quinta-feira, dezembro 01, 2011

Um brinde ao amigo controle remoto - WAGNER VILARON


O Estado de S.Paulo - 01/12/11


Nada mais natural do que só se falar da final, ou melhor, da última rodada do Campeonato Brasileiro. Além de encerrar a edição mais equilibrada e, portanto, a mais emocionante da era dos pontos corridos, o último capítulo é marcado por uma série de clássicos que decide vaga na Libertadores, rebaixamento e, claro, o título. Então, vamos a ele.

Não vou me aventurar aqui em palpites - esta uma das primeiras lições aprendidas por quem trabalha ou já passou pela mídia impressa, pois fica registrado para sempre e só serve para alimentar os cornetas de plantão. E claro que acompanharei simultaneamente os clássicos do Pacaembu (Corinthians x Palmeiras) e do Engenhão (Vasco x Flamengo), que definirão o pentacampeão brasileiro. Só para lembrar, Corinthians e Vasco têm quatro títulos cada.

Também contarei com a ajuda do solene amigo controle remoto, amizade essa à qual só damos valor quando a maldita pilha acaba. Para não correr tal risco, substituirei, no sábado, as duas palitos, também conhecidas como AAA.

Com meu aliado em punho, darei pulos esporádicos a Sete Lagoas, palco daquele que pode ser o momento mais trágico do ano: o rebaixamento do Cruzeiro para a Série B. E com dois requintes de crueldade: a possibilidade de ser rebaixado em partida contra seu principal e eterno rival, o Atlético-MG, e diante de sua torcida. Segundo acordo feito entre os clubes, apenas torcedores da Raposa estarão no estádio.

Agora, um clássico que não tem sido muito badalado nacionalmente, mas que terá atenção especial de meu controle remoto é Atlético-PR x Coritiba, pois vale, e muito, para os dois. É verdade que Vasco x Flamengo também coloca em jogo grandes objetivos para ambos. Porém, até o mais otimista vascaíno tem consciência de que o título pode até vir, mas teria de driblar a lógica. Em outras palavras, o Vasco quer ganhar, lógico, mas não deixará de ter uma temporada vitoriosa se o pentacampeonato brasileiro não se concretizar.

No caso do embate paranaense é o típico roteiro que envolve ação, drama, tensão, tragédia, alegria, enfim, todo o tempero de um grande filme. De um lado o Coritiba, equipe que encantou o País, sobretudo com a ótima campanha no primeiro semestre que a levou ao vice-campeonato da Copa do Brasil. Mas o que adianta encantar, brilhar e não vencer? Para evitar isso, o Coxa, que hibernou na zona intermediária da classificação durante boa parte do Brasileiro, reagiu e entra em campo motivado para ficar com uma das vagas na Libertadores.

Mas do outro lado está o Atlético-PR. E, no caso do Furacão, esqueçam rivalidade e disposição de prejudicar o rival. Os rubro-negros entram para se salvar. A situação é tão complicada que, além de vencerem, precisam torcer contra Cruzeiro e Ceará. Desespero puro, terrível para a torcida atleticana, mas fantástico para o clássico. Ah, detalhe: a exemplo do que ocorre em Minas com o Cruzeiro, o Atlético-PR pode cair diante de sua torcida. O jogo é na Arena.

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