terça-feira, maio 18, 2010

PAINEL DA FOLHA

Hora das bondades
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 18/05/10

A decisão de isentar de impostos federais a reforma e a construção de estádios para a Copa de 2014, anunciada ontem após quase um ano de resistência da Fazenda, atende um aliado que o Planalto considera essencial para a segurança do(s) palanque(s) de Dilma Rousseff no Rio Grande do Sul: José Fortunatti (PDT), prefeito de Porto Alegre desde a saída de José Fogaça (PMDB), candidato ao governo cortejado tanto pela petista quanto por José Serra. Além de garantir o apoio do PDT a Dilma, Fortunatti atua para inibir a aproximação entre Fogaça e o tucano.
Responsável, desde os tempos de vice, pelo comitê local de obras para o Mundial, Fortunatti foi uma espécie de líder do movimento pró-desoneração.


Chorou, levou. Depois da última reunião de representantes das cidades-sede, Fortunatti disse que a "a isenção do governo federal para a reforma do Beira-Rio é pequena, mas fundamental para que o Estado e a prefeitura possam dar a isenção do ICMS e do ISS para o Inter".
Mesma língua 1. Tema de recente comercial de televisão estrelado por Dilma, o combate ao crack será discutido na Marcha dos Prefeitos, que começa hoje em Brasília. O governo quer envolver os municípios na luta para reduzir o número de usuários.
Mesma língua 2. A ofensiva governista no assunto que Dilma aborda na campanha eleitoral irá além dos prefeitos: ao longo do ano, serão lançadas iniciativas para engajar empresários, governadores e a sociedade em geral no combate à droga.
Na real. Embora Tarso Genro (PT) tenha ido a Brasília na semana passada, a desistência de Beto Albuquerque (PSB) da disputa pelo governo gaúcho não teve o dedo das cúpulas partidárias. Deveu-se simplesmente à avaliação do deputado de que pouco espaço havia lhe restado.
De cima... Apesar da decisão do PT-MG de jogar para 19 e 20 de junho o encontro que supostamente definiria a posição da sigla nas eleições no Estado, a direção nacional já disse ao PMDB que o calendário acertado, com o anúncio do apoio a Hélio Costa em 6 de junho, será cumprido.
...para baixo. O PT inclusive marcou reunião do Diretório Nacional para o dia 12, véspera da convenção que oficializará a candidatura de Dilma. Nesse encontro, a cúpula petista espera referendar situações pendentes nos Estados, como Minas e Maranhão.
Prorrogação. Em três Estados, a definição das chapas poderá ficar para a undécima hora: Paraná, Pará e Ceará. No Pará, trata-se de verificar a situação da governadora Ana Júlia nas pesquisas. No Ceará, a questão é o desempenho do ex-ministro José Pimentel (PT), que tenta uma vaga ao Senado na chapa do governador Cid Gomes (PSB).
Capa e espada. Do deputado Eduardo Cunha, escudeiro de Michel Temer no esforço para neutralizar a ala peemedebista pró-Serra: "A chance de o PMDB não se aliar ao PT é a mesma que o sargento Garcia tem de prender o Zorro. Ou seja, zero!".
QI. Em depoimento sigiloso, Durval Barbosa, o homem que explodiu o governo de José Roberto Arruda, dá detalhes sobre o suposto pedido de Leonardo Bandarra, procurador-geral do Ministério Público do Distrito Federal, para que uma conhecida sua de nome Daiane ganhasse cargo no governo. Segundo Durval, ela teria recebido um posto comissionado na secretaria que ele dirigia e, depois, migrado para a Secretaria de Governo, a pedido de Bandarra.
Visita à Folha. Ricardo Lewandovski, presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava com Silvana de Freitas, assessora de imprensa.

com LETÍCIA SANDER e DANIELA LIMA
Tiroteio 
"No passado distante, todos os jovens guerrilheiros são românticos. O que me preocupa é o romance atual do PT com a narcoguerrilha das FARC." 

De EDUARDO GRAEFF, secretário-geral da Presidência no governo FHC, sobre fala de Marta Suplicy, que comparou as trajetórias de Dilma Rousseff e de Fernando Gabeira dizendo que "ele sim sequestrou".
Contraponto 
Cortejo fúnebre Em recente sessão da CPI da Assembleia Legislativa de São Paulo que investiga denúncias de irregularidades na Bancoop, um dos cooperados lesados respondia a uma pergunta de Ricardo Montoro (PSDB) sobre o funcionamento do caixa da cooperativa dos bancários.
O depoente explicava que, no princípio, cada empreendimento imobiliário tinha uma contabilidade separada, e portanto mais fácil de fiscalizar, mas que, de uma hora para outra, decidiram centralizar tudo num grande caixa.
-Entendi: os problemas da Bancoop já começaram num caixão...- concluiu Montoro.
Até os petistas presentes caíram na risada.

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