sexta-feira, agosto 05, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Educação perde peso no orçamento da classe alta
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 05/08/11

A concentração dos gastos das famílias de classe AA com educação ficou menor nos últimos anos, segundo estudo da FGV Projetos, com base em dados do IBGE.
A educação representava 3,78% dos gastos dos domicílios da classe AA em 2002 e 2003. A participação caiu para 2,2% em 2008 e 2009.
No grupo que envolve todas as classes também houve queda, porém, menos significativa. A educação equivalia a 3,61% dos gastos e passou para 2,28%.
"Um dos fatores que pode explicar a mudança é demográfico. A queda do número de dependentes nos domicílios de classes mais elevadas foi maior, de mais de 11%, ante cerca de 9,7% nas outras classes", diz Fernando Blumenschein, professor e coordenador do estudo.
Outro fator citado foram as mudanças na economia, que realocaram gastos e rearranjaram o padrão de consumo.
"Surgiram também novos produtos eletrônicos, como celulares inteligentes." O estudo também aborda o peso dos impostos.
O item "outras despesas correntes", que inclui impostos, previdência, serviços bancários e outros, afeta com mais força os que têm alto padrão de consumo.
"A população mais rica tem em média 12,76% da despesa corrente comprometida com pagamento de impostos. Nos domicílios em geral o percentual não passa de 5%."
A definição de classe AA usada no estudo levou em conta renda per capita de cerca de R$ 15 mil.

Mudanças no rodízio movimentam auditorias

O rodízio obrigatório de firmas de auditoria deve ser suspenso até que se chegue a uma conclusão sobre a finalidade da regra.
Essa é a opinião do presidente da Ernst & Young Terco no Brasil e na América do Sul, Jorge Luiz Menegassi.
As possíveis mudanças na regra começam a movimentar os envolvidos no setor. A proposta da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) é ampliar de cinco para dez anos o prazo do rodízio.
Para a alteração das regras, que não atingem os bancos, as empresas de capital aberto deveriam criar comitês estatutários de auditoria.
A medida, porém, deverá sofrer críticas das companhias brasileiras para ser colocada em prática.
"Pode ser muito custoso para uma empresa criar o seu comitê. Além disso, nem todos os executivos estarão dispostos a fazer parte desses comitês, pois eles não farão um trabalho tão profundo e, mesmo assim, serão responsabilizados", diz o sócio-líder de auditoria da Ernst & Young Terco, Sergio Romani.
Para o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, é recomendável que a "renovação com a firma de auditoria, após prazo de cinco anos, seja submetida a aprovação da maioria dos sócios presentes em assembleia geral".

A QUESTÃO DOS BANCOS
A rotação obrigatória de firmas foi iniciada no Brasil em 1996 devido às suspeitas de deficiência nos processos de auditoria dos balanços dos bancos do país.
O Banco Central, porém, decidiu excluir as instituições financeiras dessa responsabilidade 12 anos depois.
"A governança melhorou e, apesar de o rodízio ter sido iniciado devido aos bancos, ele já não era necessário segundo o BC", diz o sócio-líder de auditoria da Ernst & Young Terco, Sergio Romani.
As companhias de capital aberto começaram a ser submetidas ao rodízio em 1999.

ESTALEIRO NO RIO
A OSX, empresa de construção naval, do empresário Eike Batista, aprovou o plano de atividades para o período de 2011-2015.
Os principais focos da companhia serão a construção do estaleiro no Rio de Janeiro, o atendimento prioritário da demanda de equipamentos de produção de petróleo e gás para a OGX e o atendimento a potenciais demandas adicionais de novos clientes.
A OGX é o braço de petróleo e gás do grupo EBX.
O estaleiro, localizado no norte do Estado do Rio, tem área total de 3,2 milhões de m2, da qual serão utilizados 2,6 milhões de m2 na primeira fase de desenvolvimento.

INDÚSTRIA PATINA
O efeito das restrições na oferta de crédito e a concorrência com os importados contribuíram para a queda do faturamento na indústria entre as micro e pequenas empresas de São Paulo.
A indústria teve retração de 1,1% no primeiro semestre, segundo o Sebrae-SP.
O faturamento geral, porém, cresceu 4,7%. A influência positiva veio dos serviços (10,5%) e do comércio (3,8%).
"O próximo semestre ainda deve ser bom, mas não tão bom como foi em 2010, uma vez que a expectativa de alta do PIB será inferior e há preocupação com a inflação e o câmbio", diz Bruno Caetano, superintendente do Sebrae-SP.

Crédito... O estoque de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) cresceu 96% nos últimos 12 meses na Cetip. O instrumento saltou de R$ 12,3 bilhões, em junho de 2010, para R$ 24,1 bilhões em igual mês deste ano. A instituição foi responsável por 86% dos registros desse ativo em 2010.

...imobiliário Já o estoque de CCIs (Cédulas de Crédito Imobiliário) subiu 87% na mesma comparação, de R$ 15 bilhões para R$ 28,5 bilhões. As CCIs são papéis que representam o financiamento imobiliário e servem de lastro à emissão de CRIs, título negociado no mercado de capitais.

Geração O desejo de mudança em profissionais de até 34 anos atualmente é maior que o de gerações anteriores, segundo a consultoria DBM. Cerca de 35% dos profissionais dizem que gostariam de ficar na empresa por mais de cinco anos e 12%, que gostariam de ficar de dois a três anos.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e VITOR SION

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