terça-feira, setembro 13, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


Crise será do tipo 'japanização' ou 'Lehman Brothers'?
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 13:09:11

Uma década perdida, uma espécie de "japanização" para economias desenvolvidas, ou uma crise mais aguda à la Lehman Brothers? "O melhor cenário para essas economias é um crescimento lento, sem uma grande crise financeira", diz Ilan Goldfajn, economista- chefe do Itaú Unibanco.
Para Goldfajn, não apenas a Europa, como também os Estados Unidos vão experimentar os dez anos "perdidos", de triste memória para latino-americanos.
"Veremos mais 'lost decade' [do inglês], ou 'decennio perduto' [do italiano], ou 'décennie perdue' [do francês]", afirma.
O economista lembra como é penoso reduzir dívidas. "O crescimento será muito baixo. Tem de fazer corte, reduzir consumo...[Medidas] vão para o Congresso, que não as aprova. A crise piora, o Congresso aprova ... é difícil, já passamos por isso."
De semelhante com o Japão, há a estagnação, diz.
"O que é diferente: o fato de ter crise de rolagem da dívida com países." No Japão, a dívida era mais interna.
Os países europeus com problema de refinanciar suas dívidas vão terão de ir ao FMI, ao Banco Central Europeu e a governos.
"A Europa, na melhor das hipóteses, vai ficar como o Japão", segundo Goldfajn.
Nos EUA, há uma diferença significativa, na visão do ex-diretor do BC.
"Todo mundo continua comprando títulos públicos para o país rolar a dívida."
Melhor que a Europa, mas com crescimento muito baixo, "de cerca de 1,5%".
Os emergentes, por sua vez, terão de crescer mais do que as economias avançadas, "o Brasil entre 4,5% e 5%; a China, 8%, a médio prazo".
A crise será pior do que a de 2008? "Depende se achar que será do tipo Lehman Brothers- com banco ou país quebrando- ou se será só 'japanização' [um longo período de estagnação]".

"Depende se achar que será uma crise tipo Lehman Brothers -com banco ou país quebrando- ou se será só 'japanização'"
ILAN GOLDFAJN
economista-chefe do Itaú-Unibanco Holding, sobre se a crise será pior que a de 2008

ROUPA NOVA
A marca de jeans Damyller vai inaugurar a sua segunda fábrica, em Criciúma (SC), no início de 2012.
A nova unidade fabril da companhia terá 12 mil metros quadrados, segundo Cide Damiani, sócio da marca.
Até o fim deste ano, a companhia também abrirá 11 filiais e, em 2012, ao menos outras dez. Com as novas unidades, a marca espera chegar a 120 lojas próprias.
"Estaremos em todos os Estados do país. Preferimos não abrir franquias para controlar toda a administração do produto, desde a produção até as vendas", diz Damiani.

MOSAICO DE OURO
A italiana Trend Venezia, de mosaicos de vidro, começa a comercializar pastilhas de ouro de 24 quilates no Brasil. O produto, que adorna grandes construções em Dubai, chega a custar R$ 4.600 por metro quadrado.
A meta é atender grandes projetos de hotelaria inicialmente, com o produto importado. "Existe mercado para todo tipo de luxo no Brasil", diz Enzo Marconi, diretor-geral da empresa no país. Marconi tem também interesse de iniciar fabricação no Brasil nos próximos três anos.

Carteira A construção civil registrou alta de 1% com a contratação de 31,7 mil trabalhadores em julho no país, segundo o SindusCon-SP. No Estado de São Paulo, foram contratados mais 7.000 em julho, alta de 0,88%. A região que teve a maior elevação percentual no nível de emprego foi a Norte.

Latino Entre as principais demandas do empresário brasileiro com relação à América Latina está o desejo de que os governos oferecessem incentivos fiscais para as companhias que investem na região, segundo pesquisa da Grant Thornton. Oferta de crédito fácil também está na lista de pedidos.

Viajantes da AL são os mais resistentes a check-in on-line

Os passageiros da América Latina são os que mais resistem a deixar os balcões de atendimento nos aeroportos para realizar o check-in, de acordo com levantamento da multinacional Amadeus.
Entre os latino-americanos, 40,3% dos viajantes ainda adotam essa prática. Nos países da América do Norte, o índice é de 10,8%.
O check-in on-line, porém, já é a forma mais utilizada na América Latina, por 45,4% dos passageiros. Na Europa, esse número é de 60,9%.
"A tendência é que as pessoas passem a fazer check-in pelo celular", diz Andrea Rufino, da Amadeus, que ouviu cerca de 3.000 pessoas.
Na América Latina, celulares e smartphones são usados como forma de fazer check-in por 5,9% dos viajantes.

BRIGA
São Paulo entrou oficialmente na briga em torno da cobrança de ICMS sobre produtos vendidos pela internet.
O Estado foi admitido pelo STF como "amigo da Corte" (não fará parte do processo, mas poderá defender seu interesse) em ação que pede suspensão de protocolo assinado por 17 secretários da Fazenda.
Esse documento permite a partilha do imposto entre os Estados onde estão o consumidor e o vendedor do produto comercializado. Pela lei, porém, apenas o Estado onde está o centro de distribuição da empresa deve arrecadar (normalmente RJ e SP). Empresários afirmam que, com a divisão do imposto, ocorre bitributação.
Outros 17 Estados já foram admitidos na ação. Ao contrário de SP, no entanto, todos eles são favoráveis ao protocolo. A CNC (confederação de comércio de bens e turismo) foi quem entrou com a ação.

com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

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