sexta-feira, setembro 17, 2010

CLÁUDIO HUMBERTO

“Se errar, a gente tem de pagar”
PRESIDENTE LULA SOBRE A DECISÃO DE AFASTAR DA CASA CIVIL A MINISTRA ERENICE GUERRA

RORIZ DIZ QUE ADVOGADO O PROCUROU EM SUA CASA 
O candidato do PSC ao governo do DF, Joaquim Roriz, afirmou ontem a esta coluna haver recebido em sua casa, por duas vezes, o advogado Adriano Borges, genro do ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal, que se ofereceu para atuar em sua defesa na Justiça Eleitoral. Na ocasião, o ministro Ayres Britto já não integrava o Tribunal Superior Eleitoral e a defesa rorizista ainda não havia recorrido ao STF.

DUAS VISITAS 
As visitas de Adriano Borges datam de 28 de agosto e 3 de setembro, bem antes de Ayres Britto assumir a relatoria do caso Roriz no STF.

CIRCUITO INTERNO 
Segundo Joaquim Roriz, as visitas de Adriano Borges à sua casa podem ser comprovadas pelas imagens do circuito interno de tevê.

O XIS DA QUESTÃO 
A presença do genro e a filha na defesa de Roriz impediria Ayres Britto – que defende a Lei Ficha Limpa – de julgar o caso, do qual é relator.

INDEPENDÊNCIA 
Magistrado honrado e rigoroso e alheio a tudo isso, Ayres Brito até já decidiu em desfavor de Roriz, que tentou anular a impugnação no TSE.

E-MAILS REVELAM ADVOGADO ENVOLVIDO COM RORIZ 
Eládio Carneiro, advogado da coligação de Joaquim Roriz, diz que Adriano Borges ofereceu seu escritório – onde trabalha Adriele Britto, sua mulher e filha de Ayres Brito – para atuar no âmbito eleitoral. Dois e-mails de Adriano a Eládio, datados do dia 1º, em poder da coluna, revelam seu envolvimento na defesa de Roriz: informa os dados para a procuração do casal, comunica que a equipe está “montada e pronta para iniciar o trabalho” e pede reunião para “explicar a estratégia”.

HONORÁRIOS ELEVADOS 
A contratação do escritório de Adriano Borges só não foi concretizada, diz Eládio Carneiro, porque ele pediu honorários demasiado elevados.

A INICIATIVA 
Pedro Gordilho e Alberto Pavie Ribeiro, advogados de Roriz, confirmam Eládio Carneiro: foi de Adriano “a iniciativa de estabelecer contatos”.

CONSULTA 
Adriano Borges disse a esta coluna ter sido apenas consultado para atuar no caso. Foi também o que contou ao sogro e reafirmou em nota. 

ERA SÓ O COMEÇO 
A nova denúncia de corrupção de ontem, na Folha, foi decisiva na saída de Erenice Guerra, mas o que fez Lula se livrar da ex-ministra foi a informação de que vem mais por aí. Nos jornais e nas semanais.

NOVAS EMOÇÕES 
O ministro interino da Casa Civil, Carlos Eduardo Esteves Lima, ganhou notoriedade na gestão de Marta Suplicy na prefeitura de São Paulo, quando foi chefe de gabinete de Arlindo Chinaglia. E se meteu em trapalhadas que podem fazer Lula sentir saudades de Erenice...

ENCONTRO CASUAL... 
O ex-diretor de Operações dos Correios Marco Antonio Oliveira diz haver conhecido casualmente na churrascaria Porcão, no Rio, o empresário paulista que acusa o filho de Erenice de tentar achacá-lo.

...E INTERMEDIAÇÃO 
Procurado pelo empresário Rubnei Quícoli em Brasília, Marco Antonio diz que apenas o encaminhou ao sobrinho Vinícius de Oliveira Castro, funcionário da Casa Civil e suposto sócio do filho lobista de Erenice.

A SENHORA ‘WAR’ 
A ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra ganhou o mundo, ontem: Sua ruidosa demissão foi anunciada na imprensa internacional, com direito a imagens na rede americana de televisão ABC. 

SÓ RINDO 
Saudação no twitter do genial Rodrigo Vieira, o “Mução”, filho da ex-secretária da Receita Lina Vieira, que trombou com Dilma no caso Sarney: “Bom dia para vc que acordou mais quebrado que sigilo fiscal.”

CONVERSA NO MURO 
O prefeito Gilberto Kassab (DEM-SP) jura por todos os santos maronitas que não vai para o PMDB a convite de Michel Temer, maronita também. Com Alckmin vitorioso, o DEM some em São Paulo.

PÕE NA CONTA 
A “cumpanherada” nem precisa propor vaquinha, como fez para pagar a multa eleitoral de Lula. Não será Antonio Palocci quem pagará os R$ 500 mil de indenização ao 

caseiro Francenildo, por violação de sigilo. 
PENSANDO BEM...
...o governo trocou 6% por meia dúzia%. 

PODER SEM PUDOR 
JÂNIO RUIM DA BOLA 
Governador de São Paulo, certa vez Jânio Quadros foi a Santos, onde obteve péssima votação, e visitou um aliado, o deputado Athiê Jorge Coury. Resolveu elogiar o bom gosto da casa do anfitrião, um ex-goleiro do Santos:
– Athiê, meu bem, que casa linda! Diga-me, sinceramente: você a ganhou pelas bolas que defendeu ou pelas que deixou entrar?
– Que brincadeira infeliz!... – censurou depois o amigo Saulo Ramos.
– Você tem razão – respondeu Jânio, ainda bem humorado – Pobre Athiê, um bom homem e honesto. Foi bola fora. Ainda bem que ele não deu bola...

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