quinta-feira, abril 02, 2009

MÓNICA BÉRGAMO

É feia a crise


Folha de S. Paulo - 02/04/2009
 

A farinha é pouca, meu pirão primeiro: Luiz Carlos Barreto, um dos principais produtores de cinema do Brasil, está sendo processado por uma empresa, a CBMF, que investiu mais de R$ 1 milhão em um de seus filmes, "O Casamento de Romeu e Julieta", de 2005 - e que até agora não viu a cor do dinheiro de volta. A Justiça determinou a penhora de contas da Filmes do Equador, produtora de Barreto.

É FEIA A CRISE 2 
O produtor, que está realizando o filme "Lula, o Filho do Brasil", diz que seus advogados estão recorrendo e que o dono da CBMF, Wilson Borges, "quer aparecer". Barreto afirma que nada deve, já que fez um contrato "de risco": o investidor recuperaria o dinheiro com a renda do longa, que "está no prejuízo". "Esperávamos que o filme fizesse até 3 milhões de espectadores, e ele só atingiu 1 milhão", diz Barreto. "Ainda temos R$ 200 mil de débito com a Buena Vista [distribuidora]. O filme ficou no vermelho e o cara não se conforma."

VAI E VOLTA 
Já a CBMF sustenta que fez um empréstimo com data certa de devolução: 90 dias depois do lançamento do filme, estrelado por Luana Piovani.

DE ZERO A CEM 
O Ministério Público não tinha, até ontem, os extratos das contas no exterior em que estão depositados recursos que, de acordo com os promotores, seriam de Paulo Maluf e que a Prefeitura de São Paulo agora tenta repatriar. Os cálculos variavam de US$ 13 milhões a US$ 45 milhões. Os advogados de Maluf sustentam que ele não tem dinheiro fora do Brasil.

NA MESMA 
Apesar do pacote de habitação lançado por Lula, as indústrias produtoras de cimento, cujo imposto baixou de 4% para zero, não esperam a retomada dos altos índices de crescimento que o setor apresentou em 2007 (10%) e em 2008 (15%). José Otávio Carvalho, secretário-executivo do sindicato das empresas, afirma que as medidas do governo podem "pelo menos sustentar o nível de consumo e dar visibilidade maior do que vai acontecer até o fim do ano". A expectativa, na hipótese otimista, é de que as vendas empatem com as registradas no ano passado.

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