quarta-feira, outubro 07, 2009

PAINEL DA FOLHA

CLS no forno

RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 07/10/09

Lula marcou para sexta-feira a primeira reunião em que discutirá com os ministros da área social seu objetivo de perenizar em lei os principais programas sociais do governo. O presidente já percebeu que, no que depender dos ministros, todos os programas de suas respectivas pastas seriam embarcados no projeto da CLS (Consolidação das Leis Sociais). Ele, porém, avalia que o processo terá de ser mais seletivo.
Lula quer ouvir a opinião de especialistas. Foram marcadas exposições dos economistas Ricardo Paes de Barros e Marcelo Néri. Por ora, já estão garantidos na CLS o Bolsa Família, o Pronaf (agricultura familiar) e o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos).




Outro lado. Aécio Neves considera "fantasiosa e leviana" a informação de que Lula o aconselhou, em encontro na semana passada, a não aceitar ser de vice na chapa do também tucano José Serra. "Sou adversário político do presidente, mas nos respeitamos. Ele jamais me diria isso."

Que tal? No governo, há quem defenda investir na aprovação da PEC da Bengala como forma de poder dar a Michel Temer (PMDB), 69, a opção de assumir uma cadeira no STF, deixando em aberto para negociação o posto de vice de Dilma Rousseff (PT).

Falta combinar. Mas os entusiastas da ideia não explicam em qual vaga do Supremo Temer seria instalado. Se aprovada, a emenda tornaria desnecessária a aposentadoria de Eros Grau em 2010.

Mimo. Em jantar ontem, o PDT levaria a Dilma pesquisa na qual ela aparece à frente de Serra (39,6% a 13,3%) entre filiados da Força Sindical.

Ontem e hoje. Em 2006, Anthony Garotinho (PR) escreveu a carta "Por que, como cristão, não voto em Lula". Anteontem, acompanhou Dilma à Assembleia de Deus.

Contraditório. Enquanto adversários exibem pesquisa na qual Ciro Gomes (PSB) lidera a intenção de voto para presidente em Santa Catarina, o governador Luiz Henrique, do PMDB serrista, tem outro levantamento, com os seguintes números: Serra (42%), Ciro (15%), Dilma (14%) e Marina (9%).

Grid. Na sucessão estadual, o quadro é embolado: Ângela Amin (PP, 25%), Raimundo Colombo (DEM, 18%), Leonel Pavan (PSDB, 16%), Ideli Salvatti (PT, 15%) e Eduardo Pinho Moreira (PMDB, 7%).

Bancada do suco. A Cutrale, defendida com veemência por deputados e senadores depois de ter visto um de seus laranjais destruído pelo MST, injetou R$ 2 milhões em campanhas de congressistas nas eleições de 2006. No ano passado, foram R$ 340 mil.

Flores. Eduardo Suplicy (PT) provocou a ira de Kátia Abreu (DEM) ao tentar votar contra um projeto ruralista sem ser membro da comissão. "Estou só expressando meus sentimentos", desconversou.

Estrelas. Na reta final da temporada de trocas partidárias, Dudu Braga, filho de Roberto Carlos, trocou o DEM pelo PTB em São Paulo.

Panelaço. Depois do FPM, a nova ofensiva da Confederação Nacional de Municípios é pela aprovação de um projeto no Senado que flexibiliza a Lei de Responsabilidade Fiscal.

CSI. Países do Mercosul vão implantar laboratórios de produção de provas qualificadas para investigações de crimes transnacionais. O Brasil tem laboratórios em nove Estados. Em 2008, partiu de um deles informação que permitiu desbaratar ação do PCC.

Visita à Folha. Antonio Ledezma, prefeito de Caracas, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Milos Alcalay, diretor de Assuntos Internacionais da prefeitura da capital venezuelana, e Augustin Berrios, assessor.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

Todo brasileiro tem a ver com São Paulo, que acolhe bem pessoas do país todo. Ainda mais o Ciro, que é paulista. Mas Marta pode dormir sossegada, porque ele é candidato a presidente. Do senador RENATO CASAGRANDE (PSB-ES), em resposta à ex-prefeita Marta Suplicy (PT), para quem a eventual candidatura de Ciro Gomes ao governo estadual "não tem a ver com São Paulo".

Contraponto

Moral da história

Ao defender no Senado seu parecer contrário à entrada da Venezuela no Mercosul, Tasso Jereissati (PSDB-CE) citou uma obra que acabara de ler sobre a posição de Pio 12 diante do avanço do nazismo. Comparou esse evento histórico à atitude de Lula para com Hugo Chávez. O colega Pedro Simon (PMDB-RS) protestou:
-Li um livro melhor, sobre São Francisco de Assis!
-Mas eu vou lhe dar o do papa!- insistiu o tucano.
-Não! Eu é que vou lhe entregar o de São Francisco!
Heráclito Fortes (DEM-PI) resolveu mediar o conflito:
-Entendi... É dando que se recebe, certo, senadores?

Um comentário:

gloria disse...

será que o Michel Temer não teria combinado uma aposentadoria voluntária após a aprovação da PEC?