sexta-feira, janeiro 30, 2009

DORA KRAMER

Tábua rasa

Publicado em 30/01/2009 | O Estado de S Paulo

O PSDB está mais ou menos na situação do PT na fase final do governo Fernando Henrique Cardoso: na mira. Tudo o que o partido faça é analisado sob a ótica da possibilidade real do poder futuro.

Daí a importância crescente de todas as decisões tucanas nos próximos dois anos. A posição do PSDB nas eleições das presidências da Câmara e do Senado, evidentemente, se inclui nesse critério de rigoroso esquadrinhamento.

O que seria razoável esperar de um partido que ocupou a presidência da República por oito anos, tem dois candidatos a presidente, um deles em primeiro lugar nas pesquisas? No mínimo, que se dirigisse ao respeitável público de maneira respeitosa, com clareza e consistência.

Faltam quatro dias para a escolha do presidente do Poder Legislativo (Senado) e do segundo na linha de sucessão da Presidência da República (Câmara), e o partido que pretende governar o país não diz se prefere Tião Viana ou José Sarney na presidência do Senado e por quê.

No lugar de uma posição – relativamente simples – apresenta uma lista de obviedades a título de “compromissos” para, no dizer de suas lideranças, orientar os votos do partido. Isso no Senado, pois na Câmara ficou tudo acertado desde a adesão da sessão paulista do PMDB à candidatura de José Serra em 2010.

Os tucanos pedem que ambos os candidatos se comprometam com a rejeição de propostas que permitam mais de uma reeleição, que respeitem os direitos das minorias no Legislativo, que observem o rodízio partidário nas relatorias de medidas provisórias e por aí vão numa lista de 12 pontos cujo ápice da inutilidade é a firme demanda por recusa “sumária” de MPs que não sejam urgentes nem relevantes.

Admitindo que o partido tenha se arrependido de, quando governo, ter aceitado as MPs como vinham do Palácio do Planalto, ainda assim fica a dúvida se é fruto de ingenuidade ou cinismo a crença na validade de tais compromissos. Prontamente aceitos, claro.

E mais: na hipótese de não-cumprimento, o PSDB fará o quê, pedirá o impeachment do eleito? Ou acreditou piamente que Sarney ou Viana recusariam a proposta?

Nada disso, só mero salvo-conduto para a ambiguidade, um pretexto para tentar justificar o injustificável sob o prisma da coerência. É um jeito de fazer as coisas. A ala do PMDB que passou o primeiro mandato de Lula todo na oposição e depois, saudosa do poder, aderiu, pensou no mesmo estratagema.

Justificou a virada dizendo que o governo Lula havia aceitado suas condições: reformas política e tributária, crescimento econômico acima de 5%; contenção dos gastos correntes; consolidação das políticas de transferência de renda, renegociação das dívidas dos estados; fortalecimento da Federação e acompanhamento das ações de governo por intermédio de um conselho político.

O governo não cumpre, o PMDB não cobra e o PSDB nem se dá ao desfrute de ser original.

À brasileira

Instalada a confusão desnecessária, o presidente Luiz Inácio da Silva quer resolver o conflito com a Itália pelos critérios locais aplicados ao esfriamento de denúncias e escândalos em geral.

Determinou recolhimento e silêncio – ordem que evitaria muitos problemas se alcançasse de quando em vez o ministro da Justiça, Tarso Genro – sobre o refúgio concedido a Cesare Battisti na esperança de que o “fim de caso” por decreto leve o episódio ao esquecimento e à aceitação tácita como frequentemente ocorre por aqui, sendo o exemplo mais recente o dos atletas entregues mediante rito sumário à ditadura cubana.

Isso na seara de asilos e refúgios, porque em outras áreas há ectoplasmas antigos rondando por aí: o caso Waldomiro Diniz, o dossiê FHC, os grampos telefônicos ilegais que assolaram a capital federal, fizeram um estágio em condenação temporária da Abin e terminaram com prêmio de consolação em Lisboa.

Em setembro, como faz agora, o presidente Lula mandou dizer que considerava os grampos “assunto encerrado” quando a questão começou a se complicar em virtude da reação do Exército e da Polícia Federal à denúncia do ministro da Defesa, Nelson Jobim, sobre a aquisição ilegal de equipamentos de escuta por parte da Abin.

Deu certo. Depois de alguma turbulência, a história saiu de cena. Mas, quando as coisas envolvem outro país, com critérios diferentes e disposição de recorrer a todos os expedientes, diplomáticos e políticos, para obter do Brasil uma retratação ao que os italianos consideram uma afronta à sua Justiça, sua democracia e suas circunstâncias internas, a passividade tática não basta. Há a vontade e o interesse do outro em jogo.

Ignorado na decisão do ministro da Justiça, em sua posição favorável à extradição do italiano, o Itamaraty certamente atua no bastidor, retomando a condução de um problema que, embora a lei confira a prerrogativa de decisão do ministro, o bom senso não dispensaria o aconselhamento diplomático.

PARA HIHIHIHI


REGRAS DO CASAMENTO

Após uma longa e caliente lua de mel o maridão todo cheio de nove horas diz para a esposa:

- Querida, nossa lua de mel foi uma maravilha, mas existem algumas regras que você deve saber e respeitar para termos o nosso casamento feliz.

- Ok. Querido! Quais são as regras?

- Bem, nas segundas e quartas, eu tenho um compromisso sagrado: eu saio para jogar futebol com os amigos. Eu já faço isso há anos com a mesma turma da faculdade, não vai nenhuma mulher e COM CASAMENTO ou SEM CASAMENTO eu vou!

- Ok. meu amor! Tudo bem!

- Bem, nas terças e quintas, eu tenho um outro compromisso sagrado: eu saio para ir a sauna com os amigos. Eu já faço isso há anos, com alguns amigos.

Não vai nenhuma mulher e COM CASAMENTO ou SEM CASAMENTO eu vou!

- Ok. meu amor! Tudo bem!

- Nas sextas-feiras eu tenho um compromisso quase profissional: eu saio para tomar cerveja com o pessoal do escritório. É o lado social do nosso trabalho... você sabe como é! Eu já faço isso há anos...

Não vai nenhuma mulher e COM CASAMENTO ou SEM CASAMENTO eu vou!

- Ok. meu amor! Tudo bem!

- Poxa! Que bom que você entendeu tudo direitinho!

Encontrei a mulher certa! A minha turma vai ficar morrendo de inveja da minha sorte!

- Vamos nos dar muito bem, querida...

Quando ela faz um aparte...

- Espere um pouquinho meu amor! Eu também tenho uma regra que eu quero continuar seguindo, é apenas uma, e depende muito de você!

- E qual é, meu amor?

- TODAS AS NOITES, COM MARIDO OU SEM MARIDO, EU TRANSO!

CLÓVIS ROSSI

Instintos básicos


Folha de S. Paulo - 30/01/2009
 

Instinto é instinto. Não adianta trocar a roupa de comunista e de funcionário da sinistra KGB pela de presidente e, agora, primeiro-ministro da Rússia mais ou menos capitalista.
Vladimir Putin conversou ontem com um grupo de jornalistas com o compromisso de que seria "off the records", pelo que só estou autorizado a transmitir o, digamos, espírito da coisa, sem poder usar citações entre aspas.
E o espírito da coisa ficou muito nítido: Putin reage a qualquer crítica ou pergunta que ele acha carregada de uma intenção crítica com um contra-ataque ao país do autor da pergunta.
Quando Anatole Kaletsky, colunista do "Times" britânico, tocou na ferida mais aberta, a dos direitos humanos, ainda por cima falando da morte de jornalistas na Rússia, Putin devolveu com observações sobre violências praticadas, por exemplo, na França e em outros países da Europa Ocidental.
Chegou ao ponto de desejar aperfeiçoamentos nas práticas democráticas e de direitos humanos do Reino Unido, como se fosse comparável o "record" russo e o britânico na matéria, antes, durante e depois do comunismo.
O desagradável é que essa mania, que alguém na sala chamou de "instinto soviético", também aparece em autoridades brasileiras. Ricardo Teixeira, o presidente da CBF, ficou danado quando uma jornalista canadense quis saber o que se faria para garantir a segurança dos visitantes na Copa de 2014 no Brasil, justamente no dia em que o Brasil era escolhido em Zurique.
Respondeu com críticas a um incidente qualquer envolvendo atletas brasileiros no Canadá, como se o problema da violência urbana fosse igual no Canadá.
Putin gabou-se de ter feito a primeira transição pacífica e democrática na história da Rússia. Não deixa de ser verdade (ou quase), mas o instinto ficou.

INFORME JB

Anac não quer briga com aéreas


Jornal do Brasil - 30/01/2009
 

A AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL quer evitar briga com as duas grandes companhias aéreas brasileiras em torno da redução tarifária para voos internacionais. É grande a pressão sobre a presidente da Anac, Solange Vieira (foto). Ganha o consumidor, mas estudos alertam: quebram as empresas. A Anac ficou numa saia justa. A alternativa é o debate sobre a briga judicial. A agência tentou driblar a polêmica fazendo uma consulta virtual em seu site. Deu no que deu. A pressão aumentou, e a Anac marcou para dia 11, em Brasília, audiência pública para discutir o projeto de resolução que acaba com o controle de preços das passagens para o estrangeiro, exceto na América Latina. Mas teme-se que o evento cresça, paralelo à pressão da sociedade, e as companhias tenham que ceder.

O passageiro comum 
Há testemunhas. O ministro da Agricultura, Reinholds Stephanes, foi reconhecido pelo funcionário de uma empresa aérea lá no final da fila do embarque do portão 3 do Aeroporto de Brasília, sexta passada, num voo das 15h para o Rio. Recusou o convite para furar a fila. 

Não, obrigado
 
O funcionário chamou-o pelo nome, e Stephanes disse lá de trás: "Não, obrigado. Tem gente na minha frente". Foi ovacionado. 

Moda Minc
 
Ninguém poderá dizer que não há algo em comum entre Carlos Minc (Meio Ambiente) e Stephanes, apesar das diferenças. O ministro da Agricultura vestia jeans e camisa esporte. 

Dupla do barulho
 
Viraram carne e unha em Da- vos o governador do Rio, Sérgio Cabral, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. 

Guerreiro
 
De Tião Viana (PT-AC), para a coluna, sobre a disputa para o Senado, reconhecendo grande dificuldade para se eleger: "O que importa é estar com a cabeça em pé o tempo todo e resistir". 

Nanicos de Temer
 
O PHS de Felipe Bornier (RJ) e Miguel Martini (MG) fechou com Michel Temer (PMDB-SP), candidato à presidência da Câmara. Pesou a articulação do deputado federal Nelson Bornier (PMDB-RJ), pai de Felipe. 

Eleições sem fim
 
Por problemas judiciais e de incompatibilidades dos candidatos, o TSE terá de realizar eleições suplementares em 19 cidades do país, dia 22 de março. 

Terceiro turno
 
Londrina, segundo maior co- légio eleitoral do Paraná, terá terceiro turno, com Luiz Carlos Hauly (PSDB) e o deputado Barbosa Neto (PDT). 

Cadê o avião?
 
É tão quente a briga entre Cam- po Grande (MS) e Cuiabá (MT) para sediar a Copa de 2014 que vale até implicar com aeroporto alheio. Mato Grosso do Sul ironiza o terminal de Cuiabá, que fica na cidade vizinha Várzea Grande. 

Lembrete
 
Mas, se for por esse lado, é risco. Belo Horizonte, certamente uma das sedes, tem seu aeroporto no município de Confins, a 45 km da capital. E o internacional de São Paulo fica em Guarulhos. 

Na rede
 
Mato Grosso do Sul lançou até portal: nal.com.br>. Em tom de brincadeira, o governador André Puccinelli disse que não há necessidade de agressões, mas só algumas "caneladas". 

Primeira baixa
 
Luiz Edson Fachin, jurista pa- ranaense cotado para vaga no STF, renunciou ao cargo de conselheiro da recém-criada Empresa Brasileira de Comunicação, responsável pela TV Brasil. 

Debandada
 
Fachin não partiu só. Com ele saíram também Alex Barbosa e Wanderley Guilherme dos Santos. 

Errata
 
Ao contrário do publicado na coluna, o ex-prefeito de Angra dos Reis (RJ) José Marcos Castilho participou da transmissão do cargo para Fernando Jordão, eleito em 2000. Apesar da rixa política entre os dois. 

MÓNICA BÉRGAMO

Patrão nada bonzinho


Folha de S. Paulo - 30/01/2009
 

O governo prepara campanha publicitária para tentar incrementar o número de empregados domésticos com carteira registrada. Dos 6,2 milhões de trabalhadores que se encaixam na definição -a ampla maioria é de mulheres -, só 1,7 milhão são formalizados. A lei que dá incentivos fiscais a patrões que registram os domésticos até agora não vingou: em dois anos, o número de formalizados não saiu do lugar.

TV MULHER 
Marta Suplicy já dá como certo que será a coordenadora da campanha de Dilma Rousseff à Presidência em 2010. A primeira tarefa que realiza é o jantar que oferecerá à ministra no próximo dia 13, em SP.

PARTE DOIS 
O presidente Lula deve dar um segundo depoimento à jornalista Denise Paraná, autora do livro "Lula, o Filho do Brasil", que está virando filme pelas mãos do diretor Fábio Barreto. Nesta segunda obra, Denise vai abordar a vida de Lula a partir de 2003, quando ele assumiu o cargo de presidente.

BOLA DIVIDIDA 
O caso Battisti já começa a rachar o STF (Supremo Tribunal Federal). Pelo menos um dos ministros acredita que a decisão do ministro Tarso Genro, da Justiça, não poderá ser revista pelo STF, pois a lei "é categórica" ao afirmar que a concessão de refúgio suspende o processo de extradição. Já outro magistrado disse à coluna que "há um incômodo geral" na corte por causa "da subserviência do ministro Tarso a aspectos políticos" e ao "escárnio" do governo que "entregou de volta atletas a Cuba" e salvou a cara de Battisti com o argumento de que seria perseguido na Itália.

MADE IN BRAZIL 
Pelos cálculos de Joseph Blatter, presidente da Fifa, metade das equipes europeias que virão ao Brasil na Copa de 2014 poderá ser formada por atletas nascidos aqui. Ele disse isso a Lula no encontro que tiveram em Brasília, ontem. O presidente citou as seleções italiana e espanhola de futsal, repletas de brasileiros.

LULA NO AR 
E Lula afirmou no encontro que pode virar comentarista esportivo em 2014. "Você se cuide", disse ele a Ricardo Teixeira, presidente da CBF.

ELIANE CANTANHÊDE

Onde a onda estoura


Folha de S. Paulo - 30/01/2009
 

A percepção, dentro e fora dos governos, é a de que a crise deverá ser mais profunda e mais longa do que se imaginava. E a Espanha tende a ser um dos europeus mais afetados -se não o mais. Quanto mais alto o voo, maior a queda.
O "boom" econômico veio quando os primos ricos passaram a injetar dinheiro na Espanha e em Portugal para dar um mínimo de equilíbrio à região e viabilizar a União Europeia. O aeroporto de Barajas é um show, e há novos bairros e blocos de apartamentos por toda a parte. Foram 800 mil novas habitações ao ano, mais do que Alemanha, França e Reino Unido juntos.
Como bem sabemos a partir do Santander e da Telefónica, por exemplo, a Espanha também disparou em outras áreas, como bancos, telefonia, turismo. E, desde os anos 90, deixou de exportar e passou a importar imigrantes, sobretudo da América Latina (quase 40% do total). A festa acabou. E agora?
As taxas de desemprego espanholas sempre foram altas, mas ameaçam ser alarmantes, como mostrou o "El País" no sábado. E os primeiros a "cair" são... os imigrantes.
No Brasil, milhares se mobilizaram em 12 Estados para exigir, por ora, a queda dos juros. Na Espanha, os imigrantes ilegais protestam nas ruas contra novas regras duríssimas para os patrões que os empregam, enquanto os anúncios de demissões se multiplicam pelo mundo. Com efeito evidente em países como Bolívia e Equador, onde as remessas de seus nacionais que vivem na Europa e nos EUA são parte expressiva do PIB.
Quando o imigrante perde o emprego, o seu país de origem também paga o pato: as remessas secam, a arrecadação de impostos cai, o número de miseráveis aumenta e cresce o risco de desemprego. O imigrante que gerava renda tende a voltar. Desempregado.
A crise começou no mais forte, alastrou-se e vai estourar nos mais fracos. Como sempre.

PAINEL

Meia volta


Folha de S. Paulo - 30/01/2009
 

Sob ordem direta de um irritado presidente Lula, o governo cedeu às pressões de alguns ministros e vai recompor nos próximos dias o corte no Orçamento que o Congresso patrocinou para alocar as suas próprias emendas. Educação e Ciência e Tecnologia serão os principais beneficiados.
O primeiro, que levou tesourada de R$ 1,9 bilhão, concentra os Cefets (escolas técnicas federais), órgãos da estima de Lula, além de ter perdido dinheiro de custeio das universidades. Deve ter 80% da verba reposta. O segundo vai receber R$ 500 milhões de volta. Os demais ministérios vão aguardar a nova revisão do Orçamento, em março, que trará corte de até R$ 14 bilhões nas emendas feitas pelos congressistas.

Só piora
Aos problemas orçamentários do governo, agora se junta a deflação, o que deve elevar a necessidade de novos cortes. "Para o consumidor é ótimo, mas para quem vive do recebimento de impostos, é horrível", diz Gilmar Machado (PT-MG), líder do governo na Comissão de Orçamento do Congresso.

Troco
Atingido por um corte provisório gigantesco, o ministro Orlando Silva (Esporte) teve ontem um presente de consolação. Recebeu de volta da Confederação Brasileira de Futebol de Salão R$ 3,4 milhões não utilizados da verba de R$ 25 milhões repassada para o mundial da categoria, em 2008.

Vizinhos
Paraguai e Uruguai manifestaram ao Congresso brasileiro preocupação com a possibilidade de veto ao ingresso da Venezuela no Mercosul, ideia defendida pela oposição e por José Sarney (PMDB-AP), favorito a se tornar o próximo presidente do Senado. O argumento é que a proporcionalidade no Parlamento do Mercosul ficaria comprometida pelo "tamanho" do Brasil.

Pressa
A comissão que emitirá parecer sobre o ingresso da Venezuela no bloco se reunirá no próximo dia 9. Segundo o seu presidente, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), há acordo no Congresso para que o caso seja analisado com urgência no plenário. 

Inflação
Com a volta, ainda que só para o dia da eleição, de Maria do Carmo (SE) ao Senado, o DEM ampliou sua bancada para 14 integrantes, o que serviu de argumento para pedir a Sarney uma cadeira a mais na Mesa. Além da primeira secretaria e da Comissão de Constituição e Justiça, o partido quer Adelmir Santana (DF) na terceira secretaria. 

Contágio
Ganhou força ontem nos bastidores a avaliação de que uma derrota acachapante de Tião Viana (PT-AC) para Sarney provocará reflexos na Câmara -cuja eleição ocorre horas depois-, especialmente no PT. 

Turvo
Favorito à primeira secretaria da Câmara, Rafael Guerra (PSDB-MG) é contra a divulgação das notas fiscais de uso da verba mensal de R$ 15 mil que os deputados têm para manutenção de escritórios estaduais. "Isso envolve terceiros, que daqui a pouco vão se recusar a vender para deputados", diz ele, que, se eleito, comandará o uso da verba. 

Salto alto
O comando da campanha de Michel Temer (PMDB-SP) fez um bolão sobre o número de votos que o deputado terá, a R$ 500 por cabeça. Até ontem, havia 20 participantes, todos cravando vitória no primeiro turno. 

Visitas à Folha
Cássio Cunha Lima (PSDB), governador da Paraíba, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Solon Benevides, secretário de Comunicação Institucional, e de Emerson Figueiredo e Roger Ferreira, diretores da Fator F Inteligência em Comunicação.

Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Polícia Federal, visitou ontem a 
Folha. Estava com José Ricardo Botelho, chefe-de-gabinete, e Flávia Diniz, assessora de imprensa.

Tiroteio

"É com grande euforia que recebemos essas notícias. Elas mostram que tem gente que fala uma coisa em público, mas faz outra na prática."

Do sindicalista JOÃO CARLOS GONÇALVES, o "Juruna", secretário-geral da Força Sindical, sobre notícias de que sindicatos filiados à CUT (Central Única dos Trabalhadores) fecharam acordo de redução de jornadas e salários, apesar de manifestações contrárias da direção da central.

Contraponto

Conversation

Os 17 governadores do Norte, Nordeste e do Mato Grosso que se encontraram anteontem com o presidente Lula debateram um extenso leque de assuntos durante a reunião, da perda de arrecadação dos Estados à mortalidade infantil. Apesar da pauta carregada, sobrou tempo para descontração. Em um desses momentos, Lula relatou aos governadores a conversa que tivera com Barack Obama e aproveitou para brincar com o famoso sotaque carregado de seu ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, que viveu nos EUA a maior parte da infância:
-Eu falei com o "Ou-bá-ma" assim, do jeitinho que o Mangabeira fala.

MERVAL PEREIRA

Mau sinal


O Globo - 30/01/2009
 

Depois de muitos anos sendo o "patinho feio" da economia mundial, a América Latina não é o problema e pode vir a ser parte da solução da crise internacional, pois é das poucas regiões do mundo que ainda mantém uma previsão de crescimento positivo nesses tempos tumultuados. A situação do Brasil, então, é um destaque dentro da região, mas as expectativas de orgulhosos membros do governo e empresários aqui presentes são um tanto exageradas. Se é verdade que o país está sendo considerado um dos poucos que têm se saindo relativamente bem nessa crise econômica internacional, é verdade também que as expectativas de crescimento do PIB brasileiro só fazem cair, à medida que a crise se mostra mais devastadora a cada dia que passa. 


Apesar do relativo otimismo em relação ao desempenho da região como um todo, e do Brasil em particular, há um temor de que a crise econômica severa reavive tendências populistas, para tentar evitar que seus efeitos afetem as políticas sociais que tiveram bons resultados nos últimos anos, tirando da extrema pobreza milhões de pessoas. 

A questão é que aumentar os gastos públicos para tentar estimular a economia ou aumentar a proteção aos mais necessitados, como está fazendo o Brasil neste momento ampliando o alcance do Bolsa Família, em vez de política anticíclica tradicional, pode se transformar em fator de desordem da economia e fonte de inflação a médio prazo. E assim vai destruindo os fundamentos que estão dando, neste momento, o suporte para enfrentar a crise com um mínimo de estrutura. E é o controle da inflação que permite avanços nos programas sociais. 

No Brasil, a recente medida de dificultar as importações, revogada pelo governo, é um exemplo do que não deve ser feito para proteger a economia. Sem citar a medida explicitamente, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que devemos evitar que, para enfrentar uma crise de origem externa, criemos problemas econômicos que podem vir a se tornar problemas internos mais adiante. 

Como aconteceu nos anos 1970 do século passado, quando, para enfrentar a crise do petróleo, o governo Geisel criou um programa de substituição de importações, e manteve investimentos que provocaram inflação e aumento da dívida externa, desaguando na crise dos anos 1980. 

Outro receio, e este afetando não apenas a America Latina, mas outras partes do mundo seria o ressurgimento de um espírito protecionista no comércio internacional. A cláusula que dá preferência à utilização de produtos americanos nas obras a serem financiadas pelo Plano de Recuperação Econômica que está sendo aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos, se confirmada na versão final, pode ser um sintoma de recrudescimento do protecionismo americano, que desmente a intenção de Barack Obama de fortalecer o comércio internacional através da retomada da rodada de Doha. 

Obama se disse disposto a retomar as negociações em telefonema ao presidente Lula, e o chanceler brasileiro Celso Amorim ficou bastante estimulado com essa promessa, que foi confirmada a ele pela secretária de Estado, Hillary Clinton. 

O novo negociador para comércio internacional americano, ex-prefeito de Dallas Ron Kirk, não tem experiência na área, mas apoiou politicamente o Nafta e a normalização de relações comerciais com a China. Apontado como defensor da liberalização, quando candidato ao Senado, em 2002, foi contra a concessão pelo Congresso do mandato para negociar ao presidente Bush (fast track), esperemos que mais por razões políticas do que por convicção contrária à necessidade de liberalização do comércio internacional. 

Por não ter sido ainda aprovado pelo Senado, o negociador americano não está participando dos encontros aqui em Davos, e por isso não serão dados passos concretos na direção de uma efetivação das negociações. 

O mais preocupante, porém, é que o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy, não recebeu ainda nenhuma indicação formal da nova administração americana de que está mesmo interessada em retomar as negociações. 

Com aprovação da cláusula conhecida como buy american no programa de recuperação econômica dos Estados Unidos, a União Européia já ameaça entrar com uma ação na OMC, o que inviabilizaria o ambiente para uma retomada das negociações. 

O chanceler Celso Amorim, que está aqui em Davos empenhado em reabrir o diálogo, já achava antes desse fato novo surgir que sairia de Davos apenas uma exortação pela retomada da Rodada de Doha, nada mais que isso, sem a presença do negociador americano. 

A postura da nova administração dos Estados Unidos em relação a Davos não tem sido das mais favoráveis. O presidente da Comissão Nacional de Economia, ex-secretário do Tesouro Larry Summers, cancelou sua presença aqui, e foi substituído por Valerie Jarrett, assessora especial de relações intergovernamentais e ligação com o público, que fez um pronunciamento banal. 

Em que pesem as declarações generalizadas, inclusive do ex-presidente dos EUA Bill Clinton, de que a crise só será resolvida em comum acordo de todos os países, não há ainda uma definição clara do novo governo americano sobre de que maneira se dará essa colaboração internacional. 

E a semente de protecionismo incluída no meio do pacote de mais de U$800 bilhões é um mau sinal que estão enviando ao mundo.

ARI CUNHA

Economia baixa


Correio Braziliense - 30/01/2009
 

Carlos Reis, presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, discorda da proposta apresentada pelo governo. O intento é trocar geladeiras velhas por novas. Seria gratificante para o proprietário. Desperdício de R$ 11 bilhões anuais é o custo no Brasil. O presidente do sindicato diz que com esse valor daria para construir usina como a de Santo Antônio. O programa do governo brasileiro para geladeiras se consistirá em dar bônus desconto para quem trocar o aparelho. Segundo o ministro Miguel Jorge, a energia economizada pela substituição será equivalente à produção de uma turbina de Itaipu. Os argumentos não mostram provas. Leitor do blog telefona para dizer que essa discussão leva a nada. E cita que se é para favorecer classes pobres, não precisaria gastar tanto. Suficiente mudar borrachas de muitas usadas, que consomem energia 24 horas diariamente. Mas a coisa não fica nisso. Os aparelhos coletivos de ar-condicionado ficam ligados à noite, para comodidade do pessoal da limpeza. Não é hora de favorecer a um em detrimento da maioria. A ideia é pequena para a grandeza do país. O Brasil precisa não de favores do governo, mas de planejamento que englobe ação em favor do povo, que paga impostos e juros alarmantes.


A frase que não foi pronunciada

“Nem a FGV consegue verificar o índice de confiança nos votos para a Presidência do Senado e da Câmara.”
Senador Tião Viana, pensando enquanto conversa com amigos.


Apoio 
Nada de palhaços e colombinas nas ruas. O prefeito de Itabira, João Izael Coelho, diz que a hora é de crise e a prefeitura acha que não é justo com os contribuintes bancar a tradicional folia de carnaval. A cidade tem outras prioridades. Izael teve 86,4% de aprovação quando era candidato.

Equipes 
Serviço eficiente. O exemplo do novo modelo de gestão da Previdência Social merece destaque. Há dois anos o ministro Berzoini recebia o troféu crueldade, quando colocou idosos na fila da Previdência. Hoje, o ministro José Pimentel resolveu o problema do atendimento com uma ferramenta simples: o telefone. Até junho, o ministro promete que o salário-maternidade e outras aposentadorias também serão atendidas sem filas. 

Estudos 
Alberto Fraga, secretário de Transportes, está empenhado na possibilidade de levar o metrô à UnB. Iniciados os estudos sobre a viabilidade do investimento, será analisada a possibilidade de o trilho ser subterrâneo ou de superfície. Os alunos da universidade vibram com a ideia. 

Novidades 
Vem novidade por aí, com a telefonia fixa como fruto de cláusulas em contratos da Anatel no ano passado: o fim da cobrança do Bina e outros ganhos para o consumidor. Ainda sobre a agência, a rádio pirataria aumenta, aproveitando o fato de a Anatel só funcionar em horário comercial. 

Estranho 
Na verdade, não é só a burocracia que incomoda muita gente. Empresas são obrigadas a pagar a Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical Urbana (GRCSU). A entidade não tem vínculo com o pagante. Sempre a postos, a Caixa facilita a cobrança. Pior do que muitos tributos é pagar por um serviço, produto ou atendimento que nunca será utilizado pelo contribuinte. 

Baixaria 
Sobre nota da coluna quanto ao assunto, a Sky informa que é operadora de TV por assinatura. É responsável apenas pelo serviço de transmissão do sinal dos canais aos assinantes. Não tem ingerência sobre o conteúdo. Isso é responsabilidade de cada canal. Atendemos, visto ser útil aos leitores, a informação que nos foi transmitida. 

Bancos 
Situação econômica em crise. Atinge todos os países. No Brasil, só quem ganha dinheiro são os bancos. De repente, começam a se movimentar contra os possíveis calotes. Bem fazia Amador Aguiar. No Bradesco, só se falava em português. Ninguém fazia negócios em língua inglesa.

História de Brasília

Estão se assustando à toa, os funcionários do Executivo, em torno da “dobradinha”. O presidente já sabe que há muita injustiça, como a do contínuo que ganha 80 contos e a do médico que ganha 44 mil cruzeiros. Mas, saibam que ele não derrubará a “dobradinha”. Fará, isto sim, o médico chegar ao contínuo, e isso já terá sido uma boa medida. (Publicado em 21/2/1961)

MÍRIAM LEITÃO

Números contam

Panorama Econômico 
O Globo - 30/01/2009
 

O Brasil pode ter uma queda de 10% na produção industrial de dezembro. O número sai semana que vem. Uma queda deste tamanho só aconteceu em 1996. O PIB do último trimestre pode cair 1,9%, a pior queda trimestral desde 1991. A contração neste quarto trimestre foi maior aqui do que nos EUA. Esses números devem levar o Banco Central a rever a posição sugerida na ata divulgada ontem. 

As previsões acima de produção industrial e do PIB do último trimestre são do CSFB. O economista chefe do banco, Nilson Teixeira, disse que os dados têm surpreendido os mais pessimistas. 

- Esperávamos uma desaceleração da economia brasileira, mas a contração está sendo maior do que nós calculávamos. Está caindo tudo, emprego, salário, produção. Na nossa leitura, o desemprego está subindo mais rapidamente do que achávamos, a contração acontecendo mais rapidamente. As empresas estão sem visibilidade do que vai acontecer na economia. 

Na Tendências, o economista Gustavo Loyola, que foi presidente do Banco Central, prevê que daqui até a próxima reunião do Copom os dados de inflação que serão divulgados e os da economia podem surpreender. 

- Os dados de inflação serão bastante tranquilos e os dados do nível de atividade vão mostrar que a conjuntura se deteriorou mais do que o esperado. 

Um dado pode revelar a dimensão da queda brasileira. Nilson Teixeira acha que o PIB do quarto trimestre de 2008 vai mostrar que a economia brasileira contraiu mais do que a americana no último trimestre do ano passado. O número do PIB americano deve ter queda de 4,5%, na previsão do CSFB. Mas lá, eles apresentam os dados anualizados. 

- Isso equivale a uma queda de 1,1% na nossa forma de medir, trimestre contra trimestre. Já nós, vamos ter uma queda de 1,9%, quase 2% no último trimestre. 

O detalhe é que o dado do PIB brasileiro do quarto trimestre de 2008 vai sair perto da próxima reunião do Copom. É por isso que ele acha que o BC vai dar mais dois cortes de um ponto percentual nas próximas duas reuniões. 

- E se não for 1 ponto percentual, eu acho que é mais provável 1,5 do que 0,75 ponto percentual. Essa é a minha leitura. Há leituras diferentes no mercado, mas eu acho que o BC, na próxima reunião, estará diante de um ambiente econômico mais deteriorado do que está prevendo. Um corte mais forte ajudará a restabelecer a confiança e aumentar a oferta de crédito - diz Nilson. 

Esta é também a opinião de Gustavo Loyola. Ele acha que na próxima reunião o Banco Central deve reduzir de novo em um ponto percentual a taxa de juros, exatamente pela deterioração do nível de atividade. 

A dúvida sobre o próximo passo do BC vem de alguns fatos. Primeiro, três dos diretores achavam que a velocidade consistente de queda dos juros era um corte de 0,75 ponto percentual. Segundo, a ata do Copom repete a expressão usada na nota divulgada após a reunião, de que "parte substancial" do corte já foi feito. 

Gustavo acha que o BC repetiu essa expressão porque a intenção é a de fazer, no curto prazo, a maior parte do corte de juros, em vez de distribuir os cortes ao longo do tempo. 

Nilson Teixeira acha que os dados a serem divulgados de agora até a reunião do Copom mostrarão que a queda é brusca demais. 

- Nós estávamos crescendo a 7% na margem, vamos contrair 7% na margem. É como um carro que está acelerando e tem que dar marcha a ré - compara. 

O desemprego de janeiro pode chegar a 9% na visão do CSFB. Isso significa sair de dezembro com 6,8% e ir para 9%. A Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE sempre mostra alta do desemprego em janeiro, mas ele acha que, desta vez, o movimento será mais acentuado, porque os demitidos do fim do ano, que entraram na conta do Caged, devem entrar só agora na PME. 

O cenário internacional também está sendo revisto para pior, em todos os bancos e consultorias. 

- Cada vez que revisamos aqui o cenário internacional é para acentuar a queda. Em relação ao Brasil, a cada revisão o crescimento é menor. No fim do ano previmos 1,3% de crescimento e todos nos acharam pessimistas. Agora, outras previsões estão convergindo para este número e, se nós fôssemos rever, o número seria menor - diz Nilson Teixeira. 

A ata do Copom divulgada ontem não tem qualquer relação com a da última reunião. O que era suspeita de crise virou certeza, o que era temor de alta de inflação virou a convicção de que as pressões inflacionárias estão em queda. O cenário mudou completamente. A certa altura, a ata diz que "as tendências contracionistas prevalecem sobre as pressões inflacionárias"; em outro momento, registra que há "pressões baixistas sobre preços do atacado a despeito do ajuste cambial". 

Aquele quadro de excesso de demanda e risco inflacionário, que motivou o último aperto monetário, mudou radicalmente. Hoje, o risco é o inverso. E pelo que disseram os dois economistas que entrevistei: os dados a saírem nas próximas semanas vão mostrar que o quadro é ainda pior do que o descrito na ata do Copom. Isso levará, portanto, o Banco Central a fazer novos e fortes cortes nos juros no curto prazo.

ILIMAR FRANCO

Dilma na cabeça

Panorama Político 
O Globo - 30/01/2009
 

O presidente Lula está em lua-de-mel com Dilma Rousseff. Passou a noite de anteontem discorrendo sobre 2010 com os governadores Jaques Wagner e Marcelo Déda. E foi só elogios à ministra. Disse que vai apostar nela, que vai entrar de cabeça na campanha e quer o PMDB na chapa. Lula ressaltou que Dilma é leal ao projeto, ao PT e a ele; tem experiência política e competência técnica; além de encarnar uma novidade: ser mulher. 

O que andam dizendo no Senado 

O senador Tião Viana (PT-AC) é um pote de mágoas. Atribui suas dificuldades ao fato de ter sido abandonado pelo presidente Lula e a setores da imprensa que teriam fabricado uma preferência inexistente por José Sarney (PMDB-AP). Favorito à presidência do Senado, Sarney também está magoado, mas com Tião. O petista afirmou que Sarney tinha uma visão patrimonialista da política e tratava o Senado como seu quintal. Indignado, Sarney reage: "Estou surpreso, eu não conhecia essa face agressiva e grosseira do senador Tião Viana". Enquanto isso, sem espaço, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), andou propondo uma candidatura própria do PSDB à presidência do Senado. 

SEGURO MORREU DE VELHO
Novo líder do PMDB, o senador Renan Calheiros (AL) voltou com tudo. Apesar da promessa ao DEM, o PMDB não vai abrir mão da Comissão de Constituição e Justiça por considerá-la estratégica em processos de cassação. E colocará na presidência alguém da tropa de choque de Renan, como o senador Almeida Lima (SE). O senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) receberá outra compensação. 

Futebol 

Na audiência com o presidente da Fifa, o presidente Lula disse: "Ricardo (Teixeira, da CBF), te cuida, fui convidado para ser comentarista esportivo depois de sair do governo". Joseph Blatter comentou: "Ricardo, que Deus te proteja".

Palanques 

Na reunião com governadores do Norte e Nordeste, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) recebeu vários convites para inaugurar obras do PAC nos estados. Inclusive dos tucanos Cássio Cunha Lima (PB) e Teotonio Vilela Filho (AL). 

As prévias viraram mania no PSDB 

Na disputa pelas vagas na Mesa Diretora do Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR) ficou inconformado com a preferência dada ao senador Marconi Perillo (PSDB-GO) para ocupar a 1ª vice-presidência. Propôs que a indicação do partido fosse definida em prévias entre os 13 senadores tucanos. Sua tese não foi aceita. Acontece que Perillo fechou com Sarney faz tempo e tem criticado a relutância do comando do PSDB em se definir. 

Mantega está engasgado 

O governo recuou nas restrições às importações contra a vontade do ministro Guido Mantega (Fazenda). Na noite de terça-feira, no aniversário do ministro Fernando Haddad (Educação), disse que o Brasil precisa reagir porque o saldo comercial do país está indo embora. E que era preciso preservar o mercado e os empregos aqui. Reclamou que a Argentina adotou medidas preventivas contra produtos brasileiros, enquanto nossas portas continuam escancaradas. 

HÁ SEIS anos na liderança do PSDB, o senador Arthur Virgílio (AM) resolveu descentralizar suas funções. Pretende se dedicar desde já a sua reeleição. 

O MINISTRO Carlos Lupi (Trabalho) diz que o desemprego não é problema em todos os setores. Diz que há vagas na construção civil e nos setores de serviços, como hotelaria e restaurantes. 

OS PETISTAS João Paulo Cunha (SP), Cândido Vacarezza (SP) e Marco Maia (RS) garantiram ontem ao PMDB que a dissidência no PT nas eleições para a presidência da Câmara será residual. A conferir.

SEXTA NOS JORNAIS

Globo: Crise já provoca medo de nova onda protecionista

 

Folha: Governo quer comprar e revender casa popular

 

Estado: Senado dos EUA defende plano mais protecionista

 

JB: Juros do BC devem cair a 9% este ano

 

Correio: “A briga está boa”

 

Valor: Itaipu e térmicas trazem reajuste maior de energia

 

Gazeta Mercantil: BB vai liberar R$ 2,5 bi para estimular venda de carro usado

 

Estado de Minas: Quadrilha que clonava carros tinha até policial