sábado, abril 24, 2010

ARI CUNHA

Vacinar o povo
ARI CUNHA

CORREIO BRAZILIENSE - 24/04/10


Logo mais vai entrar no calendário o mês de Maria. Vacina para os idosos não apareceu. Salve-se a reserva dedicada às senhoras grávidas. O governo esquece-se de que idosos também têm direito a um lugar ao sol. O tempo mudou, o frio chegou, a secura criou novos contornos. Umidificadores nos dormitórios, na casa inteira. Até os colibris que se servem da água que pingava dos coqueiros perderam sua fonte de bebida. Ficam flutuando, correndo os coqueirais e o pouco que conseguem está no fim dos filetes. A natureza é sábia para com os irracionais. Os pensantes ficam de lado, porque Deus lhes deu o livre-arbítrio. Do imposto, o governo não abre mão. Os contribuintes ficam sem assistência. Louve-se a Deus, o salvador da vida.


A frase que não foi pronunciada

“Aos 80 anos, o melhor presente é um futuro cheio de paz.”
Presidente Sarney, aniversariante do dia, fazendo um balanço da vida.




Ato de dirigir
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Cresce no Brasil, desmesuradamente, o número de motoristas. Nem todos têm o hábito de comunicar pela seta que vão mudar de faixa. Mesmo aqui em Brasília, onde o tráfego é disciplinado e ninguém buzina, quando se ouve a duração do som, entende-se. Alguém, sem avisar, entrou na faixa do vizinho.
Cuba
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Cidadão cubano tem pagamento ínfimo do trabalho. Desde o tempo de Fidel Castro as fábricas liberavam a produção para que cada um tivesse seu ganho. Mesmo assim, a sede pelo ganho é salvação. Estávamos em Havana. No hotel, o PPG era vendido a US$ 35 dólares a caixa. Fora disso, os ambulantes vendiam a US$ 5. Um brasileiro que estava no nosso grupo comprou grande quantidade. Chegando a Brasília, havia curiosidade em torno do medicamento. Ele vendeu ao preço da embalagem e o comprador ficou agradecido.
Traços
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Datena recebeu a candidata Dilma e repetiu quatro vezes que ela era muito mais bonita pessoalmente. Chegou até a dizer que a Matilde estava “correndo risco aí em casa”. Dilma Rousseff mostrou tranquilidade no canal do povão e só ficou nervosa quando lhe davam tempo para a resposta, o que vai exigir mais treinamento para os debates.
Então, tá
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O instituto de línguas Ilal continua funcionando sem problemas no início da W3 Sul. Mesmo depois de assinar, sem credenciais para isso, o diploma de segundo grau de milhares de estudantes. Agora funciona só como escola de idiomas.
Passivo
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Tião Viana quer votar o projeto de lei antifumo na semana que vem. O senador vai enfatizar a proteção aos não fumantes. Para se ter uma ideia, na Escócia as internações com doenças coronárias caíram 17% 10 meses depois de adotadas as novas regras.
Consome dor
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Caesb e CEB deixaram de oferecer o nada consta pelo portal. O serviço existe, mas está constantemente em manutenção. O Banco do Brasil acabou com o serviço de reclamação por escrito no portal. Por seu lado, o contribuinte pode se acalmar. Depois da tormenta no GDF, o carnê do IPTU começa a chegar às residências.
Em frente
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De um lado do cabo de guerra, o PT. Do outro, o juiz Fausto de Sanctis. Depois da Operação Satiagraha, o juiz determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal da Bancoop. O fundo de investimento da cooperativa habitacional criado em 2004 também está sob lentes. O que torna o assunto uma disputa de forças é o temor dos investigados. Onde há fumaça há fogo.
Erro
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Vale uma entrevista com a ex-ministra Margarida Procópio sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. É impossível o poder público impedir o uso de drogas, assaltos e mortes se os menores repetem com tranquilidade que voltarão em breve a cometer crimes porque estarão soltos em pouco tempo. A proteção à criminalidade precisa ser mudada com urgência. É só aceitar o erro.
Discussão
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Todos sabem que o senador Suplicy discorda que os magistrados tenham 60 dias de férias. Bem que o senador Cristovam poderia entrar na questão para discutir o descanso remunerado dos professores de universidades públicas. É mais longo do que os do Executivo, do Judiciário e do Legislativo.



História de Brasília

Os fiscais da prefeitura devem tomar conhecimento de que diversas firmas, na W3, nas proximidades do Colégio Dom Bosco, fizeram tapume para iniciar a construção, com o que conseguiram iludir a prefeitura. Fizeram, em seus terrenos, casas de madeira e, com o nome do engenheiro responsável em vistosa placa, passam como “morando na construção”. (Publicado em 2/3/1961)

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