sábado, janeiro 09, 2010

BRASÍLIA -DF

Operação Rio de Janeiro

Luiz Carlos Azedo

CORREIO BRAZILIENSE - 09/01/10


A coalizão PSDB-DEM-PPS busca uma saída para a armadilha eleitoral na qual caiu, no Rio de Janeiro, desde quando a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva trocou o PT pelo PV para ser candidata a presidente da República contra a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), candidata à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O deputado Fernando Gabeira (PV) era o candidato a governador da coalizão, na esteira de seu excelente desempenho nas eleições municipais de 2008, quando quase se elegeu prefeito do Rio. Porém, Gabeira jogou a toalha: desceu do palanque da coalizão e é apenas candidato a deputado federal.

Neste final de semana, o ex-governador Marcelo Alencar, o grão-tucano fluminense, terá uma conversa definitiva com Gabeira. Tentará convencê-lo a manter a candidatura a governador, com o apoio dos três partidos da coalizão serrista, mesmo que o preço a pagar seja um palanque exclusivo para Marina no primeiro turno. Sobrariam para Serra os palanques dos candidatos ao Senado. Na avaliação de Alencar, Marina terá grande votação no Rio de Janeiro, mas Gabeira é um candidato muito competitivo ao governo e poderia transferir a maioria desses votos para Serra, no segundo turno.


Onda

Com Gabeira fazendo doce, o vereador Alfredo Sirkis, grande responsável pela candidatura de Marina Silva, já se lançou candidato a governador pelo PV. Acredita que vem por aí uma onda verde, principalmente nas eleições fluminenses, por causa da tragédia de Angra dos Reis e das enchentes na Baixada Fluminense.

Farroupilha

Já acertado com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, do PMDB, entrou na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul atropelando os demais candidatos. Mas padece de dúvidas sobre a melhor estratégia para vencer as eleições gaúchas. Não sabe se é preferível que a governadora tucana Yeda Crusius concorra à reeleição, apesar do desgaste político, ou desista da disputa, o que lhe garantiria o apoio tucano já no primeiro turno.

Chorão

O ex-prefeito do Rio Cesar Maia (foto) dá mostra de crescente irritação com a cúpula da coalizão PSDB-DEM-PPS , o que inclui o próprio filho, deputado Rodrigo Maia(DEM-RJ). Candidato ao Senado, ficou isolado e busca uma alternativa para viabilizar a própria eleição. Já não descarta uma aproximação com o ex-governador Anthony Garotinho (PR), hoje o principal opositor do governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB). Maia vive reclamando de Serra.

Ciranda

Pergunta que se ouve nos corredores do Ministério da Fazenda: é necessário carregar tantos dólares na conta do Banco Central (BC), que emite títulos públicos no mercado interno sempre que precisa comprar a moeda americana, pagando juros estratosféricos? O custo acumulado para elevar as reservas cambiais do país, nos últimos três anos e meio, para os atuais US$ 239 bilhões, atingiu R$ 71,4 bilhões.


Missão

Ao desembarcar em Brasília, o novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, começou uma corrida contra o tempo. As relações do Brasil com os Estados unidos regrediram. Ex-assistente da Embaixada dos EUA no Brasil, Shanon passou pela Venezuela e África do Sul em momentos difíceis.


Leopoldina/ Criminoso o abandono da antiga Estação da Estrada de Ferro Leopoldina, no Rio de Janeiro, um patrimônio arquitetônico e histórico da ex-capital da República, cuja gare foi importada da Inglaterra. O choque de ordem urbana, focado nas favelas e praias cariocas, também precisa chegar ao acervo arquitetônico e cultural do Rio.

Dominó/ Para apressar a fase judicial do processo, a Polícia Federal deverá desmembrar o inquérito da Operação Caixa de Pandora, que apura pagamento de propinas no GDF. O delegado Alfredo Junqueira espera o resultado das perícias para comprovar a materialidade de alguns fatos e encaminhar os relatórios ao Ministério Público, que oferecerá as denúncias.

Cartão/ O sumiço do noticiário contra o governador José Roberto Arruda (DEM), no site da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Distrito Federal, foi coisa de quem é mais realista do que o rei, segundo o novo presidente da entidade, Francisco Caputo, que não gostou do ocorrido. O responsável foi demitido.

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