quarta-feira, outubro 07, 2009

TODA MÍDIA

Dólar, a fuga

NELSON DE SÁ

FOLHA DE SÃO PAULO - 07/10/09


"Wall Street Journal" e "Financial Times" deram manchete para o tombo do dólar e para a alta do ouro. Creditaram ao aumento nos juros australianos, o que confirmou a retomada global, fora dos EUA.
"New York Times" e outros, como Drudge Report, também deram manchete para o tombo do dólar, mas creditaram ao "Independent", que relatou encontros de países produtores e consumidores de petróleo, em busca de alternativas à moeda americana.
Ecoou na cobertura de Brasil, com os sites de busca destacando a alta do real frente ao dólar.

A DEPOSIÇÃO?
Anunciando a morte do dólar, o correspondente Robert Fisk descreve encontros de China, Japão, França e outros países consumidores de petróleo com produtores como Arábia Saudita, em "movimentos secretos para parar de usar a moeda dos EUA no comércio". Chega a destacar que "ilustra a nova ordem mundial"

"ULTRA, ULTRA HOT"
Jim Cramer, folclórico âncora da CNBC, principal canal financeiro dos EUA, fez festa para o Brasil e o IPO do banco Santander (leia mais à pág. B1). "O Brasil está ultra, ultra quente. O PIB deve crescer 5%, 6%. Os serviços financeiros vivem boom. Os Jogos de 2016 eles acabam de vencer"

"WORLD'S BEST"
No alto da Folha Online, a Petrobras entrou para as 40 melhores empresas do mundo, na lista da "BusinessWeek".
Em 22º lugar, surge à frente das privadas ExxonMobil e ConocoPhilips, dos EUA, e atrás da chinesa CNOOC. Nos primeiros lugares, Nintendo, Google e Apple. A revista descreve a Petrobras como "a maior empresa do Hemisfério Sul" e sublinha seu crescimento.

CONFIANÇA
Em extenso material sobre os emergentes, o "FT" publicou que "Ásia e Brasil lideram a alta na confiança dos consumidores", segundo pesquisa Nielsen. O jornal avalia que os resultados "sublinham a divergência de sentimento entre países em desenvolvimento e desenvolvidos".

LUZ EMERGENTE
Também no "FT", "Para muita gente o futuro dos investimentos pode ser resumido em duas palavras: mercados emergentes". No título da reportagem, com investidores, "Emergentes iluminam tempos de escuridão".

DE PONTA-CABEÇA
Também no "FT", "Como competir num mundo de ponta-cabeça". Dá o modelo IBM, "integrada globalmente": fábrica em Nova York, finanças no Rio, aquisições na China e entregas na Índia.

EUA, ÍNDIA VÊM AÍ
No "Chicago Tribune", "Empresas americanas focam consumidores no exterior", ressaltando o Brasil e a vitória do Rio sobre Chicago, na disputa pelos Jogos.
No "Business Standard" e outros indianos, a montadora Bajaj Auto anunciou uma fábrica "num lugar chamado Manaus, no Brasil".

ROCKY?
Abrindo a seção Internacional do "Los Angeles Times", o filme "Lula, Son of Brazil", que sai no fim deste ano, sobre a juventude de Lula, comparada à "história de Rocky Balboa"

O BRASIL DEPOIS DE LULA
Em meio ao louvor global na mídia, nos dias seguintes à escolha do Rio para sediar os Jogos, o colunista de política externa do "FT", Gideon Rachman, escreveu que "o Brasil nunca esteve tão na moda", com Jogos, Copa, Brics, G20, pré-sal: "Em Lula, o Brasil finalmente tem um líder que é uma figura reconhecida globalmente".
Ontem em longo perfil postado por todo lado, a agência Associated Press descreveu como ele "levanta louvores de Havana a Wall Street", faz amigos de Ahmadinejad a Bush e Obama. No final, questiona "como será a vida do Brasil depois de Lula". Ouve uma secretária do Rio, 23 anos, que faz faculdade à noite: "Lula nos deu um papel global, mas nossa imagem de nação vitoriosa não vai mudar quando ele sair. Nós chegamos e não vamos sair daqui".

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