vez mais dramáticas com mudanças do clima e consumo de recursos naturais além da capacidade de reposição do planeta. Nesse mundo em crise, o Brasil poderá - se for competente - ocupar lugar privilegiado. Como já se escreveu tantas vezes neste espaço, temos território continental, com possibilidade de plantio durante todo o ano (num mundo sedento de alimentos), quase 13% da água superficial da Terra, entre 15% e 20% da biodiversidade planetária, possibilidade de matriz energética limpa e renovável (com hidreletricidade, energias eólica, solar, de marés e geotérmica, além dos vários caminhos dos biocombustíveis).

Quanto valerá tudo isso no momento em que se anuncia um aumento, em 2010, de 5% nas emissões de poluentes que se concentram na atmosfera e intensificam mudanças climáticas? O total de emissões chegou agora a 30,6 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, com a previsão de que em dois anos se superarão os 32 bilhões de toneladas - limite além do qual não será possível conter em 2 graus Celsius o aumento da temperatura do planeta, nem "eventos extremos" ainda mais dramáticos.

Um balanço nacional neste momento mostra também situações constrangedoras nas áreas do saneamento (quase 50% da população sem redes de coleta de esgotos, só 30% dos esgotos coletados recebendo algum tratamento e o despejo in natura sendo a maior causa de poluição das águas). Quase 10% da população não recebe em casa água potável. E a Agência Nacional de Águas prevê que em pouco mais de uma década mais de metade dos municípios brasileiros terão problemas graves com recursos hídricos. Mesmo assim, continuamos a desperdiçar por vazamentos nas redes públicas em torno de 40% da água que sai das estações de tratamento. E ainda se pode falar também de resíduos, com a destinação de mais de 50% do lixo domiciliar e comercial coletado para lixões. Ou do fato de todas as maiores cidades brasileiras estarem com seus aterros sanitários esgotados.

É preciso, então, que a sociedade, com a consciência já adquirida, saia da posição de vítima e seja competente para formular políticas adequadas e exigir sua adoção pelos poderes.

ILIMAR FRANCO - Operação Tutela


Operação Tutela
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 10/06/11

Os petistas mantiveram ontem a ação para derrubar Luiz Sérgio e impor à presidente Dilma a escolha de um novo ministro. Mas não conseguiram a adesão do PMDB. “Conversamos, eu, Michel, Renan e Sarney. A Casa Civil e as Relações Institucionais são pastas estritamente vinculadas à presidente. Os ministros têm de ser da confiança dela. Não preferimos nem indicamos nomes, queremos influir no modelo de funcionamento”, resumiu o líder na Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN).

Os fatos, as versões e os companheiros
Nas conversas com os políticos do PMDB, os petistas dizem “cândidos” que o ministro Luiz Sérgio é “fraco”, “está de saco cheio”, “se desgastou” e que “ele não quer ficar”. À coluna, o ministro disse: “Não entreguei o cargo, nem fiz carta de demissão”. A presidente Dilma mandou dizer: “Não recebi carta de demissão”. E sobre o convite à ministra Ideli Salvatti: “Não convidei”. O ministro Luiz Sérgio e a presidente podem conversar hoje. É fato que a queda de Palocci, que centralizava a articulação política, desencadeou a cobiça dos petistas. Antes, quando tinha papel subalterno, ninguém queria a pasta. Agora que terá protagonismo, virou sonho de consumo dos “bons”
companheiros.

"Estou na luta pela manutenção do Luiz Sérgio. Ele faz um excelente trabalho e, se lhe derem poderes, vai deslanchar” — Francisco Dornelles, senador (PP-RJ)

RESCALDO. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, no dia seguinte ao arquivamento do pedido de investigação sobre o exministro Antonio Palocci, foi bombardeado na rede interna do Ministério Público e criticado por colegas. Um deles o acusou de ter
“brindeirado”. Fazia referência ao ex-procurador da República Geraldo Brindeiro, que, no governo Fernando Henrique, era
chamado pela oposição de “engavetador-geral da República”. 

Desburocratização
O ex-auditor da CGU e ex-assessor da PF João Elias Cardoso é o novo diretor do Departamento Nacional de Registro de Comércio, que rege as juntas comerciais. Sua tarefa: simplificar as regras para abrir e fechar empresas no país.

Contra-ataque
O relator da fusão Sadia-Perdigão no Cade, Carlos Ragazzo, ficou possesso com a decisão de Ricardo Ruiz de pedir vista do julgamento. Ele alega que a suspensão pode prejudicar a sentença e não vê solução para a união das duas.

Nordeste quer mudar leis tributárias
Os governadores do Nordeste se reúnem hoje, em Fortaleza, para fechar uma proposta de mudanças na legislação tributária. Eles pretendem restabelecer vantagens para a região, reagindo à decisão do STF, que considerou inconstitucionais as que vigoravam até agora. Na pauta também o piso dos professores. Quando ele foi aprovado, o governo federal assumiu compromisso de entrar com uma parcela para ajudar os estados, mas agora a União diz que não tem dinheiro.

Carta de intenção
Relator do Código Florestal na Comissão do Meio Ambiente do Senado, Jorge Viana (PTAC) acredita que, com o apoio dos ruralistas, será possível fazer um ajuste no texto que foi aprovado na Câmara, em favor do meio ambiente.

Afinando a viola
As ministras Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) conversaram ontem sobre o novo Código Florestal. Elas têm visões diferentes da questão e fizeram um primeiro esforço para aproximar as suas posições.

 DESABAFO do ex-presidente do PT do Rio Alberto Cantalice, diante da fritura a que está sendo submetido o ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais): “Mais uma vez o PT do Rio está sendo vítima das brigas internas do PT paulista”.
 SINTONIA. Na audiência com o presidente eleito do Peru, Ollanta Humala, a presidente Dilma Rousseff quebrou o gelo e gastou o seu espanhol. 
● AS FEMINISTAS estão irritadas com o ministro Ayres Brito, do STF. Criticam no seu voto, no julgamento da união homoafetiva, a declaração de que o órgão sexual masculino “é um plus, um bônus”.