quinta-feira, junho 30, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Pão de Açúcar pode levar Casino a renegociar
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 30/06/11

Diante de tantos obstáculos ao lance surpreendente de Abilio Diniz, empresários e advogados questionavam ontem o real objetivo da proposta de união do Pão de Açúcar com o Carrefour.
Um comentário que circulou ontem no empresariado sustentava que Abilio sabe das dificuldades para ver sua estratégia vencedora e que a operação, na pior hipótese, poderá servir para pressionar o sócio Casino e levá-lo a renegociar, em outras bases, o acordo assinado em 2005.
Além de se comprometer a ceder o controle à rede francesa no ano que vem, Abilio tem compromisso de não concorrência.
Por essa versão, o empresário tentaria convencer o sócio a fazer um novo acordo, sob o argumento de que seria melhor evitar uma longa e desgastante disputa judicial -ainda mais com dinheiro do banco estatal à mesa e tantas dificuldades.
A oferta só tem chance de prosperar se o BNDESPar se dispuser a colocar bilhões de reais -um valor diferente, segundo cada ator da operação. E, no BNDES, diz-se que, se o imbróglio com Casino prosseguir, o banco estatal ficará fora.
Casino, por sua vez, dá mostra de que não aceitará o descumprimento do acordo de acionistas. Há ainda o aumento da concentração com risco de prejuízo a consumidores e a fornecedores.
Até para ser coerente, dado o rigor demonstrado no caso Sadia e Perdigão, o Cade não poderá aprovar a operação, comentava-se ontem em rodas de empresários.
No Pão de Açúcar, pessoas que participam das negociações sustentam que a união das redes dará eficiência ao negócio e melhor preço a consumidores.
"É um ganha-ganha para todos", diz uma pessoa próxima de Abilio.
Quanto ao risco de veto do Cade, um levantamento da empresa mostraria que, das 178 cidades em que Pão de Açúcar e Carrefour estão presentes, apenas em um terço há concentração acima de 30%, "que é o que o Cade não aprova". E isso poderia ser revisto pela companhia.

Galpão em São Paulo é mais caro que em Londres
Alugar um galpão de alto padrão em São Paulo custa mais caro que em cidades como Londres e Genebra.
O preço de locação na região próxima à rodovia Castelo Branco subiu 22,8% no primeiro trimestre deste ano sobre igual período de 2010, segundo a consultoria Colliers International Brasil.
O eixo da Castelo, considerado um dos principais para armazenagem e logística, é o quarto mais caro do mundo.
De acordo com a consultoria, que fez o levantamento em 140 cidades de 52 países, o aluguel na região está, em média, em R$ 23,50 o m2.
A demanda por galpões está aquecida em todo o país, e não há como atender no curto prazo, segundo Pedro Candreva, da Jones Lang LaSalle.
"Uma multinacional que aumentou a produção de sabonete e pasta de dente para o Norte e o Nordeste não encontra espaço para armazenar nessas regiões", diz.
A procura é maior por empresas do varejo e por indústrias automobilísticas.
O caminho é as companhias migrarem para regiões menos valorizadas. "É o caso do Vale do Paraíba (SP), onde o aluguel está entre R$ 13 e R$ 16", diz Rafael Camargo, sócio-diretor da Binswanger.
Outra tendência do mercado é construir galpões em condomínios. "Nesse modelo, é possível diluir os investidores. É maleável e reduz custos", diz Ricardo Betancourt, presidente da Colliers.

CALÇADO NAS ARÁBIAS
A grife Jorge Bischoff, de calçados e acessórios, abrirá suas três primeiras lojas próprias no exterior em 2011.
A marca, que já exporta seus produtos para 25 países, terá unidades na Arábia Saudita, nos Emirados Árabes Unidos e no Kuait.
"É um projeto que pretendíamos colocar em prática em 2012, mas antecipamos porque são mercados em que temos alta demanda por produtos no momento", diz o fundador, Jorge Bischoff.
Há negociações para abertura de unidades na França, no Uruguai, na Bolívia e no Chile em 2012.
No Brasil, a companhia deve chegar a 40 unidades neste ano, com a inauguração de 21 lojas próprias.

Transação... 
O Banco do Brasil inaugura no sábado uma sala para clientes em Nova York, próxima à Times Square. O espaço terá caixa eletrônico para realização de transferências feitas no Brasil.

...internacional 

Haverá opção de atendimento tanto em português como em inglês. Os clientes do banco também poderão comprar ingressos para eventos culturais e esportivos no local.

SURFISTA PRATEADO
A Star Point, rede de lojas de "surfwear", criou sua própria marca de roupas masculinas neste mês.
Até então, a empresa trabalhava apenas com lojas multimarcas.
"Criamos a grife para oferecer um produto exclusivo aos clientes. Algo que não esteja acessível em outras lojas", diz o sócio-fundador da rede, Dimitrius Nassyrios.
O projeto de expansão da empresa também inclui a abertura de 50 lojas franqueadas em todo o país.
O investimento total nas novas unidades será de cerca de R$ 40 milhões.
Hoje, a rede tem 26 lojas e faturamento médio anual de R$ 30 milhões.

Transporte... 
O mercado brasileiro de frotas empresariais crescerá 61% nos próximos três anos entre companhias com mais de cem funcionários, segundo pesquisa da multinacional francesa Arval.

...rápido 
Na Europa, a previsão de expansão é de 16%. O resultado nesse mercado é positivo se comparado à queda de 1% registrada em 2009. O levantamento ouviu 4.500 empresas de 15 países.

Laboratório vai importar nova prótese de mamas ao Brasil
O laboratório Cristália acaba de fechar parceria com a inglesa Nagor para a comercialização de implantes mamários no Brasil.
O pagamento da prótese poderá ser feito em até 20 vezes sem juros, por meio de um sistema de financiamento da própria empresa brasileira, que faturou R$ 634 milhões em 2010.
"Os implantes mamários são as cirurgias plásticas mais realizadas no Brasil", diz o presidente do Cristália, Ogari Pacheco.
A expectativa das companhias é faturar R$ 14 milhões com o produto até o final deste ano, o que representa 7% das compras no país.
Caso as vendas atinjam um determinado valor, mantido em sigilo por contrato, a fabricante inglesa vai transferir tecnologia para produção da prótese no Brasil.
A Nagor produz anualmente 230 mil implantes mamários de silicone e é a principal fabricante do segmento na Europa.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

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