quarta-feira, novembro 16, 2011

Pulo pra fora da cerca - PAULO SANT’ANA

ZERO HORA - 16/11/11

Recebo uma mensagem intrigante de uma mulher que vive dois papéis. Só lendo para ver como as pessoas conseguem se dividir em duas: “Querido Pablo. Fiquei contente em saber que todos os e-mails são lidos, e mais ainda da limitação de linhas, já que sou bem econômica nas palavras.

Sei que o mundo está de cabeça para baixo: SUS, aeroportos, um caos; Europa, EUA, idem... mas a minha preocupação está mais perto de mim, portanto mais importante para mim no momento... Não sou uma adolescente, sou casada, filhos, cachorro, gato, vida um pouco apertada, mas estável, vivo bem com meu marido.

Eis que tenho me encontrado com uma pessoa uma vez por semana, em um compromisso de ambos... e você já imagina né?... o encantamento é recíproco.

Ele é espetacular e me satisfaz totalmente. Dou voltas, mas fico hipnotizada, já tentei trocar dia e horário do curso, mas não consigo. Um dia antes de me encontrar com ele, já estou feliz. Ver seu carro dá frio na barriga, troco trajeto para tentar encontros... acho que pirei...

Como isto pode acontecer???? Me sinto como uma adolescente e sabe como é... Ele, bom, também não consegue disfarçar... ficamos no flerte, no encantamento, na descoberta de atitudes em comum... isto é bom ou ruim?????

Você passou por algo assim????? Bom, minhas linhas estão terminando, né??? Leio sempre suas crônicas e torço pelo seu time!!!!!!! Socorre-me neste dilema, sou bem casada mas estou apaixonada por este meu namorado que me surgiu entre as brumas da existência e substitui com maestria o meu marido nos jogos do amor. Tchau”. (O e-mail estava assinado com nome e endereço, que não posso evidentemente publicar, para evitar uma tragédia passional).

Outro e-mail: “Perdão, ilustre jornalista Sant’Ana, mas a hora é AGORA de tua sempre e bem-vinda intervenção. Lembra o senhor de sua coluna ‘Uma classe infeliz’? Pois ela foi decisiva, vital para a então isonomia dos delegados de polícia com os procuradores. Ela influenciou e muito quando da votação na Assembleia Legislativa do RS. Mais uma vez, interceda por nós, por gentileza, já não temos voz ativa.

Todo o Rio Grande do Sul está reconhecendo que não tem explicação que os delegados de polícia ganhem a metade dos procuradores e muito menos do que os defensores públicos. Sou pensionista de delegado.

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