quarta-feira, agosto 26, 2009

PANORAMA POLÍTICO

Fogo no pré-sal

Ilimar Franco

O GLOBO - 26/08/09


O ministro Edison Lobão esteve no Rio em missão de paz, semana passada, e ontem à noite foi a Vitória.
Na noite de segunda-feira, o governador Sérgio Cabral (RJ) recebeu uma ligação do presidente Lula e ontem foi a vez do governador Paulo Hartung (ES). Cabral e Hartung (ES) avisaram que não irão a Brasília na cerimônia do pré-sal. Eles querem que os estados produtores recebam um percentual a mais da receita desse petróleo (40%). Na proposta do governo, a partilha será feita entre todos os estados, sem distinção.

A missão Lobão

Nas conversas com os governadores, o discurso de Lobão é o de que os estados produtores não vão perder. Argumentou que “30% do pré-sal já foram licitados pelas regras em vigor, favorecendo os estados produtores”.

Explicou que em 70% da área, não licitados, “é que a participação será de todos os estados, inclusive dos produtores”. Por fim, disse que projeto de lei criando o Fundo Soberano do petróleo passará pelo Congresso e que lá a proposta poderá sofrer mudanças

Temos os governadores dos maiores estados produtores (RJ e ES) e somos a maior bancada” — Henrique Alves, líder do PMDB (ES) na Câmara, dizendo à bancada que o partido vai indicar o relator da medida provisória que vai definir o marco regulatório do pré-sal

BAMBAMBÃ. Embarcou ontem para a França o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores). Fará palestra para os embaixadores da França no mundo sobre o tema "Agir para uma melhor governança mundial". Amorim vai defender a democratização dos organismos de governança global. Pela primeira vez, o governo francês convida para falar, nesta reunião anual, um chanceler de um país de fora da União Européia

Vanguarda

Quando o presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), propôs a saída do Conselho de Ética, não foi ouvido. Em 28 de julho, disse: “Os conselhos de ética deixaram de ser sérios, e não faremos papel de babacas”. Ontem, a ficha caiu no Senado.

Cuca fresca

A audiência na Câmara sobre a redução da jornada de trabalho foi um Fla-Flu.

Fugindo à regra, a presidente da CNA, senadora Katia Abreu (DEM-TO), sugeriu negociar: “Proponho uma grande conciliação em prol dos brasileiros”.

PSDB e Lula: duas avaliações sobre 2010

O PSDB faz festa para as candidaturas de Marina Silva (PV) e de Ciro Gomes (PSB), e proclama o fim da eleição plebiscitária. Os tucanos também especulam sobre a estagnação de Dilma Rousseff e um plano B petista. Na conversa com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), o presidente Lula avaliou: 1. a oposição está hipervalorizando a Marina; 2. o discurso verde é mais forte nos eleitores de José Serra; 3. Dilma está num patamar competitivo; 4.

Ciro não fará campanha anti-governo; 5. O relevante é a queda gradativa do Serra. “Ele chegou a ter 46%, hoje não passa de 36%”, contou um conselheiro do presidente.

Quércia veta candidatura Skaf

O presidente do PMDB paulista, Orestes Quércia, não quer nem ouvir falar da candidatura do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, para o governo estadual. “Só se for por outro partido, pelo PMDB, não”, disse Quércia.

Ele explica sua posição: “Temos um acordo em São Paulo com o PSDB. Nosso candidato a presidente é o (José) Serra, a governador o Aloysio (Nunes Ferreira) ou o (Geraldo) Alckmin. Devo concorrer ao Senado e a outra vaga é do PTB, do senador Romeu Tuma”.

PRESIDENTE da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), em defesa da votação da redução da jornada de trabalho: “O deputado pode decidir ficar com quem paga a eleição, os empresários; ou ficar com quem vota, os trabalhadores”.

NO LANÇAMENTO da candidatura de José Eduardo Dutra para a presidência do PT, ontem, houve farta distribuição da revista “Companheiro Delúbio”.

ILIMAR FRANCO com Fernanda Krakovics, sucursais e correspondentes

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