quinta-feira, abril 07, 2011

KENNETH MAXWELL - A aposta de Obama

 A aposta de Obama
KENNETH MAXWELL

FOLHA DE SÃO PAULO - 07/04/11

O presidente Barack Obama lançou sua campanha por um segundo mandato na Casa Branca. Começou cedo, 20 meses antes da eleição de novembro do ano que vem.
Até o momento, apenas um de seus potenciais oponentes no Partido Republicano, o ex-governador de Minnesota Tim Pawlenty, declarou que tentará a nomeação de seu partido.
Mas é esta a aposta de Obama: ele pretende bloquear o avanço de seus oponentes, se dar tempo para angariar apoios e também para arrecadar os bilhões de dólares que considera necessários para conduzir uma campanha presidencial bem-sucedida.
A mais recente pesquisa de opinião pública da CNN mostra os pontos fortes e os pontos fracos de Obama no momento.
Acima de tudo, 60% dos respondentes continuam a atribuir a ele a culpa pelos problemas econômicos do país, enquanto 39% aprovam a maneira pela qual vem conduzindo a economia. Quanto ao deficit federal, 62% desaprovam suas políticas, e 58% se opõem à sua política de saúde.
Uma pesquisa do jornal "Washington Post" e da rede de TV ABC aponta que 63% dos entrevistados considerariam de maneira desfavorável uma paralisação das atividades do governo federal causada por falta de acordo entre o governo Obama e os republicanos do Congresso para que o trabalho das agências federais seja mantido, um conflito que pode chegar a um momento crítico em breve.
Quanto à política externa, Obama tem 54% de aprovação, e 50% dos entrevistados apoiam até mesmo sua política em relação à Líbia.
Esses resultados acompanham mais de perto o índice geral de aprovação do presidente, 51%. A pesquisa do "Washington Post" e da ABC demonstra, porém, que 73% dos entrevistados consideram que os EUA devem retirar suas tropas do Afeganistão neste ano, e que o conflito não terá desfecho fácil ou previsível, apesar dos reforços enviados ao país por Obama. Bin Laden continua escondido em seu refúgio nas montanhas. Da mesma forma que, ao menos por enquanto, Muammar Gaddafi continua em Trípoli.
E Obama e os democratas tampouco deveriam supor que o Partido Republicano escolherá um mau candidato. Os republicanos contam até mesmo com a possibilidade de lançar um jovem e atraente senador conservador pela Flórida, Marc Rubio, hispânico de origem cubana que se descreve como "filho de exilados".
O senador Rubio já vem sendo mencionado como potencial candidato à Vice-Presidência dos EUA. Como Obama deve recordar, ele também era um senador jovem e com pouca experiência quando tornou "mudança" o seu lema de campanha, e com isso conseguiu conquistar a nomeação do Partido Democrata na eleição passada.

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