quarta-feira, novembro 16, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO



FOLHA DE SP - 16/11/11


Brinde importado tem alta e a produção nacional cai

O setor de brindes promocionais está dividido às vésperas do Natal deste ano.

Enquanto os fabricantes nacionais sofrem o impacto dos chineses, os importadores e as empresas que investem em pequenos mimos, em especial os eletrônicos, registram faturamento crescente.

"Entre os produtos de valor agregado, o pen-drive é o mais vendido atualmente. Brindes com apelo ecológico também estão muito demandados", diz Luiz Roberto Salvador, organizador da Promo Bríndice, evento que reúne companhias do setor.

A produção de brindes mais tradicionais, como bonés e canetas, porém, deve cair 15% no final deste ano, em relação ao mesmo período de 2010, segundo a Anibb (Associação das Indústrias de Bonés, Brindes e Similares).

As perdas do segmento para os produtos importados são, em média, de R$ 300 milhões por ano, desde 2006.

"Ainda não deu para faturar nem o suficiente para pagar os empregados", diz o presidente da entidade, Valdenilson da Costa.

Mais de 30 mil empregos foram fechados nos últimos cinco anos, de acordo com levantamento da associação.

"Estamos pagando para trabalhar. A nossa desindustrialização já é uma realidade", afirma Costa.

O golpe das importações ficou mais duro nos últimos anos. "O produto chinês viveu um longo período sem credibilidade, mas ganhou qualidade", afirma Salvador.

TÉRMICO
Na linha do "ecologicamente correto, por substituir descartáveis", os "mugs", canecas e garrafas térmicas, têm mantido o faturamento da Mugmania aquecido. O Natal deste ano deve ser 20% melhor que o de 2010, segundo o empresário canadense David Tremblay, que importa produtos da China e coloca a marca de empresas em 30 tipos de brindes. "Elas estão comprando quantidades maiores que no ano passado", diz. O movimento, porém, não se limita a clientes e ao período natalino. "O funcionário que ganha fica feliz e a empresa economiza até 2 mil copos descartáveis por pessoa ao ano", afirma. "'Mug' não se encontra muito em loja. Por isso, quem recebe, valoriza."

CONEXÃO EMPRESARIAL
A GXS, companhia norte-americana de comércio eletrônico, vai investir US$ 20 milhões (cerca de R$ 36 milhões) no mercado brasileiro entre 2012 e 2013.

No ano que vem, a companhia lançará um tipo de rede social para empresas.

"Nossa intenção será facilitar a troca de contatos entre as companhias e, assim, aumentar as possibilidades de negócios no Brasil", afirma o presidente da GXS no país, Helcio Beninatto.

O Brasil é hoje a terceira maior operação da companhia, atrás de Estados Unidos e Reino Unido. O país representa 13% do faturamento global da empresa, que superou US$ 400 milhões no ano passado.

VALOR
O carioca Fred Gelli, sócio da agência Tátil, que assina o logo das Olimpíadas, lança hoje em São Paulo uma nova empresa, a Cria.

Consultoria de inovação, a Cria será voltada para o desenvolvimento de modelos de negócios, produtos e serviços que "geram valor para a sociedade".

No evento haverá um debate sobre o "Futuro dos Negócios", com conselheiros globais da empresa, entre eles, Fábio Coelho (Google Brasil) e Mehmood Khan (ex-diretor mundial de inovação da Unilever).

Com sede no Rio de Janeiro, a empresa também tem como sócios a uruguaia Florencia Estrade e o indiano Dhaval Chadha.

PESO DA MOEDA
Para 87% dos brasileiros, o dinheiro é uma ferramenta para se atingir objetivos e sonhos, segundo pesquisa da Colloquy. É a maior porcentagem entre os emergentes analisados (China e Índia).

O estudo também aponta que dinheiro significa segurança para 5% dos brasileiros entrevistados e que, para eles, o melhor a fazer é poupar.

Para 28% dos indianos, o dinheiro torna uma pessoa importante. Na China, após a realização de sonhos, o dinheiro deve garantir o lazer.

com JOANA CUNHA, VITOR SION, LUCIANA DYNIEWICZ e MARIANA BARBOSA

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