domingo, outubro 02, 2011

RENATA LO PRETE - PAINEL


Tucanocídio, a missão
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SP - 02/10/11

Adormecida desde a transição, a disputa entre os grupos de Geraldo Alckmin e José Serra ressurgiu com a proximidade das prévias para escolher o candidato à prefeitura paulistana. Antes circunscrito a divergências quanto à continuidade de programas de governo, o clima de confronto contaminou a base do PSDB. Alckmistas duvidam do empenho de Serra na campanha, a depender do nome escolhido. Serristas se queixam de isolamento progressivo. O recrudescimento das hostilidades preocupa o partido. Teme-se que o protagonismo da eleição na capital acabe dividido exclusivamente entre o PT e Gilberto Kassab.

Sobe-desce Ajuda a alimentar o quadro de tensão no PSDB o diagnóstico de que a semana dos pré-candidatos terminou com viés de alta para Guilherme Afif, agora seguro da legenda do PSD, e de baixa para o tucano Bruno Covas, que se atrapalhou no Assembleiagate.

Não entendi 1 Em resposta à queixa pública de Aloysio Nunes por ter sido excluído do programa de televisão tucano, o presidente do PSDB-SP, Pedro Tobias, diz: "É estranho que ele reclame do espaço dado a candidatos a prefeito que levaram a campanha dele ao Senado nas costas em 2010".

Não entendi 2 Tobias considera ainda que criaria constrangimentos caso permitisse a aparição de Aloysio, não-candidato declarado, no palanque eletrônico da capital. "E o que eu faria com os outros quatro que assumiram a candidatura?", indaga, referindo-se a Andrea Matarazzo, Bruno Covas, José Aníbal e Ricardo Trípoli.

O original De um cardeal petista, ao observar que a legenda de Eduardo Campos (PE) está em praticamente todas as máquinas estaduais, seja qual for a coloração partidária do governador: "Na verdade, é o PSB que não é nem de esquerda, nem de centro, nem de direita".

Agora não Entre outros motivos, Dilma torce para que a queda serial de ministros tenha de fato acabado para ter a liberdade de promover ampla reforma na Esplanada na virada do ano. Ela entende que, se alguém for nomeado a esta altura, dificilmente poderá ser removido em tão pouco tempo.

Carteirada 1 A lista de coisas que tiram Dilma Rousseff do sério é liderada atualmente pelo expediente de recorrer, diante da presidente ou de terceiros, a expressões como "eu falei com o Lula", "o Lula concorda" ou, pior, "o Lula se comprometeu".

Carteirada 2 Entre os que já deram esse mau passo estão o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

Ah, é? Recentemente, um interlocutor falava com Dilma sobre a Petrobras e a toda hora pronunciava um "mas o Gabrielli acha que...". Ela cortou: "Ele acha? Então que arrume 56 milhões de votos e sente na minha cadeira".

Presente Com Dilma na Europa em semana decisiva para a questão dos royalties, a pressão sobre a negociação cairá no colo do presidente em exercício, Michel Temer. Sobretudo porque a gritaria maior vem de seus correligionários do PMDB do Rio.

Ausente Governadores de Estados produtores, Sérgio Cabral (PMDB-RJ) à frente, bem que tentaram negociar diretamente com Dilma. A presidente, no entanto, manteve distância da encrenca. Temer dificilmente poderá fazer o mesmo.
com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI

tiroteio

"Dilma está igual a Pôncio Pilatos: lavou aos mãos e entregou o Rio de Janeiro, que lhe deu expressiva votação, aos que querem crucificar o Estado."
DO DEPUTADO EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ), criticando a atitude da presidente, em seu entender de indiferença, diante da queda de braço em torno da distribuição dos royalties do petróleo.

contraponto

Quem diria!


A cerimônia, realizada na quinta-feira passada no Palácio do Planalto, de assinatura da medida provisória que estabelece mecanismos de fomento à indústria de defesa, estava repleta de militares.
Acomodado em uma das primeiras fileiras da plateia, o petista Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento e companheiro de Dilma Rousseff na luta contra a ditadura, fez graça com o general Enzo Martins Peri, comandante do Exército:
-Este tanto de milico aqui e a gente não sai algemado!

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