domingo, novembro 14, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

"Governo Dilma vai ser amigável com a iniciativa privada", diz Bradesco
MARIA CRISTINA FRIAS 
folha de são paulo - 14/11/10

"O governo Dilma será um governo amigável com a iniciativa privada e o empreendedorismo. Será democrático e defensor das liberdades individuais." A opinião é de Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco.
Trabuco quase completou o "circuito Elizabeth Arden" em apenas 72 horas, nos últimos dias.
Ao inaugurar sedes "mais amplas e modernas", nos centros financeiros de Luxemburgo, Londres e Nova York, o presidente do banco encontrou-se com cerca de 400 pessoas, entre investidores, acionistas e analistas.
A preferida de Lula agrada aos investidores internacionais, que estão bem informados sobre o país, diz Trabuco.
"Na visão deles, a presidente eleita saiu das amarras do marketing político, revelando-se uma executiva com perfil de gestora competente", conta Trabuco.
"Vários deles me disseram que a veem de forma muito positiva. Consideram que Dilma é objetiva no trato dos temas, encarando de frente qualquer assunto", relata.
Segundo Trabuco, os investidores notaram até a sensibilidade política da ex-ministra. "Eles perceberam que a presidente tem habilidade política para lidar com interesses de partidos da base, o que será crucial na administração de uma maioria política no Congresso."
Com relação a perguntas sobre a composição do novo governo, Trabuco disse ter recomendado "não exagerar no jogo de especular sobre nomes". Para o presidente do Bradesco, "as especulações são nuvens que mudam conforme o vento. Melhor segurar a ansiedade e esperar a definição, até porque não há motivo de urgência".
Para os investidores com quem conversou, o governo Dilma vai manter o tripé câmbio flutuante, metas de inflação e disciplina fiscal.
A expectativa, conta Trabuco, é que o Brasil continue a crescer puxado pelo mercado interno e o aumento de investimentos externos.
O presidente do banco contou que já esperava um interesse maior pelo país, mas que se surpreendeu com perguntas de seus interlocutores sobre praticamente todos os setores da economia.
"Vários deles [investidores internacionais] me disseram que veem Dilma de forma positiva. Consideram que ela é objetiva, encarando de frente qualquer assunto"

CORRIDA POR REAVALIAÇÃO

O salto na valorização do mercado imobiliário nos últimos anos deve promover, a partir do próximo ano, uma busca por reavaliação dos preços de imóveis onde funcionam agências bancárias, segundo a consultoria Binswanger Brazil.
Em 2001, com o objetivo de cumprir uma resolução do Banco Central, que reduziu a parcela mínima de ativos imobilizados, muitas instituições financeiras venderam as suas agências a investidores privados e passaram a alugá-las, de acordo com a consultoria.
Uma das condições dos contratos era que as locações fossem mantidas por, no mínimo, dez anos, apenas com a correção do aluguel pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), explica Rafael Camargo, sócio-diretor da Binswanger.
"Como os contratos começam a vencer em 2011 e a explosão de valores do mercado imobiliário superou o reajuste pelo índice de inflação, os investidores vão correr para reavaliar seus ativos", afirma Camargo.

HSBC fecha a primeira operação em yuan no Brasil

O HSBC fechou a primeira operação em moeda chinesa no mercado brasileiro. O pagamento em yuans, cujo valor não foi informado, foi feito pelo grupo Tellerina, proprietário da Etna e da Vivara, entre outras empresas.
Com a transação no Brasil, o HSBC tornou-se o único banco internacional com fechamento comercial em moeda chinesa, em todos os continentes.
Para a empresa, há a vantagem da economia e da facilidade de fazer apenas o câmbio para yuan, sem passar pela conversão em dólar.
"Mais do que isso, é importante ter um banco que possibilite o pagamento em yuans porque isso facilita muito a relação comercial", afirma Rodrigo Caramez, diretor do HSBC no Brasil.
A autorização final do governo chinês saiu em junho.
"Em cinco meses montamos operações em 33 países porque nos valemos da forte presença do HSBC na China. Colocamos cinco brasileiros lá", conforme o executivo.
A estratégia do banco foi focar de início companhias de médio e grande porte. Depois virão as menores. Outra operação já está para sair, segundo ele.
O Brasil é um dos dez maiores parceiros comerciais da China. "Há cerca de cinco anos, não estava na lista."

Vernissage 
A editora Zahar lança "Arte & Dinheiro", de Katy Siegel e Paul Mattick, com prefácio do economista Gustavo Franco. O livro organiza os capítulos como se fossem salas de uma exposição, onde são mostradas obras de arte que abordam o dinheiro. Há artistas que retratam ou usam o "vil metal", outros refletem sobre seu caráter abstrato. Há fotos de trabalhos de Andy Warhol e Cildo Meireles.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES

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