domingo, março 06, 2011

MÔNICA BERGAMO

ANA: "ELE NÃO MERECE"
MÔNICA BERGAMO

FOLHA DE SÃO PAULO - 06/03/11

"Cadê o dono da casa?", pergunta a ministra da Cultura Ana de Hollanda ao chegar à casa de Gilberto e Flora Gil no Horto Florestal, em Salvador, ontem, às 15h50, acompanhada da filha, Ruth, e da neta, Ana, de quatro anos. "Nem sabia que você tinha uma filha desse tamanho!", diz Gil.

"Nossa, a senhora é a ministra da Cultura que mais investe na moda. Tudo que veste fica lindo!", diz Paulo Borges, idealizador da São Paulo Fashion Week. O vestido laranja com desenhos, conta, é da grife baiana Goya. A netinha, Ana, usa a mesma roupa tamanho infantil.

A ministra almoça salada verde com peixe Agulha ao molho de amêndoas. Toma uma taça de prosecco. Quando questionada sobre como vê o governo Dilma, pede aos jornalistas licença para comer. "Vieram também com essas questões pra mim. Eu disse: É Carnaval", conta Gil. "É, né, vamos relaxar um pouco", diz Ana.

Ana e Gil evitam as polêmicas do ministério. Conversam sobre morar em Brasília. "Eu ficava muito sozinho, Flora não ia pra lá. Você dorme e vai pro trabalho. Não tinha vida. Não ia pra restaurante, nada disso", lembra Gil. "Não tem o prazer de relaxar", responde a ministra.

Às 17h, Gil avisa que precisa tomar banho para ir ao camarote Expresso 2222. "Bom trabalho, boa sorte. Tô torcendo (risos)."

Sobre o episódio com Emir Sader, que em entrevista à Folha, a chamou de "meio autista" e não foi mais confirmado à frente da Casa de Cultura Rui Barbosa, ela diz: "Ele não merece, não vou falar disso". Ana afirma que a nomeação de Wanderley Guilherme dos Santos partiu dela e não do PT. "Ele é meu amigo. Sei que a Dilma e o Lula acharam ótimo."

Já Gil coloca panos quentes. "É o estilo dele [Sader]. Foi o jeito dele dizer que ela é desligada. Não posso atribuir àquilo a intenção de hostilizá-la." E completa: "É difícil. Na época de ministro, tive muitos embates e julgamentos. Fui chamado até de Goebbels [Joseph, ministro de propaganda de Adolf Hitler]".

Sobre os primeiros 60 dias de governo, ela diz: "É sempre duro começar. Tem uma ansiedade e uma insegurança naturais das pessoas. Elas sempre questionam: "O que ela vai fazer?" Até terem certeza de quem eu sou, leva tempo". LÍGIA MESQUITA, de Salvador

LIBEROU GERAL

Os atores Fernanda Souza, Rodrigo Hilbert e a apresentadora Fernanda Lima passaram a sexta de Carnaval no camarote de Ivete Sangalo, em Salvador. Cauã Reymond e Rodrigo Lombardi circularam pelo espaço Ação.

SÃO PAULO

TERNO E GAROA
NA FOLIA PAULISTA


Em meia hora, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), aterrissou e decolou do camarote da prefeitura, no sambódromo do Anhembi, anteontem. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) estranhou a saída ligeira: "Mas já?" "Preciso. Tô indo pro Recife."

A turnê de lançamento da campanha "Sem camisinha não dá", do ministério, passa também por Salvador e Rio de Janeiro, onde Padilha "se esconde" por dois dias.

O presidente da SPTuris, Caio Carvalho, cochicha no ouvido do prefeito que a previsão de tempo para sábado é de chuva. "Iiiiixi!", responde Kassab. No fim da festa, o prefeito escapuliria para Cannes, na França, para um "evento imobiliário".

Sem tréguas o prefeito ouvia perguntas sobre sua mudança de partido. "Vamos cuidar do Carnaval." Padilha apoia a movimentação de Kassab. "Já temos ótima relação. Se ele vier para um partido da base, será excelente."

No camarote vizinho, do Bar Brahma, Geisy Arruda é a primeira "convidada VIP" a chegar. Distribui beijinhos. Ela não revela se recebe cachê pela presença: "Se disser que não, vão achar que não precisam me pagar. Mas se disser que sim... Ah! Cobro baratinho! Pode por aí!"

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) chega com dona Lu e o primeiro-ministro do Timor Leste, Kay Rala Xanana Gusmão. Jantavam juntos no Palácio dos Bandeirantes, também com José Serra. "Isso aqui é uma escola [de samba]... Eles estão fazendo uma alegoria de teatro...", explica o governador. "Só posso dizer que é fantástico. Um trabalho incrível de imaginação, de criação, de inspiração", diz Xanana.

À 1h, Serra telefona ao sambódromo e avisa que, gripado, não irá.

A apresentadora Luisa Mell se aproxima de Alckmin. "Ela é protetora dos animais", diz o governador. Luisa fala que seu projeto "avançou muito" com Serra. "Você vai ter que fazer alguma coisa!", diz ao governador.

"Gê, aqui!". Dona Lu aponta ao marido a próxima câmera que irá fotografá-lo. O deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) aborda Alckmin. Descreve várias de suas novas atribuições na Câmara. "Fiquei muito feliz de, logo no primeiro mandato, assumir todos estes cargos". Alckmin ouve. "Podemos criar uma agenda positiva juntos", diz Protógenes. "Torço por sua reeleição." E o governador: "Nós podemos fazer boas parcerias".

Luiz Flávio Borges D'Urso, presidente da OAB-SP, afirma que "meu sonho é criar uma escola de samba da OAB, com impeachment [de Collor] e Diretas-Já no enredo. Conversei com a Vai-Vai. Acharam ótimo. Mas precisamos de um patrocinador."

Afif está aflito para ir embora. Quer ir para a praia da Baleia, no litoral norte. O pânico de ficar preso no congestionamento também aflige o vice-governador. "Minha filha ficou seis horas no carro!", diz. Por isso, ele vai pegar a estrada às 2h da manhã. THAIS BILENKY, de São Paulo

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA e THAIS BILENKY

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