terça-feira, junho 29, 2010

ARNALDO JABOR

Os homens criaram este Haiti aqui
ARNALDO JABOR

O GLOBO - 29/06/10

Não adianta mais analisar p... nenhuma no Brasil de hoje. Tudo voltará ao início como cobra mordendo o próprio rabo, tudo continuará sob anestesia, mas sem cirurgia, como disse uma vez Mário Henrique Simonsen. Tudo era previsível neste súbito Haiti que brotou no Nordeste, variando do deserto para o tsunami de lama, das "vidas secas" para o afogamento, sempre atingindo os mesmos pobres diabos sem voz, sem rosto, sem destino, que vagam nas cidades desgraçadas que o subfeudalismo dos barões nordestinos cultiva.
A análise tradicional não serve; só resta oferecer-me como testemunha inútil desse crime secular sem autores visíveis.
O autor não é Deus, não é a natureza; os homens teceram essa desgraça de agora, não por seus atos malignos apenas, mas por uma distribuição de causalidades inexplicáveis que cria o crime sem sujeito - uma difusa culpa que acaba inocentando todos.
No entanto, a verdade brasileira aparece nessas tragédias visíveis - soterramentos, alagamentos, bebês morrendo em berçários de hospitais assaltados.
Por outro lado, a verdade sempre esteve ali, silenciosa, dissimulada nos miseráveis vilarejos de Alagoas e Pernambuco, na paz trágica do nada, na mansidão da ignorância, no silêncio da miséria seca, aquela paz vazia que tranquiliza ladrões e demagogos, a paz da ignorância de vassalos toscos e obedientes.
Mas, de repente, jorrou a verdade com as águas das represas e açudes arrebentados. Tudo que não queríamos ver bate em nossos olhos grudados na TV, vendo o Maradona de terninho ou o Dunga com sua cara espessa e dura. A verdade aponta os responsáveis pela tragédia que certamente vão esconder que 57% das verbas para prevenção de catástrofes desse tipo foram gastos na Bahia, para favorecer o candidato do governo para governador. Também não vão explicar por que só 14% das verbas preventivas (R$ 71 milhões apenas) foram destinados aos Estados de Alagoas e Pernambuco.
Agora, com Lula e sua clone correndo para aparecer no teatro de lama, para impedir a perda de votos, o governo vai gastar mais de R$ 2 bilhões para consertar o que era evitável (ah... e que bons negócios se farão...).
A catástrofe estava encravada nas fazendas fantasmas, nos municípios controlados por barões, na indústria da seca - não só a seca do solo, mas a seca mental -, na qual a estupidez e a miséria são cultivadas para criar bons serviçais para a burguesia boçal. A catástrofe estava se armando enquanto soavam as doces camaradagens corruptas em halls de hotel, os almoços gordurosos, as cervejadas de bermudão, as gargalhadas, as "carteiradas" autoritárias, os subornos e as chaves de galão. As catástrofes estavam se armando durante os jantares domingueiros, na humilhação das esposas de botox, no respeito cretino dos filhos psicopatas, na obediência dos peões, dos capatazes analfabetos. A catástrofe se armava no sarapatel de ideias que vão desde um leninismo tardio até este "revival" de um sindicalismo getulista a que assistimos.
Os indícios desse desastre se veem na recente frase irada que Lula lançou: "Os impostos no Brasil têm de ser altos sim, do contrário não temos Estado". Esqueceu-se de dizer que os impostos que recolhe são gastos para pagar a folha de milhares de pelegos empregados, nos desvios de verbas públicas. Esqueceu de dizer que a catástrofe se armava nos últimos sete anos quando gastaram R$ 8 bilhões em propaganda oficial, sem contar os gastos de empresas estatais.
A catástrofe também se armou aos poucos com a frente unida da utopia, que permite que todos os erros sejam cobertos por um manto de "fins justificados" - a frente unida dos três tipos de radicais: os radicais de cervejaria, os radicais de enfermaria e os radicais de estrebaria. Os frívolos, os loucos e os burros. Uns bebem e falam em revolução, outros alucinam e os terceiros zurram, todos atacando o "capitalismo do mal", quando justamente esse mal (que também existe) é a única bomba capaz de arrebentar nosso estamento patrimonialista de pedra.
A catástrofe se arma para futuras tragédias, com a má utilização dos bilhões de dólares que entram em nossa economia, canalizados para países emergentes, pois estão sendo sugados pelo Estado inchado e inchando.
A realidade (se é que isso ainda existe no país) é que a tragédia fixa, silenciosa e invisível se transformou numa tragédia bruta e retumbante. Só isso aconteceu no Nordeste.
E para nós restam o horror e a pena, porque os fatos estão muito além da piedade. Ninguém tem palavras para exprimir indignação, ou melhor, ninguém tem mais indignação para exprimir em palavras.
Resta-nos a impotência diante do fato consumado e um sentimento nobre, mas que chega sempre depois da desgraça: a solidariedade.
O que é a solidariedade? Como sentir a dor dos outros? Sou solidário aqui ou apenas faço meu artigo semanal? Por que me comovo? Será que me comovo mesmo, será que me imagino ali na lama, procurando pedaços de comida no lixo e aí me purifico com minha indignação impotente?
Como posso saber o que sente um homem-gabiru, faminto, analfabeto, que só é procurado pelos poderosos sacanas para ser "laranja" em roubalheiras para a cumbuca das oligarquias?
Como posso saber da alma de um desgraçado limpando um pedaço de pão no lodo para dar para o filho bebê, com seu sofrimento mudo, enquanto os culpados dizem "que horror" nos prédios de luxo nas praias de Pajuçara e Boa Viagem ou se escondem nos cabides de emprego de Brasília? Como se sentem os homens sofridos que vemos chorando na TV, sob o som de gritos da Copa do Mundo, uivos de vuvuzelas e patetas pulando de alegria patriótica?
Os diques e os açudes que se romperam são os diques rompidos da mentira política sistemática. Então, pode ser que a história se mova um pouco e que a consciência de nosso absurdo aumente. Mas, isso... só por um tempo... Depois, novas catástrofes voltarão a se armar...

TUTTY VASQUES

Fifa quer Copa sem TVF

TUTTY VASQUES
O ESTADO DE SÃO PAULO - 29/06/10


A Fifa tomou, enfim, uma atitude contra os erros grosseiros de arbitragem na Copa do Mundo: baniu o replay de lances polêmicos do telão dos estádios na África do Sul. Sabe, entretanto, que isso resolve só em parte o problema! O próximo passo deverá ser o veto ao tira-teima e à supercâmera lenta na transmissão dos jogos já nas quartas de final da competição.
Se nem assim deixarem a mãe do juiz em paz, restará ainda a possibilidade de proibir a presença da televisão nos estádios a partir das semifinais da Copa. No rádio, ninguém vê se a bola entrou mesmo ou se tinha alguém voltando da figura A para a figura B na cara do bandeirinha.
Calma! A Fifa não tomará nenhuma medida extrema enquanto não avaliar as vantagens que, em contrapartida, a superexposição dos equívocos de arbitragem traz para a Copa do Mundo. Por exemplo: ninguém reclama mais da Jabulani desde que os juízes viraram a
bola da vez na África do Sul. Só se fala deles!
Como não há falha pior que um gol mal anulado - ou validado em impedimento -, releva-se tudo mais que não parece muito certo em campo, aí incluídos os erros de passe, de pontaria, de marcação, de domínio de bola...
Pé-frio amigo
Depois de secar os EUA e a Inglaterra no fim de semana, Mick Jagger foi ontem ao estádio torcer pelo Brasil e, por isso mesmo, deve à seleção a quebra da 
expectativa de tornar-se o maior pé-frio desta Copa. 
Capaz de pagar na próxima mesada do filho com Luciana Gimenez.
Cinta-liga, pá!
Ao saber que Júlio César está jogando de cinta, Cristiano Ronaldo encomendou uma personalizada para estrear hoje na Copa. A dele tem debrum laranja e rendinha lilás na borda para combinar com as chuteiras.
Pior que palavrão
Em defesa das boas maneiras de Dunga em campo, deve-se dizer que quem come meleca à beira do gramado é o técnico da Alemanha, Joachim Löw. Essas coisas a imprensa não vê - ô, raça!
Se liga, Zé!
Numa hora em que todo mundo se pergunta quem será o campeão, José Serra está mais preocupado com o vice.
É por aí!
Satisfeito com o desempenho do Brasil contra o Chile, Dunga deve manter contra a Holanda o jaquetão de Alexandre Herchcovitch sem aquela camisa de gola rolê que quase destruiu a reputação do estilista na partida contra a Coreia do Norte.
Fashion Copa
Entre os bodes expiatórios da eliminação da seleção da Inglaterra, sobrou até para o figurino Armani de David Beckham. Só se fala disso na London Fashion Week!
Off-Copa
Tem pichação nova nos muros de Soweto: "Lugar de hooligan é em reunião do G-20!"

CELSO MING

Cada um por si 
Celso Ming 

O Estado de S.Paulo - 29/06/2010

A reunião de cúpula do Grupo dos 20 (G-20) que se realizou nesse fim de semana em Toronto, Canadá, mostrou que já não há mais a mesma unanimidade entre os chefes de Estado demonstrada em 2008 e 2009, quando se tratou de apagar o incêndio da crise e acabar com o alastramento do pânico.

Cada país ou subconjunto de países tem agora sua prioridade, diferente das dos demais, e não abre mão delas em benefício de um esquema conjugado de governanças.

Apesar das pressões do governo dos Estados Unidos, a União Europeia conseguiu o reconhecimento do seu ponto de vista, o de que o momento não é de despejo de recursos públicos, mas de volta à austeridade e ao equilíbrio das finanças públicas.

Domingo, o presidente do Bank for International Settlements (BIS), Jaime Caruana, resumiu tudo com uma frase: "Não podemos esperar a retomada de um crescimento econômico forte para dar início ao processo de correção da política."

A principal consequência da decisão foi a de que a recuperação da economia global vai demorar mais ou, até mesmo, os países ricos poderão mergulhar num período adicional de recessão. Em compensação, o processo fica mais confiável, porque liberta as economias mais maduras do poder de chantagem dos credores.

Falta saber se haverá condições políticas para reduzir os atuais rombos orçamentários à metade em apenas três anos. Em todo o caso, a decisão de deixar a cada país a escolha da intensidade e do timing das medidas parece ter sido a saída encontrada para garantir flexibilidade para enfrentar os principais focos de resistência.

As pressões para criar impostos novos sobre os bancos e, dessa maneira, obter uma espécie de indenização pelas despesas que bancos centrais e Tesouros foram obrigados a fazer para salvar os bancos também não obtiveram consenso, apesar da maré favorável a castigar o segmento que provocou o desastre. E, se a taxação dos bancos não for universalizada, muito provavelmente não funcionarão os impostos onde forem instituídos. Os grandes bancos são instituições globais. Eles saberão se defender das taxações por meio da arbitragem regulatória, ou seja, por meio da transferência da titularidade de ativos para países não sujeitos a tais impostos. E o Brasil é um deles.

E, se nem a taxação dos bancos consegue sinal verde, muito menos conseguirá a adoção de uma contribuição global sobre transferências de valores financeiros (conhecida como Taxa Tobin), que se transformou em bandeira de luta do movimento social-democrata internacional.

A China obteve também sua vitória ao conseguir evitar o debate e, mais do que isso, a inclusão no documento final de qualquer nova pressão para valorizar a sua moeda, o yuan. Foi mais uma vitória da política faça-o-seu-jogo.

No mais, foi incompreensível a ausência do presidente Lula. A alegação era a de que sua presença no Brasil ficou necessária por conta dos estragos provocados no Nordeste pelas enchentes. Como Lula não fez nada de muito novo nesse final de semana pelos flagelados, essa ausência foi interpretada como um jeito de fugir das interpelações a que se submeteria por defender a política nuclear do Irã.
Cobrança
Alguns analistas internacionais, entre os quais o Prêmio Nobel Paul Krugman e o articulista do Financial Times Martin Wolf, insistem em que não há solução para a economia global enquanto a Alemanha não aumentar seu consumo e a China não promover a valorização de sua moeda, o yuan.
Barriga cheia
O problema é que as necessidades de consumo na Alemanha estão rigorosamente atendidas. Obrigar a Alemanha a consumir mais é enfiar uma feijoada goela abaixo depois do jantar terminado. E impor a valorização do yuan é exigir que a China faça, de graça, o jogo cambial que hoje mais convém aos Estados Unidos.
Questão de soberania
Nessa reunião de cúpula do G-20, a China conseguiu eliminar do documento final os textos que pediam o fim da desvalorização artificial do yuan. O argumento esgrimido pelos representantes chineses foi o de que a política cambial é prerrogativa de soberania nacional.

JOSÉ (MACACO) SIMÃO

Me mata! Me mata!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 29/06/10


E o Maradona manda avisar que aquele monte de beijo no Messi é só BEIJO TÉCNICO!



BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! Direto da Cópula do Mundo!
Começou o inferno! O mata-mata! ME MATA! ME MATA! Ganhamos! Alívio! O Dunga podia tomar um cartão vermelho, e a gente ia pra próxima sem ele! Rarará!
E o Maradona manda avisar que aquele monte de beijo que ele dá no Messi é só BEIJO TÉCNICO! E o Galvão não transmite mais, faz "stand-up comedy"! E diz que o Chile é um saco. Porque fica embaixo do Peru! Rarará!
E o Kaká tá virando "bad boy"! Quando criança, ele roubou dois brigadeiros antes de cantar parabéns. Crime hediondo. E olhou para as pernas duma mulher na rua! Cartão vermelho! Rarará!
E pior que o Galvão durante o jogo é o Galvão entrevistando aquele monte de vó.
E essa: "Ramires não pega a Holanda". Mas pega as holandesas! E agora a Holanda. Vamos pegar a turma da van: Van der Wiel, Van Bommel, Van Persie, Van Bronckhorst. Vampeta, Van Damme e Vanderléa. Rarará.
A Holanda, os laranjas. Vai ser time de laranjas? Ótimo. Se tem uma coisa de que o Brasil entende, é de laranja!
E o Kaká passou o jogo inteiro com as mãos pra cima. Não sei se era pra não ser expulso ou se tava orando mesmo!
E ainda bem que o Felipe Melo não jogou. Ele não faz falta. Ele SÓ faz falta. O "Kibeloco" disse que o Felipe Melo não nasceu, foi expulso. E, quando transa, ele não usa camisinha, usa caneleira! Rarará!
O Chile jogou com o time errado. A verdadeira seleção do Chile: Concha y Toro, Rojas, Merlot, Malbec, Cabernet, Pinot Noir e Santa Helena!
Veja o que abre e o que fecha durante o jogo do Brasil: a boca do Galvão e a porta de geladeira.
O Galvão ficou rouco de vez. Parece que tem uma ninhada de rottweiller na garganta do Galvão. E tá sendo lançada uma nova campanha: Troca de óculos, Galvão!
E, no meio da Copa, aparece um cara no fórum: o marido da minha amante é corintiano. Rarará!
E o site sensacionalista revela: Fifa libera uso de cão-guia e bengalas para os juízes. Para o trio de arbitrariedades. Quem vai apitar a próxima Copa é o Stevie Wonder! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

LUIZ GARCIA

A dona dos sonhos
LUIZ GARCIA
O GLOBO - 29/06/10
A Copa do Mundo de 1950, no Brasil, foi a primeira desde 1938. Tivemos mais de uma década inteira sem ela devido a outra disputa: a série de acontecimentos desagradáveis reunidos sob o rótulo de Segunda Guerra Mundial.

De então até hoje, o planeta não deixou de tentar resolver seus conflitos pela violência das armas, mas nunca mais, se isso vale alguma coisa, a guerra tirou o futebol de campo.

Lembro-me bem da primeira Copa do Maracanã. O estádio já nascera como o maior do mundo, mas foi inaugurado ainda na base do semipronto.

A seleção brasileira, como a gente acabou descobrindo, também estava semipronta. Na etapa final, deu de sete na Suécia e de seis na Espanha.

Para os cartolas e para os jornais, o jogo final seria a consagração do elenco, com os uruguaios fazendo discreta figuração. Deu no que deu.

Nunca mais caímos na fantasia de que os gringos não são de nada. Esta semana, quando mais uma vez entramos na chamada reta final, não há um só brasileiro soltando foguete antes da hora — tanto nas ruas como nas páginas dos jornais e nas telas da televisão.

Também podem conferir: mesmo com o resultado do jogo de ontem, nenhum oráculo da mídia ousou se enrolar na bandeira e sair gritando que a Copa está no papo, como aconteceu em 1950. Todo mundo sabe que não está. Pode acontecer de ganharmos até o fim — temos time para isso — e podemos ficar pelo caminho.

Outros têm times para isso.

O torcedor tem todo o direito de sonhar alto e confiar um tanto. Mas não é saudável nem prudente imaginar, como em 1950, que os gringos não são de nada. O futebol ganhou todos os continentes por dois motivos.

Primeiro, porque é o esporte coletivo mais lindo e emocionante que o homem soube inventar; depois, porque pode ser assimilado por todos os povos, todas as culturas. Nenhum país, nenhum continente é dono da bola. Ela é que é dona dos sonhos de todo mundo.

MÔNICA BERGAMO

O Giselo 
Mônica Bergamo 

Folha de S.Paulo - 29/06/2010

O mineiro Evandro Soldati, chamado pelo "New York Times" de "Gisele Bündchen de calças", estrela a campanha da coleção Sérgio K. para C&A; ele, que já participou de um clipe de Lady Gaga, foi clicado na Oscar Freire
Plateia Vip
Lily Marinho, viúva de Roberto Marinho, da TV Globo, está organizando almoço em torno de Dilma Rousseff (PT). Os convidados vão se reunir na célebre casa do Cosme Velho, no Rio, onde Marinho recebeu praticamente todos os governantes brasileiros.
Plateia Vip 2
E a grande preocupação de empresárias e socialites que se reuniram na sexta com Dilma na casa de Abilio Diniz, do Pão de Açúcar, era saber como ela, se eleita presidente, lidará com "os radicais do PT". "Lula conseguiu segurá-los. E ela? É nosso medo", diz uma das convidadas. Dilma disse que o PT é seu "menor problema", pois "amadureceu" no poder. Quem não se adaptou deixou o partido.
Mapa
Dilma contradisse o adversário, José Serra (PSDB), que afirma que a Bolívia exporta "90%" da cocaína consumida no Brasil. No ranking dela, o primeiro "exportador" é a Colômbia, seguida de Peru e então Bolívia. Em relação às diferenças entre os países da América Latina, "ela deu uma brincada e falou rindo: "Temos que aceitar que os mais parecidos conosco são os argentinos mesmo'", relata uma das presentes.
Elefante Paulista
E a ex-ministra fez uma revelação às convidadas: o BNDES financiará estádios de no máximo 40 mil lugares para a Copa de 2014, para que depois não virem elefantes brancos. A CBF de Ricardo Teixeira pressiona o Estado de São Paulo a construir arena de 60 mil lugares.
De Olho No Rolex
Uma mulher teve seu Rolex de aço roubado no domingo, dentro da farmácia Drogão da praça Vilaboim, em Higienópolis. Ela estava acompanhada do marido, pagando as compras no caixa quando foi abordada por um dos ladrões, armado. O Drogão diz que "não fala sobre assaltos, por questão de segurança".
De Volta
O músico Nasi (ex-Ira!) lança seu novo DVD com show no clube Comitê, no Baixo Augusta, no próximo dia 16 de julho.
RG 
Alexandre de Moraes, ex-secretário municipal de Transportes de SP, voltou a dar aulas na Faculdade de Direito da USP, no largo São Francisco. Vai também reativar seu escritório de advocacia -e se engajar na campanha de Geraldo Alckmin (PSDB-SP) ao governo.
Premiado
O livro "Tinkers", do americano Paul Harding, que ganhou o Prêmio Pulitzer neste ano, será lançado no Brasil no ano que vem pela editora Nova Fronteira. O romance fala de um homem que, à beira da morte, relembra sua relação com o pai.
Alma Latina
O costa-riquenho "Água Fria do Mar", premiado nos festivais de Amsterdã, Toulouse e Buenos Aires, vai abrir o Festival de Cinema Latino-Americano, no dia 12.
Novo Centro
Está orçada em R$ 12 milhões a obra encabeçada pela Escola da Cidade que vai revitalizar um quarteirão do centro, formado pelas ruas Bento Freitas, General Jardim, Araújo e Major Sertório. O projeto prevê a demolição de quatro imóveis para a construção de uma biblioteca pública -especializada em arquitetura, urbanismo e ambiente-, um anfiteatro de 400 lugares, uma praça e duas novas ruas. A previsão é que fique pronto em 2012.
Aula de Música
A Secretaria Municipal da Educação estuda a realização de uma série de shows de grandes artistas nos CEUs (Centro Educacional Unificado), com abertura de bandas e músicos do entorno das escolas. Negocia com os produtores de Fafá de Belém, Paula Lima, Arnaldo Antunes, Negra Li, Edgar Scandurra e Palavra Cantada, entre outros.

O projeto vai se chamar Fábrica do Som.
Lady Sorrah
Os atores Daniel Dantas e Renata Sorrah receberam convidados na sexta-feira para a estreia do espetáculo "Macbeth", no teatro do Sesc Pinheiros. A tragédia do inglês William Shakespeare é dirigida por Aderbal Freire-Filho. É a terceira vez que Dantas encarna o rei Macbeth nos palcos.
Quentão e Pipoca
Gabriel Nehemy, Coca Achcar, Gui Pimentel e Carol Campos Salles realizaram no final de semana a Festa Junina de Santo Antonho, no restaurante Pandoro. O evento contou com correio elegante e barraquinhas com comidas e bebidas típicas.
Curto-circuito
O Instituto Vladimir Herzog e a Imprensa Oficial lançam todas as edições do "Jornal EX", publicado entre 1973 e 1975, hoje, às 19h, na Livraria da Vila da alameda Lorena.

Os DJs Chris Couto e Carcará se apresentam na festa 6 Degrees, hoje, a partir das 23h, no clube Lions. Classificação etária: 18 anos.

A festa Barbarellas estreia hoje, às 23h, no Alberta #3. Classificação etária: 18 anos.

O escritório de design Ovo foi apontado pela publicação britânica "Viewpoint" como uma das dez marcas de países emergentes que influenciarão a próxima década.

A banda Letuce se apresenta amanhã, às 21h, no projeto Som na Casa, no Sesc Gávea, no Rio de Janeiro. Classificação etária: 16 anos.

MERVAL PEREIRA

O fator Palocci 
Merval Pereira 

O Globo - 29/06/2010

Uma das maiores incógnitas dessa campanha é qual será a função do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci num eventual governo Dilma Rousseff.

Colocado como um dos coordenadores da campanha oficial pelo próprio presidente Lula, Palocci vem assumindo importância cada vez maior como avalista de posições ortodoxas na economia, especialmente no contato com empresários.

Palocci vai além de tentar convencer os indecisos, ou mesmo os que tendem a votar em Serra, dos compromissos de Dilma com o tripé que sustenta a política econômica que vem desde o segundo governo de Fernando Henrique: câmbio flutuante, equilíbrio fiscal (superávit primário) e metas de inflação, com um Banco Central operacionalmente independente.

O ex-ministro, com frequência, alerta os empresários para o que seria o “risco Serra” que estaria embutido no que classifica de visão intervencionista do candidato tucano — que não se cansa de insinuar que, em um governo seu, o Banco Central não terá uma autonomia tão grande quanto vem tendo nos últimos anos.

Também as críticas de Serra quanto ao câmbio, que agradam muito aos exportadores que sofrem com a valorização do real, levam os governistas a apontarem riscos de uma intervenção governamental no câmbio.

Em ambos os casos, Serra insiste em que não haverá intervenção de seu governo para criar situações artificiais, mas uma política econômica harmônica que levará a uma situação de equilíbrio que não obrigará o governo a pagar altos juros para o investidor.

Assim como o governo usa Palocci para sinalizar sua postura, Serra tem usado o nome do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga como exemplo de economista que gostaria de ter em sua equipe.

Essa é uma discussão técnica que não dá um voto na maioria da população, mas que é fundamental para um tipo de eleitor formador de opinião e a classe média, que sempre rejeitaram posturas heterodoxas petistas, a ponto de terem obrigado Lula, em 2002, a assinar a “Carta aos Brasileiros”, assumindo o compromisso de manter a política econômica de Fernando Henrique.

Por outro lado, o candidato tucano, José Serra, tem fama de ser um grande gestor público, especialista em manter o equilíbrio fiscal com ganho de produtividade e corte do gasto público.

A decisão de Lula de colar Palocci na candidatura de Dilma se deveu justamente ao temor de que esse público rejeitasse a candidatura de Dilma por ela ter se colocado como o “contraponto” a Palocci quando este estava no Ministério da Fazenda e ela, no Gabinete Civil.

A famosa discussão entre os dois — quando Dilma, em uma entrevista ao “Estadão” em 2005, classificou de “rudimentar” a proposta que ele e o ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, faziam de limitar a longo prazo o crescimento do gasto público ao crescimento do PIB — marcoua como defensora da gastança governamental: “Despesa corrente é vida”, disse Dilma na ocasião.

O papel do Estado em um futuro governo Dilma também é uma definição impor tante, e tanto ela quanto o governo Lula têm sido criticados pela visão de que, com a crise financeira de 2008, o Estado tem que ter necessariamente seu papel aumentado.

A influente revista inglesa “The Economist” critica o “capitalismo de Estado” do governo Lula, reforçado na segunda metade de seu segundo mandato, e atribui a mudança à predominância da visão da ministra Dilma Rousseff com a saída de Palocci.

Como aluna disciplinada, a candidata oficial vem repetindo em palestras para empresários, especialmente estrangeiros, o que o ex-ministro Antonio Palocci lhe orienta.

Ela ainda não chegou ao ponto de dizer, como Palocci sempre disse em conversas informais, que seu antecessor na Fazenda, Pedro Malan, merecia uma estátua por duas medidas adotadas: a renegociação das dívidas dos estados e a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Mas, ao contrário de seu discurso para o público interno, quando insiste na tese da “herança maldita” deixada pelos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso, no exterior ela é só elogios para a política econômica.

Recentemente, na festa que homenageou como Homem do Ano o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles — outro que Lula tentou colar em Dilma como seu vice — , ela atribuiu o sucesso econômico do país aos últimos 20 anos de continuidade das políticas.

E não é apenas em questões de macroeconomia que ela diz o que o interlocutor quer ouvir. Também com relação a questões políticas delicadas, que têm repercussão na economia, como a ação do MST, ela se desdiz em público.

Recentemente, em Uberlândia, Minas Gerais, ela se colocou contra “qualquer ilegalidade cometida pelo Movimento dos Sem Terra ou qualquer outro movimento”.

E foi específica, referindose a problemas que os fazendeiros da região, importante para o agronegócio, enfrentam: “Invasão de terra, invasão de campo de pesquisa, invasão de prédio público é ilegalidade”.

Mas não se passaram 24 horas e lá estava Dilma com um chapéu do MST na cabeça, fazendo um discurso para os “companheiros” em Sergipe.

A candidata oficial, portanto, vem sendo reconstruída em público não apenas fisicamente, mas, sobretudo, em termos ideológicos.

O economista da PUC do Rio Rogério Werneck, em artigo na página de Opinião do GLOBO, comparou o trabalho de transformação de Dilma ao do professor Henry Higgins na célebre peça “Pigmaleão”, de Bernard Shaw, tentando transformar a florista Eliza Doolittle em uma grande dama. E duvidou que Palocci obtenha êxito.

A pergunta que não quer calar é qual a verdadeira Dilma que eventualmente assumirá a Presidência da República: a candidata-laranja de Lula que segue a orientação de Palocci, ou a integrante da ala radical do PT, intervencionista e estatizante?

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Tombados 
Sonia Racy 
O Estado de S.Paulo - 29/06/2010

Tudo certo. O PAC Cidades Históricas, no que se refere ao Estado de São Paulo, será assinado na quinta-feira. A adesão? São 12 municípios. Entre eles, Iguape, Itu e São Luiz do Paraitinga. O pacote não inclui a capital. São Paulo chegou a aderir mas deu meia volta para aparar arestas.

Captados nas três esferas do governo, os investimentos de R$ 222 milhões devem ser distribuídos, em quatro anos, por 164 ações junto ao Iphan.
Haja Frontal
A depender dos dados de José Gomes Temporão, os brasileiros com depressão, esquizofrenia e outros transtornos mentais mereceram atenção especial durante o governo Lula. A construção de novos Centros de Atenção Psicossocial triplicou: eram 424 unidades em 2002. Hoje, são 1.541.
Só para artistas
Dilma foi centro ontem de jantar organizado por Juca Ferreira e Ivaldo Bertazzo. No apê do coreógrafo.
Sem folga
Se o Morumbi está de "mala leche", o Pacaembu comemora.

O Museu do Futebol recebeu só neste mês mais de 49 mil pessoas. Crescimento de 36% em relação ao ano passado.
Do bem
Depois do Brasil e Colômbia, foi a vez de Moçambique. A Vale abriu ontem a sua Fundação Vale, que coordena ações de responsabilidade social da empresa. Será gerida por membros da ex-estatal, do governo moçambicano e por lideranças comunitárias.
Interlocutores
Entre os empresários que terão encontro fechado hoje com Lula e Berlusconi, durante seminário na Fiesp, estão Cledorvino Belini, da Fiat, Frederico Curado, da Embraer, Guillermo Kelly, da Pirelli, mais ... Oskar Metsavaht, da Osklen. E obviamente, Benjamin Steinbruch.

Prometem não falar de futebol.
Dois lados
Andrea Matarazzo garante que as 21 oficinas culturais do Estado de São Paulo não serão fechadas. "É boataria. Não temos intenção de demitir. Só estamos analisando a gestão da organização social checando cumprimento de metas."

Já Marcelo Fonseca, organizador de seminário na oficina Oswald de Andrade, jura que viu carta de demissão enviada a funcionários pela secretaria.
Ecos pós-Dilma
As cerca de 40 convidadas de Geyse Diniz, que estiveram com Dilma na sexta-feira, afastaram alguns fantasmas durante a reunião. Saíram com a impressão de que ela tentará o caminho do equilíbrio, caso seja eleita.

No entanto, não souberam como a candidata controlará o PT - claramente facetado e fragmentado. Lula usa sua indiscutível popularidade e faz isso com maestria. E ela, como fará?
Ecos 2
Dilma escapou de perguntas polêmicas, como essa acima, mas foi enfática em relação a um tema recorrente: a reforma tributária. Questionada sobre as prometidas reformas estruturais, se comprometeu com a da tributação. "Quero igualar o ICM em todos os Estados e fazer o mesmo com o IPI. Estamos crescendo e não há melhor hora para simplificar nossa estrutura", afirmou.

A candidata foi classificada como... otimista.
Ecos 3
Sobre política externa, falou pouco. E evitou opinar sobre Cuba. Perguntada, escapou com um "sou contra presos políticos" e mudou de assunto. Seu debate com uma executiva do mercado financeiro indicou que ela pode não ser uma expert em finanças mas tem bom senso. Ponderou sobre juros e BC de maneira sistemática e treinada, escorregando apenas na defesa do BNDES.

Não faltaram ponderações sobre os ensinos médio e básico. Dilma se mostrou preocupada com a falta de formação de professores e com a qualidade do ensino.
Ecos 4
Fora de contexto, a pergunta que abriu o encontro provocou constrangimento. Por ser católica, Dilma foi cobrada para que não frequentasse cultos evangélicos.
Ecos 5
Politicamente correto: Geyse se organiza agora para receber também Serra e Marina Silva.
Na frente
Aloizio Mercadante lança seu livro A Reconstrução Retomada. Hoje, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional

Começa hoje a exposição sobre a história do Teatro Cultura Artística, montada na fachada da rua Nestor Pestana. Com apoio da Racional.

Nietzsche, Filósofo da Suspeita, de Scarlett Marton, será lançado hoje na Casa do Saber.

Do comissário de bordo aos passageiros do voo Johannesburgo-São Paulo, no domingo: "Favor desligar todos os equipamento eletrônicos, celulares e, por favor, as vuvuzelas". A nova praga mundial.

MÍRIAM LEITÃO

Desafio da hora 
Miriam Leitão 

O Globo - 29/06/2010

A primeira linha do comunicado do G-20 é animadora. Diz que é o primeiro encontro de cúpula do grupo na sua nova capacidade de ser o mais importante fórum de cooperação econômica global. É um atestado de superação do G-8. O presidente Lula não estava lá. O Brasil perdeu peso político na conversa dos grandes e deu mais um sinal de como é errática sua política externa.

Os líderes mundiais, na reunião em que o Brasil se fez representar pelo ministro Guido Mantega, discutiram a decisiva questão de o que fazer nesta etapa da crise. De um lado, alguns países começam a retomar o crescimento, de outro, países estão ameaçados pelo crescimento exponencial dos déficits e das dívidas do setor público. O que eleva mais o risco de um crise em W, ou seja, com nova recaída mais adiante? O descontrole dos gastos públicos ou a retirada dos estímulos? Alemanha e Inglaterra, em campos opostos no futebol no exato fim de semana, estiveram unidos na visão de que é preciso ser rigoroso com o corte de gastos e essa foi a posição vitoriosa: o comunicado final se comprometeu a reduzir à metade o déficit até 2013. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos não chegaram a ser eliminados. O presidente Barack Obama entrou em campo dizendo que era preciso manter os estímulos econômicos pela recuperação porque o fortalecimento da economia virá da criação de empregos. Esta posição, que o Brasil apoiou, está no comunicado final.

Mas o espectro que ronda a Europa é o de que o peso dos déficits extravagantes mantenha a onda de desconfiança em relação às dívidas que acabe pondo em crise os bancos que carregam estes títulos.

O FMI defendeu que o corte de déficit vai fortalecer a economia. Apresentou até números: a economia mundial cresceria 2,5% mais rapidamente se os Estados Unidos e os países mais ricos cortarem seus déficits mais fundo do que estão planejando. Na TV online do “Wall Street Journal”, o âncora Paul Vigna disse que o resumo da reunião do G-20 é uma palavra: austeridade.

O dilema do G-20 foi respondido de forma diferente do que o Ministério da Fazenda queria. O sinal mais forte foi de aperto fiscal, apesar de ter sido também contemplada no documento a preocupação com os estímulos. Não é trivial esse pós-choque de 2008. Como uma pedra jogada no lago, a crise continua provocando ondas sequenciais.

O Brasil não está fora dos riscos, mesmo vivendo momento muito bom. A Europa é um grande parceiro comercialeconômico do Brasil, um grande investidor. Os números divulgados pelo Banco Central mostraram o efeito da crise europeia nas contas externas: queda dos investimentos diretos e aumento das remessas das multinacionais europeias para melhorar suas matrizes estão aprofundando o déficit em transações correntes do Brasil.

A confortável situação das reservas nos protege de piores perigos, mas de qualquer maneira o Brasil não está imune. Nenhum país está.

O xadrez é complexo e não há uma solução simples.

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, na reunião do fim de semana na Basiléia, ressaltou a necessidade de controle dos déficits públicos para tentar evitar novos problemas com os bancos dos países desenvolvidos que poderiam levar à nova crise.

Guido Mantega em Toronto falou com jornalistas brasileiros sobre a necessidade de manter os estímulos econômicos e deixar o corte do déficits para depois. É o time do Brasil jogando de forma desencontrada, como joga aqui dentro.

Até por isso a palavra do presidente Lula em Toronto seria importante. Em momentos diplomáticos como a cúpula do G-20, os líderes dos países se reúnem nas reuniões formais e em encontros paralelos. Ao sair de um desses com o primeiroministro da Índia, Manmohan Singh, o presidente Barack Obama disse que quando o primeiro-ministro indiano fala, o mundo ouve, pela sua liderança e influência crescentes.

A China fez mais uma das suas. Disse antes que iria valorizar o yuan e assim livrou sua política cambial de ser um dos pontos de controvérsia da reunião.

Deixou uma referência a esse compromisso até a penúltima versão, mas na última versão retirou o trecho dizendo que a política cambial é soberana. Assunto interno chinês. Falso. O tema afeta o mundo inteiro.

Outra questão decisiva ficou para a próxima reunião: a regulação bancária.

Os grandes bancos terão que se adaptar à nova regulação americana e terão que enfrentar novas exigências de capital e de medidas contra riscos numa regulação global. O que ganharam agora foi apenas o adiamento de discussões detalhadas para novembro.

Há momentos em que a diplomacia brasileira faz esforços fortes no que não é tão decisivo, e outros momentos em que não aparece.

O motivo apresentado foi que o presidente precisava coordenar as ações de ajuda ao Nordeste. A tragédia das chuvas foi grave, mas é o governo todo que precisa estar envolvido e o presidente poderia ter se ausentado, sem que isso significasse evidentemente interromper a ajuda às vítimas.

A próxima reunião será em Seul, em novembro, quando o governo Lula estará chegando ao fim.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Chuvas devem frear o setor da construção no Nordeste 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 29/06/2010

As chuvas que atingiram Alagoas e Pernambuco na última semana devem comprometer temporariamente o desempenho do setor da construção no Nordeste.

A região vem se destacando, ao lado dos Estados do Norte, graças à onda de investimentos em obras de infraestrutura de saneamento, energia e transportes e projetos ligados ao turismo.

No Norte, no primeiro trimestre deste ano, a comercialização de material de construção em Rondônia -que desponta com as obras das usinas do rio Madeira- registrou crescimento de 54,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os dados fazem parte do novo relatório da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), elaborado pela FGV, que será divulgado hoje com abordagem de cada região.

Entre os Estados do Nordeste, o aumento foi de 17,7% no período. O destaque é o Ceará, com alta de 26,4%.

Os temporais, porém, devem desacelerar o andamento na região, diz Melvyn Fox, presidente da Abramat.

Pressão negativa semelhante foi verificada no Rio, que, devido às fortes chuvas que atingiram o Estado no início deste ano, cresceu apenas 12% nos três primeiros meses. "Esperamos que o próprio esforço de reconstrução impulsione novamente."
Clássicos Italianos
O embaixador Umberto Vattani, que veio com a comitiva do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, assina hoje acordos de cooperação técnica com o Senai, a Apex e a Fundação Getulio Vargas.

No dia 9 de julho, mais um acordo será firmado, desta vez, em Roma, com a Suframa (Zona Franca de Manaus). A iniciativa visa a incrementar a transferência de tecnologia e o intercâmbio cultural entre os dois países.

Deve facilitar o comércio bilateral, principalmente no que se refere a pequenas e média empresas, além de promover a ida de universitários para estágios em companhias italianas, segundo Vattani. É fruto da parceria subscrita entre o premiê Berlusconi e o presidente Lula em Washington, em abril passado.

"Foi tão rápido o resultado que já temos os acordos prontos para assinar", diz o embaixador, que é também presidente do Instituto Italiano para o Comércio Exterior, presente em 87 países.
Na comitiva, vieram executivos de diferentes setores, principalmente de máquinas, componentes e alimentos, os que mais exportam ao país.
Intercâmbio no Chile
A partir de julho, a terceira idade brasileira terá pacotes turísticos no Chile, idealizados para a faixa etária. A oferta resulta da primeira parceria internacional do programa Viaja Melhor Idade, do Ministério do Turismo e da Braztoa (que reúne operadoras). São esperados 500 turistas em cada país.
Controle remoto
A Linear, fabricante de transmissores de TV, investirá US$ 3 milhões em nova fábrica no Uruguai. A medida acompanha a inclinação do país vizinho de adotar o sistema nipo-brasileiro de TV digital. A empresa utilizará os benefícios da legislação uruguaia para importar componentes.
Em grupo
O brasileiro Jim Otto, presidente da Financeira Otto, e 49 Jovens Líderes Globais de 24 países, integrantes do programa do Fórum Econômico Mundial, se reúnem nesta semana em Paris com o governo francês. O objetivo é traçar recomendações da reunião do G20, marcada para 2011 sob a presidência francesa.
Bactéria Amiga
A SuperBAC, empresa brasileira de biotecnologia, realizou uma joint venture com a portuguesa Partex, do setor de petróleo, para tratar a água que sai dos poços de extração em Omã, no Oriente Médio.

A empresa irá desenvolver o sistema biotecnológico e montar uma estação de tratamento de água naquele país. A água que sai durante a extração de petróleo é contaminada por hidrocarbonetos.

"Em testes realizados em poços brasileiros em que a Partex é sócia, houve redução de 98% dos hidrocarbonetos presentes na água", afirma Luiz Chacon Filho, presidente da SuperBAC. A água tratada poderá ser usada na agricultura e nas indústrias, de acordo com o executivo.

Com investimentos de cerca de US$ 6 milhões, o negócio está na fase de montagem das instalações. A expectativa é que a estação de tratamento esteja em operação dentro de 12 meses, segundo Chacon Filho.

WANDA ENGEL ADUAN

A hora e a vez do ensino médio
WANDA ENGEL ADUAN
FOLHA DE SÃO PAULO - 29/06/10

Há problemas de cobertura, modalidade de currículo e forma de atendimento, com graves reflexos no fluxo e no desempenho dos alunos


A sociedade brasileira parece ainda não ter-se dado conta da verdadeira crise de audiência que vem afetando nosso ensino médio, com previsíveis consequências para o desenvolvimento sustentável do país. Trata-se de uma verdadeira bomba-relógio.
Para entendermos a gravidade da situação, o primeiro fato a encarar é o de que vivemos em uma sociedade do conhecimento, que exige, como passaporte mínimo para que os jovens sejam inseridos no mercado de trabalho, o diploma do ensino médio.
Também para os países, a vantagem competitiva passa a ser esse nível de escolaridade de sua população. Entretanto, a média brasileira de anos de estudo ainda é de sete anos e apenas 16% da população economicamente ativa concluiu o ensino médio.
Sem dúvida, isso é fruto de um processo histórico, mas, se os dados atuais fossem animadores, poderíamos prever boas perspectivas para o futuro. Infelizmente, é justamente aí que se processa a montagem da bomba-relógio.
O ensino médio no Brasil sofre de males seríssimos. Há problemas de cobertura, modalidade de currículo e forma de atendimento, com graves reflexos no fluxo e no desempenho dos alunos. Em termos de cobertura, menos da metade daqueles que deveriam estar nesse nível pode ser aí encontrada.
Parte ainda está no fundamental e quase 20% estão fora da escola. O mais grave é que, na faixa de 18 a 24 anos, 68% estão nessa situação.
Quanto ao currículo, observa-se que menos de 10% dos alunos cursam o ensino profissionalizante. Ou seja, mais de 90% dos jovens estão sendo "preparados" para uma universidade na qual a maioria não pisará.
O dado mais incompreensível é o turno em que o ensino médio regular é ofertado. Mais de 40% dos alunos estudam à noite, inclusive nos Estados mais ricos, quando apenas 17% conjugam escola com trabalho. A soma desses fatores está por trás de uma verdadeira sangria, responsável pela perda de metade de nossos alunos (entram 3,6 milhões e concluem 1,8 milhão).
Estamos perdendo esses jovens para o desemprego, para a reprodução da pobreza (22% dos mais pobres já têm filhos) e para a violência. Dos que concluem, apenas 9% (em matemática) e 24% (em português) apresentam um desempenho considerado adequado.
Em face dessa situação, cabe a pergunta: quem é o responsável pela oferta do ensino médio? De fato, 86% das matrículas estão nos sistemas estaduais, cujos governantes serão eleitos neste ano.
O voto de cada um de nós deveria estar condicionado a propostas dos candidatos sobre como pretendem enfrentar tais problemas.
Seria necessário um compromisso com metas claramente definidas, tais como universalizar o acesso e a permanência dos jovens entre 15 e 17 anos, melhorar o desempenho e diminuir o abandono, aumentar a autonomia das escolas, promover maior estabilidade das equipes de direção e flexibilizar os currículos, mas definindo mínimos para cada série.
Outras metas possíveis são aumentar o ensino profissionalizante, criar formas de articulação entre educação e trabalho, concentrar o ensino médio regular nos turnos diurno e vespertino, reservando o noturno apenas para a EJA (Educação de Jovens e Adultos, a partir de 18 anos), e criar sistemas de incentivos baseados em resultados.
Além disso, os candidatos poderiam definir as metas de usar os resultados de avaliações como instrumento pedagógico e de contribuir para mudanças na formação de professores.
Os candidatos poderiam assumir essas ou outras propostas, mas deveriam explicitar seu forte compromisso com a melhoria do ensino médio, sem o que não mereceriam nosso voto.
WANDA ENGEL ADUAN, 65, doutora em educação pela PUC-RJ, é superintendente-executiva do Instituto Unibanco.

PAINEL DA FOLHA

Pacote para presente 
Renata Lo Prete

Folha de S.Paulo - 29/06/2010

Decidido a manter Álvaro Dias (PSDB-PR) como vice, José Serra espera que seus bombeiros consigam apagar o incêndio no DEM na base de muita conversa, da promessa de solução de impasses em Estados nos quais o aliado ainda aguarda um gesto de boa vontade dos tucanos (Pará, Goiás e Sergipe) e -cereja do bolo- do convite para que um quadro do partido assuma, na coordenação da campanha, posto de estatura semelhante ao presidente do PSDB, Sérgio Guerra.

Ainda não é certo que isso baste, mas a temperatura baixou ontem, muito em razão da ajuda da bancada de senadores do DEM, José Agripino à frente. "Estarei com Serra em qualquer circunstância", diz o líder.
HidranteDo deputado João Almeida (PSDB-BA): "Quando todo mundo passa a correr sério risco de perder, é bom haver bom senso".
GeladeiraA campanha de Dilma Rousseff (PT) festeja o fato de a confusão do vice ter tirado Serra de circulação num fim de semana repleto de convenções que poderiam lhe dar visibilidade.
Fazer o quê?Até os mais otimistas quanto à perspectiva de aliança entre PMDB, PT e PDT no Paraná jogaram a toalha: mantido Álvaro Dias como vice de Serra, seu irmão Osmar (PDT) deverá, finalmente, encerrar o suspense e ficar no time dos tucanos, fragilizando a situação de Dilma no Estado.
C.q.d.Não foi por disposição estoica que PT e PMDB esperaram tanto tempo pelo hesitante Osmar. O objetivo era deixar claro que tudo fizeram para apoiá-lo, de modo a caracterizar, em caso de desistência, que o senador "amarelou" sozinho.
Fica como está 1
Em Santa Catarina, a ameaça de intervenção do PMDB nacional corre o risco de não se concretizar. Os presidentes José Eduardo Dutra (PT) e Michel Temer trocaram telefonemas ontem, e tudo indica que os peemedebistas farão vista grossa à indicação de Eduardo Pinho Moreira para ser vice de Raimundo Colombo (DEM) ao governo.
Fica como está 2Temer costura declaração pró-Dilma da ala do PMDB local simpática à petista. Ele e Dutra ouviram o argumento de que uma intervenção poderia ter efeito bumerangue, desgastando a candidatura da petista em Santa Catarina.
Duda e MartaDuda Mendonça retorna ao berço político do PT: o marqueteiro acertou ontem que fará a campanha de Marta Suplicy ao Senado por São Paulo.
Na retrancaNa coordenação da campanha de Dilma, há quem não se entusiasme com a ideia de mandá-la à África do Sul na eventualidade de o Brasil chegar à final da Copa. Em caso de derrota, argumentam os relutantes, ela poderia ser carimbada como "pé frio". Fora o risco de o marketing soar exagerado, dada a pouca familiaridade da candidata com o planeta bola.
Goool!Do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), "tuitando" no jogo do Brasil: "O bom do delay da Net é que os vizinhos vibrando não deixam a gente ser pego de surpresa. As coronárias agradecem!"
EstruturalNa reunião da coordenação política, ontem, Lula defendeu reestruturação da Defesa Civil. Após visitar o Nordeste assolado pelas chuvas, o presidente concluiu que a dobradinha com as Forças Armadas nessa área precisa ser reforçada.

Melhor não Diante da ausência de vários colegas, ministros do STF procuram convencer o presidente Cesar Peluso de que não é boa ideia votar, amanhã, o pedido de intervenção no DF.
Tiroteio
Dilma já foi comparada a Mandela, Maria Quitéria e agora Irmã Dulce. Ela vai acabar santificada pelo PT antes de Lula.
Contraponto
Interior e exterior 
Na convenção que oficializou sua candidatura à reeleição, anteontem em Salvador, o governador da Bahia, Jaques Wagner, discursava empolgado ao lado da correligionária que disputará a Presidência:

-Aqui está a Dilma, minha grande amiga, que está cada vez mais bonita, e falo de beleza interna...

A plateia reagiu, Wagner ficou vermelho e complementou sua apreciação da ex-ministra, que recentemente se submeteu a vários procedimentos estéticos:

-E ela está mais bonita fisicamente também.

LUIZ ANTONIO SANTINI

Paradoxos do fumo no Brasil
LUIZ ANTONIO SANTINI
FOLHA DE SÃO PAULO - 29/06/10

Apesar dos avanços, o país não consegue aprovar uma legislação federal que permita banir completamente o fumo em ambientes fechados



O Brasil é um dos campeões mundiais na redução do número de fumantes -queda de 46% entre 1989 e 2008, segundo o IBGE.
Sucesso que se deve às políticas públicas bem articuladas, aliadas a leis estaduais para reduzir o tabagismo e à mobilização de militantes de várias áreas.
O paradoxo, do ponto de vista da saúde, é que, apesar dos avanços, o país não consegue aprovar legislação federal para banir completamente o fumo em ambientes fechados. Em termos econômicos, mesmo com a queda no consumo dos derivados de tabaco, o Brasil aumentou nos últimos anos a produção do fumo em folha. O país é, hoje, o segundo maior produtor e primeiro exportador mundial. Com China e Índia, responde por 61% da produção mundial do setor. O paradoxo vai além. A reversão mundial no tabagismo, maior nos países desenvolvidos, é decorrente, entre outros fatores, da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, primeiro tratado de saúde pública ratificado por 168 países-membros da Organização Mundial de Saúde, de um total de 192. Ela é a principal ferramenta para reduzir o tabagismo. Trata-se de um contingente de 1,3 bilhão de fumantes e de 100 milhões de mortes relacionadas ao tabaco -somente no século 20. O texto da convenção, ratificado pelo Congresso, motivou leis antifumo em sete Estados, inclusive Rio e São Paulo. A pesquisa "A Fumicultura e a Convenção-Quadro: Desafios para a Diversificação", do Departamento de Estudos Socioeconômicos Rurais (Deser), revela que, em 2007, a produção brasileira de fumo aumentou 59% em relação a 2000 e cita ainda problemas que afetam fumicultores como intoxicações por agrotóxicos e até suicídios como "preocupações antigas". A partir da convenção, elas ganharam dimensão de saúde pública. Já a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) registra o deslocamento da produção do fumo dos países ricos para aqueles em desenvolvimento, como Brasil, China, Índia, Indonésia e Paquistão. A Convenção-Quadro ilumina aspecto então restrito a especialistas: a vulnerabilidade socioeconômica dos agricultores e das famílias na cadeia produtiva do fumo. A baixa escolaridade é outra questão: 84% dos produtores do Sul do Brasil acima de 40 anos têm menos de nove anos de estudo. O Banco Mundial e o Conselho Econômico e Social da ONU alertam: tabaco e pobreza formam ciclo vicioso. No Brasil, da renda obtida com maço de 20 cigarros, apenas uma unidade chega ao produtor. O país precisa fortalecer políticas públicas que ofereçam alternativas sustentáveis à produção do fumo, da qual dependem 770 municípios do Sul e milhares de famílias de fumicultores, o elo mais frágil da cadeia produtiva. O Ministério do Desenvolvimento Agrário já dispõe de bons projetos. O Brasil ajudou a aprovar e divulgar a Convenção-Quadro pelo mundo. É hora de fazer a lição de casa.
LUIZ ANTONIO SANTINI, médico, mestre em cirurgia torácica, membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da diretoria da União Internacional contra o Câncer, é diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer.

ANCELMO GÓIS

Este Grafite 
Ancelmo Góis 
O Globo - 29/06/2010

está estampado ali no Parque dos Patins, um lugar muito frequentado pelo público infantil, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio. Veja só. É uma mulher fantasiada, com um fuzil atravessado nas costas, uma metralhadora na mão esquerda e uma pistola na direita. Lá no fundo, dá para ver o Morro do Corcovado e o Cristo Redentor. Deve haver quem ache que é arte de rua. A coluna acha um horror. É apenas mais um retrato que emporcalha a paisagem carioca. Com todo o respeito
Falando alemão 
Do “Daily Mail”, jornal de Londres, sobre a eliminação da Inglaterra, que perdeu da Alemanha, na Copa: “Se em 1940 nossa defesa tivesse sido tão horrível, estaríamos falando alemão até hoje.” Faz sentido.
Dilma e os artistas
Ontem, Ivaldo Bertazzo reuniu em São Paulo artistas em torno de Dilma Rousseff.
O coreógrafo sempre foi muito amigo do casal FH e Ruth Cardoso.
Nem um nem outro 
Quase um terço dos eleitores de Marina Silva (exatos 27%) diz que vai votar em “branco” ou “nulo” num eventual segundo turno entre Dilma e Serra, segundo esta pesquisa CNI/Ibope.
Os outros estão divididos entre a petista (34%) e o tucano (32%).
Gestão política 
Não é só à pressão para investir em siderúrgicas que se resume a influência política de Lula na Vale.
Entre as razões da saída de Fábio Barbosa da diretoria financeira da mineradora, há também o viés político. Ele foi secretário do Tesouro no governo FH.
‘I am brazilian’ 
Estava cheio de torcedores não brasileiros nas arquibancadas do Ellis Park, com camisas e bandeiras da nossa seleção.
São gringos que vieram acompanhar países que já caíram e começam a escolher novos times para torcer.
O Brasil é gostoso 
Quem reparou foi uma brasileira que foi assistir à partida contra o Chile no Fifa Fan Fest de Paris.
A turma que mais vibrou com os gols de Juan, Luís Fabiano e Robinho foi a imensa colônia árabe.
Derrota do pregão 
Caiu quase à metade o volume de negócios da Bovespa durante os jogos da seleção.
No dia da estreia, contra a Correia do Norte, o volume foi de R$ 3,7 bi. O seguinte, diante de Portugal, bateu R$ 3,3 bi e o de ontem, R$ 3,2 bi. O jogo contra a Costa do Marfim caiu num domingo.
Lembrando...
Em maio, a média diária foi de R$ 7,3 bi.
Aulas de canto 
Suzana Vieira vai soltar o gogó.
A atriz prepara um CD para ser lançado em Portugal.
Grafite é fashion 
O atacante Grafite circula na África do Sul com uma mala Pegase Damier Graphite.
O modelito, da Louis Vuitton, custa uns R$ 7.400.
Quem dá mais 
Um quadro de Ismael Nery, “Figura de Mulher”, outro de Candido Portinari, “Espantalho”, ambos avaliados entre R$ 1,5 e 2 milhões, devem ser as vedetes do leilão do dia 6 de julho no Copacabana Palace.
Há quem diga que podem bater novos recordes de preço entre trabalhos de artistas nacionais no país.
Rio sem Leão 
Pela primeira vez desde que o Brasil participa do Festival de Cannes, nenhuma das agências vencedoras dos 59 leões conquistados pela nossa publicidade tem sede no Rio.
Barulho dos diabos 
O Scala, que parece ter bons amigos no Judiciário, fez festa rave sábado que infernizou a vida dos vizinhos no Leblon.
O padre Marcos, da Igreja Santos Anjos, que fica ao lado, até ligou para o 190, mas ninguém ouviu suas preces.
Dente por dente 
O reverendo promete, da próxima vez, tocar o seu sino até que alguém faça algo.
E mais: convoca fieis para uma manifestação em frente ao Scala, que deve ser dia 10.
Não é fofo? 
Susana Werner recebeu em seu Twitter uma mensagem sobre seu marido, Júlio César, de uma menina de 9 anos.
A garotinha dizia que Susana era uma sortuda e que gostaria de estar em seu lugar. Ainda deu um conselho à atriz: “Quando ele voltar, faz uma massagem bem caprichada porque deve ter doído muito aquela entrada no jogo contra Portugal.”