domingo, dezembro 06, 2009

FLAMOR


O BLOG ABILOLOU

TÁ COM INVEJA?


ANCELMO GÓIS

A maior torcida...

O GLOBO - 06/12/09


Como diria o corintianovascaíno Lula, nunca antes na história deste país houve tanta procura por ingressos para um jogo de futebol como neste Flamengo x Grêmio de hoje, que pode dar o título de campeão brasileiro ao time rubronegro (Mengoooooooo!!!).

...do mundo

Estimativa do setor de arrecadação do Fla mostra que, se o Maracanã fosse infinito, a demanda por ingressos para a partida permitiria a venda, acredite, de algo entre 800 mil e 1 milhão de bilhetes.
Ou seja, seriam necessários dez Maracanãs.


Brasília é uma festa

O Senado contratou a Sweet Festas Ltda. para organizar o serviço de bufê de um almoço na residência oficial do presidente da Casa, José Sarney, dia 26 passado.
O rega-bofe custou R$ 7.880, diz a ONG Contas Abertas.

Eu me amo

O deputado ACM Neto é pequenininho, mas tem uma vaidade enorme.
Em seu gabinete, o destaque é uma... fotona dele mesmo.

As Helenas

Desde a estreia da novela “Viver a vida”, do mestre Manoel Carlos, em setembro, a Clínica Perinatal, no Rio, registrou o nascimento de dez Helenas.
No mesmo período do ano passado, nasceram ali só duas meninas com este nome.

Múltipla escolha

Lya Luft acaba de entregar à Editora Record seu novo livro, “Múltipla escolha”.
São reflexões sobre a vida, o envelhecimento, a felicidade e as relações afetivas, temas recorrentes na obra da autora. Sai em março.

Tribunal Maçônico

É claro que o maior dos problemas de Arruda não é este.
Mas o governador causa desconforto na maçonaria. É que o mensaleiro é mestre maçom.
Há um movimento entre os integrantes da associação para acionar o Tribunal Maçônico com a intenção de expulsálo da Sublime Ordem.

A mãe de Glauber...

Por falar em Arruda, o mensaleiro, que foi casado com a atriz Mariane Vicentini, criou uma rede de amigos no meio intelectual.
O governador escreveu o livro “Lúcia, a mãe de Glauber”, biografia da mãe do grande cineasta brasileiro.

No mais...

Em que pese uma certa operação abafa feita por mensaleiros do DEM, do PSDB e PT, vale a ironia.
Tá difícil quebrar o galho de Arruda. Com todo o respeito.

ZONA FRANCA

l Alberto Dines lança a edição comemorativa dos 35 anos do livro “O papel do jornal”, na Travessa do Shopping Leblon, amanhã.

l Júlio Linhares festeja hoje dez anos da Pousada Maravista, em Búzios.

l A turnê de Beyoncé será promovida pelas produtoras Mondo Entretenimento, Planmusic, de Luiz Oscar Niemeyer, e Caco de Telha (BA).

l Claudio Henrique lança “Uma rua sem vergonha”, terça, às 21h, na Boate Erótika, na Rua Prado Jr.

l Dom João de Orleans e Bragança lança “Olhar de João — Fotografias de um príncipe do Brasil”, quarta, no Jardim Botânico.

l Hoje, o Samba no Sítio recebe Mauro Diniz, Noca, Tia Surica e a bateria da Portela.

DANUZA LEÃO

Adorável intimidade

FOLHA DE SÃO PAULO - 06/12/09



ão tem hora para desejar boas coisas às pessoas, nem para mandar um beijo, mesmo não as conhecendo
NÃO SEI como é em outras cidades, mas no Rio você não precisa conhecer uma pessoa para ser tratada como se fosse amiga de infância.

Se telefonar para uma empresa qualquer -seja para encomendar um toldo, pedir uma pizza ou saber do preço de um remédio-, quem atende ao telefone te trata imediatamente com um carinho que você talvez nunca tenha recebido dos mais próximos, sangue do seu sangue.

"Sim, minha linda", "Claro, meu amor", "Já já, paixão". Não é maravilhoso que pessoas que nunca te viram sejam tão afetuosas e pareçam te amar tanto? É por essa razão -também- que os estrangeiros se apaixonam por esta maravilhosa cidade.

É bem verdade que essas adoráveis intimidades acontecem, mais frequentemente, pelo telefone; outro dia, uma amiga estava em minha casa e pediu o telefone do meu estofador. Aí ligou para ele -que nunca havia visto- e, quando se despediu, disse "um beijo", que tal?

Fico imaginando se alguma secretária na França, país tão protocolar, falaria ao telefone com um cliente da empresa dizendo "Oui, mon trésor", ou "Non, mon amour". Se isso acontecesse, estaria arriscada a ser enviada para um asilo de loucos; nunca, mas nunca, ninguém ouviu isso na França. Aliás, acho que em nenhum país do mundo, aliás em nenhuma cidade. E isso é bom ou ruim? Nem bom nem ruim, mas acho que mais para bom, pois sempre sorrio quando me acontece, o que é sempre uma coisa boa.

Já que estou falando sobre o Rio, cidade que eu adoro (apesar de tudo), vou contar como foi minha manhã hoje, e não vale ficar com inveja; aliás, até vale, mas só um pouquinho. Às 7h saí e fui para a praia, a três quarteirões de minha casa. Estava um sol radioso, a praia quase vazia, e comecei dando uma caminhada na calçada, em homenagem à minha saúde.

Voltei pela areia, molhando os pés na água. Sinceramente, tem alguma coisa melhor? Já de volta -não se pode tomar sol a partir das 8h30-, parei num quiosque, sentei numa cadeira e tomei uma água de coco, pela qual paguei R$ 2,50. Teria adorado comer a polpa, mas como ouvi dizer que engorda loucamente, me privei desse prazer.

Voltei passando pela feira, onde prestei uma atenção especial às barracas de peixes, de frutas, de legumes, tudo mais lindo do que qualquer quadro do mais famoso dos pintores. E o tratamento que recebi? Nem uma rainha foi, jamais, tratada melhor.

Os donos das barracas, ao oferecer seus produtos, foram tão calorosos que, se eu me distraísse, seria capaz de levar as beringelas lindas mas insossas, as abobrinhas que não têm gosto de nada ou a metade de uma jaca; você já reparou em como é divertida a natureza? E fala sério: do que você mais gosta na vida?

De comer caviar servido por um garçom antipático, ou uma sardinha na brasa sendo chamada de "paixão"? Sendo bem tratada, eu quero comer sardinhas até o fim da vida.

Todos os dias minha empregada, quando vai embora, se despede dizendo "um beijo". Eu também digo "um beijo", e adoro. Adoro viver assim.

E adoro tanto, que vou terminar essa crônica mandando um beijo pra você, leitor, meu tesouro, e aproveito para desejar um feliz Natal, e um maravilhoso 2010. Ah, ainda não está na hora?

Mas não tem hora para desejar boas coisas às pessoas, nem para mandar um beijo, ou beijinho, mesmo não as conhecendo.
Assim, a vida fica melhor.

SEMPRE FLAMENGO

Uma vez flamengo,
Sempre flamengo.
Flamengo sempre, eu hei de ser.
É meu maior prazer vê-lo brilhar,
Seja na terra, seja no mar.
Vencer, vencer, vencer!
Uma vez flamengo,
Flamengo até, morrer!


Na regata, ele me mata,
Me maltrata, me arrebata.
Que emoção no coração!
Consagrado no gramado;
Sempre amado;
O mais cotado nos fla-flus é o 'ai, jesus!'
Eu teria um desgosto profundo,
Se faltasse o flamengo no mundo.
Ele vibra, ele é fibra,
Muita libra já pesou.
Flamengo até morrer eu sou!


MERVAL PEREIRA

A ameaça da bolha

O GLOBO - 06/12/09


A advertência do Prêmio Nobel de Economia Paul Krugman, de que os grandes fluxos de recursos para o Brasil ameaçam o país com uma bolha financeira, em condições normais de temperatura e pressão deveria ter afetado a Bolsa de Valores e a cotação do dólar. Mas em tempos de exuberância irracional, nada aconteceu. Suas opiniões tiveram o mesmo peso das de um vencedor do Prêmio Nobel de Química que falasse sobre economia

É verdade que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, sentindo cheiro de queimado, apressou-se em rebater os comentários, aqui e também em Lisboa, onde na sexta-feira recebeu o Prêmio Personalidade do Ano 2008 da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira (CCILB).

Lá, ele teve que acalmar investidores europeus e deixou escapar até que deve mesmo permanecer no cargo até o final do mandato do presidente Lula, sem se candidatar em 2010. Tudo para garantir o controle das contas públicas.

Pelo menos até março, com a desconfiança de alguns setores com a deterioração dos fundamentos macroeconômicos, Meirelles vai manter a versão de que continuará no governo. Se tiver que subir os juros para conter a demanda, em alta acelerada no início do ano eleitoral, e não conseguir por injunções políticas, vai ser difícil conter a crise política.

O atual diferencial dos juros pagos no Brasil, já muito acima dos ofertados pela maioria dos países, é a explicação mais imediata para a entrada maciça de capitais.

Mas é inegável que juros mais altos só funcionam se a credibilidade do país é boa, e a nossa está excelente agora, como revela a revista “Newsweek” e já salientou a inglesa “The Economist”, fruto de muitas reformas e de anos de governança macroeconômica equilibrada.

O economista Paul Krugman foi bastante específico na sua análise de longo prazo, citando problemas concretos como a sobrevalorização do real, a falta de infraestrutura e o baixo nível de educação da população brasileira como entraves a que o país se torne uma “superpotência econômica”.

Mas as maiores incertezas sobre o futuro da economia, a curto prazo, giram em torno da área fiscal. O mercado financeiro, tanto local quanto internacional, não parece estar se dando conta da deterioração dos fundamentos econômicos.

Uma voz solitária a levantar dúvidas sobre o que está acontecendo, em relatório de outubro, é Luis Stuhlberger, gestor de fundos Grifo, considerado um dos maiores e melhores gestores de ativos no país e um formador de opinião do mercado.

Primeiro, ele faz uma análise dos últimos anos, desde a implantação do Plano Real, para mostrar como, assim como analisou Krugman, o Brasil “ainda possui grandes desafios” para ser considerado uma “superpotência econômica”, como muitos, inclusive do governo, querem fazer crer.

A taxa média de crescimento do PIB brasileiro tem sido de 2,9% nesse período de 15 anos, embora tenha sido de 4,8% nos últimos cinco anos. Contra uma taxa média de 8,9% no período de 1968 a 1980.

Para Stuhlberger, o que mais preocupa é que a crise internacional serviu de pretexto para o governo retroceder em aspectos importantes da política macro.

Ele cita alguns desses aspectos: as capitalizações no BNDES, a maior participação dos bancos públicos no mercado de crédito e a troca de comando no Banco do Brasil; a força da Petrobras e o desenho do novo marco regulatório do pré-sal, que indicariam que o governo não enxerga mais limites na sua restrição orçamentária; e as investidas contra a Vale do Rio Doce.

Um dos pontos de maior preocupação é a política fiscal expansionista, que ele chama de “keynesianismo tropical”, assim definido: aumento de gastos correntes permanentes, especialmente com o que o economista Raul Velloso chama de “pagamento direto a pessoas”, e não com investimentos em infraestrutura.

De fato, o Brasil gastou apenas 5% em investimentos do setor público em 2008, contra 15% do México. E os gastos com pessoal, previdência, Bolsa-Família e outros chegam este ano a 77% dos gastos totais.

Juntando a isso a participação cada vez maior do PMDB no governo, devido à campanha eleitoral que se avizinha apertada, surge uma inquietação, segundo Luis Stuhlberger: este modelo de estado forte, mais interventor e “protagonista” do crescimento é compatível com reformas econômicas que reduzam a carga tributária e o gasto público? Um problema desse modelo é que ele, segundo Stuhlberger, pressupõe um crescimento elevado, em torno de 4% ao ano, já que está baseado em arrecadação e/ou endividamento crescentes para financiar os aumentos dos gastos correntes e as transferências de recursos para os bancos públicos e empresas estatais. “Se tudo der errado, a conta fechará com inflação mais alta”, adverte.

O mercado, na análise de Luis Stuhlberger, está dando “um waver (perdão) gigante para as decisões equivocadas do governo” devido à abundância da liquidez internacional e o elevado grau de confiança que o Brasil conquistou nos últimos anos.

O estudo de Luis Stuhlberger mostra, por exemplo, que os reajustes concedidos ao funcionalismo federal durante o governo Lula foram “totalmente fora da realidade”.

Enquanto o salário médio da economia teve taxa de crescimento real de apenas 0,4% entre 2002 e 2009, segundo o IBGE, o aumento real do funcionalismo federal variou de 12,1% a 61,8%.

A análise mais corrente no mercado financeiro é de que a médio e longo prazos, se houver problema, o futuro presidente resolverá fazendo os ajustes necessários.

Já na análise política, a pergunta é se o sucessor de Lula, seja ele quem for, terá condições de governar se o ajuste necessário lá na frente ficar muito duro diante da irresponsabilidade do presente.

DIRETO DA FONTE

Ri-rai-rei

SONIA RACY

O ESTADO DE SÃO PAULO - 06/12/09


R(e)icardo Berzoini foi amavelmente batizado por colegas do PT e da base aliada de... Rainha da Inglaterra. Tudo porque insiste em passar o cetro do partido a José Eduardo Dutra somente em fevereiro.
É que Dutra, hoje, já tem o que em Honduras chamam de "poder de facto".

voar é preciso
O concerge do Plaza Athénée, de Paris, atendeu um casal de brasileiros que queria saber onde era o melhor lugar para degustar trufas brancas, além do hotel. O moço arriscou: Alba, na Itália.
Não é que eles pediram para que providenciasse um jato para irem almoçar no mesmo dia? Sem perguntar preço.

green card
Marina Silva deixou boa impressão no almoço que teve, semana passada, com empresários do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial. Sua atuação foi considerada muito equilibrada e madura.
Chegaram à conclusão que sua candidatura fará, no mínimo, bem para o País.

Cores íntimas
As lingeries com cores temáticas continuam sendo a preferência nacional entre as mulheres para a passagem do ano, segundo pesquisa fresquinha da Duloren.
A dupla campeã? Sutiãs amarelos - para atraírem boa fortuna - combinados com calcinhas vermelhas - tom da paixão. Combina?

Costura bem feita
O roteiro cinematográfico sobre a história da poetisa americana Elizabeth Bishop, feito por Carol Kotcho, será baseado em várias pesquisas e livros, entre eles Flores Raras e Banalíssimas, da escritora Carmen Oliveira.
Sob a batuta de Bruno Barreto que já chamou Gloria Pires para ser Lota Soares.

Responsabilidade social

Seu Jorge canta Michael Jackson, terça, no Unique. Em prol do Instituto Criar de TV e Cinema, de Luciano Huck.

Elton John e Lily Allen pilotam a festa-leilão beneficente Grey Goose Character & Cocktails. Hoje, em Londres.

O Banco de Desenvolvimento da Alemanha doará 6,5 milhões de euros para o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade. Em apoio à Mata Atlântica.

Andrea Jung, da Avon, desembarca no Brasil na terça. Vai inaugurar o Centro de Prevenção de Câncer de Mama Instituto Avon, em Barretos.

O Natal da Rua Amauri será beneficente. Com a venda de enfeites das árvores, ajudará o Projeto Velho Amigo, o Instituto Arte de Viver Bem e o Projeto Obra do Amor Maior.

Acontece hoje, no Parque Ibirapuera, o evento Tô no Clima para Salvar o Planeta, organizado pela campanha TicTacTicTac. Com shows de Zelia Duncan e Mariana Aydar.

A Fundação Orsa e junto com o Graacc lançaram a Campanha de Incentivo à Doação do IR Devido, em benefício de projetos apoiados pelas entidades.

O Lar Escola São Francisco está arrecadando brinquedos para sua campanha de Natal. As doações podem ser feitas até o dia 11, na sede da instituição.

Convidado pela Super Casas Bahia, Beto Von Poser projeta o espaço do projeto socioambiental dos Amigos do Planeta.

Os Doutores da Alegria mostram a história de sua trajetória em uma mostra fotográfica. Nesta semana, em Pinheiros.

O curta Tia Dita, dos alunos das Oficinas Tela Brasil, sob supervisão de Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi, foi selecionado para exibição na 16ª edição do Vitória Cine Vídeo.

CLÓVIS ROSSI

Nem agora nem nunca. Mas logo

FOLHA DE SÃO PAULO - 06/12/09



BERLIM - Na quinta-feira, o dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontrou-se com a chanceler alemã Angela Merkel, o movimento ambientalista Greenpeace "empapelou" a estação central de Berlim com "banners" a respeito da cúpula do clima que começa amanhã em Copenhague.
Um deles dizia: "Jetzt oder nie" ("agora ou nunca"), uma maneira mais ou menos radical de dizer que ou se salva o planeta agora ou nunca mais. Os dois líderes preferiram responder, conforme esta Folha já relatou, nem agora nem nunca.
Traduzindo: Copenhague nem vai estabelecer metas de cumprimento obrigatório por todos os países para conter a emissão de gases que causam o aquecimento global nem vai deixar de preparar o mapa do caminho para chegar a elas o mais depressa possível.
O risco dessa ambiguidade é o de abrir caminho para o corpo mole e para o crescimento dos negacionistas da ameaça climática.
Seria bom, por isso, que os governantes todos recebessem cópias da coluna de Martin Wolf no "Financial Times" da quarta-feira. Nem Wolf nem o seu jornal são militantes do Greenpeace, alucinados ambientalistas ou nada que se pareça com radicalismos de qualquer espécie (depois da crise global, nem mesmo na defesa do livre mercado o "FT" tem sido fundamentalista).
Wolf começa por admitir que "a ciência que enfatiza a mudança climática é altamente incerta". É a mais pura verdade.
Mas, em seguida, o colunista acrescenta: "Dados os riscos, nós temos que estar bastante seguros de que a ciência está errada antes de seguir os céticos. Quando soubermos que não está [errada], será provavelmente tarde demais para agir eficazmente".
Fecho: "Não podemos repetir experimentos, tendo um só planeta". Tudo somado, pode não ser "agora", como cobra o Greenpeace, mas o prazo está se esgotando.

GOSTOSO

O MANTO
SAGRADO

VAMOS FLAMENGO

Vamos Flamengo...
Vamos Ser Campeões
Vamos Flamengo

Minha Maior Paixão
Vamos Flamengo
E Essa Taça Vamos Conquistar!

Vamos Flamengo...
Vamos Ser Campeões
Vamos Flamengo

Minha Maior Paixão
Vamos Flamengo
E Essa Taça Vamos Conquistar!


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

O desafio das drogas

O ESTADO DE SÃO PAULO - 06/12/09


Um dos temas mais difíceis do mundo contemporâneo é o que fazer com o uso de drogas. Existem algumas comprovações bem estabelecidas sobre a questão. Se é verdade que sempre houve consumo de diferentes tipos de drogas em culturas muito diversas - embora não em todas -, não menos verdade é que ele no geral se deu em âmbito restrito e socialmente regulamentado, principalmente em cerimônias rituais. Não é esse o caso contemporâneo: o uso de drogas se disseminou em vários níveis da sociedade, com motivações hedonísticas; no mais das vezes, sem aprovação social, embora, dependendo da droga, haja certa leniência quanto aos usuários.

Sabe-se também que todas as drogas são nocivas à saúde, mesmo as lícitas, como o álcool e o tabaco. E que algumas são mais nocivas do que outras, como a heroína e o crack. A discussão sobre se o consumo de drogas mais fracas induz ao de outras mais fortes é questão médica sobre a qual não há consenso. Para fins de política pública o importante a reter é que as drogas produzem consequências negativas tanto para o usuário quanto para a sociedade e que reduzir ao máximo o seu consumo deve ser o principal objetivo.

A discussão, portanto, é sobre diferentes estratégias para atingir o mesmo objetivo. Até agora a estratégia dominante tem sido a chamada "guerra às drogas". Foi sob a sua égide, sustentada fundamentalmente pelos Estados Unidos, que as Nações Unidas firmaram convênios para generalizar a criminalização do uso e a repressão da produção e do tráfico de drogas.

Decorridos dez anos, a agência da ONU dedicada às drogas reuniu-se este ano em Viena para avaliar os resultados obtidos pela política de "guerra às drogas". Simultaneamente, na Europa e na América Latina, comissões de personalidades independentes fizeram o mesmo, apoiando-se em análises preparadas por especialistas. Eu copresidi com os ex-presidentes da Colômbia e do México, respectivamente César Gaviria e Ernesto Zedillo, a comissão latino-americana. Nossa conclusão foi simples e direta: estamos perdendo a guerra contra as drogas e, a continuarmos com a mesma estratégia, conseguiremos apenas deslocar campos de cultivos e sedes de cartéis de umas para outras regiões, sem redução da violência e da corrupção que a indústria da droga produz. Logo, em lugar de teimar irrefletidamente na mesma estratégia, que não tem conseguido reduzir a lucratividade e, consequentemente, o poderio da indústria da droga, por que não mudar a abordagem? Por que não concentrar nossos esforços na redução do consumo e na diminuição dos danos causados pelo flagelo pessoal e social das drogas? Isso sem descuidar da repressão, mas dando-lhe foco: combater o crime organizado e a corrupção, em vez de botar nas cadeias muitos milhares de usuários de drogas.

Em todo o mundo se observa um afastamento do modelo puramente coercitivo, inclusive em alguns Estados americanos. Em Portugal, onde desde 2001 vigora um modelo calcado na prevenção, na assistência e na reabilitação, diziam os críticos que o consumo de drogas explodiria. Não foi o que se verificou. Ao contrário, houve redução, em especial entre jovens de 15 a 19 anos. Seria simplista, porém, propor que imitássemos aqui as experiências de outros países, sem maiores considerações.

No Brasil, não há produção de drogas em grande escala, exceto maconha. O que existe é o controle territorial por traficantes abastecidos principalmente do exterior. Dada a miserabilidade e a falta de emprego nas cidades, formam-se amplas redes de traficantes, distribuidores e consumidores que recrutam seus aderentes com facilidade. O País tornou-se um grande mercado consumidor, alimentado principalmente pelas classes de renda média e alta, e não apenas rota de passagem do tráfico. Enquanto houver demanda e lucratividade em alta será difícil deter a atração que o tráfico exerce para uma massa de jovens, muitos quase crianças, das camadas pobres da população.

A situação é apavorante. O medo impera nas favelas do Rio. Os chefões do tráfico impõem regras próprias e "sentenciam", mesmo à morte, quem as desrespeita. A polícia, com as exceções, ou se "ajeita" com o tráfico ou, quando entra, é para matar. A "bala perdida" pode ter saído da pistola de um bandido ou de um policial. Para a mãe da vítima, muitas vezes inocente, dá no mesmo. E quanto à Justiça, não chega a tomar conhecimento do assassinato. Quando o usuário é preso, seja ou não um distribuidor, passa um bom tempo na cadeia, pois a alegação policial será sempre a de que portava mais droga do que o permitido para consumo individual. Resultado: o usuário será condenado como "avião" e tanto quanto este, ao sair, estigmatizado e sem oferta de emprego, voltará à rede das drogas.

É diante dessa situação que se impõem mudanças. Primeiro: o reconhecimento de que, se há droga no morro e nos mocós das cidades, o comércio rentável da droga é obtido no asfalto. É o consumo das classes médias e altas que fornece o dinheiro para o crime e a corrupção. Somos todos responsáveis. Segundo: por que não "abrir o jogo", como fizemos com a aids e o tabaco, não só por intermédio de campanhas públicas pela TV, mas na conversa cotidiana nas famílias, no trabalho e nas escolas? Por que não utilizar as experiências dos que, na cadeia ou fora dela, podem testemunhar as ilusões da euforia das drogas? Não há receitas ou respostas fáceis. Pode-se descriminalizar o consumo, deixando o usuário livre da prisão. As experiências mais bem-sucedidas têm sido as que vêm em nome da paz, e não da guerra: é a polícia pacificadora do Rio de Janeiro, não a matadora, que leva esperança às vítimas das redes de droga. Há projetos no governo e no Congresso para evitar a extorsão do usuário e para distinguir gradações de pena entre os bandidos e suas vítimas, mesmo quando "aviões", desde que sejam réus primários. Vamos discuti-los e alertar o País.

Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, foi presidente da República

BRASIL S/A

Danos colaterais

CORREIO BRAZILIENSE - 06/12/09


Políticos querem se convencer de que grosso da corrupção é caixa 2 de campanha, não um processo


O novo escândalo no poder, batizado de “mensalão do DEM”, outra vez baratinou os líderes políticos. Uns, cobrados a explicar a mão na botija gravada em vídeo. Outros, instados a condenar os pecados alheios. Todos com a sensação de que já não convencem ninguém.

Não há o que convencer. A roubalheira na política e na gestão do Estado se tornou meio de vida. É um processo com raízes profundas, vem de longe, está mais que estudado, assim como identificadas as suas causas e os meios de minimizá-las. Dificilmente vai diminuir.

Não pelo menos enquanto prosperar a lenda entre as lideranças dos partidos e a academia de que apenas a reforma política e eleitoral redimirá a atividade parlamentar. O presidente Lula relançou essa proposta, para ele, viabilizada por uma Assembleia Constituinte, ao ser indagado sobre as imagens, divulgadas pela
Polícia Federal, de políticos do Distrito Federal pegando propinas.

“Enquanto não tiver uma reforma política, nós vamos ser pegos de sobressalto com notícias dessa magnitude”, Lula argumentou. É uma tese respeitável. Mas antes cabe considerar o que poderia ajudar a reduzir a roubalheira o financiamento público de campanha, o voto em listas de candidatos indicados pelos partidos e não no nome do postulante a um mandato parlamentar — tópicos das duas propostas de reforma formuladas pelo governo Lula e paradas no Congresso.

O corolário é que as malfeitorias na política se atém a questões de custeio das campanhas eleitorais dos partidos e candidatos. Não bastariam o horário eleitoral em TV e rádio dado aos partidos e o acesso ao fundo partidário suprido com verbas do orçamento fiscal.

É muito dinheiro, ao qual se adiciona o custo da base regional de deputados e senadores, incluindo aluguel de escritório, assessores e cota de combustível, pago pelo Congresso, sem qualquer restrição de uso dos benefícios mesmo em períodos eleitorais. Trata-se de um privilégio usufruído por candidatos à reeleição sobre os calouros.

Os políticos querem se convencer, e aos eleitores, de que é só do que se trata o grosso da corrupção em que seus pares são flagrados com frequência embaraçosa: a contabilização em caixa 2 das doações de empresas aos partidos e o custeio paralelo de gastos que seriam glosados pela Justiça eleitoral — coisas que “todos fazem”, como alegou Lula ao tentar justificar em 2006 o mensalão do PT. É o que também argúem os tucanos enredados em seu mensalão, ou caixa 2.

Compulsão ao ilícito

E se a sociedade aceitasse gastar mais dinheiro público com os partidos? O problema provavelmente continuaria do mesmo tamanho, já que, à luz das diligências policiais e do
Ministério Público, o desvio é menos por razões eleitorais que pela compulsão à fortuna ilícita de parte dos políticos e da burocracia conluiada durante o exercício dos mandatos. E isso em Brasília e instâncias regionais.

O custeio de campanhas é o menor dos problemas, até porque menos frequentes. O terror começa depois das eleições. Mas não apenas a pretexto de assegurar ao governante condições de governabilidade, o que passa pela administração compartilhada com os partidos da base de apoio, e, sim, com fins mercantilistas. Esse é o cancro.

Tudo muda e continua

E de onde vem o dinheiro? Do lugar de sempre: o Tesouro público, por meio de licitações viciadas, obras superfaturadas, contratos propositalmente mal redigidos e não fiscalizados e por aí vai. Do empresário-cúmplice sai o molha-mão ao intermediário e daí se faz a distribuição. As administrações mudam, os partidos se alternam, os esquemas se transformam, mas são os mesmos. Na construção e em serviços, como empreitagem de mão de obra terceirizada, suporte a redes de dados, call centers, limpeza predial, as atividades onde as irregularidades são mais habituais. E como se sabe?

Está registrado

Os relatórios do Tribunal de Contas da União têm o que se precisa para refazer o caminho das malfeitorias. A Controladoria-Geral da União também vem tendo papel-chave no cerco à corrupção no governo central, especialmente na gestão atual, do ministro Jorge Hage. E em vários estudos de técnicos da Consultoria de Orçamento tanto da Câmara como do Senado estão diagnósticos precisos sobre as causas das irregularidades e propostas para corrigí-las. Os estudos sobre mitos em torno do TCU e as transferências voluntárias da União a estados e municípios, ambos recentes, são imperdíveis como pontos de partida para moralizar a aplicação dos dinheiros públicos. Quem sabe, depois, aí sim, examinar a necessidade de reforma política.

Didática do pré-sal

Já agora está se criando outro maná de desperdícios e desvios com a revisão das regras de partilha dos royalties do pré-sal. Estudo de dois professores do London School of Economics, que veremos em outra coluna, detectaram ser irrisório o efeito dos royalties para a melhora dos níveis sociais dos municípios hoje beneficiados, não obstante os acréscimos de receitas sejam significativos. Segundo eles, há evidências de que o “dinheiro desaparecido” se esvai pelo ralo da corrupção. Há propostas para direcionar os royalties para programas sociais, como saneamento. Os deputados a ignoraram. Os senadores terão a sua vez. Acompanhe a discussão. Ela é didática.

VINÍCIUS TORRES FREIRE

Brasília fica lá no Brasil

FOLHA DE SÃO PAULO - 06/12/09


Brasília tem seus horrores típicos, mas também serve de entreposto de transações de taras e selvagerias nacionais


VOLTOU À MODA xingar Brasília. Em São Paulo, o desprezo misturado a repugnância é enorme. Brasília, além de palco central da corrupção, é a capital do (resto do) Brasil, esse país tido como esquisito ou apenas turístico por muito paulista mais bem posto na vida. Embora desbotada pelos anos e pelo ridículo xenófobo da coisa, a mitologia do trem a carregar o Brasil sobrevive como um baixo contínuo a zunir na memória dos paulistas.
Mais recentemente, a mitologia ganhou verniz mercadista. Isto é, São Paulo como praça-forte da iniciativa privada e da finança moderna, cosmopolita, Nova York com Califórnia e Miami, Estado expropriado pela burocracia incapaz, pelas derramas de impostos e pelo país atrasado, mas centro cultural brasileiro. Releva-se que, apesar de USPs e tantos "eventos culturais", as notas dos estudantes daqui sejam piores que as de meninos de outros lugares do país, que de resto se diverte com novelas da TV Globo do Rio.
Isto posto, São Paulo é um dos poucos lugares em que não se veem aquelas placas do governo federal que decoram obras em cacimbas, estradas ou universidades pelo Brasil. Enfim, a economia moderna apareceu aqui, na comunhão de industriais meio brucutus com burocratas desenvolvimentistas de todo o país reunidos na antiga capital, o Rio.
O PIB per capita do Distrito Federal é quase o triplo da média brasileira, o que causa escândalo, mas resulta apenas de a cidade ser um centro político criado na poeira do cerrado, sem história ou economia. Se Brasília foi um erro, agora é incontornável. Há muita corrupção puramente local? Pode ser, pois lá as empresas servem quase apenas ao governo -trata-se mais de um caso de especialização. Os desclassificados maiores da política que adoramos detestar atuam no palco brasiliense? A seleção do elenco é feita em todo país, com variações regionais no mau gosto. Por falar nisso, a cidade cantada pela arquitetura é uma mistura de prédios comerciais feios, como os de quase todo o país, com lugares semelhantes a cemitérios de faraós em que foram plantados megálitos soviéticos, como a esplanada dos ministérios. O acabamento de prédios menos feios é ruim; a cidade parece precocemente podre graças à má qualidade da mão de obra e da falta de cuidado das empresas que a construíram, feiura e falta de capricho tipicamente brasileiras. E a cafonice política, sim, empesteia a cidade.
Mas Brasília não é uma "síntese do Brasil". Está mais para vitrine e entreposto de transações de taras e selvagerias nacionais. Em São Paulo se diz, sardonicamente, que há muito corrupto primitivo em Brasília e no resto do país, gente que esconde dinheiro nas partes, com parentelas extensas e agregados de casa grande, de nomes exóticos. Aqui, centro da finança, lava-se mais branco e tecnicamente o dinheiro sujo. Daqui saem o grosso da verba que cimenta a comunhão de empresa e Estado e as tecnologias de corrupção. Aqui se compram decretos, votações e contrabandos em leis com fundos que ajudam a sustentar coronelatos e caciquias das regiões mais selvagens ou decadentes do país, a nossa versão de sempre de "desenvolvimento desigual e combinado" (atenção, é sarcasmo). Tudo assentado na vasta ignorância da vasta tigrada.

ELIO GASPARI

O Lulismo chavista apresenta o Chaveco

FOLHA DE SÃO PAULO 06/12/09



Nosso Guia quer convocar a Constituinte, mas não diz que só se consegue isso com o país em estado de choque

QUANDO LULA disse em Kiev que "os partidos políticos deveriam estar defendendo, neste momento, para depois das eleições de 2010, uma Constituinte específica para fazer uma legislação eleitoral para o Brasil", ele informou que no seu baralho há a carta do chavismo plebiscitário. Melhor dizendo, do chaveco.
Lula atribui as malfeitorias do PT e do DEM a imperfeições das leis eleitorais. A solução estaria numa reforma política e acrescenta que já mandou dois projetos ao Congresso, mas eles não andaram. Há aí uma mistura de bobagens com fantasias.
Bobagem é dizer que o governo mandou projetos de reforma política ao Congresso. É fantasia que se tenha empenhado no assunto. O que o PT quer é o financiamento público de campanha e o voto de lista para a escolha dos deputados. Ganha uma vigem à Ucrânia quem acha que o financiamento público impedirá o movimento dos maços de dinheiro do governador José Roberto Arruda e dos aloprados da campanha do senador Aloizio Mercadante. Ganha um fim de semana em Caracas quem acredita que o sistema político brasileiro melhorará se as direções partidárias do DEM, do PT e do PSDB passarem a determinar as chances de seus candidatos serem mandados à Câmara.
Tudo isso é pouco diante da proposta da Constituinte. Lula diz bobagens absolutas ("minha mãe nasceu analfabeta"), mas deve-se prestar atenção nas batatadas que, parecendo bobagens, são espertezas, das boas. Nosso Guia sabe que só se pode convocar uma Constituinte com três quintos do Senado (49 votos) e da Câmara (308 deputados). Ele sabe que não tem esses votos e que não os conseguirá sem que a política brasileira entre num estado de choque.
Como conseguir os três quintos? Emparedando o Congresso, botando nas ruas os companheiros das centrais sindicais e dos movimentos sociais (uma viagem a Cuba para quem souber o que é isso). É uma manobra difícil e perigosa, João Goulart que o diga. No estilo de Nosso Guia: o dado concreto é que, de mansinho, o presidente da República colocou a carta da Constituinte no baralho do debate político.
Teme-se que o Lulismo deságue num Chavismo. Nessa batida, apareceu o Chaveco.

A PATRANHA DE JOBIM COMPLETOU DOIS ANOS

Transcorreu sem sobressaltos o segundo aniversário do dia em que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, convocou a imprensa e anunciou a maior lorota de seu mandarinato. Em dezembro de 2007 ele informou que o governo concluíra um pacote de medidas para ressarcir os passageiros de companhias aéreas que ralassem atrasos nos aeroportos ou não conseguissem embarcar porque as empresas venderam mais passagens do que podiam. Coisa fina. Num voo do Rio para Brasília o passageiro seria ressarcido em 5% do valor do bilhete caso o voo atrasasse mais de meia hora. O percentual subiria, chegando a 50% nos atrasos superiores a cinco horas. A compensação poderia ser dada com milhas.
O ministro disse que o plano entraria em vigor logo depois do Carnaval de 2008, por meio de uma medida provisória. Cadê?
O Ministério da Defesa garante que o projeto da MP está na Casa Civil. Cadê? Nem MP, nem iniciativa do governo remetida ao Congresso, onde tramita, desde 2004, um projeto da senadora Serys Slhessarenko. Na sua versão atual ressarce as vítimas de overbooking e pega pesado no caso dos atrasos superiores a duas horas. Pelo jeito, tramitará por mais cinco anos.
Quem acreditou em Jobim fez papel de paspalho. Ele não voltou a falar do assunto e a doutora Solange Vieira, da Anac, acha que o consumidor maltratado tem mais é que procurar o Procon. Boa ideia, para dar queixa da propaganda enganosa de Jobim.

BOBEIRA
Os companheiros Obama e Lula estão brincando com coisa séria. O contencioso das relações Brasil-Estados Unidos está se expandindo e nenhum dos dois países tem embaixador morando na capital do outro. Quando Obama chegou à Casa Branca havia divergências na área comercial, e só. De lá para cá apareceram as bases colombianas, os golpistas hondurenhos, o flerte do Brasil com o Irã e até o garoto Sean. O chanceler Celso Amorim parece estar em busca de uma encrenca que lhe permita montar um palanque antiamericano.

EREMILDO, O IDIOTA
Eremildo é um idiota, defende a teoria do "choque de gestão" do governador Aécio Neves e convenceu-se de que em Brasília funcionava um laboratório para o desenvolvimento de novos paradigmas administrativos. Isso porque Aécio disse o seguinte: "O governador Arruda, do ponto de vista da gestão, faz um governo que é reconhecido pela população de Brasília como um governo extremamente eficiente".

MADAME NATASHA
Madame Natasha adoraria ser assediada pelos rapazes da Uniban. Ela resolveu dar uma de suas bolsas de estudo ao vice-reitor do educandário, doutor Ellis Wayne Brown, pelo seguinte raciocínio: "A dimensão do valor agregado contempla a diferença entre o nível de formação de ingresso do aluno no ensino superior e o de saída, ao término dos estudos. O ensino superior privado, dados os níveis de qualificação dos ingressantes, precisa gerar maior valor agregado do que o ensino público para atingir um mesmo nível de qualificação final". Natasha acredita que o doutor tentou dizer que os alunos chegam às faculdades privadas sabendo menos que os calouros das universidades públicas.

PESADELO TUCANO
O tucanato paulista teme que a crise do DEM de Brasília transborde para a cidadela do prefeito Gilberto Kassab. Num pesadelo, a relação apareceria no início de janeiro, com negócios semelhantes ao da Uni Repro Serviços Tecnológicos. A conexão poderia virar uma flor do recesso, nome que se dá aos temas que, por falta de assunto, ocupam o noticiário nas férias.

EVASÃO
Os ministros do Supremo Tribunal Federal mandaram ao Congresso um pedido de reajuste de até 56,5% para os servidores do Poder Judiciário. Entre outros motivos o aumento seria necessário para conter a migração de servidores da Justiça para outras carreiras. A fuga de mão de obra estaria entre 20% e 23%. Esse número não quer dizer nada. Nos últimos 23 anos a taxa de evasão do Supremo ficou na mesma faixa, entre 20% e 25%. Os ministros não deixaram a corte porque o dinheiro era pouco, pois se esse fosse o caso teriam abandonado o serviço público há décadas. Desde 1986 foram nomeados 20 ministros. Quatro foram-se embora antes da aposentadoria compulsória dos 70 anos: Célio Borja, Francisco Rezek (evadiu-se duas vezes), Nelson Jobim e Sepúlveda Pertence, que deixou o tribunal poucos meses antes de completar 70 anos. Pode-se somar a essa lista a ministra Ellen Gracie, que tentou migrar para a Corte de Haia e para a Organização Mundial do Comércio, sem sucesso.

MEIAS BLINDADAS
O deputado Leonardo Prudente, do DEM, explicou que guardou dinheiro nas meias, "em função da minha segurança". Tem toda razão. Brasília está cheia de ladrões.

JOSÉ SIMÃO

Ueba! Filme do Lula é o "Planeta 51!"

FOLHA DE SÃO PAULO - 06/12/09



E assaltante em Brasília não diz mais "mãos ao alto"! Agora é "meias pra baixo"!


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! Carro invade shopping na região oceânica de Niterói. Como é o nome da motorista? Maria Cleia PILOTTO! Pior, ela invadiu uma barbearia! E em Pelotas tem uma imobiliária chamada Fuhro Souto! Aí, um amigo meu ligou pra lá e a secretaria: "Fuhro Souto, boa tarde".
E essa de Goiânia: "Preso falso advogado que defendia quadrilha de falsos médicos". Isso que é falsidade ideológica. Só falta chegar em casa e descobrir que a mulher é travesti. E Brasília? Brasília tá um Deus nos arruda! O grande babado da semana é o DEMsalão, o mensalão do DEM.
DEM quer dizer Deu Em Merda! Rarará! Ou Dinheiro Em Meias. Aliás, o DEM mudou de nome pra Recebem! E outra piada pronta: sabe como se chama o deputado que escondeu grana na meia? Leonardo PRUDENTE. Prudente seria usar a meia em outro lugar: na cabeça. Pra não ser reconhecido. Tão filmando tudo! Pegaram até o Arruda! Com dinheiro no saco, de papel. Dinheiro em cueca, dinheiro em meia, dinheiro em bolsa. E dinheiro no cofrinho? Quero vídeo duma gostosa escondendo dinheiro no cofrinho! A Corrupta do Cofrinho! Rarará! E a frase do dia: o DEM leva dinheiro na meia, o PT leva na cueca e o povo leva no rabo! E assaltante em Brasília não diz mais "mãos ao alto"! Agora é "meias pra baixo"!
E o Lombardi? Morreu! Como assim? O Lombardi não existe. É uma entidade! É como chester vivo: ninguém nunca viu! Esta semana que a gente viu a foto do Lombardi: ele frequentava o Jassa. O mesmo cabelo do Silvio Santos! E sabe o que o Lombardi cantou quando chegou no céu? "Silvio Santos vem aí." Rarará! Sacanagem. E aí no céu: "24, 35, 72, 98". E São Pedro: "O que é isso? Bingo no céu?". E o anjo: "Não, é o Lombardi lendo o resultado da Tele Sena".
E o filme do Lula? "Lula, o Filho do Barril!" Lançaram outro: "Zelaya, o Filho Adotivo do Brasil". E um amigo estava em um shopping de Bauru com a mulher quando viram o cartaz do filme: "Planeta 51". E a mulher: "É esse o filme do Lula?". É! O verdadeiro filme do Lula é o "Planeta 51"! Esse Arruda enfrentou dois problemas: painel e paineltone. E quer ver outra piada pronta? Esse deputado que escondeu grana na meia é autor da lei NOTA LEGAL! Legislou em causa própria. Era cueca, agora é meia. Como diz o chargista Amorim: "A meia é a cueca do sapato". Daqui a pouco o Distrito Federal vai ter que mudar de nome pra DETRITO FEDERAL! É mole? É mole, mas sobe! Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno

ELIANE CANTANHÊDE

Homem-bomba

FOLHA DE SÃO PAULO - 06/12/09



BRASÍLIA - Durval Barbosa, que era policial, virou braço direito de Joaquim Roriz, bandeou-se para Arruda e virou o homem-bomba de Brasília, já fez o estrago que tinha de fazer. Implodiu o governo do DF, feriu gravemente o DEM e atingiu o PSDB, o PPS e o PMDB lulista com estilhaços. Só o PT-DF e Kassab se dão bem. Por ora.
Um novo homem-bomba tende a surgir a partir de agora: o próprio Arruda. Ele pode não ter vídeos, mas sabe de muita coisa do DEM, que quer enxotá-lo; do PSDB, que já o expulsou na época da violação do painel do Senado; e do PMDB, que ele ganhou de Roriz num gordo leilão. E também sabe de outros Estados, de uma penca de empresas e de métodos de arrecadação e distribuição de dinheiro em política.
O Arruda derrotado na crise do Senado tinha perspectiva, calou-se e recomeçou indo de casa em casa do DF até voltar pelo voto majoritário. Já o Arruda soterrado por panetones não tem esse horizonte a curto nem a longo prazo. Se insistir, vai acabar engrossando a fila de mortos-vivos da Câmara.
Perdido por um, perdido por mil. Aquele Arruda engoliu em seco. Este de hoje está livre para soltar os cachorros e, se for por uma questão de caráter e compostura, o passado não o recomenda. É capaz de tudo.
Além do cálculo político, o silêncio de Roriz, a reação inicialmente comportada do DEM, do PSDB, do PMDB, do PT e até Lula lavando as mãos foram pausa para pensar, ou melhor, para esperar e ver o que -e quem- havia mais por trás da história e das câmeras ocultas de Barbosa. Sempre cabe mais um. O escândalo de Brasília é tenebroso, mas todos eles sabem que não deve ser muito diferente, só maior, do que acontece por aí afora.
O que faz toda a diferença é um vice trapaceiro, como o de Yeda Crusius, ou um assessor de duas caras, como o de Arruda-Roriz. No fundo, a crise não vem da roubalheira, vem do homem-bomba que explode os pactos.
Arruda pode ser mais um.

ARI CUNHA

Pragas da natureza também humana

CORREIO BRAZILIENSE - 06/12/09


Cupim é uma praga em Brasília. Basta andar pelo cerrado e ver as enormes colônias espalhadas. Uma técnica caseira simples dá resultado. Corta-se uma garrafa de refrigerante PET. A parte do gargalo fica de cabeça para baixo, dentro da parte maior, formando um V. É só procurar a trilha das formigas e enterrar a PET de modo que a borda fique um pouco mais baixa que o chão. Assim, a formiga anda na trilha e cai na armadilha. Como escorregou pelo gargalo, não há como sair. Interessante notar que, com 20 garrafas espalhadas pelo terreno, os cupins vão diminuindo. A parte interessante é que as cortadeiras não regressam e o comandante do formigueiro envia as crias menores para fazer o serviço. Exatamente como os bandidos do morro Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, Zona Sul do Rio. Eles usaram uma garota de 15 anos, uniformizada, para transportar um fuzil para traficantes de outra favela, no Complexo do Alemão. É ação dos bandidos contra a polícia pacificadora, que tem inibido ações criminosas.


A frase que não foi pronunciada

“O que ganhamos em autoridade, perdemos em liberdade.”

» Político brasileiro que ainda não nasceu.



Mudanças
» Celebrando a Semana Nacional de Justiça, diretores e reitores assinam o compromisso de acrescentar na grade de disciplinas de cursos de direito vários métodos alternativos para a conciliação. Entre eles, arbitragem, negociação e mediação.

Consumidor
» Audiência pública importante amanhã no Senado para a criação da Lei Geral das Agências Reguladoras. A Comissão de Infraestrutura quer regulamentar a ação dessas instituições. Para o consumidor, é uma reunião importante, já que caberia às agências protegê-lo também como contribuinte.

Diferente
» Plantar soja na região amazônica parece absurdo. E é. Na Conferência do Clima em Copenhague, representantes do agronegócio vão mostrar estratégias como a moratória da soja, que proíbe a compra do grão.

Parabéns
» Responsável pela modernização de setores estratégicos da administração pública, o Serpro comemorou 45 anos de serviços prestados ao país. O Serviço Federal de Processamento de Dados é vinculado ao Ministério da Fazenda. Onze mil servidores trabalham para facilitar a vida dos brasileiros.

Escoteiros na Antártida
» Três jovens brasileiros foram selecionados para conhecer o continente gelado. Eles desenvolveram projetos de ação ecológica. Gabriel de Souza, Pâmela da Silva e Daniel Rodrigues não conseguiram traduzir a experiência. Só garantiram que nunca mais vão esquecer o aprendizado.

Matriz
» Câmara decide em comissão o uso de energias renováveis na matriz energética do Brasil. Solar e eólica são as mais cotadas. O deputado Fernando Ferro propôs um fundo de financiamento para pesquisas, além de incentivo fiscal e tributário. Há também a novidade de se tornar obrigatória a placa de energia solar em residências até 2014. O Senado vai analisar o projeto.

Banco
» Depois da experiência americana com crédito imobiliário, o país tem que ter cautela. A Caixa anuncia um recorde no mês de novembro. Liberou R$ 39 bilhões só em 2009. Como diz o filósofo de Mondubim, “quando a oferta é demais, o santo desconfia”.

No prato
» Uníssono o discurso no Senado pela moralização do Governo do Distrito Federal. O senador Pedro Simon bateu na tecla da impunidade como fonte inspiradora das falcatruas. A corrupção no Brasil daria para comprar um panetone para cada habitante do planeta, afirmou Cristovam Buarque. Pode ser que a situação melhore. Só depende dos senadores e deputados votarem a reforma política.

Falcatrua
» Mercados de Brasília reciclam produtos perecíveis. Embalagens com calabresa, presunto e queijo são trocadas quando vencidas. A ordem recebida é trocar e etiquetar novamente. Todos sabem, mas só o consumidor não vê.

Pés e cabeça
» Vários jogos de decisão do Campeonato Brasileiro de futebol esvaziaram as missas nas tardes de domingo. Agora a meninada que vai fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio vai amargar a distância da TV quando acontece a última rodada do Brasileirão. Alguns desistiram do teste por não ter preparo emocional para se desvencilhar dos jogos. Assim é o nosso país.


História de Brasília

Há vários meses está instalado um posto Shell na Superquadra 307, sem que até o momento tenha funcionado, um único dia. Deveria estar em serviço desde 4 de outubro, e, até agora, nada. Uma particularidade interessante é que os aferidores já renovaram as marcações de suas bombas pela terceira vez, isso em virtude dos três últimos aumentos verificados no preço da gasolina. (Publicado em 18/2/1961)

TOSTÃO

Esporte de gladiadores

JORNAL DO BRASIL - 06/12/09

Neste final de Brasileirão, o mais emocionante e equilibrado dos últimos anos, se pudesse es crever a coluna que gostaria de ter escrito, que retratasse bem o momento e as relações do futebol com a vida, escreveria a coluna que José Roberto Torero escreveu na terça-feira, com o título “Mata-mata corrido”.

Se pudesse escrever uma frase que sintetizasse o Brasileirão, seria a de Fernando Calazans, que o campeonato é espetacular, mas os times são fracos.

Algumas vezes, quando penso em escrever algo, já escreveram antes de mim. Esse é um dos problemas de quem escreve duas vezes por semana. Outras vezes, a coluna escrita no dia anterior já não tem mais sentido quando é publicada. É a velocidade da co municação. A solução seria ter um twitter. Não daria certo. Não gosto de seguir nem de ser seguido. Sinto-me estranho nesse no vo mundo.

O equilíbrio do Brasileirão con tinua na última rodada. Al guns acham que o equilíbrio terminou e que o Flamengo já é cam peão. É a onipotência do pen samento. Não será surpresa se o Flamengo, o mais provável campeão, perder o título nem se o Cruzeiro, o que tem menos chance, conseguir vaga para a Libertadores. Embaixo, só há dois times certos na Segunda Divisão, Náutico e Sport.

O Grêmio, pressionado por seus torcedores para perder e não ajudar o Inter, deve fazer de tudo para ganhar ou empatar. Ou sou um ingênuo, que ainda acredita em Papai Noel?

Quando terminar, com ou sem surpresas, haverá dezenas de explicações para explicar o inexplicável. A que mais gosto, simples e óbvia, que também não é suficiente, é que, na maioria das partidas, os times ga nham quando estão próximos de perder, e vice-versa. Rara mente, uma equipe impõe a superioridade, mesmo em casa e contra qualquer adversário. Isso explica por que as equipes, sem melhorar ou piorar, ga nham e perdem várias partidas seguidas.

Se o Flamengo for campeão, será ótimo para Andrade e para todos os técnicos jovens e/ou interinos. Será ainda melhor para os treinadores mais simples e serenos, como Andrade e Ri cardo Gomes, que não fazem tea tro na lateral do campo e que não têm um deus na barriga.

Parte da imprensa colabora no endeusamento dos técnicos ao analisar tudo o que acontece no jogo à partir das condutas dos treinadores.

Outros jornalistas mantêm com os técnicos uma relação de proximidade, para tê-los em seus programas e, com isso, aumentar a audiência. A relação deveria ser gentil, educada, mas sem perder o distanciamento crítico. A turma do oba-oba sempre existiu. Conhecia-os de longe. Hoje, ela é em maior número. Os interesses são maiores.

O futebol, um esporte lúdico e prazeroso, cada dia mais, se transforma em um esporte agres sivo, bélico. A recente propaganda de uma cerveja na tevê mostra, explora e exalta o espírito guerreiro dos torcedores da seleção. Os limites entre a natural agressividade humana e a violência, dentro e fora de campo, são tênues e frágeis.

Torcedores acham sempre que o time perdeu porque os jo gadores não foram guerreiros, gladiadores. Xingam e agridem. É o caos.