sexta-feira, fevereiro 05, 2010

PAINEL DA FOLHA

Aqui e agora

RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 05/02/10

Com a discussão sobre o vice de Dilma Rousseff em banho-maria, o PMDB, que amanhã realiza convenção para reconduzir Michel Temer à presidência, cuida de assegurar objetivo mais imediato: a manutenção de todas as suas posições na Esplanada depois da saída dos ministros-candidatos. Está decidido que Reinhold Stephanes (Agricultura) será substituído por Wagner Rossi, próximo a Temer. Hélio Costa (Comunicações) transformará o preposto José Artur Filardi Leite, atual chefe de gabinete, em secretário-executivo. O Planalto não morre de amores pela ideia, mas, com o palanque de Minas Gerais em negociação, ninguém quer arranjar encrenca com Costa.




Pré-condição. A cúpula peemedebista admite a possibilidade de Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) não conseguir emplacar o aliado João Santana, atual secretário-executivo, desde que o partido indique o substituto.

Mais um. Para o lugar de Edison Lobão (Minas e Energia) irá seu secretário-executivo, Marcio Zimmermann.

Os outros. Ainda do PMDB, José Gomes Temporão (Saúde) deve permanecer no cargo. O mesmo se diz no Planalto sobre Nelson Jobim, na contramão de seguidos relatos segundo os quais o titular da Defesa estaria de saída.

Deixa pra lá. Lobão teve a ideia de convidar Dilma para a convenção, mas foi demovido, dado o esforço do partido para desvincular a eleição da nova diretoria da tentativa de emplacar Temer na vice.

Rebolado. Do líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves, sobre a dificuldade de acerto com o PT no Pará: "Para a Dilma, a gente deu um bambolê e melhorou muito. Para a Ana Júlia, vamos ter de mandar um monte deles". Em tempo: em 2008, fazendo piada sobre a falta de jogo de cintura de Dilma no trato com os parlamentares, Alves deu-lhe um bambolê de presente.

Paz e amor. Duda Mendonça, que já cuida da imagem da Fiesp, será o marqueteiro da campanha do presidente da entidade, Paulo Skaf (PSB), caso este venha mesmo a disputar o governo paulista.

Tabuleiro. O PSDB fechou um acordo branco com o PMDB do Paraná para não lançar candidato ao Senado, o que facilitará a vida de Roberto Requião. Em troca, o governador promete manter distância de Dilma Rousseff e centrar fogo no PT local.

Palanque. Tucanos anunciam na próxima semana, à revelia de Alvaro Dias, a candidatura do prefeito de Curitiba, Beto Richa, ao governo. "É um encontro de amigos que não tem valor legal nenhum", protesta o senador.

Produções 1. Quem acompanha os bastidores do Arrudagate desconfia da versão segundo a qual o jornalista Edson Sombra recebeu uma oferta de suborno de R$ 200 mil para "moldar" seu depoimento à Polícia Federal.

Produções 2. Amigo de Durval Barbosa, o gravador-geral do DF, Sombra tem cópia de todos os vídeos do mensalão. O dinheiro teria sido ofertado para comprar o material, objeto do desejo de uma longa lista de envolvidos.

Ficha. Luiz Paulo Barreto, provável sucessor de Tarso Genro (Justiça), foi vetado em 2006 quando Lula o indicou ao Superior Tribunal Militar. À época, a OAB argumentou que ele tinha se filiado à entidade havia poucos meses -e um dos requisitos era ter experiência como advogado.

Braços. Uma das principais diferenças entre o perfil de Tarso e o de Barreto é a ligação do substituto com a Abin.

Pires. As frentes de prefeitos já têm um novo mote para protestar contra a União: o piso salarial para agentes de saúde, que deverá causar impacto de R$ 858,5 mi por ano no caixa dos municípios.

com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

Em breve esses surfistas de enchente vão fazer "top-top" para as vítimas da chuva.

Do deputado MENDES THAME (PSDB SP), sobre as críticas de petistas ao governo de São Paulo diante dos estragos causados pelas chuvas.

Contraponto

Primeira pedra Na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, o deputado Paulinho da Força (PDT) foi o anfitrião ontem do último evento da Caravana da Anistia comandado por Tarso Genro, que na semana que vem deixa o Ministério da Justiça para se candidatar ao governo gaúcho.
-Vivi pouco a ditadura, mas lembro de um choque entre 200 cavalos da PM e 200 estudantes!
Diante da plateia atenta, Paulinho continuou:
-Eu mesmo atirei um tijolo nos policiais!
Quando todos esperavam ouvir o relato da prisão do jovem manifestante, Paulinho concluiu, quebrando o clima:
-Mas aí corri rapidinho pra dentro da igreja...

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