domingo, setembro 18, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


Ministério propõe união de Brics para remédios
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 18/09/11

A declaração do premiê chinês, Wen Jiabao, na quarta-feira, de que a ajuda à Europa depende de contrapartida europeia, jogou água fria no projeto do ministro Guido Mantega (Fazenda) de discutir o apoio dos Brics (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) ao continente.
Mas o Brasil já tem outra proposta para os emergentes.
O Ministério da Saúde e representantes dos outros países se reuniram em Brasília para acelerar a criação de um Banco de Preços e Patentes de Medicamentos. A ideia, de início, é disseminar informações sobre valores e licenças para produtos de saúde voltados à exportação.
Em um segundo momento, os cinco países passariam a dominar a produção de determinados medicamentos e insumos a partir do compartilhamento de tecnologias e do nivelamento de preços.
"Aumenta o poder dos Brics com a cooperação, a troca de experiências e de informações", diz Carlos Gadelha, secretário de ciência e tecnologia do Ministério da Saúde.
Em outubro, haverá outro encontro com representantes dos Brics e a OMS (Organização Mundial de Saúde), preparatório para uma reunião prevista para ocorrer no início de 2012.
O projeto seria uma ampliação do que o ministro Alexandre Padilha vem tentando fazer no país.
Neste ano, o Ministério da Saúde utilizou um banco de preços internacionais e firmou parcerias público-privadas para comprar medicamentos nacionais e importados a preços mais baixos.
Segundo o ministério, a economia foi de R$ 603,5 milhões no primeiro semestre.

ENXADRISTA E BOTICÁRIO
A Lundbeck apresenta um estudo, segundo o qual só 1,3% entre 399 genéricos registrados pela Anvisa seriam afetados caso uma decisão da Justiça a favorecesse.
A farmacêutica trava disputa para evitar a venda de concorrentes genéricos de seu antidepressivo Lexapro.
A associação Pró Genéricos tem dito que isso afetaria mais remédios, prejudicaria a indústria e pacientes.
Cinco poderiam pegar carona, por meio de jurisprudência, em eventual decisão favorável, segundo a Lundbeck. Outros, que estão em fase de pedido de registro, também teriam impacto, diz Vitor Ferreira, da Universidade Federal Fluminense, uma das que participaram.
Há interpretações distintas sobre o caso. Alguns países garantem que dados acumulados em pesquisas clínicas para medicamentos, e que são submetidos às agências de vigilância, não sejam usados por elas para a aprovação de outros.
A Anvisa diz que não usa dados do dossiê de registro do remédio de referência na análise para genéricos.
Um pedido de liminar que a Lundbeck tinha conseguido foi suspenso pelo STJ. A empresa tenta reverter.
"Nossa lei garante proteção de dados", diz Rocha. Odnir Finotti, da Pró Genéricos, discorda. "É litigação excessiva para impedir concorrência. Estão gastando tempo do Judiciário."

O QUE ESTOU LENDO
Vicente Falconi, sócio do INDG
O consultor em gestão Vicente Falconi, cujas ideias têm sido adotadas por muitas empresas no Brasil, como Gerdau e Ambev, lê "Thinking in Systems", de Donella H. Meadows. "Tudo é ou faz parte de sistemas e o entendimento desse conceito nos faz pensar e julgar melhor os temas da vida", diz o sócio do INDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial). "O livro é de fácil entendimento e o tema deveria fazer parte de todos os cursos universitários, em especial, nas áreas exatas e biológicas."

HILTON RETOMADO
Após dois anos paradas, as obras do Hotel Hilton, em Salvador, serão retomadas. A previsão da Imocon, empresa portuguesa responsável pelo empreendimento de R$ 80 milhões, é que isso ocorra até dezembro.
Problemas com o Iphan (instituto do patrimônio nacional) e a crise internacional paralisaram as obras em 2009, após dois prédios terem sido demolidos para dar lugar ao hotel, diz Duarte Sandanha, um dos diretores da empresa no Brasil.
Para recomeçar os trabalhos, a Imocon fechou parceria com uma construtora brasileira, que investirá até R$ 40 milhões.
"Agora é 100% certo que sairá o hotel. Deve ficar pronto em 2013", afirma o também diretor Marcos Ramos.

Cama, mesa e banho A rede de lojas de departamentos Havan vai abrir 23 unidades até o fim de 2012. A empresa contratará mais de 10 mil funcionários.

Ofurô O Shopping das Banheiras pretende abrir cem franquias até 2015. Serão investidos R$ 20 milhões em marketing, consultoria e seleção de franqueados.

Em construção A OSX recebe neste final de semana uma boia de 17 metros de altura. O material, da Indonésia, será parte da unidade de produção que extrairá o primeiro óleo da companhia, em Waimea, na Bacia de Campos (RJ).

Água limpa A General Water investiu cerca de R$ 3 milhões em cada um dos seis projetos para reutilização de água em SP. Os 9.000 m3 de água gerados por mês em cada projeto são usados em vasos sanitários e áreas externas.

POLÍTICA NO SALÃO DE BELEZA
Pelos corredores da feira de cosméticos Beauty Fair, realizada neste mês em São Paulo, circularam secretários, deputados, prefeituráveis, prefeito e governador.
"A presença de políticos é intensa em ano de eleição, mas neste ano também foi", diz Cesar Tsukuda, diretor-superintendente do evento.
Além de Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab, os secretários Andrea Matarazzo (Cultura) e José Aníbal (Energia) visitaram a feira de produtos de beleza.
"O setor abrange temas que atraem a classe política, como geração de emprego", diz Tsukuda. Potencial de exportação e questões tributárias estão na pauta do setor.
"Ainda somos vistos como supérfluo. A tributação de tintura de cabelo é equiparável à de bebida alcoólica."
O segmento cresce na esteira da expansão da renda na classe C, onde está alocado o maior potencial de empregabilidade entre profissionais de salões de beleza, segundo Tsukuda.
com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

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