segunda-feira, agosto 24, 2009

GEORGE VIDOR

ImPACto de 0,4%

O GLOBO - 24/08/09

Os economistas Claudio Frischtak e Heloisa Jardim se debruçaram sobre a quantas andam os investimentos em infraestrutura no país e concluíram que o impacto das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no setor foi equivalente a 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB).

Antes do PAC, o Brasil investia, em média, 2,01% do PIB, e agora esse valor deve chegar a 2,42%.

Para calcular esses números, a equipe de Frischtak teve um trabalho exaustivo, precisando conferir o detalhamento de balanços de concessionárias brasileiras de serviços públicos que têm títulos negociados em Nova York e são obrigadas a prestar tais informações às autoridades americanas que regulam o mercado acionário lá.

Embora tenha havido uma melhora, o Brasil precisaria investir 3% do PIB em infraestrutura só para manter o que já existe.

A formação de talentos dentro das empresas é fundamental na indústria de petróleo.

Por isso a abertura do mercado brasileiro fez tão bem à Petrobras. Como no futebol (para usar uma imagem que o presidente Lula tanto gosta), esses talentos só aparecem quando os times estão jogando. Assim, quanto maior o número de operadores melhor, porque haverá competição por talentos, surgirão novos líderes nas atividades operacionais.

Com o modelo para exploração do pré-sal que o governo ameaça adotar o jogo simplesmente acaba.

É como se, de repente, todo mundo fosse para a arquibancada assistir um único time treinar, sem adversários.

É mais ou menos o que vem acontecendo com o modelo venezuelano que, por seus resultados medíocres, não deveria servir de parâmetro para ninguém.

Ainda mais em uma indústria cujos modelos regulatórios evoluíram fortemente pelo mundo afora.

O governo não discutiu a proposta com ninguém, mas, mesmo assim, espera que as empresas de petróleo mandem representantes para a cerimônia de apresentação da proposta do modelo regulatório do présal no dia 31. O Planalto encarregou a Petrobras de confirmar as presenças.

Brasília deve ter pirado.

economista Francisco Lopes — com quem aprendi muito sobre o terrível fenômeno da inflação — perguntei se ainda apostava em uma recessão relativamente curta no mundo, como ele alertara em estudo para a Casa das Garças analisando a duração de grandes crises anteriores. Lopes acha que a retomada virá a ponto de provocar um déficit elevado nas transações correntes (mercadorias e serviços) do Brasil com o exterior, que poderia alcançar a casa de US$ 55 bilhões em 2010.

Embora seja um valor financiável pela entrada de capitais externos, o melhor é que o Brasil não chegue a acumular tamanho déficit, mesmo que a poupança vinda do exterior seja utilizada fundamentalmente em investimentos.

Em termos de finanças externas, a economia brasileira é um gato escaldado, e o comportamento do câmbio acaba sendo motivo de preocupação permanente.

Em rápida passagem por Belém, me surpreendi com as instalações do centro de convenções da capital paraense, que funciona há dois anos em área que abrigava antigo hangar da aeronáutica, junto ao aeroclube da cidade. Por isso se chama Hangar Centro de Convenções da Amazônia. Embora seja propriedade estadual, é administrado por uma organização social (terceiro setor). A iniciativa foi ousada, e até causou certa polêmica na época, tal qual o projeto de revitalização dos armazéns e da Estação das Docas (inspirado no Puerto Madero, de Buenos Aires), que, tomara, venha a ser copiado também pelo Rio, na região da Praça Mauá.

Na entrada do Hangar, ao meio de um descampado, os visitantes se deparam com os atuais contrastes da Amazônia. Uma árvore Samaumeira, de 220 anos, com 45 metros de altura, isolada e belíssima, marca o complexo, junto a um lago artificial onde nadam pirarucus, um dos símbolos da região.

Com essa infraestrutura, difícil de se encontrar em outra capital brasileira, Belém tem tudo para se firmar no turismo de negócios.

José Cechin, que foi ministro da Previdência Social no fim do governo Fernando Henrique, agora está voltado para os planos de saúde.

E como superintendente do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar vem pesquisando fórmulas capazes de atenuar o impacto desse tipo de seguro — quase obrigatório para famílias de classe média — no orçamento doméstico das pessoas mais idosas.

O atual sistema permite que se estabeleça valores diferentes para os planos de saúde conforme a faixa etária do usuário. No entanto, a diferença entre os valores mais baixo e os mais alto não pode ultrapassar a seis vezes. Face a isso, as pessoas jovens acabam pagando além do que precisariam, compensando parte das mensalidades cobradas dos idosos (que, considerandose apenas a faixa etária, teria de ser mais alta).

Em futuro próximo, já não haverá tantos jovens na população brasileira, e a saída é que cada um vá formando uma poupança especial, incentivada, ao longo da vida, para arcar com mensalidades mais altas dos planos de saúde na velhice.

Um comentário:

Anônimo disse...

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