terça-feira, janeiro 12, 2010

ARI CUNHA

Privilégios

CORREIO BRAZILIENSE - 12/01/10


Deixar a lei de banda é o privilégio dos favorecidos. Esbanjam poder perante autoridades. Está em circulação a notícia de que a maioria da construção de casas na orla pitoresca e bela não tem fiscalização. Autorizações para construção, outra deficiência. A natureza, sentindo-se invadida, pune os responsáveis. Não interessa saber se pobres ou ricos. Nesse caso, se locupletam de construções maravilhosas, em afrontamento aos governantes. Se o rico pode, o pobre não corre atrás. Podendo, aproveita a beirinha. É daí que provêm os erros propositais. Impunidade diante das autoridades. Falta de fiscalização. Desobediência às leis de construções. Impostos sonegados. O mundo se acaba, e os culpados não são punidos. Fraca, a lei dos vivos.


A frase que não foi pronunciada

“Tudo o que vale realmente a pena pode ser divulgado.”
» Fernando Pessoa, pensando em atualizar sua frase.




População sofrida

» Angra dos Reis tem 75% da população localizada em lugar de risco. A situação pode ser considerada grave. Detalhe: a maioria desses moradores, pobres ou ricos, tem assistência às vésperas de eleição. Explica-se: políticos não desejam discutir esse assunto em período eleitoral.

Lula nos três poderes

» Presidente Lula assume poderes sobrenaturais no fim do mandato. No Congresso, mete a colher, usa o poder do cargo e do desejo para dizer como deve funcionar o Judiciário. Quanto ao Executivo, faz de conta que deseja não parar nunca seu poder de governo. Lá há brigas permanentes entre as várias facções. Lula espera sucesso da sua varinha de condão ligada diretamente ao Tesouro.

Assessoria

» Ninguém despreze a assessoria do presidente Lula. Aquela foto despretenciosa do presidente transportando na Bahia um isopor à cabeça deu o maior ibope. Está percorrendo o mundo. Está divulgada em toda parte. Importante é que não se sabe o que havia dentro. Nem é necessário.

Argentina

» Está um tiroteio o país vizinho. A presidenta tentou derrubar o presidente do Banco Central. Ele tem mandato. Avisou que só sai quando terminar seu tempo de lei. O país sofre com a briga do governo, a moeda aumenta e o povo se defende. Cristina Kirchner está sofrendo.

Brasil

» Presidente Lula disse que “nós pagamos as dívidas e temos boa base financeira”. Neste momento, é hora de volver olhos para a dívida interna, que aumenta aos galopes. Ela é a sustentação dos bancos. E isso rende bons reais a eles.

Pausa

» Pelo andar da carruagem, a Câmara Legislativa passa por prova de fogo. Nunca foi tão útil à sociedade brasiliense. Acostumada à política, a população candanga está decidida. Para voltar aos trabalhos, não será fácil.

Descanso

» Feichas Martins compara Arruda a Wenceslau Brás Pereira Gomes e Aureliano Chaves. Todos cresceram politicamente com o apoio incondicional de Itajubá. Arruda só não vai ocupar cargos mais altos do que já ocupou porque não soube contornar as seduções do poder. Isso os mineiros não perdoam, conclui o jornalista.

Precaução

» Vale lembrar a necessidade de cautela no uso de ar-condicionado durante o verão. A limpeza é essencial, já que o aparelho aloja ácaros, bactérias, fungos, vírus e transmissores de doenças. Paralisia facial é o perigo maior para o desequilíbrio da temperatura entre o ambiente interno e externo.

Conseguiu

» Quase 10 anos foram necessários para que uma consumidora tivesse a sentença do processo que encaminhou à 1ª Vara da Fazenda Pública do DF. Seu carro caiu em um bueiro que não tinha proteção. A indenização foi por danos morais, materiais e estéticos. Ela ficou com uma cicatriz na perna.


História de Brasília

“Então volte para o seu lugar, mas pague a passagem”, disse o presidente, ao se despedir do amigo que preferiu servir ao governo paulista. (Publicado em 22/2/1961)

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