segunda-feira, fevereiro 15, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Setor vitivinícola quer revisão de acordo com Chile

FOLHA DE SÃO PAULO - 15/02/10


Um acordo comercial entre os governos de Brasil e Chile, firmado há mais de uma década, está tirando o sono de quem cultiva vinhas e fabrica vinhos no Brasil.
A Câmara Setorial da Vitivinicultura encaminhou ao Ministério do Desenvolvimento, na semana passada, a queixa do setor em relação ao acordo firmado pelo Mercosul com o Chile, que prevê redução progressiva da tarifa de importação de vinhos finos.
Em 2005, o vinho chileno tinha taxa de importação de 27% no Mercosul. Hoje, o percentual é de 4,59% e, a partir de 2011, deverá cair a zero.
"Queremos que o governo brasileiro reveja essa redução do imposto de importação, porque isso prejudica a produção nacional. O risco para os investimentos será grande", disse Júlio Fante, presidente do Instituto Brasileiro do Vinho.
O ideal, segundo Fante, é que a alíquota do imposto volte ao patamar de 27%.
"Outro fator agravante é que as importações do Chile são as que mais tem crescido."
No ano passado, o Brasil comprou 22,5 milhões de litros de vinho fino do Chile, o que representa 40% do total importado pelo país. Esse volume é 25% maior que a venda do produto nacional, de 18 milhões de litros de vinhos finos. A comercialização de vinhos nacionais como um todo, incluindo finos e de mesa, aumentou 12% no ano passado. Para este ano, a expectativa é manter o mesmo nível de expansão, disse Fante.

DA ALEMANHA PARA O BRASIL

Já aportou na costa brasileira navio com dois contêineres de produtos da alemã Roto Frank, do setor de ferragens e acessórios para caixilhos. A empresa anuncia nesta semana a entrada no mercado brasileiro. Com faturamento mundial de 650 milhões, a companhia planeja receita de 1,5 milhão para o primeiro ano de operações no Brasil. A Roto Frank, que detém 30% de participação no mercado mundial, traz novas tecnologias e tipologias sofisticadas de maçanetas, puxadores, fechos e dobradiças para portas e janelas de alumínio e PVC.
"Queremos nos tornar líder de mercado nos próximos cinco anos. E, no médio prazo, chegar a produzir no Brasil", disse Nikolaus Knops, diretor da Roto Frank para a América Latina. "Chegamos à conclusão de que a América do Sul será uma das maiores oportunidades de crescimento. E o Brasil tem de longe o maior potencial." A estratégia da companhia, que terá sede na cidade de São Paulo, será focar nos diferenciais de janelas com redução sonora, com alta segurança e com economia de energia, afirmou Knops.

Brazil.com é vendido por US$ 500 mil

O endereço brazil.com foi negociado no ano passado por US$ 500 mil, um dos valores mais altos obtidos por um domínio na internet em 2009, segundo monitoramento da empresa Sedo, de compra e venda de domínios. O endereço está registrado em nome da companhia Domains by Proxy e, atualmente, a página tem apenas classificados, sem nenhum conteúdo específico.
A Sedo afirma que, no ano passado, houve uma maior procura por endereço de regiões geográficas.
Russia.com, kiev.com e sudan.com, além de brazil.com, aparecem entre os que atingiram maior valor nas negociações em 2009.
"Isso é muito provavelmente um indicador de que mais dessas vendas devem ocorrer em 2010, à medida que os investidores globais continuam a expandir seu alcance de mercado aos domínios de países específicos", afirma a Sedo, em estudo trimestral sobre as transações nesse setor no ano passado.

NATUREBA AUDITADA
A rede Mundo Verde, que vende produtos naturais, não quer saber de nada alternativo em sua contabilidade. O balanço de 2009 já será auditado. A contratação de uma auditoria independente faz parte da implementação da governança corporativa, pelo fundo de "private equity" Axxon Group, que adquiriu a rede em julho passado. "A auditoria dá segurança de que os processos estão sendo feitos de forma correta", diz Sergio Bocayuva, diretor-executivo da rede. A Mundo Verde tem 150 lojas no Brasil, uma em Portugal, e quer chegar a 430 pontos de vendas em cinco anos. Cerca de 50% das novas unidades serão em São Paulo.

com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK e ÁLVARO FAGUNDES

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