domingo, novembro 20, 2011

Retrato de um novo país - JOSUÉ GOMES DA SILVA


FOLHA DE SP - 20/11/11

Os novos recortes do Censo 2010, divulgados pelo IBGE, mostram as transformações positivas no país nos últimos 30 anos. Os dados confirmam benefícios da democracia para a sociedade, que a conquistou com civismo, ordem e exercício político em movimento histórico simbolizado pela campanha Diretas-Já (1984).

Um dos indicadores dos avanços é a expressiva redução da taxa de fecundidade, próxima das verificadas em nações mais desenvolvidas. Ênfase para a diminuição da gravidez na adolescência. Importante frisar que essas conquistas decorrem de campanhas educativas e do planejamento familiar, e não de anacrônicas e autoritárias práticas de controle de natalidade.

Reduzimos o número de nascimentos e aumentamos o contingente de estudantes e o nível do ensino. Em 2000, 5,5% das crianças de 7 a 14 anos não estavam na escola. O índice caiu para 3,1% em 2010. Na faixa etária entre 15 e 17 anos, 22,3% estavam fora das salas de aula no ano 2000. Em 2010, foram 16,7%.

Mais alunos, menos analfabetismo, cuja taxa entre a população com 15 anos ou mais diminuiu quatro pontos percentuais na década. Mas ainda temos significativo analfabetismo funcional a vencer.

A qualidade de vida também melhorou. Hoje, mais de 80% dos domicílios brasileiros são atendidos por rede de abastecimento de água e 97,8% contam com energia elétrica.

Tal insumo tem sido utilizado de modo construtivo, pois o computador, que significa mais acesso a informação e cultura, foi o bem durável cuja presença mais cresceu nos lares. Em 2000, aparecia em 10,6% dos domicílios, ante 38,3% no ano passado.

A televisão, produto de alto consumo, existe em 95% das casas, contra 87,2% há dez anos. O carro contemplava 32,7% das famílias, avançando para 39,5%. Além disso, 87,9% dos domicílios brasileiros hoje têm linha telefônica.

Melhor estrutura urbana, saneamento, conforto e salubridade residencial refletem-se no mais relevante indicador: apenas 3,4% de todas as mortes no país em 2010 ocorreram antes do primeiro ano de vida. O índice era de 23,3% em 1980. Ou seja, o declínio da mortalidade infantil foi de 85,4%.

Temos muito a comemorar, mas com a consciência de que também ainda há muito a ser feito. Não podemos ter nenhuma criança fora da escola ou sequer um analfabeto, além de proporcionar excelência no ensino público.

É preciso garantir saúde, segurança e oportunidades iguais para todos. Por isso, devemos zelar por nossa democracia aprimorando-a sempre, pois a liberdade política leva ao crescimento com justiça social, o verdadeiro desenvolvimento. As eleições de 2012 serão mais uma boa oportunidade para isso.

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