sexta-feira, fevereiro 12, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Inadimplência segue em queda na Caixa

Folha de S.Paulo - 12/02/2010


O resultado do ano de 2009 que a Caixa Econômica Federal divulga hoje mostrará que a inadimplência seguiu a trajetória de queda, apesar do aumento da oferta de crédito.

"O banco emprestou mais e com menor risco. A qualidade do crédito tem melhorado", diz Márcio Percival, vice-presidente de finanças da Caixa.

"Cresceu o nível de emprego e renda da população. Havíamos apostado que seria assim."
O atraso no pagamento acima de 90 dias na carteira de crédito total era de 2,4% em dezembro de 2008, passou a 2,9%, entre março e abril, e fechou dezembro passado com 2,2%.

Dados do Banco Central apontam que a inadimplência no mercado subiu de 3,2% em dezembro de 2008 para 4,4% no final de 2009.

A Caixa, que em dezembro de 2008 tinha 69,9% de clientes de nível AA, considerado de boa qualidade de crédito, passou a 78,6% no final do ano passado.

O resultado do banco em 2009 foi considerado bom, "principalmente em um ano difícil como foi 2009", diz Percival, que não quis revelar o lucro obtido pela instituição.

"Foi alinhado com outros anos. Nossa preocupação não é com taxa de lucro, mas com a sustentabilidade financeira do banco. Consolidamos nossa estratégia de banco público."

O banco atingiu a marca de 50 milhões de clientes. Com conta-corrente são 18 milhões de pessoas, o que representa crescimento de 20% no ano passado. O banco ganhou participação de mercado. Em 2009, subiu de 6,5% para 8,9%.

O estoque de crédito (número de operações X volume financiado) subiu para 55,3%.
Houve diversificação nos serviços oferecidos -como no crédito, que antes só havia oferta de financiamento imobiliário- e também na clientela da instituição, diz Percival. O foco, porém, continua na baixa renda. Uma fatia de 66% dos clientes ganha até R$ 700 por mês.

Justiça questiona fábrica em SC
A Justiça do Trabalho determinou que a Brasil Foods (BRF), empresa formada a partir da união entre Perdigão e Sadia, regularize a situação trabalhista e o ambiente de sua fábrica de Capinzal (SC), que emprega cerca de 7.000 pessoas.

Decisão da juíza do Trabalho Lisiane Vieira determina que a empresa não exija horas extras dos empregados, observe normas de saúde e segurança do trabalho e informe ao Ministério da Previdência números de doenças ocupacionais, sob pena de pagar multa de R$ 10 mil por caso não identificado.

A Brasil Foods, informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que "foi notificada da sentença e tomará as medidas judiciais cabíveis".

As condições de trabalho de frigoríficos da região de Capinzal são investigadas há dois anos pelo Ministério Público do Trabalho.

Normas do Ministério do Trabalho estabelecem que em atividades repetitivas devem ser concedidas pausas de recuperação de fadiga. No caso de frigoríficos, diz Sandro Sardá, procurador do trabalho em Chapecó (SC), as pausas devem ser de dez minutos a cada 50 minutos.

"A empresa não concede a pausa, assim como outras da região que estão sendo investigadas", segundo Sardá.

OUTROS CARNAVAIS
No Carnaval deste ano, a operadora de viagens CVC vai embarcar seu maior volume de passageiros na comparação com os outros Carnavais da empresa. De sexta a domingo, 53.108 passageiros irão embarcar com a operadora, de avião, de ônibus e de navio. O número é 12% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. A maioria (23.713) optou por viajar de avião pelo Brasil. A região Nordeste irá receber cerca de 60% desse volume.

RECICLAGEM NA FOLIA
"O mercado de bebidas está aquecido, e o mercado de embalagens está acompanhando o crescimento", diz Carlos Alberto Augusto, que está à frente da Metalic Nordeste, empresa do grupo CSN. A Metalic está com a capacidade no limite. Em 2009, produziu 820 milhões de latas de aço, com faturamento de R$ 200 milhões. A previsão é atingir neste ano 950 milhões de latas, segundo Augusto. Enquanto na Europa e no Japão o aço domina o mercado de embalagens para bebidas, no Brasil 95% das latas são de alumínio. No Nordeste, a fatia das embalagens de aço é maior, de 37%, devido à resistência maior em relação ao alumínio. Para incentivar a reciclagem, a Metalic criou o programa Reciclaço, que pretende comprar 150 toneladas durante o Carnaval em Recife e Olinda. Por causa do aumento do consumo de bebidas, é necessário incentivar o catador a recolher a lata de aço, que tem valor agregado menor que a de alumínio, diz Augusto. "O Reciclaço dá subsídio ao catador." Os sucateiros recebem normalmente R$ 0,60 por 70 latas de aço e R$ 1,50 pela mesma quantidade de latas de alumínio. No Reciclaço, irão receber o dobro pelas latas de aço.

CINZEIRO 1
A 7ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo julgou extinta, sem apreciação do mérito, a ação da Souza Cruz que questionava a legalidade da atual diretoria do Sindifumo (Sindicato da Indústria do Fumo do Estado de São Paulo), presidido por José Henrique Nunes Barreto.

CINZEIRO 2
A atual diretoria do sindicato e a Souza Cruz divergem sobre a incidência de IPI sobre os cigarros. O sindicato entende que a tributação deve ser sobre o preço final do produto. Hoje o IPI incide sobre as unidades vendidas. A Souza Cruz informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que "aguardará a publicação do inteiro teor da decisão para avaliar o cabimento de possíveis recursos".

RECORDISTA
A marca de biscoitos Club Social, da Kraft Foods Brasil, vai tentar entrar no "Guiness Book" neste ano. Durante o Carnaval, em Salvador, a empresa pretende realizar a maior distribuição de amostras grátis já feita no mundo. Cerca de 500 promotores irão entregar mais de 500 mil amostras do biscoito Club Social. A ação será acompanhada por auditores.

EXPANSÃO

A Bristol Hotéis & Resorts pretende incorporar novos empreendimentos administrados, passando das atuais 17 unidades para 28. Para as novas incorporações, serão investidos R$ 68,5 milhões.

"MADE IN BRAZIL" 1
Os vinhos brasileiros acabam de ganhar uma base fixa nos Estados Unidos. O projeto Wines From Brazil, realizado em parceria pelo Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) e pela Apex-Brasil, abriu nesta semana um escritório em Nova York. A representante será a consultora argentina Nora Favelukes, presidente da QW Wine Experts, radicada há mais de 20 anos em território norte-americano.

"MADE IN BRAZIL" 2
Os Estados Unidos são o país mais representativo para a exportação do vinho brasileiro. Segundo o Ibravin, 22 empresas brasileiras já exportaram para o mercado norte-americano. Nos últimos quatro anos, os Estados Unidos compraram US$ 1,9 milhão em vinhos fabricados no Brasil.

NERVOS DE AÇO
A usina de João Monlevade (MG), da ArcelorMittal Aços Longos, irá concluir em março investimento de R$ 4,5 milhões para adaptação de equipamentos ao consumo de gás natural. O uso do gás irá garantir maior segurança operacional, estabilidade produtiva e melhorias no desempenho ambiental.

CONSTRUÇÃO
A escassez de mão de obra na construção civil levou a Fiesp a formar uma comissão para propor uma saída para o entrave. "Temos pressa em identificar as causas e achar soluções, já que o setor passa por um período de aquecimento com grandes empreendimentos", afirma Paulo Skaf, presidente da instituição.

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