sábado, agosto 28, 2010

RUY CASTRO

Sandálias e minissaias

RUY CASTRO
FOLHA DE SÃO PAULO - 28/08/10
RIO DE JANEIRO - Meu amigo Carlos Eduardo Berriel, professor da Unicamp e autor de "Tietê, Tejo, Sena", biografia de Paulo Prado que me ensinou mais sobre a Semana de Arte Moderna do que todos os tratados juntos, escreveu protestando contra minha definição de "Spartacus" (1960), sábado passado, como o "melhor filme bíblico de sempre". Berriel não discute a qualidade do filme, mas o gênero.
"Chamar "Spartacus" de filme bíblico é sacanagem", diz ele. "É um belo exemplar de filme comunista americano ao velho estilo, anos 40/50. O roteiro é de Dalton Trumbo, cupincha de John Howard Lawson, ambos com a carteirinha do Partidão em dia. As cenas de batalha são ótimas, o [diretor Stanley] Kubrick aspirou com canudinho do "Alexandre Nevsky", do Eisenstein -sendo que o czar Alexandre Nevsky aparecia como um avatar do Stalin".
Concordo com Berriel. Como vários que passaram pelo Partido Comunista americano, Dalton Trumbo desafiou o mccarthysmo em 1950, recusando-se a dedar camaradas e, por isso, ficou dez anos impedido de trabalhar com seu nome em Hollywood. A diferença é que, ao contrário de Lawson e outros, que eram apenas comunistas, Trumbo tinha talento. Vide os roteiros de "A Princesa e o Plebeu" (1953) e "Arenas Sangrentas" (1956), que escreveu, mas não pôde assinar, e que ganharam o Oscar -que também não pôde receber.
Mas isso não alterou minha posição. Respondi que filme que tem homem de sandália e de minissaia, como "Spartacus", é filme bíblico. "Além disso", completei, "o herói é virgem e morre crucificado".
Em e-mail subsequente, Berriel concordou. "Tem razão, é meio bíblico, sim. E, se o critério é esse, a Cinecittà dos anos 60 vacilou em não ter filmado "Os 12 Apóstolos Gladiadores", com Rossana Podestà no papel de Maria Madalena, e "Maciste contra Santo Agostinho'".

JOSÉ (MACACO) SIMÃO

 Eca! Voto no Ailton Meleca!

JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 28/08/10


Eu adoro a agenda do Plínio. Sabe aquelas coisas que ninguém quer porque queimam o filme? Ele quer!

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador-Geral da República! Ereções 2010!
Tuíte do dia: "Umidade do ar alcança 30%, ultrapassa Serra e disputa segundo turno com Dilma".
E Dilma Rouchefe diz que, se eleita, não governará do Palácio da Alvorada. Não combina com ela. Dilma governará diretamente do PALÁCIO DO JABURU! Rarará!
E o Plínio Arruda, O Idoso Traquinas, tá moderninho. Ontem teve o tuitaço do Plínio. Eu adoro a agenda do Plínio: visita ao MST. Sabe aquelas coisas que ninguém quer mais porque queimam o filme? Ele quer!
E o OTÁRIO ELEITORAL? A Galera Medonha! A Micareta dos Picaretas! Assaltaram a gramática. Olha o que estava escrito na tela: "O PT tirou 30 milhões da POBRESA". Entendi, a POBRESA não é mais POBREMA! Rarará!
E essa: "Havanir, pela força e IDENPENDENCIA!". E aquele: "defendo a pessoa idosa e o etanol". Rarará!
E as travas já começaram a aparecer: Rosana Star. "Vou STAR em Brasília porque nunca estive no armário." Essa arrombou o armário. Da mãe! E eu tenho um bom slogan pra candidato travesti: "Votem em mim, senão eu conto tudo". Rarará!
E uma amiga disse: eu só voto na Mulher Pêra se ela comprar o meu voto com um corselete igual àquele que ela aparece na televisão!
E o Marcão da Mancha: nós seremos felizes juntos. NUNCA! ME RECUSO! A ser feliz com o Marcão da Mancha! Rarará!
E eu não aguento mais ver o Lula na televisão. Ele tá parecendo um Bombril. Sabe aquele Bombril que acabou de lavar panela de feijoada? Pena que não é biodegradável. Rarará!
E o Serra Vampiro Anêmico: "Sou o candidato da continuidade". Mas ele não é oposição? Nunca vi oposição a favor do governo! Como consegue ser posição e oposição ao mesmo tempo? Candidato anfíbio! O Serra é anfíbio! Rarará!
E agora eu não sei se voto no Ailton Meleca, no Vitrolinha, no Nelson Mandela, no Porreta da Mata Escura ou no Edicles, o Transformista! Candidato no Brasil não é político, é personagem!
Votem em mim! Pelo Partido da Genitália Nacional! Prometo liberar o topless, a rinha de galo e o vibrador com isenção de IPI!
A situação tá ficando psicodélica. Ainda bem que nóis sofre, mas nóis goza.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

PAINEL DA FOLHA

Também quero
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 28/08/10


Ao anunciarem que o estádio paulistano da Copa será a nova arena do Corinthians, Alberto Goldman (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM) pretendem não só retirar parte dos louros de Lula, que se empenhou pessoalmente pela obra e irá ao Parque São Jorge na terça, como também "reposicionar" o governo estadual e a prefeitura no debate público sobre o Mundial.
Até aqui, Goldman e Kassab vinham apenas repetindo que não haverá dinheiro público para a construção de um novo estádio. Enquanto isso, o presidente fala com empolgação da Copa e sugere, nas entrelinhas, que os parceiros de José Serra e Geraldo Alckmin não se empenham suficientemente pelo evento.


Vai por aí Em diferentes momentos, Lula orientou tanto Dilma quanto Mercadante a martelar o assunto Copa em seus discursos.

"Vambora" De Lula, ao final de discurso em comício com Dilma em Salvador: "Quero me despedir, terminar aqui meu ato institucional, vou "picar" meu cartão de presidente. Agora, quem quiser ir comigo na praça Castro Alves, pode vir".

Não dá Alberto Goldman vetou projeto de Antonio Mentor (PT) que dava o nome de José Alencar ao entroncamento da rodovia Anhanguera com a marginal Tietê. No despacho, o governador destaca os méritos do vice, mas pondera que seria descabido retirar do complexo viário seu nome atual, "Prefeito Olavo Egydio Setúbal".

Maquinista 1 Estimulado a criar "fatos políticos", Aloizio Mercadante abraçará a causa do trem-bala. Na terça, o candidato petista ao governo visitará áreas do provável traçado em Campinas. Ao lado do prefeito Dr. Hélio (PDT), prometerá extensão da futura ferrovia a Sorocaba, Ribeirão Preto e Bauru. 

Maquinista 2 O PT-SP espera criar embaraço aos tucanos. Serra é crítico do projeto. Geraldo Alckmin tem base fiel na rota do trem defendido pelo governo Lula.

Pela mão Lula, que tem monitorado a situação de todos os candidatos governistas ao Senado, prometeu a auxiliares fazer o que estiver ao seu alcance para eleger Netinho em São Paulo. No novo Datafolha, o vereador do PC do B alcançou empate técnico com Orestes Quércia (PMDB) no segundo lugar. Marta Suplicy lidera (PT).

Sobrevivência Em queda, Romeu Tuma (PTB) explicitou a tentativa de absorver o segundo voto de Marta. Em sua propaganda de rádio, o locutor orienta eleitora que declara preferir "a mulher": "São dois votos, um na mulher e outro? O outro é na segurança, Tuma". No Estado, o PTB é aliado histórico dos tucanos -que deixaram o senador fora da chapa.

Sequência O número de seus adversários joga contra Fernando Pimentel (PT), que continua em terceiro para o Senado em Minas. O de Itamar Franco (PPS) é 234, e o de Aécio Neves (PSDB), 456.

Tinindo O novo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que visitará Brasília no dia 1º de setembro, será o primeiro chefe de governo recepcionado no Palácio do Planalto reformado. Enquanto duraram as obras, Lula recebeu os governantes estrangeiros no Itamaraty.

Indicado O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, designou o procurador regional Ronaldo Albo para conduzir as investigações a respeito de Leonardo Bandarra. O ex-procurador-geral do DF é acusado de ter recebido propina de José Roberto Arruda para relevar fraudes em contratos firmados pelo então governador.

com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELLI

tiroteio 

O Mercadante deve ter ficado "tiririca" da vida com a pesquisa Datafolha. Nem com a overdose de Lula e Dilma ele decolou.



DO DEPUTADO ESTADUAL SIDNEY BERALDO (PSDB), coordenador da campanha de Alckmin, sobre a mais recente pesquisa para o governo estadual, que mostra subida de quatro pontos percentuais nas intenções de voto do petista.

contraponto

Via rápida Na única semana de trabalho dos senadores neste mês de agosto, Demóstenes Torres (DEM-GO) tentava a todo custo limpar a pauta de votações da Comissão de Constituição e Justiça. Para cumprir a meta, impôs um ritmo tão acelerado que, em determinados momentos, nem os senadores sabiam o que estavam votando.
Arthur Virgílio (PSDB-AM) alfinetou o colega:
-Parabéns, meu caro senador Demóstenes! Velocidade assim nem lá no Jóquei Clube!

RUI NOGUEIRA




Um ''dedaço'' do Planalto e do comitê de Dilma



Rui Nogueira


O ESTADO DE S. PAULO

A entrevista convocada e concedida às pressas na manhã de ontem, em Brasília, foi um "dedaço" do Planalto e do comitê de campanha da candidata Dilma Rousseff (PT) na Receita Federal. Pelo menos dois ministros com assento no Planalto conversaram com o chefe da Receita, Otacílio Cartaxo, e o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado, na noite de quinta-feira.

O comitê de campanha de Dilma e o Planalto entraram em alerta no início da tarde de quarta-feira, quando o portal estadão.com.br revelou com exclusividade que funcionários da delegacia da Receita, em Mauá (SP), violaram os dados fiscais sigilosos do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e de mais três pessoas ligadas ao comando do partido. No dia seguinte, no mesmo horário, o portal revelou também que até a apresentadora Ana Maria Braga, da TV Globo, havia tido os seus dados fiscais violados e vasculhados.

Diante da nota da Receita, na noite de quinta, que, na prática, prometia apenas continuar uma rigorosa apuração, o presidente Lula e a candidata Dilma viram que era preciso subir um degrau no teatro das satisfações públicas. Foram empurrados para essa necessidade diante da informação de que as 450 páginas e três volumes da tal investigação rigorosa eram pouco mais que nada. Um inquérito de faz de conta, eivado de corporativismo da pior espécie.

O problema é que a entrevista da Receita revelou-se uma peça desfocada. O secretário e o corregedor, que foram dormir, na quinta, sem ter nada a dizer - como provava o processo entregue a Eduardo Jorge -, acordaram na sexta cheios de certezas e indícios sobre o mafuá que seria a delegacia da Receita em Mauá, um templo de venda e compra de dados tributários dos contribuintes.

Além das explicações por dar, a Receita deve agora mais uma: como é que em algumas horas ela encontrou o que não foi achado em dois meses de "rigorosa investigação".

EDITORIAL - O ESTADO DE SÃO PAULO

Um legado explosivo

EDITORIAL
O ESTADO DE SÃO PAULO - 28/08/10

Quem suceder ao presidente Lula encontrará um legado difícil de carregar - Tesouro mais endividado, mais custeio engessando o orçamento, compromissos pesados e de retorno duvidoso e um buraco crescente nas contas externas. Em julho o superávit primário do setor público ficou em apenas R$ 2,45 bilhões, o resultado fiscal foi o pior para o mês em nove anos e o quadro não deverá mudar muito nos próximos meses. Sem a popularidade e o carisma do antecessor, o próximo presidente precisará tomar medidas severas, se quiser arrumar os fundamentos da economia. Se o Brasil ainda estiver crescendo, isso facilitará seu trabalho. Mas Estados Unidos e a maior parte da Europa continuarão derrapando na crise, o dinamismo chinês poderá ser menor e o mercado global será bem menos hospitaleiro do que o foi até o começo da recessão. Durante seis anos o presidente Luiz Inácio Lula da Silva governou com vento a favor na economia global. Quem o substituir não terá essa bênção.


Quem vencer a eleição deverá negociar o novo salário mínimo com as centrais sindicais. A negociação incluirá o aumento das aposentadorias superiores ao salário básico. A recessão de 2009 não será levada em conta nos cálculos. Esse presente para o novo governo foi incluído na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O presidente Lula preferiu não vetar esses dispositivos, mas vetou outros 25 pontos politicamente menos complicados. O próximo orçamento será sobrecarregado também de aumentos salariais concedidos antes da tramitação do projeto da LDO. Essas e outras bondades tornarão mais inflexível o Orçamento-Geral da União (OGU).
Além disso, as contas públicas estarão comprometidas com despesas vinculadas à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) participará do financiamento de vários projetos, possivelmente incluído o do trem-bala. O custo desta obra ainda é desconhecido e as estimativas oscilam entre R$ 33 bilhões e R$ 40 bilhões. Como os projetos da Copa estão atrasados, o Tesouro Nacional poderá ser forçado a intervir para evitar um fiasco internacional. Ninguém sabe quanto dinheiro público essa aventura consumirá.
Comprometido com a capitalização da Petrobrás, o governo precisará emitir mais títulos. O valor dos papéis dependerá do preço dos 5 bilhões de barris de petróleo correspondentes à parcela da União no aumento de capital da empresa.
Os ministros da área econômica haviam traçado um roteiro para eliminar até 2012 o déficit nominal das contas públicas, isto é, para equilibrar de forma completa receitas e despesas. Há poucas semanas, o Ministério da Fazenda anunciou uma revisão do plano: o prazo, agora, estende-se até o fim de 2014.
Mesmo esse prazo parece otimista, agora, quando se considera o peso dos compromissos assumidos pelo governo com os financiamentos a empresas via BNDES, com a Copa, com a Olimpíada, com a exploração do pré-sal, com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e, é claro, com os programas sociais. Some-se ainda o inchaço da folha de pessoal, agravado pelas contratações do ano passado, e dos encargos da Previdência.
Para completar, o País gastou com importações neste ano, até julho, 45,1% mais do que um ano antes e exportou 27% mais. O descompasso tende a persistir. O superávit comercial encolhe com rapidez. O déficit em conta corrente chegou a US$ 43,8 bilhões em 12 meses e poderá alcançar uns US$ 50 bilhões em 2010. Para 2011 a previsão fica em torno de US$ 60 bilhões. Não há risco imediato de crise cambial, mas as contas deterioram com rapidez e o quadro externo aumenta a preocupação.
A resposta mais óbvia e mais prudente é a adoção de uma séria política de competitividade, com reforma dos impostos, aumento do crédito aos exportadores e investimentos urgentes na infraestrutura.
A precária situação das contas públicas tornará essa tarefa muito mais difícil. Esse trabalho ainda será prejudicado pela baixa qualidade gerencial do setor público - parte das bombas deixadas por Lula ao próximo governo.

MERVAL PEREIRA

Pela causa
Merval Pereira
O GLOBO - 28/08/10

O secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, tem razões para se sentir “constrangido e traumatizado”, mas não tem sentido dizer que foi pego “de surpresa”. Ou melhor, só tem sentido se junto admitir que a repartição que chefia está completamente descontrolada, e pedir demissão. Colocado no cargo por um movimento corporativo para substituir a secretária Lina Vieira, aquela que disse que a então ministra Dilma Rousseff pediu para que aliviasse uma investigação sobre a família Sarney, Cartaxo tenta retirar qualquer cunho político do acontecido, mesmo que para isso se desmoralize, levando junto o órgão que comanda.

O aparelhamento do Estado faz a segunda vítima nos últimos dias, portanto, sendo a primeira a Empresa de Correios e Telégrafos que, entregue ao comando inepto de indicados pelo PMDB, está em franca decadência.

Na verdade, se pegarmos a relação de pessoas que tiveram o sigilo fiscal quebrado na agência da Receita Federal em Mauá, São Paulo, é um grande escândalo.

São mais de cem contribuintes, da apresentadora da TV Globo Ana Maria Braga aos sócios das Casas Bahia, passando pelo vice-presidente do PSDB Eduardo Jorge Caldas e mais três pessoas ligadas ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra.

Isso mostra que havia um mercado de venda de sigilo fiscal. Mas não mostra, como quer apressadamente garantir Cartaxo e o corregedor da Receita, que não há interesse político por trás da quebra do sigilo dos contribuintes ligados ao PSDB.

Os interesses comerciais que predominaram na quebra do sigilo da maior parte das pessoas relacionadas como vítimas da ação de funcionários da agência da Receita Federal não retiram a gravidade da ação claramente política que aconteceu na mesma agência.

Tanto que os dados fiscais de Eduardo Jorge foram parar em documentos a que a “Folha de S. Paulo” teve acesso a partir de vazamento de informações do próprio comitê eleitoral da candidata oficial, Dilma Rousseff.

É muito forçada essa indignação toda da direção do PT, quando se sabe que anteriormente um caso que poderia ter tido consequências ainda mais graves foi desarmado também por denúncias da imprensa, desta vez da revista “Veja”.

O núcleo de comando do comitê da campanha de Dilma Rousseff, através do jornalista Luiz Lanzetta, entrou em contato com notório araponga para contratá-lo para missões de espionagem.

O escopo da missão abrangia não apenas pessoas ligadas ao candidato oposicionista, como o próprio José Serra, que teria seus telefones pessoais grampeados.

Para aproveitar o pacote, o araponga colocaria escutas também no próprio comitê, devido a uma disputa de poder interna entre o grupo que o contratava, ligado ao hoje candidato a senador em Minas Fernando Pimentel, e o grupo de assessores paulistas.

O fato de a agência da Receita Federal em Mauá ter se transformado num balcão de vendas de informações sigilosas não reduz a gravidade do caso nem despolitiza a questão, se essa foi a intenção dos dirigentes da Receita ao anunciarem seu “constrangimento” diante da descoberta.

O que pode haver de comum nos casos é que as informações podem ter sido conseguidas através de pagamento de propina.

Digo “podem” porque existe também a possibilidade de que as informações sobre as pessoas ligadas ao PSDB tenham sido conseguidas na base do “amor à causa”.

É natural que a corrupção se misture às atividades políticas ilegais, pois transpostas as barreiras da legalidade muitos veem nessas ações clandestinas também uma maneira de fazer um dinheirinho extra.

Logo após as denúncias contra o assessor do gabinete civil Waldomiro Diniz, flagrado apanhando propina do bicheiro Carlos Cachoeira para si e supostamente para campanhas políticas, fato revelado no início do primeiro governo Lula, o então presidente do PT, José Genoino, cunhou a seguinte frase: ‘O erro pela causa o presidente aceita. O erro em causa própria, não’.

Este é um exemplo clássico de critério ético elástico, que gera um movimento descontrolado.

Tudo pode ter começado ‘pela causa’, o que não justifica nada, e terminado em ‘causa própria’.

Outro caso exemplar desse descontrole é o do então secretário-geral do PT, Silvio Pereira, responsável pela indicação de ocupantes dos principais cargos da República no início do governo.

Envolvido no escândalo do mensalão, o Tribunal de Contas da União apontou indícios de superfaturamento nos contratos da GDK com a estatal Petrobrás, onde Silvinho mandava e desmandava.

Descobriu-se no decorrer das investigações que a empresa dera um jipe Land Rover de presente ao ex-secretáriogeral do PT.

O mais grave de tudo é que mais uma vez investigações sobre desvios de condutas na órbita das instituições do Estado que foram aparelhadas pelo PT e partidos aliados parece que não darão em nada.

O caso dos “aloprados” da eleição de 2006, apanhados em flagrante pela Polícia Federal quando negociavam em um hotel em São Paulo a compra de um dossiê contra o então candidato ao governo do estado, José Serra, ainda hoje está insolúvel.

Aquela montanha de dinheiro, cuja fotografia vazou dos bastidores da Polícia Federal para contrariedade de seus comandantes e da cúpula do PT, ainda está até hoje sem uma explicação razoável de sua proveniência.

Não se sabe de ninguém que tenha sido preso pelo crime cometido.

O crime agora descoberto na Receita Federal tem a mesma destinação: produzir dossiês contra adversários políticos, uma baixaria a mais numa campanha eleitoral que vem sendo marcada pela ilegalidade, a começar pelo próprio presidente da República, multado várias vezes pelo Tribunal Superior Eleitoral.

MÔNICA BERGAMO

REI DO CARNAVAL 
Mônica Bergamo
FOLHA DE SÃO PAULO - 28/08/10


O baiano Érico Brás viverá Orfeu da Conceição na montagem do musical "Orfeu" dirigida por Aderbal Freire-Filho, Jaques Morelenbaum e Jaime Alem, que estreia no dia 9, no Rio; o ator foi colega de Lázaro Ramos no grupo Bando de Teatro Olodum, em SalvadorO HOMEM DO ANO

Agaciel Maia, ex-diretor do Senado e protagonista do escândalo dos atos secretos em 2009, recebeu anteontem um título de "personalidade do ano" no Prêmio Mérito Empreendedor, dado pela FACIDF (Federação das Associações Comerciais, Empresariais e Industriais do DF) a "pessoas que se destacaram no cenário empresarial e sociopolítico" de Brasília.

OFICIAL
Como premiado, Agaciel teve sua biografia publicada no livro "A História Quem Faz É Você", lançado no evento. A obra, com 3.000 exemplares e "apoio institucional" de Sebrae, Banco do Brasil, Banco de Brasília e Caixa Econômica Federal, tem um depoimento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), sobre o ex-diretor e afiliado político.

RESPIRO
O Ministério do Planejamento descontingenciou ontem R$ 50 milhões do orçamento do Ministério da Justiça. Os recursos devem ser destinados, em sua maioria, para a Polícia Federal.

VALE QUANTO PESA
Ronaldo Fenômeno virou nota de dinheiro (foto abaixo). É a cara do atacante corintiano que estampa a cédula do país imaginário "República Popular do Corinthians", uma ação de marketing que tem lançamento hoje no Parque São Jorge, durante a apresentação da camisa do centenário do clube.

F/Nazca



PELO INTERIOR
Michel Temer (PMDB), candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff (PT), e o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, participam hoje da inauguração de um comitê do PMDB pró-Dilma em Ribeirão Preto (SP). O partido, no Estado, apoia formalmente José Serra (PSDB).

POLVILHO
O deputado José Aníbal (PSDB) reúne na segunda, no restaurante Varanda, 300 convidados que pagaram R$ 2.000 para um jantar de adesão à sua candidatura.

QUESTÃO DE ESTILO
O estilista Alexandre Herchcovitch, assessor de estilo de Dilma Rousseff, comentou cenas de "Passione", anteontem, no Twitter. "To achando que o Gerson eh podólogo!!! Explico: podólogo, que gosta de criança", se referindo à suspeita de pedofilia de um dos personagens. Depois, "corrigiu": "Errei desculpe, peidófilo... engolidor de peido, por isso q a fofa falou q tava com nojo".

LETRA DE MÉDICO
O médico Raul Cutait tomou posse na Academia Paulista de Letras, anteontem, na vaga que era do bibliófilo José Mindlin. A cerimônia ocorreu no salão da entidade, no largo do Arouche, e reuniu o banqueiro Moise Safra, Olavo Setúbal Júnior, do grupo Itaú, e os cantores Agnaldo Rayol e Thobias da Vai-Vai.

AMIGOS À MESA
O promoter Caio Fischer comemorou seu aniversário de 30 anos com um jantar no restaurante Terrasse, no Itaim Bibi. Na ocasião, a chef Vanessa Trefois preparou um menu especial para os convidados do aniversariante.

SOL NASCENTE
Uma exposição em homenagem ao cineasta japonês Akira Kurosawa fará parte da programação da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que começa no dia 22 de outubro. O evento terá quadros com ilustrações das produções do diretor e ficará em cartaz no Instituto Tomie Ohtake.




Teruyo Nogami, que foi produtora e assistente de Kurosawa, deve vir ao Brasil para a abertura da exposição. O cineasta completaria cem anos em 2010.

CURTO-CIRCUITO

O espetáculo "Os 39 Degraus", com os atores Dan Stulbach e Danton Mello, estreia hoje, às 21h, no teatro do shopping Frei Caneca. Classificação etária: 12 anos.

José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta autografam "O Evangelho de Barrabás", hoje, das 11h às 13h, na Livraria da Vila da rua Fradique Coutinho.

A dupla Palavra Cantada, formada por Paulo Tatit e Sandra Peres, lança o "Livro de Brincadeiras Musicais da Palavra Cantada" com show amanhã, às 16h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.

A cantora Nina Becker faz show de lançamento dos CDs "Azul" e "Vermelho", hoje, a partir das 21h, no Espaço Sesc, no Rio de Janeiro. Classificação etária: livre.

com DIÓGENES CAMPANHA, LEANDRO NOMURA e LÍGIA MESQUITA

MARCO AURÉLIO NOGUEIRA

O discurso ausente

Marco Aurélio Nogueira 
O ESTADO DE SÃO PAULO - 28/08/10

Chega a intrigar que em plena campanha para a renovação de toda a cúpula do sistema político brasileiro nenhum candidato ou partido fale em reforma política. A reforma ocupa o cenário nacional desde a Constituinte de 1988. Ora com estardalhaço, ora discretamente, tem sido vista tanto como necessidade da democracia quanto como panaceia para resolver o mal que a política causaria aos cidadãos: um recurso para moralizar a atividade dos políticos e colocar a política no devido lugar.



Seria de esperar que surgisse com pompa e ênfase na propaganda dos candidatos e nos debates entre eles. Não é o que acontece. De política mesmo, os candidatos falam pouco, e quase sempre sem usar a palavra. Seus discursos se concentram em realizações, passadas e futuras. Dedicam-se à conquista do governo, apresentado como instrumento para mudar o mundo. É um modo de falar de política, mas não o melhor modo, pois deixa de fora o que realmente importa: as relações entre o poder e os cidadãos, seja no sentido de controlar os excessos e a força do poder, seja no sentido de civilizar as lutas por sua conquista, ampliar e democratizar o acesso a ele e orientá-lo para um exercício socialmente justo e responsável.
Enquanto isso, em crescentes segmentos da opinião pública permanece a expectativa de que a próxima legislatura faça algo para moralizar a política, punir os corruptos e aumentar a dose de democracia direta e participação no sistema representativo.
É constrangedor que os candidatos não falem de política no momento mais nobre da política, quando se acredita que muitas coisas possam ser modificadas. É constrangedor, mas dá para entender.
O silêncio dos políticos em relação à política traduz a crise da política, mais que do sistema político. Expressa uma falta de consenso sobre o que fazer para melhorar a política e sobre a escala de prioridades em que deve vir a reforma. Não se sabe bem o que deve ser mudado, nem como ou quando mudar.
O silêncio reflete também o receio dos candidatos de que perderão votos se trouxerem a política para o centro do palco. Acredita-se que, se o fizerem, irão contra a expectativa das pessoas, que prefeririam políticos que não fazem política, tocadores de obras e distribuidores de benefícios palpáveis. Os candidatos, nesse quesito, copiam Lula. Ou melhor, deixam-se pautar por ele, com seu estilo de governo "positivo", de realizações, conversas e movimentações em cascata, que se apresenta como dedicado a proteger e amparar o povo, um estilo tão voltado para animar o imaginário popular e montar um "grande e único Brasil" que terminou por anestesiar a oposição, encantar a todos e fazer de sua candidata a sucessora natural.
O fato é que a política se converteu em assunto incômodo. Mas não é verdade que ninguém ligue mais para ela ou que todos estejam desinteressados do Estado e das decisões públicas.
O que acontece é que os ambientes políticos típicos - Casas Legislativas, partidos, mandatos parlamentares, órgãos governamentais - não são alcançados pelas pessoas. Grupos e indivíduos querem participar, mas só conseguem fazê-lo "fora" do Estado. Aderem a fóruns, seminários, assembleias, instâncias participativas, movimentos, que parecem mais receptivos à dinâmica social vigente. São novas formas de politização, que ajudam a ofuscar e pôr em dúvida as antigas.
O modo de vida atual é participativo. Antes de tudo, porque cada um tem de lutar praticamente sozinho para organizar a cabeça, os códigos de conduta e a própria biografia. Não dispomos de suportes sociais consistentes, sejam eles provenientes da família, do Estado ou das igrejas. Estamos no mercado, ou seja, naquele ringue em que se briga palmo a palmo por espaço. Fora daí há, evidentemente, vida e coletividade, mas isso pesa pouco no cômputo geral. Para modelar sua vida os indivíduos precisam ficar atentos e se mexer. A participação tornou-se um valor, muito mais relevante, por exemplo, do que a igualdade. Participar é bom, correto, meritório.
Impulsiona-se assim a contestação do sistema representativo. Queremos que nossos representantes sejam iguais a nós, limpos, transparentes, produtivos. E ao percebermos que os atos e atitudes dos políticos não são assim, fuzilamos os representantes em bloco, viramos-lhes as costas e passamos a pedir reformas que estanquem a corrupção e intimidem os políticos.
Uma expectativa de reforma que se volte para moralizar a política está fadada à frustração, porque elege um alvo equivocado e parte do pressuposto, igualmente equivocado, de que a representação deve imitar a vida cotidiana. Produzirá mais estragos que consertos, porque ajudará a diminuir o valor da política e a mantê-la permanentemente às portas dos tribunais.
Claro que é preciso dar uma perspectiva moral à vida pública, impedi-la de fugir do controle. Mas não se conseguirá isso nem com mordaças judiciais nem com reformas políticas, por mais que estas últimas sejam importantes. Resultados efetivos só virão se houver fortalecimento do sistema representativo, educação política e mobilização da sociedade. A Lei da Ficha Limpa é interessante, mas é controvertida, e sozinha fará quase nada.
Uma reforma política digna do nome não pode privilegiar a moralização. Seu eixo é o fortalecimento democrático das instituições, a busca de coerência dos partidos, a lisura dos pleitos, a expressão facilitada e equilibrada das preferências da população, a inclusão de novos eleitores. Sua razão de ser é a revitalização das relações entre as pessoas, a sociedade civil e o Estado. É a recuperação do valor da política.
Porque para se ter política mais "limpa" e de melhor qualidade é preciso ter também mais política. A reforma de que necessitamos será um caminho para que a sociedade se articule melhor com o sistema político, projete nele seu modo de viver, pensar e fazer política.
PROFESSOR TITULAR DE TEORIA POLÍTICA DA UNESP.

MÍRIAM LEITÃO

#chegadequeimadas
Miriam Leitão
O GLOBO - 28/08/10

O Brasil arde como nunca. Mais precisamente, 135% a mais do que no ano passado, segundo medição do NOAA-15, um dos nove satélites que o Inpe usa para monitorar o problema. Não é sazonal.

É o resultado de outros crimes e do descuido do governo em combatê-los: o desmatamento, o fogo na mata e no pasto, as serrarias ilegais, as carvoarias. A seca ajuda a propagar, mas não é a causa do fogo.

O clima está seco, muito seco. A baixa umidade relativa do ar se espalha por grande parte do Brasil. O que já seria fonte de problemas brônquios é agravado pela fumaça que encobre grande parte do país provocada por milhares de focos de incêndio.

Quantos, é difícil saber, porque se for usado só um satélite dá para ver o aumento percentual, mas a contabilidade pode ser parcial; se forem usados todos os satélites, haverá dupla contagem. Na página do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) está registrado que usando-se só o satélite de referência houve no país, de primeiro de janeiro a 26 de agosto, o incrível número de 41.636 focos de incêndio, e apenas do dia 26 para o dia 27 os focos foram 1.391. O campeão é Mato Grosso, com aumento de 183% em relação a 2009 e 11.529 incêndios.

Claro que nada disso é aceitável.

Mas a grande pergunta é por que o Brasil pega fogo desse jeito? Quando se conversa com técnicos do Inpe, o que eles dizem com todas as letras é que deixada quieta a natureza não pega fogo sozinha.

A secura cria as condições propícias para o problema se propagar. Mas a origem do fogo é humana.

O pesquisador Paulo Barreto, do Imazon, explica as várias formas de queimadas que já viu em suas viagens pela Amazônia, onde vive: — A seca torna o país mais vulnerável, mas a ameaça do fogo é criada por gente. O fogo é usado para limpar o solo depois do desmatamento, ou então para reformar o pasto de uma forma rápida e barata. Quando se desmata para tirar a madeira, sem qualquer técnica, fica muita árvore morta na floresta, muita vegetação seca. Isso torna a área propícia à propagação do fogo, venha ele de alguma área desmatada próxima ou algum pasto sendo reformado nas proximidades.

Os crimes vão assim se associando.

Quando se desmata uma área, o proprietário — na maior parte das vezes, grileiro — tira as melhores madeiras e põe fogo no resto para limpar tudo e preparar para o plantio.

Nos pastos, a forma mais preguiçosa de preparar é pôr fogo em tudo. Quando se invade uma área para tirar a madeira dessa forma predatória, cada árvore que cai derruba dezenas de outras que, mortas e ressecadas, tornam toda a área vulnerável a incêndio.

Há outros focos que nascem das práticas desatualizadas da agricultura, mesmo quando ela é legal. As áreas de plantios e pastos são preparados frequentemente com o fogo. E ele se alastra.

Muitas vezes causa conflito entre vizinhos que, ou se protegem com aceiros — uma espécie de cordão de isolamento feito com uma parte sem qualquer vegetação — ou têm suas áreas queimadas pelo fogo descontrolado. A indústria de cana-de-açúcar, mesmo nas áreas mais ricas do país, ainda usa em grande parte o fogo como técnica de produção. A queimada da cana produz uma fumaça muito prejudicial à saúde.

Outra fonte de fogo são as serrarias, as carvoarias, em geral, ilegais. Essas serrarias deixam acumular em seus pátios montes de vários metros de resíduos de madeira — pó de serra. Para limpar a área, eles ateiam fogo e aquilo fica queimando dias, liberando uma fumaça altamente lesiva à saúde. Eu vi em Paragominas, quando estive lá, em madeireiras, esses montes impressionantes. Um deles tinha cinco metros de altura e vinte de comprimento.

— Em Paragominas, já houve caso de morte de crianças que foram brincar em cima desse monte, quando ele estava já queimando de baixo para cima — diz Barreto.

O pesquisador do Imazon conta outras formas de risco de propagação: — Na Amazônia, a gente vê vários problemas como por exemplo o que eles chamam de fogo de copa. Uma área de floresta enfrenta um fogo num ano que não destrói, mas fragiliza a mata. No ano seguinte, outro fogo vem e toma tudo até às copas das árvores.

O fogo nasce também da desordem urbana, do descuido dos fumantes com suas guimbas, dos vários tipos de comportamento pirotécnico.

Em alguns episódios, está claro que é fogo criminoso mirando a destruição de áreas de preservação, como está acontecendo na Serra da Canastra, no sul de Minas.

O rastro do fogo revela outros crimes e a falha do governo em coibir a ilegalidade e forçar o respeito à lei. O que piora tudo é que a secura pode se agravar.

— Num cenário de mudança climática, isso pode se repetir e a fragilidade aumenta. O fogo acaba provocando muito prejuízo para a saúde humana, para a aviação, além da destruição do meio ambiente — diz Paulo Barreto.

As queimadas trazem prejuízos econômicos, como a interrupção de fornecimento de energia. O pesquisador Roberto Smeraldi, da ONG Amigos da Terra, diz que as linhas de transmissão de energia que cortam o Brasil ficam vulneráveis ao fogo.

— Temos um sistema de transmissão interligado, com linhas extensas. As concessionárias frequentemente sofrem com interrupção. Outro problema é que as queimadas em plantações de cana deixam de utilizar o bagaço para a geração de bioenergia. Há desperdício — disse.

Smeraldi cita outos impactos, como a interrupção do fluxo de barcos em hidrovias, por falta de visibilidade, e o risco para a aviação civil. Aeronaves não conseguem pousar por causa da fumaça: — Na Amazônia, mudar de aeroporto pode significar mais 2 horas de voo. As distâncias são muito grandes.

O movimento que Smeraldi lançou pelo Twiter, o #chegadequeimadas, em dois dias reuniu 25 mil pessoas e já teve 130 mil retweets. O fim da queimada significa também o combate a vários crimes, com os quais não podemos mais conviver.

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Veloz
SONIA RACY

O ESTADO DE SÃO PAULO - 28/08/10

Depois das ameaças de Bernie Ecclestone, da Fórmula 1, de não mais trazer o GP a São Paulo, caso o Autódromo de Interlagos não passe por reforma, Kassab cedeu. Baixou decreto transferindo R$ 15,7 milhões destinados a reformulações urbanas na Lapa e no Brás para o local.

Consultada, a assessoria da Prefeitura assegura que o remanejamento de verbas não comprometerá as atividades nos dois bairros.

Bostonian

Vindo da Austrália, o embaixador Fernando Mello Barreto desembarca em Boston para assumir um pepino do Itamaraty: o consulado-geral oferece um dos piores serviços aos brasileiros no exterior.

Barreto terá de lidar - e defender - com a comunidade indocumentada, quando sequer os legalizados são bem tratados.

Interiorização

Roger Abdelmassih, que pouco sai de casa, faz uma introspecção sobre sua trajetória de vida: está escrevendo sua autobiografia.

De próprio punho, o livro abrangerá desde sua mudança do interior de São Paulo para a capital paulista, passando pelos seus estudos de fertilização in vitro até chegar às atuais acusações na Justiça.

Paris, Texas, SP

Wim Wenders chega, em outubro, às terras tupiniquins. Para a mostra de suas fotografias no Masp - parte da programação da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

Em nome da fé

O pastor Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, passou a madrugada de terça num "monte sagrado", orando pela reabertura do templo, recém-lacrado, no Brás.


Resultado? Uma funcionária do templo avisa aos fiéis: "O pastor profetizou. Deus revelou que a igreja será reaberta domingo".

Fé 2

Na porta da igreja, fiéis e pastores disseram que a não liberação de alvará - pedido à Prefeitura em 2007- seria fruto de pressão da Igreja Universal do Reino de Deus.

A IURD já conseguiu licença para construir o Templo de Salomão na mesma rua da concorrente. E esclarece que "não tem ingerência sobre nenhuma lacração de qualquer imóvel". A assessoria da Mundial não retornou às ligações e recados da coluna.


Climão

Zezé de Camargo e Luciano andam se estranhando. Depois de Luciano ter desconfiado, no site da dupla, de manipulação no resultado do Prêmio Multishow, Zezé rebateu ontem no mesmo local: "Apesar da ferramenta pertencer à dupla, temos opiniões diferentes... Não compartilho em nenhum ponto das opiniões do Luciano com relação ao conceituado prêmio. Muito pelo contrário, vibrei com a estreia do gênero sertanejo no Multishow".

Bê-a-bá

Os 16 deputados que usam o site da Assembleia Legislativa de São Paulo para abrigar links com suas propagandas eleitorais levaram um puxão de orelha da Casa depois da denúncia publicada por esta coluna ontem.

E a AL aproveita para informar que, diferentemente do que afirmou ontem, havia, sim, distribuído aos parlamentares uma cartilha para coibir essa prática.

Na frente


Juca Ferreira recebeu e-mail de Milú Villela parabenizando-o pelo fim do contingenciamento do Fundo Nacional de Cultura.

José Aníbal reúne apoiadores em jantar no Varanda Grill segunda. Convites a R$ 2 mil.

Acontece amanhã, no Jockey, a Corporate Run. Corrida organizada pela B.R.A.Pro.

Alfredo Bosi, José Miguel Wisnik e Milton Hatoum batem papo sobre os clássicos da literatura. Segunda, no Teatro Eva Herz.

Flávio Gikovate lança hoje seu livro Sexo. Na Cultura do Conjunto Nacional.

O Ponto do Livro pilota hoje contação de história infantil. Na Vila Madalena.