segunda-feira, julho 11, 2011

LUIZ FELIPE PONDÉ - Objetos

Objetos
LUIZ FELIPE PONDÉ
FOLHA DE SP - 11/07/11

Humildemente confesso que, quando penso a sério em mulher, muitas vezes penso nela como objeto (de prazer). Isso é uma das formas mais profundas de amor que um homem pode sentir por uma mulher.

E, no fundo, elas sentem falta disso. Não só na alma como na pele. Na falta dessa forma de amor, elas ressecam como pêssegos velhos. Mofam como casas desabitadas. Falam sozinhas.

Gente bem resolvida entende pouco dessa milenar arte de amor ao sexo frágil.

Sou, como costumo dizer, uma pessoa pouco confiável. Hoje em dia, devemos cultivar maus hábitos por razões de sanidade mental. Tenho algumas desconfianças que traem meus males do espírito.

Desconfio barbaramente de gente que anda de bicicleta para salvar o mundo (friso, para salvar o mundo).

Recentemente, em Copenhague, confirmei minha suspeita: a moçada da bike pode ser tão grossa quanto qualquer motorista mal-educado. Trinta e sete por cento da população de lá usa as "magrelas". E nas ciclovias eles são tão estúpidos, estressados e apressados como qualquer motorista "subdesenvolvido".

Fecham a passagem de carros e ônibus como se, pela simples presença de seus "eus" perfeitos, o mundo devesse parar diante de tanta "pureza verde".

Aliás, um modo seguro de ver que alguém NÃO conhece a Europa é se essa pessoa assume como verdade o senso comum de que os europeus são bem-educados. Muitos deles, inclusive, não sabem o que é uma coisa tão banal como uma fila.

Outra coisa insuportável é quem toma banho com pouca água para salvar o planeta. Esse tipo de gente é gente porca que arranjou uma desculpa politicamente correta para não tomar banho direito. Provavelmente não gosta de banho mesmo.

Mas, falando sério, desconfio de homens que não pensam em mulheres como objeto. Pior, são uns bobos, porque, entre quatro paredes, elas adoram ser nossos objetos e na realidade sofrem, porque a maioria dos caras hoje virou "mulherzinha" de tão frouxos que são.

Imagino o quão brocha fica uma mulher quando o cara diz para ela: "Respeito você profundamente, por isso não vou...".

Pergunto filosoficamente: como achar uma mulher gostosa sem pensar nela como objeto?

A pior forma de solidão a que se pode condenar uma mulher é a solidão de não fazê-la, de vez em quando, de objeto. E esta é uma forma de solidão que se torna cada vez mais comum. E, sinto dizer, provavelmente vai piorar. A não ser que paremos de torturar nossos jovens com papinhos politicamente corretos sobre "igualdade entre os sexos".

Igualdade perante a lei (e olhe lá...). No resto, não há igualdade nenhuma.

A feminista americana Camille Paglia, recentemente, em passagem pelo Brasil, disse que muitas das agruras das mulheres heterossexuais se devem ao fato de elas procurarem "seres iguais a elas" nos homens. Que pensem como elas, sintam como elas, falem como elas.

Entre o desejo "correto" de ter um "eunuco bem-comportado" e um homem que diga "não" à tortura da "igualdade entre os sexos", ficam sozinhas com homens que são "mulherzinhas".

O que é um homem "mulherzinha"? É um homem que tem medo de que as mulheres achem-no machista, quando, na verdade, todo homem (normal) gosta de pensar em mulher como objeto.

Um mundo de "mulherzinhas" acaba jogando muitas mulheres no colo (vazio) de outras mulheres por pura falta de opção. E aí começa esse papinho de que é "superlegal ser lésbica". Afora as verdadeiras, muita gente está nessa por simples desespero afetivo.

Nada contra, cada um é cada um. Só sinto que muitos homens "desistam" delas porque a velha "histeria" feminina da qual falava Freud (grosso modo, a insatisfação eterna da mulher) virou algo do qual não se pode falar, senão você é machista.

Muito desse papinho "progressista" é conversa fiada para esconder fracassos afetivos, a mais velha experiência humana, mas que nos últimos anos virou moda se dizer que a culpa é do capitalismo, da igreja, do patriarcalismo, da família, de Deus, da educação, do diabo a quatro.

E o pior é que quase todo mundo tem medo de dizer a verdade: uma das formas mais profundas de amor à mulher é fazer delas objeto.

11 comentários:

Ana Luiza disse...

enquanto caras como Pondé servirem à manutenção de um estereótipo da mulher como objeto certamente teremos motivos de lutar lutar lutar!!!

no Brasil, o mais grave problema ideológico é o peso das ideologias conservadoras...Portanto, todas as formas de estudo e pensamento que adotam perspectiva analítica adequada e optam pela investigação dos grupos oprimidos ou marginalizados são contribuições progressistas, que podem inclusive ser condição de eventuais atitudes revolucionárias!!

Ana Luiza disse...

a citação acima é de Antonio Candido, ele sim, um conhecedor da cultura e verdadeiro intelectual brasileiro.

Anônimo disse...

Cara Ana Luiza , que tal conversarmos sobre isso de modo mais aconchegante ? Mi casa o su casa ?

Marcos Carvalho disse...

É incrível como essa Ana Luiza conseguiu se contradizer na mesma FRASE!
Primeiro diz que o conservadorismo é um problema grave e na linha seguinte descreve o movimento revolucionário (liberal e esquerdista) como consequência (do conservadorismo?). É um nó mental sem tamanho.

Ana Carolina Almeida disse...

Prefiro acreditar que Pondé foi extremamente infeliz neste (e somente neste) texto.

Suzana disse...

Ao fim da leitura suspirei profundamente de puro alívio. Alívio por ouvir um homem que sabe amar uma mulher. Adoro ser objeto de desejo de meu marido, não há coisa melhor no mundo do que ser amada.

Anônimo disse...

Caro Luiz Felipe Pondé humildemente pergunto: como você pode falar que é um filósofo e psicanalista e escrever umas porcarias destas e dizer que é alguma coisa?
Você é um charlatão, hipócrita e idiota. Não falo isto porque sou lésbica e mulher, mas sim porque sou ainda um ser humano e não sou histerica porque quem é histerico é o senhor que escreve essas porcarias para alimentar seu enorme ego, e não sou um Objeto e muito menos um pedaço de carne. Eu sinto coisas por você como nojo, raiva e só uma coisa não preciso de homens para sentir prazer , principalmente homens como você que diz que sentem um enorme amor nós mulheres, homens que batem, estupram e assediam dizendo que nos amam .NOSSA QUE AMOR
MEU NOME É JANAINA CRISTINA ASSOLARI

Anônimo disse...

"Pergunto filosoficamente: como achar uma mulher gostosa sem pensar nela como objeto?" Pergunto eu: qual Filosofia essa queele está usando , pois até a de boteco é melhor quando se fala do tema : mulher.
O problema maior é só que a gente cansa de ler tanta bobagem travestida de inteligência, tanta boçalidade fingida de irreverência .
Por favor não merecemos ter que ler uma opinião tacanha de Pondé em um artigo .
Nataly Ramos

Anônimo disse...

Acredito que o autor só tenha escrito esse texto para causar polêmica, aparecer sabe? Se ele apenas usa uma mulher no sexo é porque ele não pensa no prazer dela, por isso deve ser muito ruim de cama e pode usar assim uma boneca inflável que daria no mesmo, agora, se no sexo ele pensa em satisfazer sua parceira, então, ele não pensa nela como objeto, assim provamos que ele é "cidão"(aparecido, gosta de aparecer). Se sexo animal e cheio de desejo é fazer do outro objeto, então o homem também é feito de objeto (e muito), seguindo essa perspectiva babaca do autor.

Isabel Bernardes disse...

Como disse ao repassar o artigo a meu querido, "achei um artigo do Pondè (...) é tão barbaramente machista que eu não consigo nem acreditar que ele teve coragem de escrever e publicar... fico pensando se ele não fez de propósito para ver a reação das pessoas porque se ele pensar assim mesmo ele é o supra-sumo dos escrotos".

Anônimo disse...

Questões tremendo em avaranda.blogspot.com. Estou muito satisfeito a ponto de seu artigo. Muito obrigado e eu estou olhando para tocar em você. Vai fazer o favor me mande um e-mail?