sexta-feira, fevereiro 18, 2011

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA

A conta-gotas
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 18/02/11

Embora até quarta-feira Dilma Rousseff deva pagar as primeiras faturas do apoio ao mínimo de R$ 545 na Câmara, com indicações do PMDB para a Caixa Econômica Federal e do PSB para a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, entre outras, a presidente pretende ir devagar com o restante do segundo escalão.
O Planalto quer que estas primeiras nomeações tenham caráter pedagógico e premiem a fidelidade dos dois partidos, que deram 100% de seus votos à proposta do governo. Mas sabe que enfrentará no curto prazo as votações das MPs da Autoridade Pública Olímpica e da Secretaria de Aviação. Por isso, pleitos de aliados como o PC do B, por exemplo, tendem a permanecer mais tempo na gaveta.
Veja só Orgulhosos de sua demonstração de unidade, os peemedebistas lembram que, dos 77 deputados do partido que votaram pelos R$ 545, 25 não fizeram campanha para Dilma e sim para adversários da petista.

Prioridades 
A votação do mínimo se prolongou por mais de 12 horas. A aprovação do aumento salarial de 61,8% para os congressistas, em dezembro passado, deu-se em cinco minutos.

Desculpa aí 
Um dia depois de ter endossado o mínimo de R$ 560 defendido pela oposição, Paulo Maluf (PP-SP) enviou carta à liderança do governo dizendo que pretendia votar com Dilma, mas na hora se enganou.

Perdido
Já Reginaldo Lopes (PT-MG) votou contra o mínimo de R$ 600, mas, quando chegou a vez de rejeitar o de R$ 560, sumiu do plenário, reaparecendo pouco depois. Disse que tinha encontro marcado com representantes de cooperativas. Já passava das 23h.

Só pra ele 
O despacho de José Sarney com Dilma anteontem deu o que falar no PMDB do Senado. Avisado de que o presidente da Casa fora tratar de uma indicação pessoal para a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), um integrante de peso da bancada comentou: "É... mais um voo solo".

Share 
Na negociação para obter o passe de Gilberto Kassab (DEM), o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, ofereceu ao prefeito controle total do diretório paulistano e 50% do estadual. A outra metade permaneceria com Márcio França, secretário de Turismo de Geraldo Alckmin (PSDB).

Os pássaros 
O grupo de Michel Temer avança nas tratativas para promover a primeira baixa de peso no PSDB paulista. Em rota de colisão com tucanos de Sorocaba, o ex-deputado federal Renato Amary planeja migrar para o PMDB na tentativa de voltar à prefeitura do terceiro colégio eleitoral do interior.

Imersão 
Egresso do meio acadêmico e incumbido por Geraldo Alckmin de melhorar o diálogo com a rede de ensino, o secretário Herman Voorwald (Educação) iniciou ontem maratona de reuniões com supervisores, diretores, professores e funcionários de escolas em 15 polos regionais de SP.

Nome aos bois 
Alckmin baixou decreto que torna obrigatória a publicação, no "Diário Oficial", das nomeações de servidores comissionados em fundações e autarquias. A providência se estende aos representantes do governo em conselhos de administração de empresas nas quais o Estado possui participação acionária.

Visita à Folha 
Alexandre Schneider, secretário paulistano da Educação, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava com Andréa Portella, assessora de imprensa.

Folha, 90 

jornal completa amanhã 90 anos.

com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI

Tiroteio

"Ao negar um mínimo mais justo e dar R$ 10 bi a um banco quebrado, o PT mostra que escolheu seus amigos e já pode até mudar de nome: Partido do Capital Financeiro."
DO SENADOR ALOYSIO NUNES (PSDB-SP), relacionando a aprovação dos R$ 545 na Câmara e o anúncio da injeção de recursos da Caixa no PanAmericano.

Contraponto


Na berlinda

Na votação do mínimo, um deputado conversava com uma colega, quando outro brincou:
-Cuidado: sua mulher está assistindo à sessão!
-É, nós estamos no "BBB"- concordou o primeiro.
Vaiado pelos sindicalistas presentes, Vicentinho, relator do salário de R$ 545, completou:
-E eu estou no paredão...
Alguém cuidou de consolar o petista:
-Não se preocupe, Vicentinho! O povo vai te absolver, e você vai continuar na casa!

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