terça-feira, junho 30, 2009

PAINEL DA FOLHA

Não aos executivos

RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 30/06/09

A ideia, várias vezes manifestada por Lula, de adotar soluções caseiras na substituição dos ministros que serão candidatos em 2010 esbarra na resistência dos partidos, preocupados com sua representatividade na Esplanada durante o ano eleitoral.
Pilar de sustentação do governo e parceiro preferencial da candidatura de Dilma Rousseff, o PMDB tem duas preocupações principais: as substituições dos ministros Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e Reinhold Stephanes (Agricultura). São pastas com visibilidade e verbas, mas com secretários-executivos de perfil pouco atrelado ao partido. O PMDB quer uma saída diferenciada pelo menos nesses casos.

Mãos atadas - Aloizio Mercadante convocou a bancada do PT para uma reunião hoje sobre a situação política do Senado. A todos o líder tem pedido calma e ‘ação conjunta’. Atado a Lula, o partido não dará nenhum passo contra José Sarney (PMDB-AP), por mais frágil que esteja o presidente da Casa.

Real e virtual - A página de José Agripino no Twitter dá ideia da pressão que o líder do DEM vem sofrendo por sua histórica ligação com Sarney. ‘Em Mossoró e nas demais cidades, muita indignação com a situação de Sarney perante o Senado’, postou o ‘demo’, que no início do ano costurou o apoio do partido à eleição do peemedebista.

Lembra? - Carlos Homero Vieira Nina, subchefe de gabinete de Arthur Virgílio que disse ter feito uma ‘vaquinha’ para pagar o dinheiro emprestado pelo então diretor-geral Agaciel Maia ao líder tucano, foi apelidado no Senado de ‘Paulo Okamoto do Arthur’. O presidente do Sebrae declarou ter pago dívida de R$ 29 mil de Lula com o PT.

Outro lado - Sílvia Lígia Suassuna não é sobrinha de Ney Suassuna (PMDB-PB), e sim sua prima distante. O ex-senador nega ter intercedido por sua contratação na Casa.

Ufa! - Desde sempre incomodado com as ideias e as andanças de Mangabeira Unger, o Itamaraty festejou discretamente a saída do ministro.

Vara curta - O ministro José Múcio (Relações Institucionais) está particularmente preocupado com a revolta na base aliada diante da escassez na liberação das emendas. Sua indicação para o TCU terá de passar pelo Congresso.

Deixa pra lá - Líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS) tentará convencer os aliados a retirar da pauta a extensão do projeto de valorização do mínimo para todas as aposentadorias, pesadelo do Planalto.

Balanço - Lula convocou reunião ministerial em julho.

PSDB de massas - Geraldo Alckmin prestigiou evento do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de SP no qual o presidente, Antonio de Sousa Ramalho, ingressou no PSDB.

Seus problemas... - Na reunião de coordenação política, da qual participou para dar informe sobre a gripe H1N1, José Temporão pediu encontro com a equipe econômica para tratar do financiamento à saúde. As verbas da área são atreladas à variação do PIB, daí sua preocupação.

...acabaram - Bem-humorado, Lula sugeriu que o ministro procurasse José Múcio e os líderes partidários. ‘É um bom momento para aprovar a regulamentação da emenda 29’, disse Lula sobre o texto que destina mais recursos à saúde, parado na Câmara.

Tiroteio

No final das contas, o ministro do longo prazo teve curtíssima duração.
Do deputado RAUL JUNGMANN (PPS-PE), sobre a saída de Mangabeira Unger, secretário de Assuntos Estratégicos, após dois anos no cargo.

Veja bem - Dirigentes da Força, que tem o Sintracon sob seu guarda-chuva, consideram a filiação ‘movimento individual’ de Ramalho, pré-candidato a deputado federal. O sindicato e a central continuam na órbita do lulismo.

Contraponto

Culto ecumênico

Em recente sessão da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, discutia-se a proposta de um tratado de cooperação entre o governo brasileiro e a Santa Sé.
Vários deputados presentes, em especial os integrantes da bancada evangélica, rebelaram-se contra o que consideraram privilégio à Igreja Católica e propuseram a realização de uma série de audiências públicas com representantes de outras religiões antes de votar a matéria.
Marcondes Gadelha (PSB-PB), vice-presidente da comissão, interveio para tentar evitar tal encaminhamento:
- São tantas as versões para a palavra de Deus que isso aqui vai acabar se transformando num inferno!

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