sábado, julho 18, 2009

PAULO ROBERTO FALCÃO

Conformismo

ZERO HORA - RS - 18/07/09

Encontrei o treinador argentino Carlos Bilardo, no Mineirão, na noite em que o Estudiantes conquistou a Libertadores. Campeão do mundo em 1986 e vice em 90, Bilardo comanda hoje todas as seleções de base da Associação do Futebol Argentino, operando como um suporte para Maradona. Na rápida conversa que tivemos em Belo Horizonte, ele me explicou por que hoje é mais difícil dirigir uma equipe de futebol:

– Os jogadores perdem e não se importam de perder. Perdem e vão bailar. Têm outras diversões.

Quando Bilardo saiu, fiquei refletindo sobre o assunto. Depois do jogo, ouvi algumas declarações de jogadores do Cruzeiro que só confirmaram o desencanto do técnico argentino. E eles apenas repetiram o que muitos de seus colegas dizem depois de derrotas, por mais contundentes que elas sejam:

– Futebol é isso mesmo.

– Vamos partir para outra.

– A vida continua.

Com todo o respeito, são comentários conformados demais, quase derrotistas. O jogador que tem brio sai de uma partida daquelas dizendo que se sente envergonhado por ter perdido a chance de ser campeão. Tem que sair desabafando. Tem que ficar indignado. Tem que respeitar o torcedor.

Um atleta de competição tem que sair de campo consciente de que fez tudo o que era possível para ganhar o jogo. Sair dizendo que “a vida continua” é terrível. Ainda mais quando o jogador sai do estádio e vai bailar, como lembrou Bilardo.

Cabeça

Paulo Autuori deve ter preparado suas estratégias para o Gre-Nal de amanhã, mas não há dúvida de que o Grêmio forçará a jogada aérea sobre a zaga colorada, que andou levando gol de cabeça até do baixinho Conca, do Fluminense.

Maxi López é bom cabeceador, e o Grêmio ataca também com os seus zagueiros nos lances de bola parada.

Esquema

Tite tem Sandro, Maicon e Danny Morais para colocar ao lado de Guiñazu amanhã. Como D’Alessandro está liberado para jogar, terá que optar por dois volantes para manter os três zagueiros.

O lugar é de Sandro, se ele estiver em boas condições. Se não, é bem provável que ele tire um dos zagueiros e coloque outro volante, como vinha fazendo até o jogo contra o Fluminense.

História

Meus entrevistados desta tarde na Rádio Gaúcha (13h) viveram boa parte desta história dos 100 anos de Gre-Nais. São eles Paixão Côrtes, colorado de 82 anos, e Sérgio Bechellli, gremista de 64.

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