quarta-feira, março 25, 2009

ILIMAR FRANCO

Uma nova atitude

Panorama Político
O Globo - 25/03/2009
 

O secretário de Desenvolvimento de São Paulo, Geraldo Alckmin, não vai enfrentar o governador José Serra para ser candidato do PSDB ao governo estadual. Fez isso em 2006, para concorrer a presidente, e em 2008, para disputar a prefeitura paulistana. Agora, mesmo na frente nas pesquisas, informou a seu grupo que vai seguir a orientação de Serra. Os serristas avaliam que o PSDB fará o próximo governador, seja qual for o candidato. 

Oposição pode abandonar a obstrução 

Com o Congresso mergulhado na agenda negativa, ganha corpo na bancada do PSDB a tese de que é preciso que a Câmara e o Senado voltem a votar. Nesse contexto, uma parcela da bancada do partido na Câmara passou a defender a janela aberta pela interpretação constitucional do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), para quem as medidas provisórias só trancariam a pauta no caso de leis ordinárias. Alguns tucanos chegaram à conclusão de que o governo é quem ganha com a paralisia dos trabalhos legislativos. Isso lhe dá mais tempo para negociar com sua base parlamentar questões como a MP 449, o refis da crise. 

Eles transformaram a bonança em gastança, e isso tudo vai aparecer agora" - José Aníbal, líder do PSDB na Câmara dos Deputados (SP) 

NEOCORONELISMO. Na abertura de congresso do PPS, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), comparou o Bolsa Família ao coronelismo no Nordeste. "Os coronéis tinham o voto do povo em troca de água", disse ele. Sobre a oposição na sucessão do presidente Lula, afirmou: "Nos falta ainda unidade e clareza". Guerra ainda lembrou que, nas eleições de 2006, "tínhamos palanques enormes e nenhuma campanha". 

Fizeram bico 

A declaração do ex-presidente Fernando Henrique, de que "o Congresso está bambo", foi criticada ontem na reunião de vice-líderes do PSDB na Câmara. Para os tucanos, o único beneficiado com a constatação é o presidente Lula.

 

Tintim 

De férias em Salvador, o presidente eleito de El Salvador, Maurício Funes, jantou anteontem no Palácio de Ondina com o presidente Lula, o governador Jaques Wagner e João Santana. Lula puxou uma série de brindes em portunhol. 

Cirurgia plástica e política 

Olhando para a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), anteontem em Salvador, o governador Luiz Henrique (SC) comentou: "É verdade. Agora tá na moda operação plástica. A Dilma fez nos olhos, e o Serra deve ter feito na boca". Ao seu lado, surpreso, o governador Marcelo Déda (SE) perguntou: "Na boca?". Luiz Henrique explicou: "Conheço o Serra há 30 anos, e nunca ele riu tanto como nos últimos tempos. Deve ter feito plástica". 

Nomeação-relâmpago 

O ex-deputado Philemon Rodrigues (PTB-PB), acusado de integrar a máfia dos sanguessugas, foi nomeado há poucos dias assessor de Relações Internacionais do gabinete do presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP). O salário é de R$7 mil. Ontem, a assessoria da presidência da Câmara, procurada pela coluna para esclarecer a data da nomeação, afirmou que a exoneração de Philemon seria publicada hoje. Tudo para a Câmara não entrar na agenda negativa. 

A BANCADA do PT deflagrou campanha para convencer o governo a reduzir a superávit primário de 3,8% para 2% do PIB. Ontem, foi a vez de Maurício Rands (PT-PE) defender a proposta na Câmara. 

TROCADILHO. Apelo do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), ontem no plenário do Senado: "Nós temos que pensar no país. Nós temos que pensar nos projetos, não nos projéteis". 

UM PREFEITO desesperado sugeriu ao ministro José Múcio que o governo mantenha o repasse médio de 2008 do Fundo de Participação dos Municípios.

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