domingo, novembro 20, 2011

O dedo na ferida - ILIMAR FRANCO



O GLOBO - 20/11/11

Foi a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) quem abriu o verbo para reclamar, numa reunião na noite do dia 6 de novembro, no Palácio da Alvorada, sobre o silêncio imposto aos ministros palacianos. Diante da presidente Dilma, argumentou que ela e Ideli Salvatti (Institucional) ocupavam cargos políticos e que, pela mudez, tinham virado alvo de críticas na mídia. E que, enquanto isso, outros, referindo-se a Gilberto Carvalho, falavam à vontade e sem receber cobranças da presidente.

Abatidos com a lei do silêncio
Isso não impediu que, alguns dias depois, Gleisi levasse um puxão de orelhas da presidente Dilma. Foi assim. No dia 8, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) disse que não sairia do governo nem na reforma ministerial. No dia 9, a pedido de Dilma, Gleisi informou a Lupi que a presidente não gostou, lembrando-o de que quem nomeia e demite ministros é a presidente. O fato acabou noticiado na internet. Quando soube disso, Dilma reclamou com Gleisi e pediu que ela desmentisse. Talvez por isso, na sexta-feira, ao final da cerimônia da Comissão da Verdade, o ministro Gilberto Carvalho tenha dito: "Entrei agora num período de falar pouco."

"O DEM precisa ter um candidato a presidente. A coisa tem que sair desta polarização PT x PSDB. A próxima eleição (2014) não vai ser bipartidária”
Demóstenes Torres, líder do DEM no Senado (GO)

SCRIPT. O DEM defenderá publicamente o nome de Rodrigo Garcia à Prefeitura de São Paulo até o PSDB definir sua candidatura. A priori, os demistas consideram os quatro pré-candidatos tucanos fracos e preferem apoiar Gabriel Chalita (PMDB-SP), na foto. Além da capital paulista, as conversas entre DEM e PMDB estão adiantadas em Salvador e Natal. Há possibilidade de aliança também no Recife e em Campo Grande.

O nó
O Poder Judiciário não aceita a proposta do governo Dilma de criar um único fundo de previdência para os servidores públicos. No Executivo e no Congresso, o que se diz é que o Judiciário não quer abrir a caixa-preta de seus salários.

Fazendo cera
O governo federal arranjou um jeitinho de retardar a criação da comissão dos royalties do petróleo na Câmara. Eles mergulharam num debate, para ganhar tempo, sobre o direito do novo partido, o PSD, indicar representantes.

Bola fora
O Palácio do Planalto ofereceu carona a seis parlamentares que participariam de solenidade anteontem em Salvador. Chegando à base aérea, foram surpreendidos com a informação de que, por motivo de segurança, não poderiam viajar no mesmo avião em que a presidente Dilma. O segundo avião ainda se atrasou, e eles perderam o início da solenidade. Essas caronas costumavam ser uma oportunidade de conversar com os presidentes e sinal de prestígio na base eleitoral.

Bombeiros
Com a posse de Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) no Senado, tucanos intensificaram os esforços para tentar apaziguar os ânimos entre ele e o senador Cícero Lucena (PSDB-PB). Eles estão rompidos desde a eleição do ano passado.

Missão impossível
Uma missão internacional de paz, integrada por 76 parlamentares, vai passar a próxima semana em Rafah, na Faixa de Gaza. Dois brasileiros integram a comitiva: os deputados federais Chico Alencar (PSOL-RJ) e Marina Santanna (PT-GO).

SOBRE o vazamento de óleo na Bacia de Campos e o debate do projeto de redistribuição dos royalties, o senador Magno Malta (PR-ES) provoca: "O petróleo é de todos, agora o vazamento também tem que ser."

RURALISTAS mais radicais já estão defendendo adiar a votação do Código Florestal. Isso porque a legislação ambiental em vigor é baseada em medidas provisórias, não tendo tanta legitimidade.

O INSTITUTO
 Teotônio Vilela, do PSDB, promoveu seminário sobre uma nova agenda para o Brasil, mas não divulga as transcrições das falas dos economistas e dos intelectuais que se manifestaram. Mistério!

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