sexta-feira, janeiro 08, 2010

EDITORIAL - O ESTADO DE SÃO PAULO

A mão estendida ao Hamas

O Estado de S. Paulo - 08/01/2010

No governo do general Ernesto Geisel (1974-1979), o Itamaraty praticava o "pragmatismo responsável", na expressão cunhada pelo então chanceler Azeredo da Silveira, para designar as ações externas que deveriam respaldar o projeto do "Brasil Potência" acalentado pelo regime militar. Foi um fiasco, mas pelo menos era uma política. Já no governo do presidente Lula, pode-se dizer que impera a diplomacia do voluntarismo irresponsável - cujo mentor e principal protagonista, o chanceler Celso Amorim, parece incansável em exibir mundo afora. Soberbamente alheio aos danos que ela inflige ao respeito com que o País, a justo título, quer ser ouvido pela comunidade internacional, o ministro fala o que lhe dá na veneta, nas situações mais inconvenientes e diante dos interlocutores mais improváveis. Dá a impressão de tocar de ouvido um arremedo de marcha triunfal, provocando na plateia as reações adversas que, mais não fosse, ele tinha o dever de antecipar.

Foi o que se viu quarta-feira em Genebra, onde Amorim se reuniu com o chanceler da Autoridade Palestina (AP), Riad Malki, para tratar da oferecida participação brasileira no monitoramento do processo de paz com Israel - na duvidosa hipótese, acrescente-se, de que venha a ser descongelado em futuro próximo - e da visita que Lula fará em março a Israel, territórios palestinos e Jordânia. Quando anunciou a viagem, aliás, o presidente teve a desavisada ideia de propor que a seleção brasileira disputasse na ocasião uma partida com um imaginário combinado israelense-palestino. O amistoso, no sentido literal do termo, serviria para consagrar o pretendido engajamento do País na solução do inabalável conflito entre eles. Em Genebra, Malki recusou polidamente a oferta. "Por não haver processo de paz e ainda existir um impasse de ambos os lados", ponderou, "o momento pode não ser o certo para isso."

Mas o que deixou o palestino estomagado foi uma tirada incomparavelmente mais grave: a declaração de Amorim de que o Brasil poderia estabelecer um diálogo com o Hamas. Apoiado pelo Irã e a Síria, o movimento extremista não admite reconhecer a existência de Israel. Em 2007, assumiu o controle da Faixa de Gaza, expulsando os representantes do partido Fatah, pilar da Autoridade Palestina. Desde então, todas as tentativas árabes de reaproximá-los fracassaram. Além disso, o Hamas é considerado pelos países ocidentais uma organização terrorista. Os brutais ataques israelenses a Gaza, há um ano, que devastaram o lugar e mataram cerca de 1.400 pessoas, não alteraram a condição de pária do Hamas aos olhos do mundo. O único interlocutor palestino dotado de legitimidade é a AP do presidente Mahmoud Abbas. E nenhum dos projetos de paz entre árabes e judeus prevê o estabelecimento de duas Palestinas, uma na Cisjordânia, outra em Gaza. A troco do quê, portanto, a mão estendida de Amorim ao Hamas?

Sem entrar em detalhes, ele revelou ainda que o Brasil já manteve "contatos informais" com a entidade no passado. Seja lá o que tenha de fato ocorrido, a menção absolutamente desnecessária só serviu para agravar a rata do chanceler. "Acreditamos no poder da razão", filosofou, em um esforço heroico para justificar a possibilidade de o Itamaraty voltar a dialogar - formalmente, presume-se - com o movimento. "Talvez seja inocente", concedeu, "mas temos de conversar." Fosse apenas inocência, já seria inaceitável. Nenhum país que queira ser levado a sério pode ter um ministro de Relações Exteriores que admita ser ingênuo. Mas não é disso que se trata, evidentemente - e sim de uma leviandade motivada pela vontade de se dar fumaças de importância. O chanceler Malki, porém, tomou as suas palavras pelo valor de face e deu-lhe uma lição pública sobre as realidades políticas palestinas.

"Qualquer aproximação com o Hamas hoje pode ser interpretada pelo Hamas como uma espécie de fraqueza da comunidade internacional e um sinal de reconhecimento do sistema de facto criado em Gaza por meio da força e de um golpe. Por isso os países devem ter cuidado", advertiu, mais contundente do que ao dispensar o "jogo da paz" proposto por Lula. Ao fim e ao cabo, só restou a Amorim concordar com Malki que as portas ao Hamas só poderão se abrir quando a entidade fizer parte do processo político palestino e aderir aos seus princípios básicos.

HELIO SCHWARTSMAN

Entre segurança e liberdade plena existem nuances

FOLHA DE SÃO PAULO - 08/01/10


Benjamin Franklin (1706-1790), um dos pais fundadores dos EUA, certa vez escreveu: "Quem joga fora a liberdade essencial para obter uma pequena segurança não merece nem liberdade nem segurança".
Contra o terrorismo, a maioria das pessoas não hesita muito antes de apoiar o endurecimento de medidas de segurança, mesmo que ao sacrifício de parte de sua liberdade e privacidade. Não se pode afirmar que essa seja uma escolha irracional. A lógica ensina que, para usufruir de direitos como liberdade e privacidade é necessário, antes de mais nada, estar vivo. Assim, num sentido bem visceral, a segurança pode ser mais essencial que a liberdade.
O problema com esse raciocínio é que ele trata a questão em termos absolutos quando ela, na verdade, exige uma abordagem mais sensível a matizes.
Tudo em sociedade é uma espécie de solução de compromisso entre o ideal e as necessidades práticas. Poderíamos reduzir significativamente o risco de atentados terroristas em metrôs mundo afora submetendo cada passageiro a revista e checagem de segurança. Neste caso, entretanto, precisaríamos dar adeus à ideia de que o trem subterrâneo é um transporte rápido e de massa. Ninguém mais chegaria ao trabalho na hora, mas seria muito mais difícil para terroristas plantar uma bomba.
O mesmo vale na discussão sobre aeroportos. Não há muita dúvida de que o "racial profiling" -a seleção por nacionalidade dos passageiros que serão submetidos a procedimentos mais rigorosos- e os scanners que permitem visualizar as partes pudendas dos viajantes ampliam a segurança.
Isso, entretanto, não ocorre sem custos materiais e, especialmente, morais. Além do tempo perdido em filas, o "racial profiling" ofende nosso senso de justiça. Há algo de execrável em tomar milhões de cidadãos dos países suspeitos como criminosos potenciais apenas por partilharem determinadas características étnicas com membros de grupos terroristas. Já os superscanners profanam nossa pudicícia. Boa parte da humanidade crê que é importante manter indevassáveis certas partes do corpo.
O xis da questão é definir se os bônus superam os ônus. A resposta é difícil e necessariamente nuançada, já que a conta envolve valores morais resistentes a quantificações.
Do lado da segurança, todo aperfeiçoamento é bem-vindo, mas é preciso ter em mente que não existem sistemas infalíveis. Como o frustrado atentado do Natal nos recordou, é impossível manter um índice de 100% de sucesso na vigilância durante 100% do tempo. De mais a mais, o rigor nos principais aeroportos internacionais já podia ser considerado alto antes das novas medidas. Melhorias a partir daqui tendem a trazer ganhos apenas incrementais.
Assim, não parece exagero afirmar que toda a celeuma aeroportuária tem também objetivos psicológicos. Dá ao viajante a sensação de que algo está sendo feito, e isso o deixa mais tranquilo, reduzindo a pressão política sobre os governantes.
A verdade, porém, é que, a partir de determinados níveis de segurança, a prevenção de atentados depende mais da sorte do que estamos prontos a admitir. É justamente aí que reside o poder do terrorismo: como já observara Thomas Hobbes, mesmo "o mais fraco dos homens tem força o bastante para matar o mais forte, seja por maquinação secreta, seja associando-se a outras pessoas".

CELSO MING

O fico argentino


O Estado de S. Paulo - 08/01/2010

A demissão do presidente do Banco Central da República Argentina, Martín Redrado, pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner, revela a fragilidade política do clã dos Kirchners, mas é, também, uma oportunidade para entender melhor o que significa a autonomia operacional de um banco central.

Primeiramente, os fatos. O governo argentino esperou que o Congresso entrasse em recesso para baixar, em 14 de dezembro, um decreto com força de lei pelo qual determinava que o Banco Central repassasse ao Executivo o equivalente a US$ 6,6 bilhões das reservas externas argentinas (de um total de US$ 48 bilhões) para o Fundo do Bicentenário para o Desendividamento e a Estabilidade, com objetivo declarado de resgatar títulos de dívida pública externa.

Redrado entendeu que o decreto contrariava a Constituição na medida em que usava reservas monetárias para cobrir despesas correntes. Por isso, em vez de obedecer prontamente à determinação presidencial, decidiu submeter a matéria a análise jurídica. Por entender que Redrado estava resistindo ao cumprimento do decreto, Cristina pediu sua renúncia. Redrado avisou que não pretendia deixar o cargo uma vez que seu mandato expiraria dentro de seis meses. Na Argentina, a nomeação do presidente do Banco Central é referendada por uma comissão do Senado, mas, valendo-se do recesso parlamentar, Cristina o demitiu.

O desfecho não acabou com a crise política. O Executivo argentino aparentemente já não conseguiria arrancar pelos trâmites normais a destituição de Redrado. De 2002 até agora, o Banco Central argentino teve seis presidentes e nenhum deles terminou seu mandato. É preciso ver como o Senado reagirá agora ao fato consumado. Mesmo se não reagir, parece difícil que o governo consiga reverter sua perda de autoridade.

Do ponto de vista institucional, foi atropelado o estatuto da autonomia do Banco Central, exigência de um Estado moderno cujo objetivo é garantir condições para o fortalecimento do patrimônio econômico mais importante de um país, que é a sua moeda. Deixar a guitarra monetária nas mãos dos políticos, que adoram gastar, é uma temeridade, como já começou a acontecer na Argentina. A autonomia do Banco Central poderia não ser reconhecida, como acontece em muitos países. No entanto, na Argentina ela está assegurada pela Carta Orgânica do Banco Central.

No caso da alocação das reservas argentinas, há enormes evidências de que se trata de financiamento de despesas correntes com recursos monetários. O objetivo declarado da operação é resgatar títulos do Tesouro argentino, que foram emitidos no passado para dar cobertura a esse tipo de gastos. Não bastasse isso, como informou o diário La Nación, o orçamento aprovado deste ano já prevê recursos suficientes para o pagamento da dívida. Por aí se vê que o objetivo real desse fundo é garantir mais recursos para a gastança oficial do governo central argentino.

No Brasil, a autonomia operacional do Banco Central não está sacramentada em lei. Pelo menos nos últimos dez anos, ela prevaleceu de fato. Mas muita gente por aqui prega a submissão da instituição às decisões dos políticos. O que está acontecendo na Argentina é boa ocasião para repensar o assunto.

Sem corrida - Em 2009, o saldo das cadernetas aumentou 17,9%. A redução dos juros básicos na economia deixou a caderneta mais atraente, mas não houve o esvaziamento dos fundos de renda fixa que o ministro Mantega chegou a temer.

LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS

Que diferença um ano faz...


Folha de S. Paulo - 08/01/2010


Os analistas estão olhando para 2010 com dúvidas e preocupação, mas não com desespero, como em 2009


NOSSO PRIMEIRO encontro deste ano está marcado por expectativas que diferem radicalmente das que prevaleciam no início do ano passado. Vivíamos então -aqui no Brasil e no resto do mundo- sob o impacto de uma crise econômica profunda, assustadora mesmo. A sensação de pânico espalhava-se pelos mercados, afetando o comportamento de empresas e de consumidores em todo o mundo. Os profetas do caos ocupavam com destaque os principais canais de mídia, aumentando ainda mais a sensação de insegurança.
Nem mesmo a posse de um novo presidente da nação mais poderosa do mundo serviu para interromper o verdadeiro colapso dos mercados.
O ponto mais baixo da Bolsa de Valores americana foi atingido apenas nos primeiros dias de março, seis meses após o início do pânico. Hoje, os preços das ações recuperaram grande parte de suas perdas.
A Bovespa é um dos melhores exemplos dessa mudança: no momento em que escrevo ao leitor da
Folha, as ações estão sendo negociadas a um valor 70% superior ao de um ano atrás e 135% em relação ao auge da crise. Mas mesmo com essa extraordinária recuperação o índice Bovespa ainda está 4% abaixo do valor que prevalecia em setembro de 2008, antes do colapso do banco Lehman Brothers.
Embora os mercados de ações nos países mais ricos não tenham tido o mesmo comportamento das chamadas nações emergentes, como o Brasil, sua recuperação foi também expressiva. O índice S&P da Bolsa de Nova York subiu 26% nesse intervalo de um ano, mas ainda está quase 10% abaixo do momento da crise. Esses números mais modestos estão associados a uma queda bem menos intensa do que a verificada nos chamados mercados emergentes.
Essas mudanças de humor dos investidores refletem o fim do pânico a partir do terceiro trimestre do ano passado. A ação corajosa e agressiva dos governos e de bancos centrais do mundo todo conseguiu vencer o clima de desespero que prevaleceu em boa parte do ano de 2009. Os analistas estão olhando para 2010, principalmente no mundo desenvolvido, com dúvidas e preocupação, mas não mais com desespero.
As questões discutidas hoje estão colocadas no campo da racionalidade e não mais no das emoções. A hipótese de um novo mergulho no abismo da depressão econômica, talvez com exceção do Japão, não está mais na pauta da grande maioria dos analistas. E os bancos centrais do mundo emergente já estão sinalizando, de maneira muito clara, a volta de uma política monetária mais restritiva. Ontem, para surpresa de muitos, o Banco da China provocou uma pequena elevação nas taxas de juros do mercado monetário.
Em 2010, ficará mais evidente a existência de um mundo que se move a duas velocidades e que muitos teimam em não aceitar. De um lado, as nações desenvolvidas, ainda envoltas em desequilíbrios sérios e dependendo do apoio dos governos para manter um crescimento medíocre em relação a seu potencial. Provavelmente, principalmente nos Estados Unidos, terão de realizar um segundo movimento de estímulos fiscais para evitar uma recaída. De outro, as nações emergentes voltando a crescer perto de seu potencial e reduzindo a distância que as separa das economias mais ricas. A China, por exemplo, já é a maior exportadora do mundo e a maior produtora de automóveis, deixando Alemanha e Estados Unidos para trás.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Mais um grande banco vai emitir cartão do BNDES

FOLHA DE SÃO PAULO - 08/01/10



Nos próximos meses, um grande banco deve começar a emitir o cartão do BNDES, que oferece financiamento para compras de micro, pequenas e médias empresas. A informação é de Rodrigo Bacellar, chefe do departamento de operações por internet do banco estatal, que afirma ainda não poder divulgar o nome da instituição.
Em 2009, dois novos bancos, Nossa Caixa e o Banrisul, passaram a emitir o cartão. Até então, o BNDES contava com Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica Federal.
O processo para aumentar a quantidade de instituições emissoras vai auxiliar no crescimento das operações do cartão BNDES, que desembolsou R$ 2,5 bilhões em 174 mil operações de financiamento para micro, pequenas e médias empresas no ano passado.
O valor, que representou um crescimento de 193% ante 2008, segundo o banco, foi puxado pelo aumento do prazo de financiamento, de 36 para 48 meses, pela ampliação do limite de crédito, de R$ 250 mil para R$ 500 mil, e pela redução da taxa de juros, que hoje é inferior a 1% ao mês.
A escassez do crédito provocada pela crise também contribuiu para o crescimento da modalidade, segundo Bacellar.
"No pico da crise, muitos bancos reduziram seus limites de crédito, e as empresas que acessavam linhas tradicionais buscaram alternativas."
Com o cartão do BNDES, o empresário não recebe dinheiro, e sim um limite de crédito que pode ser usado para a aquisição de cerca de 200 mil itens disponíveis no portal de internet do banco, inclusive material de construção.
Para 2010, a meta é que o cartão alcance R$ 4 bilhões em mais de 260 mil financiamentos, impulsionado pelo aumento do limite de crédito para R$ 1 milhão e pela participação dos novos bancos.

NOS TRILHOS

A ALL (América Latina Logística) procura parceiros para viabilizar o transporte ferroviário com contêineres em dois andares, o que permitirá à empresa ampliar a movimentação das cargas que saem de Santos. Para desenvolver o modelo, já adotado desde os anos 90 nos Estados Unidos, serão necessárias reformas nos túneis das rotas para o litoral e nos próprios vagões. "Menos de 1% dos contêineres que chegam em Santos hoje são transportados por trem", afirma Bernardo Hees, presidente da companhia. O investimento total da empresa em 2010 será de mais de R$ 700 milhões, necessário para atingir a média histórica de 10% de crescimento da ALL. Hees diz que a companhia tem aumentado a participação no transporte de mercadorias que, em sua grande parte ainda é feito por caminhões. "Ganhamos participação na crise econômica, pois muitas empresas buscaram as ferrovias para cortar custos", afirma Hees. "Minha vida é tirar caminhões das estradas", diz, sobre o esforço por incrementar a clientela.

GAROTO-PROPAGANDA

A fabricante de casacos Weatherproof Garment instalou na Times Square, em Nova York, na quarta-feira, um outdoor cujo garoto-propaganda é Barack Obama, aparentemente vestindo um de seus produtos. Mas o presidente dos EUA nunca posou para a campanha publicitária. A foto foi licenciada pela agência de notícias Associated Press, segundo o "New York Times". A imagem foi tirada durante visita de Obama à China, em novembro. A história desagradou a Casa Branca, que pediu para a companhia retirar o anúncio. Além do outdoor, a empresa afirma que também tentou veicular a imagem em outras publicações como "New York Times" e "New York Post", mas as empresas recusaram o anúncio. A Associated Press informou que a taxa pela licença da fotografia foi devidamente paga, mas que a permissão para as licenças de imagem é obrigação da compradora. O presidente da Weatherproof, Freddie Stollmach, diz que, com a campanha, a empresa não pretende afirmar que Obama endossa os produtos da marca. A Weatherproof é famosa por sua publicidade polêmica.

LICITAÇÕES ON-LINE
O sistema de comércio eletrônico desenvolvido pelo Banco do Brasil e usado pelo setor público para realizar compras e contratar serviços via internet movimentou R$ 15,2 bilhões em 2009, o que representa aumento de 30% sobre o ano anterior.

NOVAS ESTRATÉGIAS
A Allergan, da área farmacêutica e cosmética, acaba de nomear Nelson Marques, que era vice-presidente no Brasil e na América Latina, para o cargo de chairman para a América Latina. Quem assume as funções de Marques é o economista Arno Habicht, que trabalha há 20 anos na empresa.

PRESIDÊNCIA 1
O Conselho Federal de Contabilidade tem novo presidente. O catarinense Juarez Domingues Carneiro assumiu ontem o cargo e passa a liderar 410 mil profissionais e 72 mil organizações contábeis.

PRESIDÊNCIA 2
O registrador imobiliário Francisco José Rezende dos Santos, de Belo Horizonte, acaba de assumir a presidência do Irib (Instituto de Registro Imobiliário do Brasil). É a primeira vez na história do instituto, fundado em 1974, que um mineiro estará no comando. Helvécio Castello deixa o cargo após três anos de gestão.

com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK

FERNANDO DE BARROS E SILVA

ABC da era Lula

FOLHA DE SÃO PAULO - 08/01/10

SÃO PAULO - Fazer um resumo compreensivo dos anos Lula será um dos desafios do jornalismo em 2010. É um trabalho que se situa entre o registro noticioso e a perspectiva histórica, à cata do sentido entre os acontecimentos e o legado.
Sempre haverá divergências a respeito, mas, à luz da história, a tendência é que prevaleçam as continuidades e a percepção de um mesmo processo, enquanto, no calor da disputa política, e sobretudo neste ano, devem ser destacadas as rupturas e diferenças entre Lula e Fernando Henrique Cardoso.
Nem ruptura nem continuidade, um dos aspectos importantes e ainda pouco esclarecido desse período talvez resida na inflexão do próprio Lula entre o primeiro e o segundo mandatos. A crise do mensalão é o que divide as duas fases.
Recorde-se o que foi Lula 1º. Um governo que tinha na política conservadora de Palocci a sua âncora e no mais tateava à procura de um enredo. O Fome Zero revelou ser um slogan vazio. Reformas não previstas na campanha, mas também nunca concluídas, vieram em socorro da carência de ideias: a tributária acabou duas vezes frustrada; a da Previdência, que chegou a ser aprovada, ficou suspensa no ar; e a trabalhista foi abandonada.
A expulsão dos radicais simbolizou a conversão do PT ao pragmatismo. Alguém se lembra de Babá, o ícone da resistência de esquerda?
Renascido das cinzas em 2006, Lula 2º substituiu o mensalão pelo PMDB, ao mesmo tempo em que se tornou menos dependente do Congresso. Escorado pela popularidade que o crescimento e os programas de transferência de renda lhe trouxeram, Lula criou seu próprio mito.
Na economia, o segundo mandato instalou a tensão entre a antiga ortodoxia e a ampliação do gasto público. Mais: Lula 2º vem patrocinando o avanço metódico do governo sobre espaços antes ocupados pelo setor privado. O que será desse capitalismo de Estado e qual o destino desse getulismo tardio misturado com bolsa família é algo que o processo eleitoral talvez ilumine.

SANDRA POLÓNIA RIOS

Soa o alarme na política comercial

O Estado de S. Paulo - 08/01/2010


A China ultrapassou os Estados Unidos como principal destino das exportações brasileiras em 2009. Enquanto as vendas para o mercado chinês cresceram 23%, para o mercado norte-americano elas caíram 42,4%. Esse fato parece ter disparado o alarme para os formuladores de política comercial no Brasil. No início desta semana, o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, anunciou que o governo deverá reforçar as ações para retomar o mercado norte-americano. O reconhecimento da relevância do mercado dos Estados Unidos é um passo importante que reverte a ordem de prioridades que dominou a política comercial brasileira nos últimos anos.

Para muitos analistas, o aumento da participação da China tem contribuído para a deterioração da pauta de exportações brasileiras, uma vez que a demanda chinesa é concentrada em produtos básicos, que representam quase 80% do total vendido para aquele país. Já as vendas para os Estados Unidos são dominadas por produtos manufaturados, que representam mais de 70% das exportações para esse mercado. Esse fato contribui para a percepção de que não é bom ter a China como principal parceiro comercial.

A composição do comércio com a China reflete, em grande medida, as vantagens comparativas reveladas entre os dois países - o Brasil exporta produtos intensivos em recursos naturais e importa produtos intensivos em mão de obra e em escala. Isso, longe de ser um problema, deve ser visto como oportunidade. Os exportadores brasileiros aproveitaram a rápida retomada da demanda chinesa por matérias-primas no último ano e aumentaram suas vendas para aquele país. As exportações brasileiras cresceram a um ritmo superior ao observado para o total das importações chinesas, resultando no aumento da participação brasileira no mercado chinês, que dobrou entre 2003 e 2009 (dados até setembro), passando de 1,4% para 2,9%.

Onde o Brasil está perdendo, de fato, é na concorrência com produtos chineses nos mercados que tradicionalmente são destinos relevantes para os manufaturados brasileiros: Estados Unidos, Argentina e México, dentre outros. Como mostra o Observatório Brasil China, divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria, os exportadores chineses ganharam participação nesses três mercados ao longo de 2009 e há evidências de que eles vêm deslocando produtos brasileiros. Essa tendência é particularmente preocupante na Argentina, país em que os exportadores brasileiros gozam de preferências tarifárias, que em alguns produtos chegam a representar 35% do preço do produto importado, para não mencionar a proximidade geográfica.

Num contexto de forte retração nos seus principais mercados de destino, as exportações brasileiras de produtos manufaturados caíram 27,3% em 2009. Esse desempenho não é explicado apenas pela crise internacional, embora ela tenha afetado de forma mais intensa os mercados mais importantes para os manufaturados brasileiros. As exportações de manufaturados também são muito sensíveis à recuperação da demanda interna - que começou a se fazer sentir a partir do segundo trimestre de 2009, levando os produtores a substituir o mercado externo pelo doméstico.

Além disso, as exportações de manufaturados são mais sensíveis à taxa de câmbio que as vendas de commodities. Nesse quesito, a concorrência com produtos chineses, que contam com uma moeda artificialmente desvalorizada, deixa os brasileiros em franca desvantagem. Com demanda externa ainda retraída, demanda interna em forte expansão e taxa de câmbio desfavorável, não se pode esperar desempenho melhor dos produtos manufaturados.

Diante desse cenário, qual deve ser a agenda de política de comércio exterior? Na área internacional, as agendas de negociações comerciais e promoção comercial precisam seguir a lógica da importância e dimensão dos mercados consumidores e evitar a subordinação da política comercial à política externa. A decisão anunciada pelo secretário Barral de priorizar os mercados latino-americanos dinâmicos vai nessa direção. No âmbito doméstico, há pouco espaço para atuar diretamente sobre a taxa de câmbio, mas há uma extensa e conhecida agenda de competitividade a ser enfrentada, cujo principal componente é o tributário - em particular, o acúmulo pelos exportadores de créditos tributários de impostos federais e estaduais, que somam mais de US$ 30 bilhões.

*
Sandra Polónia Rios, economista, é diretora do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (Cindes)

NELSON MOTTA

Ignorância + esperteza = atraso


O Globo - 08/01/2010

Não há nenhuma surpresa em Lula ser o brasileiro mais confiável na pesquisa do Datafolha. O que espanta é saber que, entre 27 personalidades populares, só ele e Sílvio Santos eram conhecidos por todos os entrevistados.

Significa que há milhares, milhões de brasileiros, eleitores em algum rincão deste país, que não conhecem, não ouviram falar, não sabem quem é Roberto Carlos, nem Chico Buarque, o padre Marcelo Rossi, William Bonner ou Caetano Veloso, que secundaram e, em certas regiões e faixas de escolaridade, superaram Lula como o brasileiro mais confiável do momento.

É assim mesmo: na democracia é cada cidadão, um voto. O de um bandido e o de um herói valem o mesmo.

Mas é desolador saber que tantos homens e mulheres com tão pouco acesso a um mínimo de informação vão continuar elegendo os piores candidatos — ignorando que eles continuarão a atrasar a sua vida. E a de sua aldeia, seu estado e seu país.

É difícil imaginar que alguém com qualquer interesse, ou possibilidade, de se informar sobre os candidatos não conheça nem o Roberto Carlos, que está aí ha 50 anos, fazendo o bem. Este é um eleitor que não tem vontade e nem motivos para votar.

Como é obrigado, vota em qualquer um, nos piores, nos que perpetuam a sua miséria. É este voto podre que os defensores do voto obrigatório lutam para manter — porque se beneficiam dele. O Brasil é uma das raras democracias do mundo em que este anacronismo antidemocrático e injustificável ainda existe. Qualquer reforma eleitoral decente começa pelo fim deste atraso.

O financiamento público de campanhas não vai acabar com o caixa 2 — para a maioria será só um caixa 3.

Já não lhes basta o horário eleitoral “gratuito” — mas pago pelo contribuinte às emissoras? E os fundos partidários, os escritórios regionais dos parlamentares, as visitas às bases, as propagandas como “prestações de contas do mandato” — tudo com dinheiro público? E estamos falando só dos políticos honestos, que, ainda assim, nos custam tanto quanto os corruptos. E ainda querem mais? Eles pensam que a gente não conhece o Roberto Carlos. Ou os nossos políticos.

RUY CASTRO

Corpo fechado

FOLHA DE SÃO PAULO - 08/01/10


Um dia tinha de acontecer. Tsutomu Yamaguchi, o japonês que sobreviveu à explosão da bomba atômica em Hiroshima, em 1945, e que voltou para sua casa, em Nagasaki, e sobreviveu também à explosão nessa cidade dois dias depois, morreu esta semana, aos 93 anos. Escrevi sobre ele neste espaço (“Japonês de Hiroshima”, 6/7/2009), comparando-o a outro grande sobrevivente contemporâneo, o senador José Sarney.

Um aspecto impressionante da história de Yamaguchi é que, nas duas bombas, ele estava a menos de 1 km do epicentro da explosão, e seu sofrimento limitou-se a algumas queimaduras e ruptura de tímpanos. Dos 200 mil mortos nas duas cidades, milhares estavam mais longe do 'marco zero' do que ele e, mesmo assim, morreram de calor, intoxicação, desabamento ou ingressaram nos milhões que, no futuro, desenvolveriam alguma espécie de câncer. Bem, Yamaguchi também morreu de câncer – mas, aos 93 anos, ele nem pode mais ser contado entre as baixas da bomba.

Na verdade, gozou de tanta saúde pelas décadas seguintes que nunca participou de manifestações antinucleares, por não se sentir com os mesmos direitos de quem foi 'realmente atingido'. Ou talvez achasse que, com o corpo fechado por algum pai-de-santo japonês, não era justo misturar-se aos mortais.

Outro campeão do corpo fechado é o presidente Lula. O Brasil quase se afogou na passagem do ano, e dezenas de pessoas morreram em deslizamentos, inundações e desmoronamentos. O prejuízo material é incalculável, e toda uma importante região turística está ameaçada de colapso. Pois, enquanto isso, o presidente deixou-se ficar na sua tranquila praia na Bahia, comendo seu peixinho e transportando um isopor na cabeça.

Que eu saiba, ninguém ainda deu por sua falta nas áreas flageladas.

BRASÍLIA -DF

A crise fabricada

Por Luiz Carlos Azedo

CORREIO BRAZILIENSE - 08/01/10


Presidente da Frente Parlamentar de Defesa Nacional, o deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) teve uma longa conversa por telefone com o secretário especial de Direitos Humanos, ministro Paulo Vannucchi, sobre a crise militar causada pela criação da Comissão da Verdade, no âmbito do Plano Nacional de Direitos Humanos. O relato da conversa revela como o governo Lula é capaz de criar problemas políticos a si próprio, à falta de uma oposição que lhe dê mais o que fazer.

Segundo Vannucchi disse a Jungmann, quando o presidente Lula fez escala em Natal, rumo a Copenhague, em 15 de dezembro, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse-lhe que a expressão “repressão política” deveria ser complementada com a referência a “conflitos políticos”, para que o documento contemplasse o ponto de vista dos militares. Ou seja, que além dos militares e civis que participaram da repressão, deveriam ser objeto de investigação os militantes da esquerda que pegaram em armas. Lula concordou e mandou fazer a mudança, mas, quando a ordem chegou, o material já estava impresso.

Cadafalso
A comissão de sindicância que apura supostas irregularidades cometidas pelo ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, só tem ferrabrás. Proporá que Agaciel seja demitido. A decisão, porém, caberá ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB/AP).

Gráfica
“Gilberto Carvalho me ligou de madrugada no mesmo dia pra avisar que teria de mudar o texto do III PNDH. Falei que não dava mais. O material já estava na gráfica, o lançamento estava atrasado e a modificação poderia ser feita mais adiante, quando do envio do projeto de lei”, justificou Vannuchi. O ministro reconhece que a fórmula não agradava, mas o motivo da não inclusão da emenda na versão final do texto foi burocrático.

Interativo
O tucano José Aníbal (SP), líder da bancada do PSDB na Câmara no ano passado, foi o recordista de ligações telefônicas do serviço Disque-Câmara: seu gabinete foi contatado 22.187 vezes pelo 0800. O serviço da Câmara registrou um total de 3 milhões de mensagens.

Memória
Pivô da confusão com Jobim e os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, que chegaram a colocar os cargos à disposição, Vannucchi reiterou que não tem a intenção de revogar a anistia. “Isso quem vai decidir, repito, é o Judiciário, o STF. Agora, direito à verdade, à memória, a saber o que se passou, isso é inegociável e todas as nações que passaram por isso, por esse processo, fizeram. Até para que tais fatos não se repitam”, justifica.

Acordo
Segundo Vannucchi, até ali, tudo tinha sido negociado com a Defesa.
Em setembro, pessoalmente, recebeu de Jobim o texto com três mudanças. “Foi uma luta com o pessoal dos direitos humanos, mas aceitamos tudo; então, por que aquela mudança de última hora?”, questiona. Vannuchi, porém, deixou claro para Jungmann que não é obstáculo à mudança. “Não criarei problema para a inserção da expressão proposta pelo ministro Jobim. Não tivemos intenção de promover essa crise, muito menos traímos ou rompemos pacto algum”, garante.


Disputa O deputado Fernando Coruja (SC), que unificou a bancada do PPS, deixa a liderança da legenda na Câmara. O paulista Arnaldo Jardim (PPS), vice-líder, é o mais cotado para substituí-lo.

Moda O economista carioca Mauro Osório comemora o boom de imagem do Rio de Janeiro na Europa, onde imagens do Cristo Redentor e do Pão de Açúcar aparecem até em cartões de telefone público. Estudioso da economia fluminense, é um dos que defendem mais investimentos na cadeia produtiva do turismo, do entretenimento e do lazer.

Patrimônio A propósito, é trágico o abandono do velho Santos Dumont, que virou uma mera área de desembarque depois da construção da nova estação de embarque, com sua arquitetura modernista descaracterizada por puxadinhos feitos para servir à burocracia da aviação. Os banheiros vivem sem água ou entupidos e falta lugar até para guardar as bagagens dos passageiros, pois os armários rotativos vivem ocupados por funcionários e o depósito existente é um vão de escada.

Gelo
Prestes a assumir o governo de Honduras, o presidente eleito Porfírio “Pepe” Lobo busca o apoio político internacional. Por causa do golpe de Estado, em 28 de junho, o Brasil não reconhece o novo presidente. Nem pretende fazê-lo tão cedo. Para o presidente Lula, Honduras agora é um problema dos Estados Unidos.

ELIANE CANTANHÊDE

O que é "estratégico"?

FOLHA DE SÃO PAULO - 08/01/10



BRASÍLIA - A aliança estratégica Brasil-França foi um passo importante do governo Lula. Os dois países não são alinhados a nenhum eixo de poder e reagem a um "mundo unipolar" que gire em torno de uma potência: os Estados Unidos.
O Brasil reforça a posição da França entre os países ricos do sobrevivente G8, e a França ajuda a alavancar o Brasil como líder emergente. Que sejam felizes para sempre, ou seja eterno enquanto dure.
A questão que se coloca é se a aliança é suficiente para justificar a a opção pelo caça Rafale, da francesa Dassault -que é classificado como "Mercedes" ou "Ferrari" e custa o dobro do avião sueco, o Gripen NG, e muito mais do que o norte-americano, o F-18 da Boeing, considerado o melhor do mundo.
A aliança Brasil-França já se materializa nas áreas mais diversas -em comércio, programas, cooperação, troca de técnicos- e tem o seu ponto de apoio mais concreto ($$$) justamente na área militar: um pacote de R$ 22,5 bilhões em helicópteros, submarinos convencionais e construção de submarino de propulsão nuclear para as Forças Armadas brasileiras. É pouco?
O governo, hoje, parece dividido entre os que defendem acatar o relatório técnico da FAB e os que querem a compra dos Rafale a qualquer custo (literalmente...). Ou entre os pragmáticos, que olham os caças nos céus com os pés no chão, e os "francófilos" (para não dizer antiamericanos), que veem exclusivamente a questão política.
A palavra final é de Lula, que deve pensar menos em conveniências de momento e mais nas questões práticas, técnicas, financeiras e efetivamente estratégicas.
Afinal, o que significa "estratégica(o)"? A aliança dos governos Lula e Sarkozy ou um pacote aeronáutico entre dois Estados que terá reflexo industrial e tecnológico nos próximos 30 anos?
PS - Boa notícia: a chegada de Thomas Shannon para a Embaixada dos EUA em Brasília.

PAINEL DA FOLHA

Pires na mão

SILVIO NAVARRO (interino)

FOLHA DE SÃO PAULO - 08/01/10


Em período de gastos emergenciais para tentar amenizar os prejuízos causados pelas chuvas no país, as prefeituras receberão a notícia de que começarão o ano com o caixa apertado. A primeira parcela do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) depositada hoje, de R$ 1,3 bi, é 20% menor do que o montante pago nos primeiros dez dias do ano passado, contrariando a tradição de que janeiro é um dos meses mais gordos do ano para as contas dos municípios. A previsão é que o quadro não melhore até março.
Dois fatores influenciaram na queda: mudança no calendário de restituição do Imposto de Renda e a manutenção da política de redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).


Romaria. Diante da previsão negativa, prefeitos têm pressionado deputados nas bases para pegar carona em emendas parlamentares liberadas no final do ano.

Finanças. Presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski avalia que o cenário será ainda mais crítico: "Houve aumento no piso do magistério e no salário mínimo".

Aéreo 1. Na tentativa de desconstruir o favoritismo apontado no relatório da Aeronáutica pelos caças Gripen NG, o principal argumento colocado até agora pelo governo na praça é o fato de apenas um terço dos componentes ser produzido na Suécia. O restante é americano ou de outro país europeu.

Aéreo 2. O discurso é usado para tentar desbancar a tese de que os suecos levam vantagem no quesito transferência de tecnologia ao Brasil.

Munição. José Genoino (PT-SP) rebate as críticas na própria base aliada contra a preferência do governo pelos franceses: "Agindo de maneira corporativa, a Aeronáutica cria uma situação que pode impedi-la de obter os aviões e, assim, melar o negócio".

Caminhos. Relator na CCJ da Câmara do projeto que reestrutura o Ministério da Defesa, Genoino deverá dar sinal verde a quase tudo o que foi proposto pelo governo, incluindo a criação de uma Secretaria Nacional de Compras subordinada diretamente ao titular da pasta.

Retrovisor. A Câmara votará após o recesso um projeto de Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB) que altera o Código de Trânsito para obrigar os agentes a usar crachá ao abordarem motoristas.

Tour. O PT articula para que o pontapé inicial das viagens de Dilma Rousseff pelo país aos finais de semana ocorra no dia 16, no ABC paulista. A ideia é levá-la a Mauá e São Bernardo do Campo.

Em alerta. Depois da ofensiva tucana na Justiça Eleitoral contra o programa de TV do PT, exibido em dezembro, uma ala do partido defende um formato mais light na aclamação de Dilma como candidata no congresso da sigla, dia 18 de fevereiro.

Bolo. O PMDB gaúcho vai transformar a festa de aniversário do senador Pedro Simon, no final do mês, em lançamento oficial da candidatura do prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, ao governo.

Cotovelada. Tucanos que preparam a reunião do partido, no final do mês em Minas, temem pela presença da dupla do PPS Itamar Franco e Roberto Freire. Os dois têm dado sucessivas entrevistas, o primeiro cobrando de José Serra (SP) que oficialize sua candidatura à Presidência, e o segundo pressionando Aécio Neves (MG) para que aceite a vaga de vice na chapa.

Telemarketing. Com o Congresso em recesso, o PSDB na Câmara divulgou um levantamento para mostrar que o líder, José Aníbal (SP), foi o campeão de... telefonemas no 0800 da Casa.
com LETÍCIA SANDER e MALU DELGADO

Tiroteio


Hoje em dia, não se resolvem casos de tortura na delegacia da esquina, mas tem gente tentando resgatar coisas que ocorreram há 40 anos.
Do governador ROBERTO REQUIÃO (PMDB-PR), sobre a comissão da verdade prevista no terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos para apurar torturas e desaparecimentos durante o regime militar.

Contraponto

Chamada a cobrar


Uma repórter telefonou na última terça-feira para o celular do assessor de um governador do Nordeste. Quando ele atendeu, a jornalista, antes de se identificar, perguntou se aquele era o número correto.
-Sou eu mesmo, e nem precisa continuar. Pelo sotaque da senhora e o prefixo do telefone, já sei que é da C&A me cobrando uma dívida!-, disparou o assessor.
A repórter tentou interromper, mas ele continuou:
-Aliás, saiba que esta ligação deve custar mais do que a minha dívida com a loja...
O engano foi logo esclarecido para risada de ambos.

MÍRIAM LEITÃO

Silêncio forçado

O GLOBO - 08/01/10


O governo periga errar 100% nas duas brigas com os militares. Recusa-se a aceitar o relatório técnico da Aeronáutica sobre a compra dos caças e submete-se às ordens dos comandantes militares de que não se investigue os crimes cometidos durante a ditadura.

Vai dizer não ao que deveria dizer sim; e dizer sim ao que deveria dizer não. O país não pode ter medo do passado, e quem entende de caças é a Força Aérea.

O governo encomendou um estudo sobre qual é a melhor proposta técnica na oferta de caças para reequipar a Aeronáutica. E pediu, claro, à Aeronáutica, que é quem entende do assunto e quem vai operar o equipamento. Se um estudo foi encomendado é para ser levado em consideração; quem encomendou tem que esperar a resposta dos técnicos antes de dar declarações favoráveis a um dos concorrentes. O presidente Lula e o ministro Nelson Jobim não esconderam suas preferências pelos franceses e o Planalto diz que a decisão é política.

Errado. A decisão precisa, antes de tudo, atender ao objetivo principal: o equipamento tem que ser eficaz na vigilância e proteção do país. Atendido esse requisito, é inevitável pensar em qual proposta é mais barata e em qual teremos mais controle da tecnologia, para não ficarmos dependentes do fornecedor.

O governo tem insinuado que o país tem que fazer uma aliança estratégica com uma potência europeia, como a França, na área militar. Contra quem mesmo? Está faltando explicitar melhor esse pensamento por que ele está meio surrealista, dado que não estamos nos armando contra um país especifico, mas apenas para que as Forças Armadas cumpram seu papel de vigilância e proteção do território e de força dissuasória.

Quanto ao que se passou no aparelho de Estado durante a ditadura, é claro que o assunto precisa ser encarado.

Não pode haver um tema tabu. Todos os regimes de força enfrentaram investigações após o seu término.

Na América Latina, todos os países que passaram pela mesma situação estão lidando com o tema, de uma forma ou de outra. O Brasil está afundado em sofismas.

A apuração do que se passou, do que aconteceu com os desaparecidos, dos crimes de tortura e morte cometidos dentro de quartéis ou por militares, é um dever para com a História, para com as futuras gerações.

Não pode ser entendido como revanchismo o que é a simples busca de informações.

Sempre que se fala nisso, os militares respondem ou que as informações estão todas disponíveis, ou que elas foram destruídas. Disponíveis não estão; se estivessem, no mínimo o país saberia como desapareceram os desaparecidos. Se foram destruídas é preciso dizer quem as destruiu, com que propósito e sob ordens de quem. Como se sabe, os militares recebem e cumprem ordens.

Uma investigação honesta e ampla não ameaça as Forças Armadas como instituição.

O que se procura saber são os eventuais culpados por crimes que foram cometidos. Quem os cometeu usou o Estado contra cidadãos e esclarecer isso não é ameaça à instituição em si. Se os atuais comandantes vetam qualquer discussão do tema, aí sim estão envolvendo a instituição, como um todo, numa questão conjuntural de tempo determinado. Na Argentina, alguns militares, inclusive o general Jorge Rafael Videla, estão presos, e o Exército continua lá exercendo as suas funções institucionais.

Há um outro sofisma presente no debate dos últimos dias: o de que se houver punição tem que ser para os dois lados, se houver julgamento, que ele recaia também sobre quem praticou crimes na esquerda armada. Os militantes de esquerda, ou os que se opuseram ao regime, mesmo os que nem pegaram em armas, foram presos, torturados, julgados, exilados, aposentados, cassados, demitidos, perseguidos. Estiveram diante de tribunais de exceção, que sequer respeitavam direitos de defesa, de recurso, de apresentação de provas. Eram julgados não por juízes, mas por militares, como se fossem criminosos de guerra. Os dois grupos não são iguais: um foi punido, o outro conta com o conluio do silêncio.

Um grupo é formado por pessoas que têm rosto, nome, endereço. O outro é formado por pessoas sem rosto, que vivem nas sombras e das sombras.

Há o argumento de que a Lei de Anistia foi para os dois lados. A lei é de 1979, seis anos antes do fim do regime, dois anos antes da explosão do Riocentro. Foi a lei possível. Agora, 25 anos depois do fim do regime militar não há razão alguma para que o poder civil se curve, com medo do veto dos militares.

O país tem uma ferida, ela permanecerá aberta, a menos que seja tratada. A conciliação não ocorrerá por efeito da farta e equivocada distribuição de indenizações — contra as quais me pronuncio nesse espaço há 15 anos — nem pelo silêncio forçado. No lançamento do livro “Direito à Memória e à Verdade”, o ministro Nelson Jobim afirmou: “Não haverá indivíduo que a este ato possa reagir. Se houver, terá resposta”. Era bravata do ministro. Recentemente, o governo gastou R$ 13 milhões numa campanha publicitária apelando às pessoas que forneçam informações que ajudem na localização de corpos e esclareçam episódios da ditadura.

Patético! As Forças Armadas são hoje democráticas e respeitosas da lei e da ordem. Não têm por que impor limites ao governo e à sociedade na investigação sobre um tempo infeliz da nossa História.

O poder civil não tem razão alguma para se deixar tutelar.

Se o país tomar a decisão de não enfrentar o passado, que seja por outros motivos, mas não por imposição dos militares. Do contrário, esta será uma democracia amedrontada.

oglobo.com.br/miriamleitao • e-mail: miriamleitao@oglobo.com.br

COM ALVARO GRIBEL

JOSÉ SIMÃO

Ueba! Vou nadar no Aquassab!

FOLHA DE SÃO PAULO - 08/01/10


Agora entendi por que deram 2014 e 2016 para o Brasil: o mundo vai terminar antes disso!


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! Paga logo o IPTU que o mundo vai acabar! Vocês viram a capa da Folha? Uma cidade destruída, e o resto do planeta virou gelo! Entramos em 2012! Mas pense pelo lado bom: se o mundo acabar, a Argentina também acaba. Se o mundo acabar, o Galvão acaba junto! E agora entendi por que deram 2014 e 2016 para o Brasil. O mundo vai acabar antes!
E notícias da Globo: o Zé Mayer está a cara do Seu Madruga, a Dalva tem voz de Pato Donald, e a tetraplégica deu um pé na bunda do namorado. Rarará! E o site Animatune lançou um novo parque aquático: o AQUASSAB! São Paulo no circuito das águas. Um Beach Park com água de enchente! E IPVA agora quer dizer Imposto sobre Propriedade de Veículo ANFÍBIO! E brasileiro não tem medo do fim do mundo, tem medo do fim do mês. Fim do mês é o fim do mundo em parcelas. E como disse o outro: "O mundo não pode acabar! Eu ainda nem comi a Luana Piovani!".
Rarará! Mas a loucura climática tem boas notícias: "Neve leva britânicos a procurar sites de adultério". E chegou o fim do mundo: "Ladrão usa piroca de borracha para assalto". Em São Luiz do Maranhão! O bandido Dentinho usa um vibrador de 28 cm para assustar as mulheres. Se é que assusta! Ele enrola o consolo numa camisa e ataca pelas costas fingindo que é revolver. E ele grita o quê? Pênis ao alto?! Rarará!
E os únicos lugares movimentados em janeiro: quiosque de coco e pedágio. Um amigo chegou de férias e disse que fez cem novos amigos. Noventa e nove eram cobradores de pedágio. E sabe por que para ir para Barretos tem dez pedágios e para voltar só sete? Para o Serra construir mais três pedágios!
E, quando você encontrar uma placa na estrada "homens trabalhando", é porque estão construindo mais uma praça de pedágio! É mole? É mole, mas sobe! Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha heroica e mesopotâmica campanha "Morte ao Tucanês". É que na favela de Heliópolis, aqui em Sampa, tem um time de futebol chamado RATATÁ! Socuerro! Mais direto impossível. Viva o antitucanês. Viva o Brasil!
E atenção! Cartilha do Lula. O Orélio do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Cutícula": companheira manicure da CUT. Rarará! O lulês é mais fácil que o ingrêis. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

LUIZ GARCIA

Cair na estrada

O GLOBO - 08/01/10

Um ano atrás, Barack Obama se mudou para a Casa Branca levando no bolso as esperanças de admiradores no mundo inteiro. Presidentes do Partido Democrata, pelo menos a partir do século passado, chegaram ao poder em momentos difíceis, e alguns deles deram conta do recado.

Aconteceu com Roosevelt, que derrotou a depressão dos anos 30 com o seu New Deal e mobilizou o povo e a economia para a guerra contra o nazismo, cujo fim levou os EUA à posição de liderança que ocupam até hoje. Aconteceu com Lyndon Johnson, comandante de todas as reformas sociais — inclusive no campo racial — que eram esperadas de John Kennedy.

Não foi bem o caso com Jimmy Carter, tão bonzinho e tão fraquinho que não conseguiu se reeleger, e nem mesmo com Bill Clinton, que parece bem mais competente na sua atual profissão de expresidente dos Estados Unidos.

Obama chega ao fim do seu primeiro ano na Casa Branca com uma de suas promessas praticamente cumprida: a reforma do sistema de saúde, expandindo — e também moralizando — o que talvez seja a política social mais importante dos EUA.

Mas parece ser quase só isso. A reforma do sistema financeiro, que entrou em crise no fim do ano passado, ainda esbarra na incapacidade, ou relutância, da classe política (democratas, inclusive) quanto a realmente fazer cara feia para os grandes bancos.

Esse diagnóstico não é realmente original.

Outro dia, no “New York Times”, ele foi apresentado por um intelectual de esquerda — lá tem disso também, embora não seja uma esquerda parente próxima de suas primas europeias. Ou da brasileira, embora no nosso caso seja mais apropriado falar em esquerdas, num vasto e variado plural.

Os esquerdistas americanos não são organizados em partidos populares, nem brigam por ministérios. E, claro, não têm bancadas no Congresso. Curioso, não? Mas, por isso mesmo, não seria simples para qualquer presidente americano recrutá-los para defenderem, de forma intensa e organizada, as políticas da Casa Branca.

Obama, que ainda tem a simpatia da opinião pública, precisa simplesmente preservar e usar essa simpatia para administrar com eficiência a sua maioria nominal no Congresso. E, sempre que possível, cair na estrada para falar com o eleitorado. E ouvi-lo também.

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Corrida pelo patrimônio

O ESTADO DE SÃO PAULO - 08/01/10


Há boas razões para que a recuperação arquitetônica de São Luiz do Paraitinga siga exemplarmente as linhas originais. A cidade seria declarada Patrimônio Histórico Nacional (é apenas estadual) ainda este ano.
Para não atrapalhar aquele plano, as reformas têm de ser coisa de profissional.
Essa é a prioridade de Alfredo Manevy, interino de Juca Ferreira na Cultura, que vai à cidade na terça.
Com ele vão o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida e técnicos - que já atuam com o Condephaat na região.

Corrida 2
Prático e rápido, Eduardo Suplicy enviou carta a Lula pedindo que visite a cidade, com uma comitiva de ministros, o quanto antes.
Frequentador da cidade há três décadas, o petista percorreu suas ruas, na terça, ao lado do único prefeito petista da região, José Augusto de Guarnieri, de Santo Antonio do Pinhal.

Sem destino
Ciro Gomes dá um tempo no agito. Ao lado de Patrícia Pillar, está "mochilando" pela Europa.
Sem data para voltar nem percurso pré-definido.

Plano S
Com a desistência de Fernando Gabeira, que vai concorrer à Câmara, o PV deve lançar Alfredo Sirkis para o governo do Rio.

Companheirão
Sarney está feliz da vida.
Lula decidiu que sua primeira viagem do ano, assim que voltar a Brasília, será para o Maranhão.

Santa disciplina
Está em fase final o DVD do eterno campeão Oscar Schmidt. Que, entre outras histórias sobre o basquete brasileiro, diz o que pensa de seu apelido.
"Não tem nada a ver essa história de Mão Santa. Tudo que consegui foi graças a muito treino e empenho."


Perigo na rua
Parceira do Brasil na construção de Angra 3, a multi francesa Areva - que faturou mais de US$ 13 bilhões em 2008 - já enfrenta cobranças do Greenpeace.
A ONG informa ter detectado 11 pontos de alta radiação em pedras nas ruas de Akokan, na Nigéria. Onde a empresa explora urânio.

Presente e Futuro
A produção de Lula, o Filho do Brasil esclou gente para percorrer cinemas do Rio com uma câmera na mão.
Gravam depoimentos para mostrar ao diretor do longa, Fábio Barreto, no hospital. E, se precisarem das imagens durante o ano...

Justiça provisória
A maioria dos 200 funcionários do fórum de Poá, Grande São Paulo, está de braços cruzados há dois meses - e não deve voltar ao trabalho antes do carnaval. Sob risco de desabar, o prédio está fechado desde novembro.
Grupos de dez funcionários, em rodízio, dão plantão provisoriamente numa pequena sala no fórum de Ferraz de Vasconcelos.
Mas um vigia, um telefonista e outro funcionário continuam de plantão no prédio condenado - coisa da qual a assessoria do TJ-SP diz não ter conhecimento.

Cadê mamãe?
Gisele Bündchen dá uma pausa em sua licença-maternidade e faz caras e bocas para a campanha da Colcci.
A sessão acontece dia 25, em Boston. David Sims assina o ensaio. Ela volta à passarela na SPFW, em junho.

Na Sapucaí?
Leonardo DiCaprio pode baixar no carnaval carioca.
O ator já deu entrada, em NY, na documentação para renovar seu visto brasileiro.

Sem Melancia
Pela primeira vez no Brasil a banda irlandesa The Cranberries, que se apresenta no Credicard Hall no final do mês, foi comedida.
Dolores O"Riordan, a vocalista, quer revistas que tratem de moda, saúde e ioga.


Duelo de loiras
Silvio Santos faz planos para Hebe. Quer que ela dispute as manhãs com Ana Maria Braga.

Na fernte

Eleita a mulher do ano pela revista Billboard em 2009, Beyoncé emplacou mais uma. Segundo relatório divulgado pela Crowley, Halo foi a música mais ouvida do ano, com 24.734 execuções.

O Instituto Victor Brecheret programa exposição com obras do escultor em NY. A ideia é que, na volta, a mostra passe por cidades brasileiras.

De olho nos movimentos de Angelina Jolie, Grazi Massafera se tornou fã de Tomb Raider. Para compor sua primeira vilã na televisão. Na nova novela das sete, Tempos Modernos, que estreia dia 12.

Stephen Gan, editor-chefe da Visionaire aterrissa quarta em São Paulo. Será um dos jurados do concurso Super Models of the World, da Ford.

Bastaram 15 minutos do anúncio dos novos participantes do BBB para que o twitter de Boninho entrasse em colapso.

Chico Science vai ganhar uma mostra com documentos e fotografias da sua carreira. Em fevereiro, no Itaú Cultural. A 1ª do ano no projeto Ocupação.

O livro mais pirateado em versão eletrônica de 2009, segundo a Freakbits foi o ... Kama-Sutra. A cifra de cópias baixadas chega a 250.000.

A quem interessar possa. A proeminente barriga de Fábio Assunção em Dalva e Herivelto é um enchimento. Quer dizer, uma parte dela...

Interinos: Doris Bicudo, Gabriel Manzano Filho, Marilia Neustein e Pedro Venceslau.