sexta-feira, janeiro 30, 2009

ARI CUNHA

Economia baixa


Correio Braziliense - 30/01/2009
 

Carlos Reis, presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, discorda da proposta apresentada pelo governo. O intento é trocar geladeiras velhas por novas. Seria gratificante para o proprietário. Desperdício de R$ 11 bilhões anuais é o custo no Brasil. O presidente do sindicato diz que com esse valor daria para construir usina como a de Santo Antônio. O programa do governo brasileiro para geladeiras se consistirá em dar bônus desconto para quem trocar o aparelho. Segundo o ministro Miguel Jorge, a energia economizada pela substituição será equivalente à produção de uma turbina de Itaipu. Os argumentos não mostram provas. Leitor do blog telefona para dizer que essa discussão leva a nada. E cita que se é para favorecer classes pobres, não precisaria gastar tanto. Suficiente mudar borrachas de muitas usadas, que consomem energia 24 horas diariamente. Mas a coisa não fica nisso. Os aparelhos coletivos de ar-condicionado ficam ligados à noite, para comodidade do pessoal da limpeza. Não é hora de favorecer a um em detrimento da maioria. A ideia é pequena para a grandeza do país. O Brasil precisa não de favores do governo, mas de planejamento que englobe ação em favor do povo, que paga impostos e juros alarmantes.


A frase que não foi pronunciada

“Nem a FGV consegue verificar o índice de confiança nos votos para a Presidência do Senado e da Câmara.”
Senador Tião Viana, pensando enquanto conversa com amigos.


Apoio 
Nada de palhaços e colombinas nas ruas. O prefeito de Itabira, João Izael Coelho, diz que a hora é de crise e a prefeitura acha que não é justo com os contribuintes bancar a tradicional folia de carnaval. A cidade tem outras prioridades. Izael teve 86,4% de aprovação quando era candidato.

Equipes 
Serviço eficiente. O exemplo do novo modelo de gestão da Previdência Social merece destaque. Há dois anos o ministro Berzoini recebia o troféu crueldade, quando colocou idosos na fila da Previdência. Hoje, o ministro José Pimentel resolveu o problema do atendimento com uma ferramenta simples: o telefone. Até junho, o ministro promete que o salário-maternidade e outras aposentadorias também serão atendidas sem filas. 

Estudos 
Alberto Fraga, secretário de Transportes, está empenhado na possibilidade de levar o metrô à UnB. Iniciados os estudos sobre a viabilidade do investimento, será analisada a possibilidade de o trilho ser subterrâneo ou de superfície. Os alunos da universidade vibram com a ideia. 

Novidades 
Vem novidade por aí, com a telefonia fixa como fruto de cláusulas em contratos da Anatel no ano passado: o fim da cobrança do Bina e outros ganhos para o consumidor. Ainda sobre a agência, a rádio pirataria aumenta, aproveitando o fato de a Anatel só funcionar em horário comercial. 

Estranho 
Na verdade, não é só a burocracia que incomoda muita gente. Empresas são obrigadas a pagar a Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical Urbana (GRCSU). A entidade não tem vínculo com o pagante. Sempre a postos, a Caixa facilita a cobrança. Pior do que muitos tributos é pagar por um serviço, produto ou atendimento que nunca será utilizado pelo contribuinte. 

Baixaria 
Sobre nota da coluna quanto ao assunto, a Sky informa que é operadora de TV por assinatura. É responsável apenas pelo serviço de transmissão do sinal dos canais aos assinantes. Não tem ingerência sobre o conteúdo. Isso é responsabilidade de cada canal. Atendemos, visto ser útil aos leitores, a informação que nos foi transmitida. 

Bancos 
Situação econômica em crise. Atinge todos os países. No Brasil, só quem ganha dinheiro são os bancos. De repente, começam a se movimentar contra os possíveis calotes. Bem fazia Amador Aguiar. No Bradesco, só se falava em português. Ninguém fazia negócios em língua inglesa.

História de Brasília

Estão se assustando à toa, os funcionários do Executivo, em torno da “dobradinha”. O presidente já sabe que há muita injustiça, como a do contínuo que ganha 80 contos e a do médico que ganha 44 mil cruzeiros. Mas, saibam que ele não derrubará a “dobradinha”. Fará, isto sim, o médico chegar ao contínuo, e isso já terá sido uma boa medida. (Publicado em 21/2/1961)

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